quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (06)

SAUDOSA MALOCA: BOTEQUIM REVIGORANTE E COM A FINA FLOR DA MPB BAURUENSE
Escrevi durante a semana quase toda somente de política aqui no blog, principalmente sobre o caso AFUNDAÇÃO e isso inquietou alguns. Um anônimo, num comentário no blog, texto de ontem me pede para “virar a página”, “trocar o disco” e mesmo informando antecipadamente que muito ainda escreverei sobre o assunto, acato a idéia. Minha amiga Rosa Barrenha, da Saúde Municipal me disse ainda agorinha de pouco que está com uma tremenda ressaca corporal, dessas após o desenlace de uma intensa batalha, corpo doído e mente idem. Sinto o mesmo e para espairecer, ontem à noite, eu e Ana Bia fomos a um dos poucos redutos em Bauru onde ainda se ouve música da mais alta qualidade. E é disso que escrevo hoje. Como já expliquei aqui em posts anteriores, certa feita um visitante questionaou sobre Bauru: “Mas o que se tem para fazer por aqui?”. E eu resolvi responder dando minhas dicas e uma delas é a que faço nesse momento.

SAUDOSA MALOCA, rua Quintino Bocaúva, bem atrás do SESI, duas quadras acima da avenida Duque de Caxias. O ESPANHOL, o proprietário possui outras casas do ramo na cidade, mas essa tem um toque mais do que especial, pois o ambiente é dos mais acolhedores, tudo relembrando uma São Paulo dos tempos do nosso maior sambista, Adoniran Barbosa. Uma decoração que nos remete a bares do passado, com lingüiça pendurada em ganchos, discos colados na parede, cardápio fixado em pontos estratégicos e escrito a giz e um amontoado de coisas juntas, desde máquinas de escrever, balanças, lampiões, etc, tudo ornamentando e dando um brilho especial ao recinto. O espaço não é dos mais grandes e isso talvez irrite alguns vizinhos ou transeuntes, pois em dias de maior movimentação, as mesas são colocadas não só na calçada, como no asfalto e o som, como ontem, invade um pouco o horário permitido.

Ontem, com um frio e vento batendo nos calcanhares, a porta de aço foi abaixada e os frequentadores amontados (até para se esquentarem), bem ao lado dos cantores que toda terça aportam por lá, o Neto no teclado e voz e a Liz (a do Aldeia Bar - maridão estava junto, o Ricardo) no vocal. Não digo que o que presencio ali nas terças é único, porque o Templo, o Jeribá, o Dedo de Moça, o Luna, o SESC possuem programação quase idêntica, mas são poucos os que ainda conseguem manter uma MPB à moda antiga dentro de sua programação. E o Saudosa às terças com a dupla já virou rotina, é ótimo e mesmo com um repertório com pouca alteração, tudo parece ser renovado a cada semana. Um teclado suave e a voz da Liz ecoando no meio da balbúrdia. É lugar para levar não só os amigos, mas os pais, sogra, filhos e todos os que passam pela cidade e clamam por algo diferente, a fugir da trivialidade. A comidinha é boa, honesta e o preço idem. Dia desses saímos no meio da semana e o Espanhol estava fazendo um bobó na moranga, tudo armado e não resistimos, nos incluimos na comilança, de “endoidecer gente sã” e com um preço que inexiste.

Posso ser suspeito para falar, por ser chegado do Espanhol, por gostar desses ambientes, por me sentir bem numa casa com uma música diferenciada e de qualidade, pela comida legal, pelo atendimento do garçon, o seu Antonio, gente de fino trato, pelos amigos que lá revejo, pelos momentos de arejamento que aquilo tudo me possibilita, se existem alguns defeitos, não os consigo enxergar (minha míopia é grau 5), pois na junção de tudo, o lucro no interior do ser humano é incomensurável. Prefiro esses dias do meio da semana, menos agitados, sem aquele pessoal atravessando a rua com garrafas na mão, pois mais intimistas, são mais instigantes para aproximações e papos. Esse botequim é do “balacobaco”. Sem tirar nem por, um que indico para todos e se possível, venham na terça, pois curtir a dupla é “supimpa”, além de em certos dias contar com participações mais do que especiais, como do músico Norba Motta, que ontem foi bebericar algo, rever pessoas, mas ficou com comichão e deu uma longa e inebriante canja. Foi assim que me desestressei depois dos embates lá na Câmara na segunda. Tô quase pronto para o reínicio das muitas batalhas, embates e trombadas que virão pela frente, bateria recarregada e energias recompostas. Um bom botequim me propicia isso. Um brinde a todos (as), com a interpretação da dupla em "Latin Lovers", de João Bosco e Aldir Blanc.

A DICA DE HOJE, 19/10 É: Templo Bar, 20h30, show com uma trinca de responsa, o violeiro Levi Ramiro, a cantora de folk Manu Saghioro e o toca-tudo Norba Motta. E amanhã, 20/10, mesmo local e horário, o maestro George Vidal e Roger Pereira.

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