sexta-feira, 21 de agosto de 2020

UM LUGAR POR Aí (139)



ONDE ESTARÃO NESTE MOMENTO OS MUITOS SE REFUGIANDO DO FRIO? DESCONGELAR CONSCIÊNCIAS...
Faz frio aqui onde me encontro, muito bem guardadinho e escondido do vento que ouço, bate forte lá fora. Não ouso colocar os pés fora de casa e me sinto privilegiado por causa disto. Me compadeço com os que não podem se esquivar do frio, como faço neste momento. A onda de frio anunciada dias atrás, quando ainda estávamos com temperaturas mais altas finalmente chegou e me fizeram colocar meias nos pés. Tudo aquecido, cachecol providenciado, água quente na torneira da pia, a cabeça gira enquanto providencio o arroz do almoço. O ambiente onde vivo está protegido das intempéries todas, inclusive as financeiras. Tenho, eu e minha companheira de bunker conseguido superar as adversidades e driblar as dificuldades. A cabeça gira, pois isso que aqui desfruto não é possível para a maioria das pessoas. Tem quem se lixe para isso, mas não consigo ser assim. 

E o pessoal lá na fila no almoço na Primeiro de Agosto, esperando a distribuição das marmitex do prato a R$ 0,50, os tantos do lado de fora da Farmácia Popular, ali na rua Quinze de Novembro, vento nas orelhas, os outros tantos esperando ônibus nos tantos pontos da Rodrigues Alves. E aqueles tantos sentados nos bancos da praça Rui Barbosa e na Machado de Mello, como estarão? São tantos enfrentando o touro à unha e outro tanto os que vivem ali nas ruas, fazem de algum canto sua morada. As injustiças deste mundo onde vivemos e pouco fazemos para transformá-lo em algo mais habitável é muito cruel e no frio, mais perceptível as diferenças, pois no calor poucos morrem enquanto dormem, mas no frio não, muitos não aguentam noites como a que tivemos. 

Posto algumas fotos de amigos diletos, muitos deles trabalhando ou tendo que se expor a condição existente, seja calor ou frio. Estão pela aí, nas ruas, se desviando do vento frio, tateando pelas brechas, buscando cantos quentes, sobrevivendo. Este país, cada vez mais desigual, a tristeza se aprofunda, pois se antes existia alguma vontade pública, manifestação de proposta social, hoje não mais existe, pífia no reduto municipal, desprestigiada no estadual e inexiste no federal. Com eleições à vista, votar em quem tem atuação desmerecendo as camadas populares, os que mais precisam de atenção, eis algo pelo qual devemos estar atentos, pois com os de sempre, uma só certeza, o desprezo aos pobres, necessitados e trabalhadores de uma forma geral. Pela decisão tomada ontem na esfera federal, com congelamento - não me falem disto hoje -, dos salários até o final do ano passado, mas existem categorias onde os aumentos ocorrerão. Por que uns são mais diferentes que todos os demais?

CUMPRIR COM O DEVER É ALGO REALMENTE MUITO SÉRIO NESTE PAÍS - TEM COMO COMEÇAR TUDO DE NOVO E DO ZERO?
Isso que agora está acontecendo em Marília, se repete por todos os lugares. Quem já não encarou a maldita frase: "Sabe com quem está falando?". O policial que invade chutando a porta de uma casa num bairro qualquer nas rebarbas das mais diferentes cidades, mia baixinho - ou nem mia -, quando vai atender um chamado dentro de um condomínio fechado. Um trata como bandido, outro já chega chamando de "doutor". Isso, é claro, não vale só para o policial, mas para tudo o mais. O Brasil sempre vivenciou um estado escravocrata na sua essência. Não saímos da Casa Grande & Senzala e daí, um simples e mero vereador, servidor público, pago por nós para zelar pela coisa pública, para fiscalizar a administração municipal, não não estão mancomunados com estes e se enricando descaradamente, acabam por se apropriar de uma vestimenta autoritária, um poder que na verdade não possuem. São tantos os casos iguais a estes, ocorrendo por todos os lugares, que não apresentam mais nenhum novidade e com o advento Bolsonaro algo ainda mais pernicioso, pois estes estão se sentindo mais e mais garantidos, com costa quente para fazer o que bem entendem. Este país precisa ser reinventado, começar de novo, limpa geral, mentalidades sendo limpas por dentro e por fora, pois o grau de contaminação é tão elevado que, não serão meras eleições que irão mudar o rumo dos acontecimentos e procedimentos. Como faz pra gente começar tudo de novo, hem?

VOCÊS AINDA NÃO DESISTIRAM?
Minha gente, alguém aí já esqueceu da existência de um CONLUIO, aquelke que o Jucá disse lá atrás, quando do começo, que seria feito "com Supremo, com tudo", pois bem, pois mais denúncias que existam, por mais evidências que apareçam, sempre haverá aquele que na hora H roerá a cordas e tudo continuará como dantes. Que a thurma do Bolsonaro é barra pesada, fez tudo isso aí que dizem, disso ninguém tem a menor dúvida. Coisas escabrosas pipocam a cada novo dia e em alguns incautos ainda alguma esperança: "Dessa vez vai". Vai nada, pois o CONLUIO ainda está muito bem vigente. Sempre terá um juiz lá não sei de onde, outro do Supremo para engavetar ou adiar, o presidente da Câmara para postergar, deixar pra depois, dizer que tudo anda dentro da mais absoluta normalidade e mesmo diante da constatação mais que comprovada, tudo checado, documentos expostos ali na mesa, percam as esperanças, pois vivemos um período dos mais anormais, onde tudo e todos se aliaram para danar de vez com a nação. Pelas ditas vias normais, legais, judiciais, nada ocorrerá. De que tem adiantado as investigações terem avançado, a imprensa noticiar a cada dia tudo já estar devidamente esclarecido, quando quem ainda decide de fato neste país não querer tomar as providências. “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!” é uma frase irônica de um antigo humorista brasileiro, Stanislaw Ponte Preta, o imortal Sergio Porto, que já sabia disso bem antes deste mafuento HPA nascer. Enquanto persistir o jogo sendo jogado com os donos do poder vigente, os mesmos de antanho e de sempre, sempre teremos todas as bolas jogadas nas nossas costas. Ou façamos um revolta imensa, virando a mesa de uma vez por todos, povo nas ruas, confronto estabelecido ou vamos fazer outra coisa, aquietar o facho e mudar de assunto. Ou é na base da porrada ou nada ocorrerá. Alguma dúvida?

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