quarta-feira, 6 de julho de 2011

DICA DE LEITURA (79)

CONFISSÃO DE PÚBLICO: TÔ LENDO A NOVA “STATUS”, DIRIGIDA POR NIRLANDO BEIRÃO
Seguidor e divulgador de uma frase, a de que “boi preto só anda com boi preto”, faço uso da mesma constantemente. Aqui e agora nova utilização. Leio de tudo um pouco, mas sou criterioso até a medula no que trago para juntar-se aos muitos papéis acumulados junto a esse mafuá. Coleções e coleções de revistas, recortes de jornais e livros, muitos. Todos resistindo bravamente a ação intempestiva de cupins e traças, os maiores inimigos de tudo o que procuro guardar ao longo dos anos. Dessa forma, não me peçam para guardar, por exemplo, uma revista “veja” (letra minúscula mesmo). Não daria, pois ela representa tudo o que repudio. São tantos outros, com leitura desprezível, como a da atual Folha SP, O Globo, Playboy, Época e quase tudo o que sai da "ainda" gigante Abril. Por outro lado, garimpo nas bancas algo contendo textos de gente que admiro.

Todos sabem que compro regularmente (não seria, religiosamente?) a Carta Capital, Brasileiros, Caros Amigos e até mesmo a indefectível Piauí (essa para me certificar de até onde pode ir os que escrevem tentando se dizerem de um lado estando no outro). Na internet aprendi a ler diariamente o diário Página 12 e alguns blogs, como o Tijolaço, do Brizola Neto e o Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim. Não procuro mais, por absoluta falta de tempo disponível. Da Carta, lá encontro Mino Carta, Sérgio Lirio, Maurício Dias e outros; na Brasileiros o Ricardo Kotscho, o Hélio Campos Mello, o Alex Solnik e o Nirlando Beirão; na Caros Amigos, desde frei Beto a Fidel Castro e na Piauí, ninguém em especial, mas a leio somente para, cada vez mais, aumentar meu estado irritativo. No resto da imprensa, vou sempre em busca de nomes dos quais admiro. Por exemplo, sabendo ter um texto do Eduardo Galeano, do Veríssimo, do Nepomuceno em algum lugar, procuro não deixar de ler. Faço disso uma rotina.

Há coisa de dois meses atrás descobri nova publicação no mercado editorial e ao folheá-la nas bancas, um nome desses assinando o editorial e como Diretor do Projeto. Falo de NIRLANDO BEIRÃO (leiam seu blog, o R7: http://noticias.r7.com/blogs/nirlando-beirao/ ) e da mensal STATUS (http://www.revistastatus.com.br/ ). Isso mesmo, capitulei e volto a ler uma denominada revista de cunho “masculino”, também conhecida como de “mulher pelada”. Não pensem que aos 51 anos virei um devasso (acho que já sou há muito tempo), mas não resisti e em maio comprei o número 1 e mês passado o 2. Tudo para ver onde o Beirão estava metido. A editora é a Três, a mesma que edita a Isto É, de saudosa memória, sempre no comando dos Alzugarays. Nirlando é meu velho companheiro de jornada. Lembro de reportagens antológicas dele nos áureos tempos da Isto É e também numa saudosa seção semanal na Carta, a “Estilo”. Texto primoroso, sem o rancor a vigorar na maioria de nossa imprensa. Mais, lúcido, contundente, claro e objetivo, além de estar sempre antenadíssimo com o novo, sem desatolar os pés do passado. Enfim, é desses que onde estiver leio e sei não me decepcionarei.

E não me decepcionei. Não vi as tais mulheres peladas, pois lá elas estão todas quase encobertas, fotos cult, modelos idem, mas encontrei muito mais que isso. Na edição primeira alguma repetição de besteiras vistas na maioria das ditas masculinas, mas um diferencial perdido pela Playboy faz décadas, textos para serem lidos com a mente aberta e não voltados para a merda do pensamento único. “Por dentro do Wikileaks” e “Viciados na morte” (sanguinária rotina diária dentro do narcotráfico que virou o México atual – valeu a revista), o que mais gostei. Achei que podiam melhorar e no segundo número o algo mais em “Onde os fracos não têm vez” (o submundo da Usina de Jirau em Rondônia) e “Sob a mira de Kadafi” (dez meses de um jornalista brasileiro na Líbia). Tem uma seção, a “Approach”, cheia de colunas, uma página para cada, desde “Esquenta”, “Passaporte”, “Poder”, “Design”, “O lado B”, “Entrelinhas”, “Redenção”, “Meninos e meninas”, “Versus”, “Caiu na rede”, que li com muito prazer. Não é uma revista piegas, trata-se de um entretenimento de luxo (preço caro), como eles mesmos se intitulam: “Mulheres despidas de afetação. Rodeadas de informação”.

Trouxe ambas para casa e ainda espero mais da verve de Beirão, pois sei ser possível um bocadinho mais numa palatável leitura. Acredito estarem estão no caminho certo. Confesso no passado ter lido e colecionado Playboy e Status (outras também), gostando a fase inicial da Playboy com textos primorosos e assinados por nomes de responsa (vi todas as atrizes famosas da TV por lá, hoje só as popozudas, sem cerebelo), depois decaiu, virou algo pasteurizado e horroroso nos dias atuais (Bolsonaro é o entrevistado do último número e mais uma ex-BBB na capa). A velha Status sempre manteve um padrão e gostava disso. Achava-a mais instigante e provocativa, com estilo. Minhas coleções perderam-se no tempo, não sobrando nenhuma nem para remédio. Agora tenho as duas da nova geração e como confessado aqui, por influência de um certo Nirlando Beirão, mestre no ofício de escrevinhar redondinho. Confissão feita, aguardo o que virá por aí no número três, que deve estar chegando às bancas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique
Via a revista aqui nas bancas da região de Prudente, mas não fiquei coim coragem de comprar. Muito cara. Fui adentrar no site e o achei muito fraquinho, nada sobre as matérias, o conteúdo da revista. Esperava mais, que quem procura talvez só ache comprando a revista. Quando terminar de ler, empresta aí, que trago para cá e no ano que vem te devolvo.

Paulo Lima

Anônimo disse...

Henrique, mais uma vez obrigado e vou passar para Nirlando. Abs.helio campos mello