terça-feira, 30 de agosto de 2022

BAURU POR AÍ (207)


DEZ ANOS DA CIA ESTÁVEL DE DANÇA - UM LUXO PARA BAURU, RECONHECIDA POR MUITOS, NÃO ENTENDIDA POR ALGUNS, SEGUE GRANDIOSA, BELA E SOBERANA
Parece que foi ontem, mas na verdade, já faz dez anos. Esse sonho de Bauru ter uma companhia própria de dança se concretizou e acabou se tornando realidade. No papel ela sempre foi uma beleza, mas na realidade, sua trajetória, como tudo que é público neste país, segue seu rumo, entre ventos e tempestades. Desde o princípio, para nascer e se manter viva, sem alterações de rumo, necessitava de alguém do ramo, alguém que realmente entendesse do riscado e daí, já nasceu no rumo certo. Sivaldo Camargo a comanda desde então, com a sapiência e o conhecimento adquirido ao longo de uma vida inteira dedicada a esse assunto, tema, estudioso e sempre interessado, procurando cada vez mais estar ligado com tudo o que cerca o mundo do balé e da dança. Ela, a Cia não se verga, nem muda de lado, de estilo e formato, muiti por causa dele, alguém a defender o que faz com unhas e dentes.

Olho para trás nestes dez anos e a vejo hoje, apenas com cinco bailarinas, mas resistindo, insistindo e persistindo, prosseguindo assim mesmo, dando murros em ponta de faca, mas sempre presente, atuante e sem esmorecer. Bravo guerreiro, ele sabe que, tudo nessa vida e dentro de onde atua, são momentos. Administrações passam, mas seu trabalho e a Cia precisa e necessita continuar. Eu acompanho junto de minha companheira Ana Bia Andrade isso tudo e desde o princípío. Sei do esforço e da garra, do brio como defende seu trabalho, quem lá já esteve ou está no momento. Quinta vamos estar novamente com ele, aplaudindo e lhe rendendo os louros merecidos, pois não é fácil fazer o que danado faz, cavando possibilidades e desfraldando por onde ande essa bandeira de um trabalho digno e altamente profissdional, respeitado por quem é do meio, mas ainda nem tanto como merecia por muitos detratores da Cultura. Ele segue, nós seguimos, enfrentando nossos dragões e moinhos a cada dia, pois a vida foi feita pra ser vivida, os embates para serem enfrentados, sempre acreditando que, DIAS MELHORES VIRÃO. Temos que apostar nisso, pois do contrário entregaríamos o jogo antes da partida terminar e ela não terminou. Muita água passará ainda por debaixo dessa ponte. Essa Cia de Dança vai longe, como o empenho de Siva, como o chamo, dileto amigo. Somos adeptos, leitores e seguidores de gente como Mário Quintana, que um dia diante das adversidades disse e aqui repito: "Eles passarão, eu passarinho".

A Cia Estável de Dança de Bauru é mais que uma instiuição dessa cidade, mais que um marco, um monumento ou um símbolo. Ela é a cara da resistência que todos precisamos ter neste e em todos os momentos, enfim, RESISTIR É PRECISO. Sem luta e resistência eles vencerão e estamos aqui exatamente para impedir que a Cultura seja atropelada e se deixe levar. Ela fez, faz e fará ainda muita História nessa cidade e por onde se apresentem.

O texto abaixo é o release do espetáculo dessa quinta, 01/09, o dos 10 anos, apresentação gratuita e de gala no Teatro Municipal:

"Companhia Estável de Dança de Bauru comemora 10 anos com coreografia inédita
Apresentação terá coreografia especialmente criada para o evento assinada por Ana Bottosso
Após um período longe dos palcos da cidade, A Companhia Estável de Dança de Bauru volta a se apresentar presencialmente no próximo dia 1 de setembro, dia em que comemora 10 anos de sua estreia. A apresentação será no Teatro Municipal, com estreia de uma nova coreografia, composta especialmente para a ocasião pela coreógrafa Ana Bottosso. A entrada é gratuita.
A Companhia Estável de Dança de Bauru é um corpo artístico da Prefeitura Municipal de Bauru que tem como objetivo principal a difusão da dança, produção e circulação de espetáculos. É gerida pela Secretaria Municipal de Cultura e dirigida por Sivaldo Camargo, professor de balé, alongamento e produtor cultural. Sivaldo assina a assistência de coreografia de coreógrafos contratados para criação e é responsável pela divulgação de todas as atividades da Companhia, além da guarda dos figurinos e acessórios e documentos.
Trata-se de uma companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos de peças clássicas, modernas e obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos de renome nacional. Com uma trajetória de apresentações em diversas cidades paulistas, a Companhia Estável de Dança conquistou reconhecimento público e hoje é considerada por profissionais e críticos especializados como uma das mais importantes companhias públicas de dançla do país. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 17 mil pessoas, passando por aproximadamente 25 cidades em mais de 200 apresentações, acumulando um repertório de mais de 25 coreografias. Apenas no Teatro Municipal de Bauru, são feitas em média 20 apresentações anuais, abertas e gratuitas. Além da difusão e circulação de espetáculos, a Companhia Estável de Dança tem mais quatro vertentes de ação: a profissionalização de bailarinos, desenvolvimento de programas educativos, projetos sociais e preservaçãoda memória da dança.
“Este ano completamos dez anos de atividades permanentes e ininterruptas. A Companhia por meio de suas apresentações e projetos foi conquistando um público que se tornou parceiro e incentivador de todas as suas atividades. Sempre foi nosso foco nos aproximar da população da cidade de Bauru, participamos de muitos eventos realizados por diversos segmentos”, lembra Sivaldo. Entre os principais, estão a Semana da Consciência Negra, Semana do Idoso, Dia Internacional da Mulher, Aniversário da Cidade, Semana dos Direitos Humanos, Dia Internacional da Dança, além de apresentações em escolas públicas e universidades.
A Companhia Estável de Dança de Bauru mantém atividades diárias e ininterruptas. Os bailarinos bolsistas cumprem uma carga horária de 20 horas semanais, além de apresentações na cidade de Bauru e do estado. A Companhia trabalha durante 11 meses por ano, totalizando uma carga horária anual de 880 horas de trabalho.
Tanto trabalho só poderia render bons frutos. Ao longo dos anos, seus bailarinos participaram de eventos importantes, como o Ateliê Internacional de Dança da São Paulo Companhia de Dança, nas cidade de Piracicaba e Campos do Jordão, onde frequentaram 15 dias de aulas com mestres de vários países. “Também participamos do Curso Internacional de Férias da Faces Ocultas Cia. de Dança, da cidade de Salto. Tivemos o privilégio de receber em nossa sede vários coreógrafos para criações coreográficas e mais de 40 professores para atividades complementares como cursos, workshop palestras e vivências”, complementa Sivaldo.
Ana Bottosso
Autora da coreografia de 10 anos da Cia. Estável de Dança, Ana Bottosso é professora de dança contemporânea e balé clássico, coreógrafa e bailarina. Formou-se na PUC/SP em Ciências Sociais e atualmente desenvolve pesquisas na área de dança teatro. Começou sua trajetória aos 7 anos de idade e, posteriormente, conquistou sua profissionalização pela Royal Academy of Dancing de Londres. Trabalha com as experi
ências de dança teatro, desenvolvendo trabalhos corporais com jovens atores. Atualmente, Ana Bottosso é diretora daCompanhia de Danças de Diadema e do Projeto de Formação e Difusão em Dança deenvolvido naquele município, por meio de um programa permanente de oficinas".

Serviço: Espetáculo de 10 anos da Cia. Estável de Dança de Bauru, Dia 01 de setembro (quinta-feira) – 20h, Teatro Municipal, Entrada gratuita.

A FOME
A cena se passa bem diante dos meus olhos, aqui no campo defronte o Mafuá, entre as ruas Inconfidência e Gustavo Maciel, barrancas do rio Bauru e é a mais clara demonstração do que o insano presidente miliciano repete a todo instante: "o brasileiro não passa fome". A cena não só choca, como comove, pois a pessoa revirando o que conseguiu amealhar em suas andanças é já de certa idade, mas continua na lida, obrigada a sair pela aí, em busca de algo para comer. Ela escolheu sem querer bem no centro do campo/terreno baldio, como se estivesse no meio de um palco ou de um picadeiro, sob os olhares de tantos que passavam apressadamente em seus carros e a maioria nem a observou, mas ali naquele momento, ela tentava separar de tudo o que colheu, o servível, o alimentável. Eu estava saindo do Mafuá, quase bati o carro, abaixei a cabeça no meio da rua e me pus a pensar no que nos transformamos e no que ainda podemos continuar fazendo de insensibilidade para com estes todos, pois os que hoje comandam o País acabaram de declarar que estamos salvos, pois estamos livres da corrupção. No domingo à noite, no debate da Band, outra, uma senadora matogrossense se mostra insensível para com tudo o que foi feito tempos atrás por um governo que ousou olhar e atender anseios populares e precisou ser chamada a atenção: "você certamente não notou nada, mas sua empregada, o garçon que te atende, o motorista de seu carro, o que lhe abre o portão, essse sabe do que falo e do que precisa voltar a acontecer neste país". Se disser que estou cansado, é pouco para expressar o que sinto neste momento de minha vida e do que estou disposto a fazer para não ter e ver a continuidade deste país nas mãos desses criminosos. Ou a gente reverte isso e volta a ter um mínimo de dignidade humana para todos ou a perdição humana estará estabelecida. Cansei...

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