quarta-feira, 2 de abril de 2008

UMA ALFINETADA (23)
Mal chego de viagem escrevo na correria um texto para ser publicado na edição de sábado passado d'O ALFINETE. Na correria saiu isso aí.

A UNIDADE LATINO-AMERICANA
Volto de uma longa viagem de férias, onde por quase 20 dias estive praticamente ausente de tudo o que aconteceu no Brasil. Não resisto à tentação e já na viagem de volta compro revistas e jornais e algo me chama muito a atenção. Foi sobre o encontro dos presidentes, Lula, doBrasil e Chávez, da Venezuela, em Pernambuco, tratando da parceria para a construção de uma refinaria de petróleo naquele estado. Na fala dos dois presidentes percebi o quanto ainda somos dependentes e precisamos deixar de sê-lo. Ambos demonstraram por A + B que se os países latinos estiverem unidos, serão auto-suficientes em quase tudo e abolirão uma dependência de mais de um século ao império norte-americano.


Explico melhor a fala deles. O Equador possui petróleo e tudo o que extrai é exportado ainda na forma bruta, como óleo, principalmente para os EUA. O Equador precisa de petróleo refinado e acaba comprando pronto para seu consumo, justamente do país que vende bruto. Uma incoerência comercial, que o faz perder muito dinheiro. Quem tem uma firma sabe muito bem do que estou falando. Hoje, o Equador, com o apoio do Mercosul está construindo a sua própria refinaria e não precisará mais comprar gasolina de fora. É claro que quem lhe vende não está gostando nem um pouco dessa história, mas terá que engolir a nova situação.


Esse caso do Equador eu utilizo para todos os demais países do Mercosul e da América Latina, que atuando como um bloco sólido e unido, uns ajudando os outros, seríamos auto-suficientes em tudo, não necessitando mais ser explorado por ninguém. Temos grandes reservas petrolíferas, de gás e uma inesgotável biodiversidade. E o que seria necessário para a implantação disso tudo? Bastaria que nós, latinos estivéssemos unidos, defendendo os nossos interesses. Se eu tenho umnegócio, eu procuro sempre fazer o melhor, buscando melhores condições, crescendo e se fortalecendo. É o mínimo que podemos esperar de todos os governantes latinos: união de interesses comuns. Unidos seremos imbatíveis e poderosos para negociar e prosperar. Desunidos vamos continuar nas mãos do país todo-poderoso, aquele que pensa nos seus interesses e não nos nossos.


Henrique Perazzi de Aquino, 47 anos, pregando um velho ditado: a união faz a força.

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