sábado, 9 de janeiro de 2010

CENA BAURUENSE (47)

CARNAVAL 2010 - SAMBÓDROMO ESTACA ZERO - MAS TUDO JÁ NÃO ESTAVA MAIS DO QUE PLANEJADO?!?!?!
A Administração anterior foi seguidamente criticada por sua posição diante da realização ou não do Carnaval de rua de Bauru. A posição era mais do que clara, não seria repassado dinheiro às Escolas de Samba, e assim sendo, a festa que já estava sem acontecer há alguns anos, só voltou para a avenida no último ano do governo Tuga, em 2007. Foi realizada na avenida Nações Unidas e com a participação de blocos, conseguindo reunir milhares de pessoas num local onde as transformações para sua realização não eram profundas, muitos menos com elevados gastos financeiros. O atual "Sectário" (ops), desculpe, Secretário Municipal de Cultura chegou dizendo que iria fazer e acontecer. Não fez e em 2008 tudo voltou a acontecer na Nações e só com blocos, igualzinho o do ano anterior, novidade nenhuma. Carnavalesco assumido, desci a avenida num deles e fiz uma festa danada, gastando do meu próprio bolso a fantasia, uma mera camiseta e uma bermuda. O preço da minha alegria e dos que estavam ao meu lado não teve preço. Foi um esbalde, nos refastelamos, como manda a festa. Quero voltar a sair e talvez ainda consigamos emplacar o tão decantado bloco "As Viúvas do Batata" (o bloco que mais cresce na cidade, as tais viúvas, todos os que um dia acreditaram e estiveram ao lado do cidadão que ostentará o nome no estandarte e na marchinha, já praticamente pronta).

Esse é o lado da festa e sei que muitos blocos já estão se preparando e até ensaiando, como é o caso da ONG Periferia Legal, lá do Mary Dota. Fui convidado e aceitei ir num dos próximos ensaios. Porém, o problema é mais embaixo e pelo que li hoje nos jornais, por decisão irredutível e das mais abalizadas, a do "Sectário" (ops), digo, Secretário, a festa será no Sambódromo, lá no Geisel. Hoje é dia 10 e a festa terá início no dia 14/02, portanto um mês para tudo estar mais do que pronto, tinindo de bonito. Nada foi feito lá no Sambódromo, em completo abandono, com mato alto por todos os cantos e com a iluminação em precária situação (se é que ela ainda existe). Quem já trabalhou na Prefeitura sabe que para aquisição de qualquer material é necessário a abertura de um mero e simples Processo de Compra e nada foi iniciado e se for, não haverá tempo hábil de liberação antes do Carnaval. Quer dizer, tudo será feito nas "coxas", pois o próprio jornal diz que "poderá haver premiação, com possível apoio e participação conjunta da iniciativa privada bauruense". Tradução: de um valor já discutido nas rodas de carnavalescos, por volta de R$ 15 mil reais para cada Escola, a grana terá que ser coletada, porta a porta, numa coleta do tipo "chapéu na mão", empresa por empresa, pois do contrário, necas. Essa a organização prévia que tanto foi propalada pelo "Sectário" (ops), digo, Secretário durante o ano passado todo. Deu no que deu e hoje pela manhã, munido de um portentoso guarda-chuvas (para me proteger dos incandessentes raios solares em minha desprovida careca), fiz minha inspeção no local. As fotos, nada carnavalescas, estão aí para quem quiser conferir. A partir de segunda inicia-se uma contagem regressiva para ver o que isso tudo resultará. Eu, já com minha indumentária de Momo praticamente pronta, aguardo ansioso as definições para saber onde sairá o meu bloco, o mais famoso do pedaço, muito conhecido nos anos 50/60 lá pelos lados do Rio de Janeiro: O Bloco do Eu Sózinho. Skindum...skindum... Eta festa bem organizada, sô!

9 comentários:

Anônimo disse...

É isso Henrique, junta-se o descaso do poder público com os interesses daqueles que só enxergam no carnaval mais um meio de ganhar dinheiro e fazer uma politica suja.
Os blocos nas ruas mostraram que com poucos recursos é possivel fazer um bom carnaval, com as belas e velhas marchinhas e gostaria muito de participar do bloco "as viuvas do batata".
É melhor que seja feito na Nações do que correr o risco de jogar a população naquela estrutura detonada do sambodromo, infelizmente entra e sai governos e a bagunça continua, cada vez mais. Não tem jeito.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Pior que tudo isso que voce realtou, meu caro Henrique foi ver o personagem central dessa sua história dançando dentro da Secretaria, algumas manhãs atrás, dizendo em alto e bom som:

Agora, voces vão ter que me aturar mais três anos.

E dançava freneticamente, como se tivesse acabado de ganhar um doce.

E nós, os servidores estamos daquele jeito, tudo sendo levado de qualquer jeito, às pressas, aos trambolhões e com patadas.

Isso é a Cultura em Bauru. é assim que ela é feita.

C.

Anônimo disse...

Comigo é na batata
Comigo é na batata
Eu só quero mi dar bem
E nada de ouvir as massas

Quando chega as eleições
Dou uma volta nas quebradas
Pago pinga nos botecos
Distribuo carne assada
Abraçando todo mundo
Pego e beijo a criançada
Na hora da apuração
É aquela batatada

ps. precisamos ver uma data para trazer voce e o W.Leite pra comer uma pizza caseira aqui comigo.

LÁZARO CARNEIRO

Anônimo disse...

O Sambódramo é a Cara da Cultura de Bauru...

Meus caros, olhem as fotos do sambódramo, isso representa fielmente a nossa secretaria de cultura... o q for feito no local, vai ser mera maquiagem toda a estrutura esta danificada e tudo não passará de mero cenário de 5ª categoria(isso se conseguirem alguma coisa)...
è teremos mais alguns anos de falência cultural, a saída é irmos para as cidades vizinhas q estão fazendo cultura milhões de vezes melhor do q a nossa
deveriam é fazer o enterro da Cultura de Bauru isso sim...

Anônimo disse...

Me descuple, mas recuperar o Sambódromo é uma grande loucura, ainda mais agora, com esse período de chuvas e tantas outras necessidades.

Deixo a pergunta no ar: No que mais seria utilizado aquele elefante branco além dos desfiles de Carnaval, que nem sabemos se irá acontecer?

Lilian

Henrique disse...

meus caros (as):

estive hoje no sesc e reencontrei amigo sivaldo camargo, que leu esse texto e sugeriu para mim o seguinte comentário:

o prefeito tuga até poderia investir no carnaval, mas não o fez por uma questão muito simples, não existia nenhuma escola de samba legalizada, em condições de receber qualquer tipo de verba.

como entregar verba pública para entidade que não é legal?

como fazê-lo para pessoa física?

e hoje, existe alguma legalizada, em condições de receber verba pública e prestar contas de seu uso?

essas perguntinhas precisam estar na pauta de qualquer discussão sobre verba pública para essa finalidade.

o resto é balela, conversa para boi dormir.

hoje, nas condições atuais é impossível o repasse de verba pública.

e ponto final.

henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Muito obrigo por nos abrir os olhos. Fantástico.

Grande abraço,

Ivan Meneses

Anônimo disse...

Henrique

Esse seu blog pode ser acusado de tudo, menos de omissão. Você tirou as fotos dasituação e publicou aqui, junto do texto e ontem, segunda, uma comissão da prefeitura, junto até do prefeito foram até lá verificar a situação do Sambódromo. Só isso já vale a publicação. Fez com que fosse dada uma mexida nos brios de alguns e se algo ia ser moroso, talvez ocorra um apressamento. Valeu a pena o toque e o seu eu sei foi nesse sentido. Mas ainda acho a idéia da Nações melhor, pois não se gasta nem em iluminação. E também gostei de outro comentário feito aqui: e no resto do ano, o que será feito daquilo? Fala-se até em terceirização do carnaval, mas o pior mesmo é entregar toda a grana para a Liga das Escolas, que nem existe mais, pois estamos a quantos anos sem carnaval com escolas de samba. A prefeitura não seria louca dessa forma. Já que tudo está sendo feito a apenas 30 dias, que se gaste pouco e sem ostentações.

Paulo Lima

Mafuá do HPA disse...

Meus caros (as)

Escrevo e mantrenho esse blog como uma realização pessoal, onde deixo exposto meu modo de encarar a vida, minhas realizações, publico meus escritos e minha opinião pessoal sobre tudo à minha volta. Não sou dono da verdade e nem quero isso. Quando cutuco, assino embaixo. Demonstro aqui claramente o descontentamento com os rumos atuais na Cultura da cidade, refletindo o anseio de toda uma classe artística pela mudança, pela substituição por alguém mais palatável, que entenda os anseios e necessidades culturais da cidade. Nunca poderíamos imaginar que o setor pudesse ser dirigido um dia por alguém com um tacão de rei absoluto, uma espécie de faz tudo sózinho, exstilo ditatorial (que ele diz ter combatido no passado). Quando critico, procuro não fazer nada no vazio. Fundamento e fico sujeito a chuvas e trovoadas, como sempre deve ser.

São toques, tentativas de sensibilização e com intuito de que ocorram mudanças, não só de nomes, mas principalmente no estilo de administrar.

Deixa eu ir, pois hoje enfrento mais de 300 km de estrada, em minha atividade profissional, da qual gosto muito.

Um abracito a todos (as)

Henrique - direto do mafuá