segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

ALGO DA INTERNET (160)


QUANDO O CARNAVAL SE APROXIMA A LADAINHA É SEMPRE A MESMA, A VERBA DA PREFEITURA PARA A FESTA - CANSADO DE ARGUMENTAR, FAÇO USO DE UMBERTO ECO
MBL espalha ladainha despropositada pela internet
Canso de repetir a cada ano a mesma coisa, porém, sempre o assunto volta à baila e a cada ano com mais insanidade, avaliações de quem desconhecem um mínimo da destinação e utilização do dinheiro público. Tudo começou neste ano com esse post:

“E sim, somos o país do carnaval e se os problemas nao terminam em pizza, terminam em samba. Mas, nossos problemas são um pouquinho mais graves, p deixarmos terminar em samba. Eu Adoro carnaval, mas não dá p apoiar uma iniciativa dessa. Temos outros prioridades na cidade e mesmo que o dinheiro venha carimbado para usar na cultura, mesmo la, tenho certeza que existem outras prioridades. Mas, é ano eleitoral, quem tem a máquina a seu favor, irá se aproveitar dela toda, quer asfalto? Tem asfalto. Quer carnaval p povo ficar feliz? Tem carnaval. Quer expo p deixar os empresários rindo? Tem expo. Enquanto isso a população so assiste a cidade se deteriorar e ouve falsas promessas de novo. #foragazzetta”.

Chovem comentários achando isso a solução para todos os problemas financeiros de Bauru. Não me seguro e como cansado estou já vou na veia: “Critico o Gazzetta num monte de coisas, mas nesse caso só elogios. Pela primeira vez um prefeito consegue antecipar a verba do Carnaval antes da festa e todos sabem que, a cidade ganha muito mais do valor investido, pois gera milhares de empregos e atrai muita gente gastando na cidade, além de ser a festa popular de maior importância no país. Só mesmo quem não entende nem um pouco de valores distribuídos para cada Secretaria de Governo consegue criticar um investimento tão bem feito. Bestiais ainda insistem em tentar acabar com as legítimas manifestações culturais do povo brasileiro. Isso faz parte do emburrecimento pelo qual o país passa nos tempos atuais”.

A saraivada, que até então era contra o Gazzetta se volta contra minha pessoa. Foram 45 comentários e aqui publico dois, a resposta da Iarinha (que não sei quem é e de um dirigente de escola de samba, os demais deixo de lado, para não fovcar levantando a bola de quem não mereça:

- “Não sou nenhuma bestial. Como disse gosto muito de carnaval, mas há outras maneiras do carnaval acontecer sem esta dependência das verbas municipais. Entendo sobre geração de trabalho informal, durante o período, mas, para os cofres municipais mesmo, volta pouca coisa, uma vez que a maioria do trabalhado gerado e informal, ou seja, pessoas que não contribuem com impostos, (sei que não são todos) mas a grande maioria é informal, o que é reflexo da falta de investimento na criação de postos de trabalho. Posso não entender de redistribuição de verbas e outras coisas, mas não me chame de bestial. O mínimo que o senhor deveria ter ao comentar postagens e respeito”, Iarinha Costa.

- “Eu como dirigente de uma agremiação carnavalesca "parabenizo" o prefeito por estar "adiantando" sua assinatura para liberação da verba coisa, que no ano passado o repasse da verba foi feito um dia antes do desfile. Li alguns comentários inclusive o do amigo aquino, e concordo em partes com seu posicionamento, mas a partir do momento que se usa palavras agressivas se perde a razão...e teve um comentário falando sobre incentivos privados acredito que isso tem que acontecer...A partir do próximo carnaval 2021 haverá uma liga Carnavalesca em Bauru onde a mesma cuidará dos assuntos relacionados ao carnaval, onde o senhor André, e os interessados poderão sentar com a diretoria da liga e juntos buscar formas de conseguir incentivos $$$ para o carnaval...já que a discussão é em cima da verba destinada ao carnaval. Acho que um movimento cultural tão rico que é o carnaval tem que se fortificar, e Bauru sendo uma das únicas cidades do interior com sambódromo tem que fazer valer isso. Tem que voltar a ser uns dos melhores carnaval do interior”, Adílio Nascimento.

Ao final de longa discussão, onde tentam me colocar na parede respondo: “Meu comentário "agressivo" se dá por ter que repetir os mesmos argumentos todos os anos. Está em curso hoje no país a ideia de destruição das atividades populares, como se com isso fosse melhorar algo no conjunto da obra. Dentro da divisão de dinheiro público dentro de uma Prefeitura, quem menos recebe sempre é a Cultura e ainda querem eliminar esse valor, como se essa importância fosse resolver tudo o mais. O planejamento não se faz acabando com algo, só para favorecer outro. A gente cansa de ficar todo ano explicando como se dá essa divisão. Cansei, não perco mais meu tempo, daí algumas vezes me excedo”.
PREFIRO ME PREPARAR PARA A FESTA

Um vem em minha defesa: “Pensamento neoliberaloide....cada um por si....o dinheiro público é sim para fomentar emprego não pra ficar dando dinheiro pra empresário corrupto....se discute 400 mil para o carnaval e se esquece dos milhões que se dão do dinheiro público a empresários canalhas...hipocrisia só isso...”, André Luiz.

O link com todos os comentários para quem tiver estômago para acompanhar está a seguir: https://www.facebook.com/iarinha.costa.54/posts/2749767408420686.

Certa feita Humberto Eco prescreveu algo sobre a internet e sua utilização. A repito por estar cada dia mais cansado de repetir sempre a mesma coisa sobre destinação de verbas públicas, o que representa o investimento no Carnaval, etc e etc. ”As redes sociais deram voz a uma legião de idiotas que antes só falavam em um bar depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a humanidade. Lá, podiam ser rapidamente silenciados. Agora, entretanto, têm o mesmo direito de falar que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis", Umberto Eco, em entrevista a La Stampa.

Estas palavras do grande escritor italiano (que nos deixou em fevereiro de 2016) podem parecem muito duras. Mas, em minha opinião, Umberto Eco tem toda razão, pois é absolutamente verdadeira a afirmação de um dos grandes males da internet foi ter dado voz a uma legião de idiotas. É claro que nesta rede há gente inteligente, de bom-senso, com magníficas contribuições à cultura e ao debate civilizado. Mas, a maioria esmagadora de seu conteúdo é um lixo. Para os mais otimistas, as redes sociais têm sido um fator de democratização de opiniões, mas o melhor mesmo é fazer como alguns amigos (cito dois deles, Jeferson Barbosa, professor aposentado da Unesp e hoje exilado em Natal RN e Marcos Resende, Comunista em Ação, militante sem facebook), pois o desencanto em alguns momentos é maior do que a esperança.

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