quinta-feira, 13 de novembro de 2014

DICAS (128)


DUAS QUESTÕES DE BAURU: OS LEITORES DE RUA E OS PELADOS DE RUA


Questão 1 – Permaneci por quatro horas ontem aguardando atendimento médico na UPA do Mary Dota, das 16 às 20h e lá uma triste constatação. Aproveitei para colocar todas as leituras em dia (Carta Capital, Piauí, jornais e um livro de quadrinhos) e com aquelas instalações mais que lotadas, só eu lendo. Não vi mais ninguém com nada nas mãos nesse sentido (teclando celulares vi aos borbotões). Causo espanto até porque não consigo mais ler sem minha caneta marca texto e fazia uso dela a todo instante. Sou daqueles não conseguindo mais permanecer em qualquer lugar onde tenha que esperar sem nada para ler. Querer me ver impaciente é estar em qualquer lugar, seja ele qual for e ter esquecido algo para leitura. Isso me deixa deverasmente incomodado. Não existe nada melhor do que passar o tempo enfronhado numa boa leitura, daí até consigo permanecer numa longa espera como ontem. Leio muito no trono banheiral, leio enquanto faço minha fisioterapia, leio na fila do banco, leio nos engarrafamentos de trânsito, leio na cama antes de dormir e acordo no meio da noite para ler. Leio enquanto meu computador resolve pensar e não abre a tela. Leio em toda e qualquer sala de espera. Leio até andando. Estacionei o carro essa semana e fui caminhando lendo até o banco. Leio vendo TV, um olho no gato outro no rato. Leio no ônibus, no trem, no avião e em qualquer meio de transporte. Só não leio fazendo sexo, tomando banho e dirigindo (já o fiz). O Valtinho lá da Cultura, espalhador de livros em bancas cidade afora precisa pensar nas salas de espera do PS e das UPAs, pois o que tinha lá para ler era só algo com fundamento religioso e diversificar é salutar em tudo. Todo lugar onde existe possibilidade de prolongadas esperas deveria ter livros e revistas à disposição.Sugerir isso para as pessoas é tudo de bom.


Questão 2 – Está pipocando por Porto Alegre, lá no Rio Grande do Sul mulheres saindo peladas pelas ruas e cada uma tendo lá um motivo só seu. Uma começou alegando uma coisa, outra foi na cola e assim por diante. Protesto, querer mostrar a beleza dos seus corpos e algo ainda sendo entendido disso tudo. Hoje, muito mais que décadas atrás, com essa loucura de máquinas fotográficas instantâneas, as fotos pipocam de tudo quanto é jeito e maneira, principalmente pelas redes sociais. Foi inevitável a lembrança de algo ocorrido aqui em Bauru na década de 70, registrado pelas páginas do Diário de Bauru, acho que pelas lentes do fotógrafo Pedro Romualdo e tendo como um dos intrépidos participantes o ainda efervescente Sérgio Baracat, o passeio pelas ruas centrais da cidade totalmente pelados e em plena ditadura militar. Tenho vaga lembrança de ter ligo algo a respeito, mas resgatar isso nesse momento seria mais do que interessante. Até para fazer um contraponto do ocorrendo hoje, como ocorre e da forma como ocorreu num passado já distante de nossa história. Muitos não gostariam de ver seus nomes vinculados aquele passeio e protesto, mas outros não teriam nenhum problema em fazê-lo. O que acho salutar nesse momento é mostrar que esse tipo de ação não é novidade e que, quando os tempos estavam realmente duros, ditadura em plena atividade, alguns foram mais ousados. Como pouca coisa está registrado nos anais (sic) da história bauruense, acho que seus protagonistas poderiam vir a público e se não reviver, pelo menos contar para os de hoje o que já foi feito bem lá atrás. Isso ajudaria a vergar um pouco mais a hipocrisia reinante nos tempos atuais.

OBS.: As fotos são meramente ilustrativas e foram gileteadas via facebook.


É HOJE, ESSA É PARA OS PÉ DE VALSAS DE PLANTÃO... VAMOS?
Começa hoje o I CONCURSO DE DANÇA DE SALÃO MADE IN BRAZIL E KANANGA DO ALEMÃO.A iniciativa é da Cleusa Madruga, a intrépida cara metade do Alemão, o do grupo regional mais eclético dessa cidade, o Kananga do Alemão. O pontapé inicial será hoje lá no Made In Brazil, a casa localizada numa das mais movimentadas esquinas da Nações Unidas, ali pertinho do Obeid Plaza. A casa está aberta ao público desde às 19h, mas o pega pra capar entre os inscritos e os que irão ainda se inscrever começa mesmo por volta das 21h30, fervendo o salão daquele jeito que os amantes da boa música gostam mesmo lá por volta das 22h e indo até o arroz secar ou a polícia decretar o seu fechamento.

A dança será a de estilo livre, samba, mas só com apresentações de casais. No restante do tempo, com o Kananga tocando, todos no salão e fazendo da noite algo incontrolável. Hoje é a primeira apresentação e a duração do concurso vai depender dos acontecimentos e do desenrolar das noitadas de gafieira pura e original.Os troféus serão em número de três, por ondem de classificação e um último, o quarto sendo entregue para o Casal Simpatia. Essa uma forma de juntar gente que gosta de sambar na casa que mais consegue reunir adeptos do verdadeiro samba. Quem já foi conhece e sabe muito bem do que estou falando e quem nunca foi, não sabe o que está perdendo.


Tem algo mais. Cleusa sabe que sou meio travadão nessas coisas de dançar, mas admiro demais da conta os que assim o fazem. Daí me surpreendeu com um irrecusável convite para ser jurado. Vejam quem são os jurados da contenda: Edson Halligalli,Alexandra Ayello,Roberto General, Eulália Nunes de Almeida (Rainha da 3ª Idade) e eu,o HPA. O convite está feito e estendido para todas e todos que queiram estar no lugar mais movimentado das noites de quinta.

Vamos??? A casa vai ser pequena para abrigar tanta gente com espírito dançante e querendo botar o bloco na rua.

2 comentários:

Anônimo disse...

Assim como rir, ler também nos cura de males, inclusive, do mais nocivo, a ignorância, que nestes dias pós eleições pipocam na rede.Quanto aos hipócritas, torço p que um dia aprendam a ler!

Marcia Pestana Mota

Anônimo disse...

Henrique

Essa história dos pelados na Batista durante o período militar é conhecida de muitos, mas percebo que com o passar dos anos, muitos também querem que a mesma seja esquecida. Seria um belo de um trabalho de resgate histórico das transgressões todas daqueles jovens, que ousavam muito mais do que os de hoje. Lembro dessa matéria do JC, com algumas fotos publicadas e acho, se não me esqueço, o próprio jornal fez uma matéria anos depois sobre o feito. Os autores daquela façanha é que deveriam se pronunciar e contarem os detalhes daquilo tudo. Sei o nome de alguns, mas nem de todos e nem sei se posso revelar. Acho que o melhor é me manter quieta.

Bela lembrança.

Aurora