terça-feira, 24 de maio de 2011

RETRATOS DE BAURU (101)

CELSÃO, O ARTESÃO DA PRAÇA RUI BARBOSA
Celso Ferraz Lisboa, 55 anos é a cara da Praça Rui Barbosa, pois está lá, com sua toalha de artesão estendida no chão há décadas. Fui perguntar a ele desde quando e sua resposta: “Se sabe que eu não sei. É como se ela fizesse parte de minha vida”. Vê-lo ali, entortando seus arames é uma rotina e parar para um bate papo outro. Já fez muita coisa na vida, inclusive rodou o país na boléia de um caminhão, mas quando os filhos cresceram e tomaram rumo na vida, tomou a decisão: “Vim fazer o que eu gosto”. Está estampado em sua cara gostar do que faz, ele e a esposa, Cátia, tanto que acabam de voltar de uma longa viagem de 12 mil km: “Eu, a esposa e o Del Rey velho, passando pelo Triângulo Mineiro, Goiás, Tocantins, Maranhão e voltando pelo litoral nordestino, parando em tudo quanto é cidadezinha, montando meu pano na praça e ganhando a vida”. Esse o Celso, essa sua vida, tendo chegado a Bauru aos 15 anos, em plena ditadura militar, ano de 1970, bateu cartão no festival de Águas Claras (teve foto publicada em matéria da Revista do Brasil, quando contou sua experiência por lá) e ao se descobrir artesão, tomou conta da praça e ao se deparar com o prefeito na Revirada Cultural foi logo falando: “Preciso lhe falar. Eu tenho a solução para a praça”. E deve ter, pois permanece ali a maior parte do tempo. Ele, a índia Luiza, o Samir, que hoje revende um artesanato feito na 25 de Março, o pastor Varme e outros. “Tá abandonada. Deixei um maço de cigarros amassado em cima de uma marquise e ele ficou lá quatro dias. Ninguém reparou nele. Eu tenho a solução para a praça”, conclui. E para quem quiser comprar do seu artesanato ou saber da tal solução, basta ligar para 14.81834182.

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