terça-feira, 17 de abril de 2012

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (47)

DEMÓSTENES, CACHOEIRA E O RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA: POLICARPO E A “veja” e O PETRÓLEO ARGENTINO NAS ONDAS DE UMA RÁDIO BAURUENSE
Muito se disse nos últimos anos sob a atuação desvirtuada da revista “veja” (com minúscula mesmo). Ela atua como se fosse uma espécie da paladina da lei e do confronto com a corrupção e tudo o que ocorria de errado no país. Sempre enxerguei nisso exatamente o oposto, pois fazia somente o ataque a um dos lados da corrupção, isentando o outro. Seus interesses acima de tudo (agora sabemos, inclusive das leis). Cometem inúmeros deslizes, todos mais do que condenáveis por qualquer código de boa conduta jornalística. Meu velho pai do alto dos seus 82 anos sempre me disse: “Cuidado com os moralistas, esses os piores. Quando se descobre algo deles é sempre de arrasar”. Não deu outra.

Com o caso Demóstenes (um dos meninos do Cachoeira e afins), adivinhem quem está com sua “respeitabilidade” mais do que comprometida? A revista “veja”, pois nas escutas telefônicas efetuadas sob abrigo da lei, mais de duzentas ligações do esquema do bicheiro Cachoeira para o editor chefe da revista em Brasília, Policarpo Júnior. Para sentirem a gravidade da situação, leiam um trechinho curto e a bem demonstrar como eram as relações entre a revista e o mundo do crime, numa fala gravada do Cachoeira: “Porque os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos”.

Para mim não se faz necessário dizer mais nada. Todo o dito jornalismo investigativo na revista foi obtido por essa via, de mão única e da pior espécie. Isso para mim tem um nome, conluio com o crime (ou seria o próprio crime?). Hoje já se sabe que aquela gravação daquela graninha lá do cara dos Correios, R$ 3 mil reais, foram feitas por Cachoeira e repassados ao Policarpo. Quando uma revista aceita fazer parte de um esquema dessa natureza para atingir seus objetivos, ela além de perder toda sua credibilidade, precisa ser criminalizada, para o bem da informação que é repassada ao leitor. Que esse leitor compra gato por lebre já faz tempo, isso é do conhecimento até do reino mineral (jargão de Mino Carta), mas a continuidade disso precisa ser interrompida e já, com processos e punições. Esse o tipo de imprensa que cassa ministros, impõe situações, quer ditar normas e faz um jogo pior do que o que denuncia, só que por debaixo do pano. É o lobo cuidando do rebanho. Não entro no mérito do que já fizeram, mas do que faremos com algo tão danoso para o futuro da credibilidade da imprensa brasileira num todo. A pergunta que deixo no ar é para a ANJ – Associação Nacional dos Jornais e outras associações do gênero: E com eles, não tomarão atitude nenhuma? Cadê a incisiva cobrança de providências? Se nada ocorrer, creio que estão assumindo publicamente concordarem com os métodos da dita cuja revista.

Sabem qual o culpado disso tudo segundo alguns articulistas da mídia local? Lula e Zé Dirceu, que não possuem nenhum elo com nada dessa cachoeira (essa a verdadeira cortina de fumaça, embaralhar o jogo para confundir incautos). Gente séria, age de outra forma: “Mas à CPI cabe, agora, revelar o submundo de promiscuidade entre a Veja e um bandido. O Brasil está na iminência de tornar-se uma República”, frase final reproduzida do site Tijolaço, do deputado federal Brizola Neto.

OUTRA ATITUDE E UMA ANÁLISE RADIOFÔNICA EM BAURU: Ontem na vizinha Argentina (que já fez a sua Comissão da Verdade, enquanto engatinhamos), após os seguidos desvios de conduta da empresa espanhola exploradora de petróleo Repsol (um deles a de obrigar o Governo, mesmo existindo e sendo extraído petróleo em abundância no país a comprá-lo de fora), a expropriação de 51% das ações dessa empresa e devolvê-la ao controle público, com a reativação da estatal YPF. Ela mostra que em alguns casos a decisão das mulheres é mais rápida, ousada e precisa do que a de alguns morosos homens. Fez o correto, restabelecendo ao país o controle do que é de fato e de direito seu. Na rádio 94FM, hoje pela manhã, programa Informa Som, dois posicionamentos antagônicos. No primeiro Reinaldo Cafeu, presidente da ACIB Bauru, diz sem analisar o mérito (parece querer confundir a explicar), que isso é um “retrocesso, contramão da história, existe um contrato de privatização vigente” e Paulo Sérgio Simonetti na mesma linha diz que”Cristina Kirchner formaria o casal perfeito com o venezuelano Chávez”. Por bem, dentro do trio apresentador existe uma terceira pessoa, o jornalista Luiz Roberto Tizoco e esse conseguiu recolocar a discussão num mínimo de seriedade, demonstrando como que um país pode conceber ter petróleo em abundância e ter que importar o produto, além de que a “repetida insensibilidade de uma empresa privada não deve prevalecer sobre as ações do Estado”. Ufa!, respirei aliviado. Nada como opiniões divergentes, antagônicas e tudo colocado à baila, discussão franca e objetiva. Quem quis entender as razões de um e de outro, como eu, tiveram a certeza de que Cristina fez a defesa dos interesses do seu país, corajosamente e quando isso ocorre, quem sai ganhando não são os interesses de um grupo, mas de uma nação. Ponto para Cristina e para Argentina.

OBS.: Nas duas fotos, a capa de hoje do diário buenarista Pagina 12 a demonstrar como um sério órgão de imprensa reage a uma ação acertada do governo do seu país e na segunda o "Trio dos Meninos" do Informa Som, Tizoco, Simonetti e Cafeo (foto internética extraída do acervo da 94 FM).

7 comentários:

Anônimo disse...

amigo Henrique, vc sempre antenado. Veja o que ac hei e repico para ti: PASQUAL RJ

Presidente da Câmara questiona "Veja" por ser contra abertura CPMI de Cachoeira
Redação Portal IMPRENSA | 17/04/2012 11:45

No último domingo (15/4), o presidente da Câmara Marco Maia (PT-SP) publicou uma nota no site do PT questionando o motivo da Veja do último fim de semana afirmar que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o contraventor Carlinhos Cachoeira é uma cortina de fumaça.

“Afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI?”, disse o deputado no comunicado.


Segundo o portal Rede Brasil Atual, Maia entendeu que a reportagem “opinativa” partiu de um “ataque desrespeitoso e grosseiro” ao apontá-lo como um dos interessados em transformar a CPMI em uma estratégia para tirar o foco do julgamento do mensalão, que a mídia tradicional aposta que será realizado este ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


No comunicado, o presidente da Câmara lembra que a decisão foi apoiada de maneira quase unânime pelos partidos com representação no Congresso. “Não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública”, diz.

Em referência às conexões entre o diretor da sucursal de Brasília de Veja Policarpo Júnior e a quadrilha de Cachoeira, responsável por informações exclusivas fornecidas ao veículo, Maia ainda afirma "que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem”, disso.


Para o deputado, os métodos “pouco jornalísticos” dos quais se vale a revista são ruins para a consolidação da democracia e para a defesa da liberdade de imprensa. “Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja! Vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos”, diz o parlamentar.

Anônimo disse...

HENRIQUE

Esse sr, o Cafeo está cada vez mais neoliberal. Mais é até impossível. Algumas vezes é até mais realista que o rei. Defende tanto o sistema do capital, o do dinheiro a qualquer custo que el alguns momentos assusta até os que não estão acostumados a se assustarem fácil. Ouvi ontem e ele disse que se o mesmo tivesse ocorrido no Brasil, com a nossa Petrobras, nada poderíamos fazer. Quer dizer, segundo ele, os que privatizam podem tudo, sempre, da forma como bem desejam e reivindicar enquadramentode ações e atitudes nem pensar. Ao capital tudo, ao povo nada além das migalhas. Esse cara é predatório aos interesses nacionais, pois defende o do inimigo da nação. Vade retro satanás.

André Ramos

Anônimo disse...

LEVASTE UM PAU DO CAFEO HOJE PELA MANHÃ NA RÁDIO.
OUVISTE?
COMO FICAS?
G.

Mafuá do HPA disse...

Após escutar o programa e os comentários dos seus três apresentadores, enviei o texto abaixo como resposta:

"meus caros do Informa Som:

Nem sei se deveria responder, mas o faço e se acharem melhor mantenham entre muros.

O Cafeo é uma pessoa pública, expõe idéias, sua linha de pensamento e ação e merece sim, não só elogios (que ele lê em voz alta, citando a fonte) e deveria fazer com a mesma galhardia com as críticas. Assim sendo, me acho no direito de continuar citando-o na concordância (rara, por sinal) e da discordância.

Quanto ao que reproduzimos, ótimo o que ouço do Tizoco (novamente ele). Prefiro quando o fazemos seguindo várias vertentes de informação e não somente uma.

Minha posição quanto a Repsol continua a mesma. Nada é indissoluvel, nem o casamento, quanto mais um contrato, ainda mais quando uma das partes não cumpre o prometido e de forma seguida, até de confronto.

Foi citado o caso do papel argentino. Cafeo sabe e não diz isso, mas o Clarin detinha um monopólio, onde o maior beneficado com a distribuição do papel para a imprensa era ele e seus negócios. Justo isso? Prefiro o que foi feito, com o Estado mediando a distribuição de forma equitativa. Com o fim do privilégio, a grita do poderoso grupo economico da imprensa portenha. Cite, mas não deixe no ar, sem as devidas explicações.

Continuo ouvinte, pois o programa me instiga e gosto disso. Ouço não só o que gosto, nada em minha vida está pronto e acabado, como Cafeo diz, também sem me conhecer. Ouço e leio o que gosto e o que não gosto e daí tiro minhas conclusões. Peço a ele fazer o mesmo.

Acrescente algo mais para o Cafeo:
Ele insinuou que leio coisas só com a minha linha de pensamento e com uma pitada a mais, a de que esses órgãos são bancados por publicidade de uma só origem, "quando é para o seu benefício, faz vista grossa, quando é para o lado contrário, críticas". Peço a ele para, nesse caso, ser explícito e me esclarecer o que quiz dizer com isso, pois fiquei sem entender. Poderia ele dar nomes aos bois ou seria a citação mais uma retórica, bravata de quem "veio para confundir e não para explicar"?

Desculpe pela chateção, mas se sou chato, tenho comigo que o sr Cafeo também o é e assim sendo os chatos que se entendam. É o que estou tentando fazer.

Abracitos do Henrique Perazzi de Aquino"

Anônimo disse...

Editor da "Veja" assume coordenação de imprensa da campanha de Serra
Redação Portal IMPRENSA | 20/04/2012 11:30 Tweet

O jornalista Fábio Portela assumirá a coordenação de imprensa da campanha do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo, informou o portal Jornal Floripa. Portela deixa o cargo de editor de Brasil na Veja, em São Paulo.

Henrique, pesquei isso no portal da revista Imprensa agorinha apouco. "Veja" como são essas coisas, um t´pa coladinho no outro...

Pasqual - RJ

Anônimo disse...

Notícias
#VejaBandida explode na internet
19/04/2012 |
Altamiro Borges
Correio do Brasil


Roberto Civita, o dono da Editora Abril, que publica o detrito da Veja, deve estar apavorado. A hashtag #VejaBandida ficou entre os temas mais comentados no twitter mundial. No Brasil, ela ostentou durante vários minutos o primeiro lugar a partir das 20 horas. Os ativistas digitais deram um show, mostrando os podres da publicação mais direitista do país, agora escancarados com as revelações da Polícia Federal sobre as suas relações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Os grampos legais da Operação Monte Carlo revelaram que o editor-chefe da Veja, Policarpo Jr., fez mais de 200 ligações telefônicas para o mafioso. Nelas, eles combinaram como produzir “assassinatos de reputações” e como interferir nos rumos políticos do Brasil. Pior do que o mafioso Rupert Murdoch, o imperador da mídia mundial que corrompeu policiais e políticos no Reino Unido, a publicação da famiglia Civita manteve intimas relações com o crime organizado.

CPI deve convocar Bob Civita

Na rede mundial de computadores, os internautas deram o troco contra a revista mafiosa. Antes mesmo do horário combinado para o protesto virtual contra a Veja, a hashtag já estava entre no quinto-lugar entre os assuntos mais comentados da internet – no Trending Topics. Depois das 20 horas, ele ficou em primeiro lugar na lista nacional e foi parar entre os dez mais dos TT´s mundiais.

Os deputados federais e senadores que finalmente aprovaram a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mista, sobre os crimes da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, deveriam ficar atentos aos protestos na internet. Não dá para abafar as denúncias que envolvem a revista Veja. Qualquer tentativa de livrar a cara de Bob Civita será repudiada pelos setores organizados da sociedade brasileira, que não aceitam mais as manipulações da ditadura midiática.



Essa eu achei no site do FNDC - prof. Dino Magnoni

Anônimo disse...

Globo, Abril e Folha se unem contra CPI da mídia
[image: Globo, Abril e Folha se unem contra CPI da mídia]*Foto:
Folhapress_Divulgação*
PRINCIPAIS GRUPOS DE COMUNICAÇÃO FECHAM PACTO DE NÃO AGRESSÃO E TRANSMITEM
AO PLANALTO A MENSAGEM DE QUE PRETENDEM RETALIAR O GOVERNO SE HOUVER
QUALQUER CONVOCAÇÃO DE JORNALISTAS OU DE EMPRESÁRIOS DO SETOR; PORTA-VOZ DO
GRUPO NA COMISSÃO É O DEPUTADO MIRO TEIXEIRA; NA INGLATERRA, UM PAÍS LIVRE,
O MAGNATA RUPERT MURDOCH DEPÔS ONTEM

27 deAbril de 2012 às 05:19

*247–* Há exatamente uma semana, o 247 revelou com exclusividade que o
executivo Fábio Barbosa, presidente do grupo Abril e ex-presidente da
Febraban, foi a Brasília com uma missão: impedir a convocação do chefe
Roberto Civita pela CPI sobre as atividades de Carlos Cachoeira. Jeitoso e
muito querido em Brasília, Barbosa foi bem-sucedido, até agora. Dos mais de
170 requerimentos já apresentados, não constam o nome de Civita nem do
jornalista Policarpo Júnior, ponto de ligação entre a revista Veja e o
contraventor Carlos Cachoeira. O silêncio do PT em relação ao tema também
impressiona.

Surgem,aos poucos, novas informações sobre o engavetamento da chamada “CPI
da Veja” ou “CPI da mídia”. João Roberto Marinho, da Globo,fez chegar ao
Palácio do Planalto a mensagem de que o governo seria retaliado se fossem
convocados jornalistas ou empresários de comunicação. Otávio Frias Filho,
da Folha de S. Paulo, também aderiu ao pacto de não agressão. E este grupo
já tem até um representante na CPI. Trata-se do deputado Miro Teixeira
(PDT-RJ).

Na ediçãode hoje da Folha, há até uma nota emblemática na coluna Painel,
da jornalista Vera Magalhães. Chama-se “Vacina” e diz o que segueabaixo:

“Odeputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no
artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de
testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT
tenta levar parte da mídia para o foco da investigação”.

Oargumento de Miro Teixeira é o de que jornalistas não poderão ser
forçados a quebrar o sigilo da fonte, uma garantia constitucional. Ocorre
que este sigilo já foi quebrado pelas investigações da Polícia Federal, que
revelaram mais de 200 ligações entre Policarpo Júnior e Carlos Cachoeira.
Além disso, vários países discutem se o sigilo da fonte pode ser usado como
biombo para a proteção de crimes, como a realização de grampos ilegais.

*Inglaterra,um país livre*

Pessoasque acompanham o caso de perto estão convencidas de que Civita e
Policarpo só serão convocados se algum veículo da mídia tradicional decidir
publicar detalhes do relacionamento entre Veja e Cachoeira. Avalia-se, nos
grandes veículos, que a chamada blogosfera ainda não tem força suficiente
para mover a opinião pública e pressionar os parlamentares. Talvez seja
verdade, mas, dias atrás, a hashtag #vejabandida se tornou o assunto mais
comentado do Twitter no mundo.

Umindício do pacto de não agressão diz respeito à forma como veículos
tradicionais de comunicação noticiaram nesta manhã o depoimento de Rupert
Murdoch, no parlamento inglês. Sim, Murdoch foi forçado a depor numa CPI na
Inglaterra – não na Venezuela – para se explicar sobre a prática degrampos
ilegais publicados pelo jornal News of the World. Nenhum jornalista, nem
mesmo funcionário de Murdoch, levantou argumentos de um possível
cerceamento à liberdade de expressão. Afinal, como todos sabem, a
Inglaterra é um país livre.

O Brasilse vê hoje diante de uma encruzilhada: ou opta pela liberdade ou
se submete ao coronelismo midiático.

__._,_.___

EideBarbosa
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