sexta-feira, 27 de abril de 2012

DICA (92)

GUERNICA NÃO DEVE SER ESQUECIDA, UM SAMBISTA E CUT PRESENTE
Continuo na Catalunha até amanhã à noite e desde ontem dei um breve pulo na Espanha junto de minha sogra, Darcy Soliva da Costa. Vapt-vupt e passeios pelo centro de Madri. Andanças mil e eu empurrando uma cadeira de rodas pelos museus da cidade. Ela, que já havia estado antes por aqui, me fez ir e adorei, conhecer três grandiosos museus na capital espanhola e num deles dou de cara com algo que me faz sentar no chão e ficar admirando por longos minutos tudo o que já havia recebido de informação de um dos quadros mais famosos de Picasso, o de quando os facistas franquistas bombardearam a cidade de Guernica. Aquilo sempre me remeteu a todas as outras guerras onde o povo é trucidado e ao chegar no hotel, um pequenino encravado na Calle de Clavel, centro da cidade, abro uma insipiente internet e vejo no site do argentino Página 12 (sempre ele), na tira diária de REP (sempre ele), algo que me faz ficar de joelhos. Ontem fez 75 anos do cruel bombardeio e não sei de nada do que saiu publicado nos jornais brasileiros, mas justamente nesse dia estava vendo o quadro famoso de Picasso e depois a tira que aqui publico do REP. Choro, pois contato aqui, in loco e conto quando retornar ao Brasil, das agruras de todos os latinos por essas terras. Vou trombando com muitos, um atrás do outro, mas todos, sem distinção em funções braçais, aquelas que os espanhóis renegam, repudiam e por pagarem bem menos do que a todos os trabalhadores nacionais, servem para os muitos colombianos, paraguaios, guatemaltecos, peruanos, brasileiros, argentinos, panamenhos, mexicanos, venezuelanos, dominicanos e todos os demais que cruzei aqui. Isso ainda e sempre assim será, me corta, me dilacera o coração. Ainda somos um povo, todos nós latinos, de segunda categoria. Porém, altaneiros e guerreiros, como os trucidados no quadro de Picasso.

Chego agorinha mesmo de Madri, estou de volta em Barcelona. Peço desculpas pelo pouco que publico esses dias. Não dá para fazer mais. Minhas fotos estão todas na máquina, mas de mil e quero baixá-las todas de uma só vez, quando no Brasil. Paro pouco na escrevinhação, prefiro fazer a andação, o desbravar ruas e conhecer pessoas. Fico no débito até o retorno. Hoje ao abrir meus e-mails, duas notícias, uma triste, a da morte do sambista Dicró. Tenho dois discos com ele, um LP dele todo brejeiro cantando sua Zona Norte Carioca e outro, junto de dois outros monstros sagrados do nosso samba simcopado, Bezerra e Moreira da Silva. Quem me passou isso foi o Wander, do Buteco do Valente, um sempre atento guerreiro e consciente cidadão das terras bauruenses. Por fim, algo sobre o Dia do Trabalhador e algo promovido pela CUT Bauru. Recebo do amigo João, secretário local da CUT e reproduzo aqui. Que falar de Fala Mansa... Nada, preferiria outros, mas é com esse que vamos. A Praça Rui Brabosa e o Parque Vitória Régia estarão cheios e se alguém por lá, dentre os festeitos do lado de baixo do palanque lembrarem, dia Primeiro de Maio é o Dia do Trabalhador e eu estarei chegando de volta à Bauru. Nos veremos e dessa vez, cheio de novas histórias para contar.

Um comentário:

Anônimo disse...

“Um país que tem rumo e sabe da grandeza do seu destino. Um país que, com o malfeito, não se acumplicia jamais. E que tem na defesa da moralidade, no combate à corrupção, uma ação permanente...Um país que vem surpreendendo o mundo com seu progresso...Sabe que precisa melhorar mais, não para mostrar ao mundo...mas, para mostrar a nós mesmos que o maior valor que podemos alcançar é o de garantir a qualidade de vida de...Viva o Brasil! Viva o Povo Brasileiro!” (Adriani Rausch Alatrache)

REPASSADO A TI POR GILBERTO TRUIJO