sexta-feira, 8 de julho de 2011

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (25)

FESTA JUNINA NO SERRALVO EM 1982, MINHA MÃE, SEUS ALUNOS E UM DELES, HOJE ATOR
Junho e julho são os meses de festança junina e julina. Aqui em casa sempre tivemos muito a comemorar, pois dia 12/06 é aniversário de meu mano, o Edson, nascido véspera de Santo Antonio e o meu, dia 23/06, véspera de São João. Nos meus tempos de criança, morando aqui pelos lados ribeirinhos do rio Bauru e tendo um terrenão desacampado diante de nossa casa, sempre ardia uma bela de uma fogueira por essas bandas. A patrocinadora mor sempre foi minha mãe, Eni, que infelizmente nos deixou dia 13/06 passado. Fui lembrar disso tudo nesses dias ao remexer aqui nos antigos baús de fotos e coisas antigas, gavetas e afins, quando encontramos alguns daqueles álbuns de fotografias, muito comum dos anos 70 até os 90. Na capa de um deles, lá escrito com a letra de minha mãe toda redondinha, “Casamento Caipira, 26/06/1982 – EEPG Prof. Antonio Serralvo Sobrinho – Quarta Série B”. Foi uma incontida emoção.

Fui folhear as fotos e na primeira ela ladeada pelos seus alunos e tendo ao fundo, encostada na parede da escola a filha Erci e seu ainda namorado Paulo Afonso. Ela nos levava a essas festas nas muitas escolas por onde passou. Quantas vezes não viajei de trem com ela até Airosa Galvão, hoje Potunduva, onde dava aulas, em recordações que não me saem da memória. Até acredito que essas fotos, a maioria delas quem deve ter batido fui eu ou algum de meus outros irmãos. O Serralvo fica lá pelos altos da vila Ipiranga, quase no fim da Avenida Castelo Branco, um bairro até então periférico e seus alunos todos filhos de trabalhadores. Olhando as fotos antigas publicadas no “Bauru Ilustrado” você procura identificar gente conhecida. Nessas fotos de onde minha mãe dava aula não tem gente conhecida, desses a ilustrar a história de uma cidade como suas "forças vivas" (segundo o conceito lá deles), ou seja, desses aqui todos devem estar por aí na labuta diária e não sabida (inclusive eu e meus irmãos).

Na antepenúltima foto (cliquem em cima de todas e elas se ampliam), um único conhecido, o então garotão EZEQUIEL ROSA, que anos depois é o grande ator a nos encantar nos palcos daqui e por aí afora. Ela sempre revia Ezequiel por aí e se acarinhavam, aluno e professora. Lembro bem de um desses dias, gratas recordações. Na penúltima foto, a mãe toda alegre abraçada a uma alegre caipirinha e na última, eu e a mana Helena, numa pose a me encher de saudade (tinha cabelo aos borbotões e nadica de proeminente barriga). Festas juninas nessas escolas eram sempre um grande acontecimento e motivo de muita festança e alegria. Ela na época tinha uma Brasília marrom e nos levava para todos os lugares da cidade (cedia para minhas incursões de final de semana BAuru afora). Bons tempos, eu com exatos 22 anos, solteiro e todo pimpão, trabalhando num banco e cursando Direito na ITE. Relembrar isso tudo é contar um pouco da história de como ainda ocorriam festas nos mais diferentes lugares de Bauru, sem nenhum tipo de ocorrência extra. Uma normalidade não mais vista hoje. E olhando nessas fotos um tanto desfocadas (continuo tirando fotos assim até hoje), a lembrança de tempos que não voltam mais. Tudo é saudade aqui pelos lados de minha casa, agora sem a diária convivência da mãe.

OBS.: Ezequiel Rosa (foto lado esquerdo), o ator está atuando nesse final de semana lá pelos lados do Centro Cultural Celina Neves, Rua Gerson França 6-66 (informações 32431150), sexta e sábado, na peça “14 PERSONAGENS” (tudo passado dentro de um banheiro) e revê-lo nos palcos algo sempre dos mais agradáveis. Com ele um Memória Oral aqui, o de número 22, de 14/05/2008.



OBS 2: Dois empresários, Comegnio e Chaim, ligados à boate Dolce, foram presos ontem em Bauru pela Polícia Federal por sonegação fiscal, crimes variados e outros ainda não sabidos. Aguardamos ansiosamente a prisão dos mandantes do crime de lesa cidade praticado na Associação Hospitalar de Bauru. Será que para enjaularem esses graúdos ainda esperaremos muito?

4 comentários:

Cezar Grandini disse...

Eu lembro da Brasília marrom, da tia que dava discos de presente, dos almoços de domingo na casa na casa da Vó e do Vô, à sombra da jabuticabeira, das feijoadas no fogão a lenha, dos pudins de leite... Isso fica tão presente na memória!

Anônimo disse...

Que bom ler as histórias onde relembra algo de sua família e principalmente de sua mãe. Fiquei muito grata também com a inesperada recordação que teve de Ezequiel Rosa, um de nossos grandes atores, sempre a necessitar de nosso apoio, admiração e incentivo, para que consiga chegar num patamar mais sólido.

Torço por ele.

Regina

Alunos Geografia e Filosofia disse...

Boa noite, Henrique1

Estou concluindo um relatorio de estagio no qual a escola que realizo é o E.E.ProfºAntonio Serralvo Sobrinho, portanto gostaria de saber se você pode me indicar ondo posso encontrar uma breve biografia do patrono desta escola para enriquecer menu relatorio. Abrigado!
Abraços!
Erik
Aluno da USC

Unknown disse...

Olá boa noite sou uns descendente do meu bisa avó Antônio serralvo Ortega gostaria de saber se tem alguma ligação com o nome minha família é de Málaga