domingo, 4 de novembro de 2007

UM AMIGO DO PEITO (3)

TITO MADI

Conheci Tito Madi por intermédio de meus amigos de Pirajuí. Já o havia visto em shows quando estive no Rio. Lembro-me de um lá no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, num Seis e Meia, ao lado de Claudete Soares. Inesquecível, tanto que comprei um CD dele no ato e guardo como recordação, com dedicatória e tudo. Isso já se vão mais de uns 12 anos.
No Sesc de Bauru, há uns 4 anos atrás tive o prazer de levar meu filho e junto com Marcelo Pavanato bater um longo papo ao final do show. Já publicávamos juntos uns textos nossos lá n'O Alfinete. A partir desse primeiro encontro não paramos mais de trocar figurinhas. Fui até Pirajuí logo a seguir numa bela e justa homenagem que sua cidade natal lhe fez, com direito a baile e tudo. Foi uma noite daquelas inesquecíveis e Tito bastante emocionado, como sempre que se apresenta em Pirajuí. Logo a seguir, eu já na Secretaria de Cultura de Bauru, conseguimos trazer Tito no Automóvel Clube, quando ele aceitou cantar pela bilheteria, tudo pela amizade e o amor pela cidade. Preparamos um grande surpresa com um coral local adentrando o salão e cantando uma música sua. Tito quase teve um troço. Foi linda a festa e a casa estava literalmente cheia. Conheci também seus amigos próximos (Francisco Bonadio), os músicos (Haroldo Godfarb) que o acompanham e deles também fiquei amigo.

Quando o Alameda Quality se instalou em Bauru, queriam trazer um grande nome para incrementar o Beff Strett. Sugeri a eles o nome de Tito e tudo deu certo. Ele veio justamente no dia da eleição de Lula ao segundo turno, no horário do almoço e a casa bombou, lotou e muita gente ficou de fora. Depois disso, fiquei por duas vezes hospedado em seu apartamento de Copacabana. Trocar idéias com Tito, naquelas horas em que ele está com tempo livre, no recesso de seu lar é algo inesquecível, pois ele nunca deixou de ser uma espécie de memória viva da nossa música. Confabulamos muito sobre algo que ele e meu pai têm em comum, uma diabete que os atormentam. No começo desse ano, quando fiquei sabendo que a rede de supermercados carioca Zona Sul, havia usado um dos seus maiores sucessos, o Balanço Zona Sul para uma publicidade, tendo como cantor o Simoninha (numa homenagem ao pai, Wilson Simonal), fiquei radiante de alegria, ainda mais pela versão ter virado um hit no verão carioca.
Da última vez me mostrou um velho caderno, já um tanto amarelado, só com letras de músicas, quase todas inéditas, feitas em sua maioria com Paulo César Pinheiro. Ele me confidenciou que gostaria muito de vê-las gravadas na voz de Nana Caymmi. Ouvi algumas dessas preciosidades, com ele ao teclado, naquela voz suave e única. Em todos os momentos estivemos acompanhados de alguém muito especial, a dálmata Amanda, de quem Tito possui um carinho muito especial.
Hoje, morro de saudades do distanciamento. O corre-corre nos distancia, pois nem ao Rio estou indo mais com a frequência de antes. Ligo de vez em quando, escrevo com certa regularidade e o leio todas as vezes que escreve para O Alfinete. Tito é uma rara pessoa e ele nem imagina o quanto me fez bem privar de uma certa proximidade. Agora mesmo, enquanto escrevo, roda na vitrolinha ao meu lado um dos seus CDs e o espaço desse meu mafuá se enche de harmonia, com a irradiação de sua marcante voz.

Tito é Tito, único em tudo que faz. Ser seu amigo, para mim, é algo que só me traz orgulho.
OBS.: As fotos foram tiradas por meu filho, em janeiro desse ano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tito mora no coração de toda essa cidade.
Pessoal de Pirajuí

Anônimo disse...

Henrique, há anos te conheço!
Sempre soube o quanto importante é para você, esse seu "mafuá".
Que bom que agora, todos nós, poderemos compartilhar das suas escritas e pensamentos, atráves do seu blogger.
Parabéns!
AC Pavanato