SE OPONDO AO TAL "NEGÓCIO DE FAMÍLIA"Está em curso algo que, pelo visto, nem o Mandalitti, o prócer peemedebista percebeu: Suélen já escolheu quem será sua candidata à lhe suceder na Prefeitura de Bauru. A pessoa escolhida - ou seria ungida? -, pelo visto, não seria nem mesmo seu futuro marido e sim, a mãe. Simples assim. É isso que queremos para Bauru? O texto aqui compartilhado discorre sobre o que está em curso:
Mãe e filha são duas faces da mesma moeda — uma moeda que gira em torno de interesses pessoais, não do povo. Enquanto Bauru enfrenta problemas sérios, Suéllen age como se estivesse jogando um jogo de poder com o dinheiro e a estrutura pública.
A cidade não é herança de família. O povo de Bauru merece respeito, não um projeto autoritário travestido de gestão. É hora de dizer não ao nepotismo, à manipulação e ao plano de transformar a política em negócio de família", Marlon Salvatti, do Bauru Cidade Sem Limites.
Assim como, mesmo sendo todos bolsonaristas, encontraram um meio de levar o vereador Eduardo Borgo ao cadafalso, prestes a ser guilhotinado. O próximo da vez, poderia muito bem ser o Loka. Vozes caladas, contidas ou anuladas, sinal de caminho mais tranquilo, livre para prosseguirem em frente. Vozes dissonantes são um problema. Borgo, como até as pedras do reino mineral sabem, negacionista de ocasião, esbraveja contra o que representa a alcaide, mas no mais, comunga de tudo, inclusive da bestialidade patrocinada pelo governador Tarcísio. Farinhas do mesmo saco, porém, no quesito poder público municipal, alguma discordância. Sem acordo entre as partes - pelo menos no que se sabe -, já demonstraram que sua cassação pode muito bem acontecer. Com Lokadora, a primeira sinalização. Ele que tome todo cuidado deste mundo, pois sendo carta fora do baralho, com quem mais poderíamos contar para fazer algum tipo de oposição para a atual administração?
O tal do 17 x 4 tende a se ampliar com o andar da carruagem. Loka vota junto de todos por lá quando o quesito é o conservadorismo e seria muito mais interessante se conseguisse de desligar deste partido de ultradireita, aliando-se a algum mais palatável, porém, como isso não acontecerá, na qualidade de opositor pontual, perseguição à vista. Recomendo muito sal grosso jogado por onde passe, cercando seus caminhos.
e pra completar algo da lavra de Fernando Redondo
SE CUIDA, LOKADORA, ELES TE QUEREM NÃO SÓ CONTIDO, MAS CASSADOEm Bauru, o crime agora é… ajudar.Num município onde pacientes agonizam em corredores de UPAs, onde exames viram lenda e diagnósticos vêm tarde demais, o verdadeiro escândalo, vejam só, não é a ausência de leitos — é a presença de quem tenta garantir um.
A diretora do DRS-6, Fabíola Yamamoto, decidiu oficializar uma denúncia contra o vereador Júnior Lokadora. O motivo? Ele estaria custeando ações judiciais para internar pacientes abandonados pelo próprio sistema de saúde pública. Tudo isso de forma gratuita, por meio de sua assessora jurídica. Isso mesmo: o erro, segundo a denúncia, foi ajudar quem o governo deixou para morrer.
E como reagiu o presidente da Câmara, Marcos de Souza?
Fez o que políticos acomodados fazem diante de qualquer denúncia — não se posicionou, apenas despachou: encaminhou o caso à Procuradoria do Legislativo, como quem lava as mãos antes mesmo de sujá-las.
Enquanto isso, o Ministério Público segue em discreto recolhimento, como se observar à distância fosse mais prudente do que enfrentar a crise de frente. E o governo Tarcísio, que reorganizou o sistema regional de saúde com cortes e deslocamentos de responsabilidades, ainda não apresentou respostas proporcionais à gravidade do cenário — talvez porque o governador esteja ocupado demais com seu projeto privatista, onde tudo, de trem a torneira, parece pronto para ser leiloado ao setor privado. O resultado? Quem ousa intervir para aliviar o sofrimento alheio é que acaba no centro da controvérsia.A denúncia da diretora do DRS-6, Fabíola Yamamoto? Que essas ações são propostas por uma assessora do vereador, que, vejam só, também é advogada. E que presta esse serviço gratuitamente. Sim, isso mesmo: alguém está sendo denunciado por ajudar os doentes a não morrerem à míngua, coisa que o Estado não está conseguindo fazer. Não se sabe se a gravidade da acusação está no "custeio", na "assessora" ou no "ter sucesso".
Lokadora respondeu com indignação, como era de se esperar: "Fui o vereador que mais brigou pela saúde nesses últimos quatro anos". A crítica parece vir de quem mais incomoda — e nada mais tradicional em terras onde o poder público falha do que atacar quem tenta suprir sua ausência.
Mas não estamos sós nesse enredo tragicômico. Lembremos do caso Eduardo Borgo (Novo), perseguido na Câmara por ousar ser uma oposição ruidosa ao governo Suéllen Rosim. No rastro de suas denúncias, veio o rolo compressor da Comissão Processante, como se xingar em plenário — prática infelizmente corriqueira — fosse mais grave do que abandonar escolas, não dar clareza a contratos e não abrir para discusão projetos e licitações.
A ironia está posta: o vereador que luta para conseguir vaga em UTI para quem está morrendo, vira alvo. O vereador que denuncia contratos suspeitos, é investigado. Já os que assistem de camarote à derrocada do SUS municipal, esses continuam impolutos, contemplativos e sorridentes em fotos de solenidades.
Enquanto isso, Bauru padece: filas de espera que beiram o cômico (se não fossem trágicas), vagas de internação inexistentes, exames especializados com espera de anos — e agora, até a judicialização da saúde virou algo "suspeito". Não se investiga a falta de leitos, a gestão dos hospitais, o sumiço das verbas. Investiga-se quem tenta resolver o que o Estado abandonou.
A crítica não é à vigilância sobre a atuação parlamentar — ela é necessária. O que não se pode aceitar é esse moralismo disfarçado de zelo da presidência da Câmara Legislativa, que se presta a desviar o foco do essencial: a saúde pública de Bauru virou caso de emergência ética, não apenas clínica.
Se Lokadora está errado, que se prove — mas que se investigue com o mesmo ímpeto quem deixa pacientes morrerem esperando vagas. O problema não é quem briga por um leito. O problema é quem governa como se cama de hospital fosse luxo, e não direito.
Em Bauru, 2025, a doença tem fila, o remédio tem senha, e a ajuda virou alvo de ofício.
Fernando Redondo / Jornalismo Independente
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