quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DICA (83)

HERÁLDICA EM BAURU PARA DAR E, PRINCIPALMENTE VENDER – MULTIFEIRA NA LUSO
Na quadra coberta da Associação Luso Brasileira (a mesma que será demolida no começo do ano e onde o Bauru Basquete manda seus jogos) um evento internacional, uma MULTIFEIRA INTERNACIONAL (Artesanato de 22 países e 12 estados brasileiros), com expositores advindos de lugares variados do planeta, desde Tunísia, Egito, partes da África, Peru, Palestina, etc e também alguns outos do Brasil, como uma imensa banca com produtos indígenas (ouçam meu apito Pataxó – piuííííííí´). O lugar é convidativo, revira os olhos de pessoas que gostam desse intercâmbio entre os povos. Viajo nesses lugares e sempre acabo por me concentrar num, o que gosto mais. Já estive nessapor duas vezes na semana e a Feira continua até o próximo domingo, 09/10, das 15 às 22h.

É que tive a grata surpresa de reencontrar um casal de conhecidos, de mais de vinte anos, o chileno Patrício Lagos Lilo, que juntou as sílabas de cada nome e é mais conhecido como PALALI e sua esposa, a ELISA, descendente de japoneses. Uma mistura a inebriar os visitantes da feira, Chile com Japão e mais ainda no que fazem uma vida inteira com a direção do INSTITUTO HERÁLDICO AMERICANO. Os conheço por causa das chancelas que mambembeio Brasil afora (meu ganha pão) e acabo conhecendo-os, os criadores de brasões. Muitos dos que o procuravam para fazer estudos sobre brasões familiares queriam ter uma chancela com a gravação do mesmo em alto relevo. Fizemos bons negócios ao longo de muitos anos, depois acabamos por dispersar-se, cada um seguindo outros rumos e o reencontro ocorreu na Feira, domingo passado à tarde.

Fiquei encantado com a estande que esse casal criou, com a diversificação dos brasões sendo revendidos nas mais inusitadas possibilidades. Ele pode ser transcrito de imediato para chaveiros, botons, pins e papéis com texto sobre cada brasão e encomendado para ser colocado em azulejos, canecas, peças de bronze e brindes variados. Não existe quem bata os olhos naquele espaço, não se encante com a visualização do Palali montando ali na hora, na presença do comprador a sua peça com o brasão familiar. Precinhos dos mais convidativos. Parei para um bate papo e sai de lá vislumbrado, pois como também faço de meu negócio algo no estilo mambembe, mascate do século XXI, interagimos em troca de experiências mútuas. Décadas atrás tudo era feito do local de trabalho deles, primeiro em Itapecerica da Serra e hoje, além do endereço na Grande São Paulo, essa nova possibilidade, levar o trabalho aos mais diferentes lugares. Estão começando nisso e pegando gosto pela coisa. Imaginem Palali modelando um brasão em bronze, como deve ser mesmo interessante apreciar esse artesão criando essas peças?

Fico encantado com quem ainda se dispõe, em pleno mundo virtual, cheio de bobeiragens outras, se predispor a contatar pessoalmente o semelhante, levar o produto até ele e dessa forma, conhecer caminhos novos, gente diferente, paladares e olfatos desconexos dos seus. Juntar o útil ao agradável. Palali vem de uma família de heráldicos, ou seja, o pai fazia isso, veio a fazer um curso de especialização no Chile e não faz outra coisa na vida, isso já a alongados 50 anos. Elisa faz o mesmo desde que sua vida trombou com a dele, 30 anos atrás. “Infelizmente ainda falta muita cultura heráldica no Brasil e assim sendo tivemos que optar por ter muita coisa simpática aos olhos do consumidor, para atrair mais a atenção. As raízes de um país vão se perdendo e meu negócio é uma espécie de resgate disso”, comenta Palali, enquanto produz uns chaveiros, com os clientes a observá-lo. Já estudamos umas parcerias futuras e mesmo com tudo o que observei na Feira, acabo de escolher o cantinho mais convidativo daquele internacional espaço encravado lá nos Altos da Cidade. Querem mais detalhes, bastam darem um pulinho lá ou acessarem o http://www.ihabrasoes.com.br/ . Conhecer pessoalmente o simpático casal é muito mais interessante do que qualquer contato internético e a oportunidade se estende somente até o domingo próximo.

OBS FINAL - OUTROS ASSUNTOS: Ontem o evento do Tributo ao Manito foi algo inenarrável, um encantamento cultural, que tento descrever aqui nos próximos dias. Amanhã por aqui um texto meu que sai hoje no Jornal da Cidade, seção "Opinião", sobre evento final semana em Bauru, o Encontro Ferroviário e uma justa homenagem. Continuo postando curtos vídeos dos músicos bauruenses, domingo passado no Encontro Anual no Aldeia Bar. Hoje o terceiro deles...

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse o verdadeiro mundo ainda a ser aproveitado. Viver pelas brechas e tirando proveito de tudo. Não existe coisa melhor. E depois criticam Cuba e sua vida bem vivida sem os sobressaltos das nações capitalistas. Goste dessas suas histórias e vou passar lá fazer o brasão de minha família.

André Ramos

Anônimo disse...

Ótimo

Essas suas histórias parecem com uma que vi ontem na TV. Um cara que tira xerox, ou seja, cópias, com uma máquina pendurada no pescoço, numa praça pública de um grande centro. Descobrir essas pessoas, todas elas rendem sempre boas histórias e eu também gosto de fazer isso aqui na minha Prudente.

Essa feira vem sempre aqui, mas nunca vi esse pessoal da heráldica.

Carlos de Biasi - professor Unesp