quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

OS QUE FAZEM FALTA E OS QUE SOBRARAM (41)

DUAS MORTES, UMA DAQUI E OUTRA CENTENÁRIA, MAS COMO A VIDA CONTINUA...
Três temas nessa quinta. Primeiro a morte anunciada, a dá rádio Veritas e TV Unesp, depois outra anunciada, a do arquiteto Niemeyer e para finalizar, a continuação da vida, com uma meninada agrupada hoje no teatro Municipal, os do ballet e os dos instrumentos, todos juntos cantando, dançando e nos encantando. Essa é a quinta que temos.
 
1.) “Um ser sem saber, assim me percebi ao anunciar hoje que a Rádio Veritas FM  ficaria fora do ar, pior que não era por problemas técnicos, mas por fatores que podem ser corretos, nas interpretações diversas, mas também aprendi que um erro não justifica o outro. Tirar emissoras que proporcionam oportunidades as pessoas de conhecerem melhor nossa cultura e não observar melhor as rádios piratas que tem aumentado a cada dia me parece incoerente. Agradeço por ter tido a oportunidade de ser a primeira voz da Rádio Veritas, e por ter feito o pronunciamento para sair do ar, agradeço aqueles que nos ajudam culturalmente melhorar o país com o fechamento das emissoras", Reginaldo Vianna, o emocionado e ainda perdido diretor da Veritas. “E hoje eu não terei o tradicional bom dia do Wellington Leite entrando no ar na rádio Veritas. Já era hoje, nesta madrugada, quando li aqui no face através do Reginaldo Vianna que as transições se encerraram. Uma pena...Hoje Hauru amanhece mais triste... (...) Grosso modo: A constituição de 88 mudou o regime de concessão educativa e cultural. Mas os governos, estranhamente, não seguiram e lei. Davam concessões baseadas nas regras antigas. Em todo o país o ministério público cassou as emissoras educativas. O juiz entendeu que, servindo ou não à comunidade, a concessão está errada. Logo, é preciso corrigir o erro fazendo a concessão do modo correto. Em tese, cancelam a emissão do sinal e abrem licitação. Tenho que dizer, queridos, que a lei de 88 é melhor que a antiga. Mesmo sendo atingido por ela, ela é melhor pro país. Não sabemos o que será. De qualquer forma, tentamos fazer uma emissora cultural e educativa de respeito. E foi bom tê-los conosco”, escrito de Wellington Leite, um dos radialistas da Veritas.

MEU ENTENDIMENTO: Vamos iniciar um grande movimento pelo retorno da Veritas, mas a direção precisa se movimentar nos bastidores decisórios desse país e nos manter informados do que foi e será feito. A notícia é trágica, mas me parecia anunciada, previamente marcada. Triste estou por perder meu programa matinal de MPB, mas em algo além disso, vejo tantas emissoras legalizadas e com uma programação pífia, deseducando esse país e nenhuma legislação os impedem de continuarem atentando contra a educação. Que a Veritas busque a legalidade e que nós, os que gostamos de rádio educativa, instrutiva, divulgadora de cultura, façamos algo em seu apoio e para desmerecimento das que fazem uso de uma legalidade para deixar esse país mais inculto. Duas distintas lutas. Vamos à elas e sem pedir licença...

 
2.) O arquiteto se foi. De tudo o que li e vi até agora meu recado é curto e grosso: “Na despedida do imortal (sic) arquiteto, diante de tantas homenagens, muitos o dizem estar indo para os céus, mas entendendo o que realmente professava, só me resta dizer: ELE REFUGAVA DE IR EMBORA, RETARDOU O QUANTO PODE A MORTE E POR UM ÚNICO MOTIVO, SABIA QUE A VIDA ERA SÓ ESSA, A VIVIDA AQUI, NADA MAIS”.

Para uma maior reflexão, o texto recebido do amigo Marcos Paulo C. Resende, NIEMEYER E EU, UM CHOPINHO NO COPAN:Muitos se lembrarão do homem arquiteto, mas isso é um detalhe comum, o gênio conhece a razão vivenciando os fatos da vida, mas o gênio também precisa de um pouco de loucura para ser ousado, e somente assim para um homem ser capaz de não fazer da vida linhas retas e sim curvas onde muitas vezes buscava-se plano visual infinito a suas obras, confesso que inicialmente achava isso estranho, as curvas do Copan parecem ser um edifício infinito, mas compreensível vindo de um homem centenário
que até ontem se recusava a morrer, porque sabia que não há outra vida e fez de seu século de existência, o século de um momento único na história da humanidade, onde somente o verdadeiro ideal seria capaz de construir em um século, obras que seres normais não fariam nem se vivessem mil anos, esse era o Niemeyer que conheci e por saber ser a eternidade uma falácia eternizou-se na história da humanidade. Hoje um momento de tristeza, nem tanto pelo fato comum que corre a vida até seu final, mas pela forma pesada que se tornou carregar um ideal em comum, parece que corri um centenário também ao lado do amigo arquiteto, posso chamá-lo de amigo, camarada, pois foi lendo o prefácio que Niemeyer escreveu no livro de um escritor belga, que me fez enxergar o grande camarada e líder na vitória de Stalingrado, com certeza, a sensação que fica é que vivemos os mesmos amores paralelamente, nossos corações moravam ao lado do Leste Europeu, éramos como Jean Paul Sartre e Simone Beauvoir, livres entre amores vermelhos, linhas curvas no tempo e no espaço e escrita joyceana, esse foi o nosso século, anos que para serem vividos tão intensamente, necessitaria de o homo sapiens evoluir novamente. Na próxima noite paulistana, nos reencontraremos, de uma forma nova, agora eternizado na história, partirei do encontro de duas linhas literárias, da São João com a Ipiranga caminharei até o número 200 da Avenida Ipiranga, e no térreo do Copan brindarei mais uma vez contigo a sua história, agora para sempre, dois velhos camaradas com o tradicional choppinho lá do Copan, porque somos comunistas. Até a noite camarada. Marcos Paulo Stalin III”.
3.) E por fim, como a vida para os que ficam continua, hoje, 20h30 no Teatro Municipal de Bauru, a Companhia Estável de Dança e a Orquestra Municipal de Bauru se apresentam juntas, num congraçamento de jovens dançando e tocando fundo nos embalos da alma. O prazer de desfrutar de momentos desse nível, união de música e dança são inigualáveis e raros, ainda mais tendo jovens como seus protagonistas. Perdê-los, nem pensar. Aproveitá-los ao máximo é isso que farei logo mais à noite, até como forma de fuga para o que temos pela frente, dia após dia. Alentos como esse nos revigoram e servem para demonstrar que nem tudo está definitivamente perdido.

7 comentários:

Anônimo disse...


"Duas coisas guardo com satisfação.Uma é esse desinteresse pelo dinheiro, que mantive por toda a vida; a outra minha vontade de ajudar as pessos,ser-lhes útil, dividir."
"Nunca me calei. Nunca escondi minha posição de comunista. Os governantes compreensivos, que me convocam como arquiteto, sabem de minha posição ideológica. Pensam que sou um equivocado e eu deles penso a mesma coisa."
"As curvas do Tempo- Memórias

duas coisas sobre Oscar

Pasqual Macariello - Rio RJ

Anônimo disse...


Nesta quarta-feira 05/12, dois gigantes partiram
para o andar de cima. O maior arquiteto do Brasil,
monstro na arquitetura contemporanea, Oscar Niemeyer,
brasileiro, nascido em 15/12/1907, bem próximo de completar
105 anos, conhecido por todos nós, como O Homem de Brasilia,
e o pianista Dave Brubeck, norte-americano, nascido em 06/12/1920,
faleceu justamente na véspera de completar 92 anos, outro monstro,
na música mundial, no refinado Jazz, que fez o mundo vibrar com as
antológicas Take Five, composta pelo Paul Desmond, saxofonista
negro da sua banda, The Dave Brubeck Quartet, mais de um
milhão de cópias vendidas, em 1959, do LongPlay de Vinil, Time Out.
O quê ambos tem em comum? Os Signos, pois ambos eram de
Sagitário, regidos por Jupíter, o maior planeta do Sistema Solar.
Só poderiam ser Gênios, e foram, pois as suas marcas ficarão
eternamente gravadas na Terra. (Aldo Wellichan)

Anônimo disse...

Concordo com tudo que fala Henrique. Estou sentindo muita falta também.
Velca Cavalcante

Anônimo disse...

Henrique

Me desculpe, mas tenho que fazer algumas perguntas sobre a Veritas:

- Vi hoje na imprensa o pessoal da Unesp emitindo notas e vendo o que pode ser feito para reverter o ocorrido. Nada da USC, da direção da USC fazendo o mesmo. Vi só o Reginaldo e o Wellington falando disso, mas ninguém da direção. Elas, as irmãs, a direção, querem mesmo que a rádio volte ou estão até contentes com o ocorrido?

- O que a Veritas fez até agora, uma vez ciente de que isso estaria para ocorrer? Ela não teria como antecipando alguma coisa, ver algo juridicamente para brecar essa interrupção na emissora?

- Consulte e informe sobre o posicionamento da direção da USC. Estranho a quietude deles.

Era isso.

seu leitor e amigo
Daniel

Anônimo disse...

Só um lembrete de um sindicalista: "gostam de dizer que empresa é família. Em época de crise, a família põe mais água no feijão, reparte o pão e o bife. A empresa em época de crise demite..."
W.Leite

Anônimo disse...

ALGUEM, PELO AMOR DE DEUS FAÇA ALGUMA COISA JUSTA?!!!!!!!!!!!!!!!!! TEM ALGUEM QUE POSSA FAZER ISSO, POR FAVOR????

Para que cultura? Para que alternativas? Para que poder escolher, se o mais fácil é massificar?

Audren Ruth

Anônimo disse...

NÃo estou entendendo nada!!!! Esta saido do ar PORQUE??? ë aguma piada fora de hora?? Por favor , explique melhor essa história. Saiu porque ?? Vamos nos mobilizar agora, já!! VOLTA RADIO VÉRITAS !!!!!!
Mário Luiz Negrão Rocha