segunda-feira, 13 de setembro de 2010

BAURU POR AÍ (44)

XIV REVELANDO SÃO PAULO - VERSÃO PAULISTANA - PARTICIPAÇÃO BAURUENSE
No último domingo, 12/09 estive na capital e lá fui visitar à XIV Exposição Revelando SP, que por dois anos consecutivos também aportou por Bauru. Esse ano, pela primeira vez sai do Parque da Água Branca e vai para o Parque do Trote, maior, mas com aspecto não tão conservado como o anterior. O que presencio é uma total aceitação e interação do público paulistano com as variadas demonstrações culturais do estado ali representadas. Vindo de metrô, nas estações Santana e Carandiru, ônibus fácil, mas não gratuito como divulgado. Logo na entrada um imenso palco e atrações variadas sendo a cada momento renovadas. Dou de cara com um bela manifestação latina, uma dança boliviana com todos eles engravatados e sorridentes. Percorro o parque todo a observar e tentar localizar o pessoal a representar Bauru.

Dou de cara com algo inacreditável. Nosso mais famoso artesão, Chico Cardoso, morador do Gasparini, que está no Revelando desde quase seu início está localizado numa área externa dos demais expositores e sem uma identificação que indique ser de Bauru (improvisou com caneta bic, num cartaz de papelão de caixa de mercado, a inscrição com o nome da cidade), o que faz, sua especialidade, essas coisas. Ao seu lado, outro grande de Bauru, João Gomes, do Espaço de Arte Broto Novo, com seus móveis feitos de tronco de árvores. Esse, até entendo estar afastado, pois ocupa muito espaço e não teria como permanecer dentro de um pequeno stand, mas Chico e suas miniaturas é algo que não consigo compreender. É como se todos os outros estivessem na Av. Paulista e ele, com nosso trabalho de maior visibilidade estivesse numa avenida transversal, pegando as sobras do que escapa da maior.

Percorro a exposição, com o artesanato de muitas cidades tendo um destaque todo especial, com folhetos coloridos, banners variados e gente com um texto afiado na ponta da língua a falar de sua terra. Encontro o de Bauru e o que vejo é algo existente aos borbotões estado afora, toalhas, tapetes e guardanapos. Não menosprezo isso, valorizo tudo, mas saliento que as três representantes da cidade não poderiam se isolar e deixar de trazer para junto delas o Chico com seus trenzinhos. É lindo vê-lo montando as miniaturas ali, ao vivo e a cores. Faltou muita sensibilidade. Quem perde é Bauru, pois o stand com o nome da cidade passa batido no meio dos demais. Do lado de fora, Chico nem conseguiu colocar seu banner (isso até o final do domingo, terceiro dia do evento), que ficou exposto do outro lado, junto ao trabalho dos móveis.

Na sala da direção reencontro Toninho Macedo, coordenador geral, demonstrando cansaço pela exaustão do intenso trabalho na nova casa, me diz que cuidará pessoalmente disso na segunda (eles estarão por lá até o próximo domingo, dia 19/09). Acredito nisso, pois Chico não pode continuar com uma plaquinha de papelão a indicar o nome da cidade (se o prefeito Rodrigo visse isso, faria ele mesmo uma nova ali no ato, além da vergonha). Continuo a caminhar e mais dois lugares a destacar, um espaço dedicado só para o artesanto indígena, com muitos deles desfilando entre os presentes e a bela praça de alimentação, com comidas típicas de todo o estado. Foi um grande prazer reencontrar as senhorinhas de Dois Córregos, da Goiabada Cascão, feitas num sítio. Elas, assim como todos os demais devidamente dentro de barracas com identificação, coisa bonita e de fácil localização. Só nosso Chico, o artesão que todas as vezes que alguém da Prefeitura, das várias secretarias precisam de algo para reverenciar Bauru, correm para sua casa a emprestar trens e coisas bonitas de serem vistas. Agora, na hora dele representar Bauru, fica encostado num canto e Bauru mostrando somente tolhas e guardanapos. Mas ele não reclama, está tudo bem, pois sabe do seu valor e continua vendendo tudo o que leva. Volta sempre com suas caixas vazias. Mas algo precisaria ser feito, tanto no sentido de mostrar Bauru de um outra forma, mais adequada e com uma retaguarda mais condizente com a grandeza do evento. A outra novidade, essa péssima, é que Bauru não irá abrigar o evento deste ano e se nada for feito, nem nos próximos anos. Os motivos são de fácil identificação e não quero ser passado aqui por fofoqueiro, mas para desvendá-los não se faz necessário nenhum trabalho digno de Sherlock.

3 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Voce sabe, estou fora de Bauru quase vinte anos, não quero me ater nas questões da cidade.

Quero dar um pitaco em outra coisa, uma envolvendo o Parque Água Branca onde antes era realizado o Revelando São Paulo, que tantas vezes fui lá presenciar.

O desse ano foi removido porque está todo em obras, em algo constrangedor para os moradores da região acostumados ao parque cheio de verde e de vida. Tudo lá, dizem foi autorizado pelo órgão de tombamento do estado, mas dá para perceber a descaracterização só de passar pela rua. O governo do estado e a Prefeitura Municipal demonstrando sua insensibilidade, como acontece com o Chico lá dentro da exposição, se mostra indiferente e derruba tudo.

nem sei se o revelando volta um dia para o Água Branca. Uma pena.

Daniel Carbone

Anônimo disse...

FOI TUDO POR AGUA ABAIXO,ALGO DE RUIM FOI REVELADO,CULTURA PRA ESSE GOVERNO DE TUCANO SE RESUME NA BIBLIOTECA DO FHC. LAZARO CARNEIRO

Anônimo disse...

HENRIQUE

Voce trabalhou aqui e sabe o quanto todos daqui admiramos o trabalho do seu Chico.

Todos os anos ele tem ido para o Revelando, mas outros também querem e isso é sempre um problema. Resolver isso a contento é sempre muito trabalhoso. Nem todos possuem o jeito sociável quando atuando coletivamente.

O Chico possui um banner, as três não. Cadê o dele? Voce diz que está junto do local onde o seu João está espondo. Por que? Teria que estar com ele, junto ao trabalho dele. É muito bonito, uma foto com os trilhos da ferrovia, representando bem Bauru. Se ele está lá desde quinta, quando a Prefeitura o levou, não entendo porque até no domingo não conseguiu deslocar um banner de um lugar para outro, tendo que improvisar num papelão escrito a caneta bic.

Sabe como é, ensinamos a pescar, mas não damos o peixe. E lá, a organização também pode auxiliar ele a contento. Basta procurar, mostrar a deficiência encontrada que tudo seria sanado. Acredito que ocorreu mais falha do Chico do que de outra pessoa ou da propria organização do evento.

São coisas que não deveriam acontecer. Também acho que Bauru poderia preparar melhor a ida para esse evento, com material promocional específico. Talvez cutucadas como essas agilizem tudo para os próximos anos. Entendemos a crítica e achamos que ela pode até nos ajudar.

Só não posso dizer meu nome, pois não tenho autorização para tanto.