segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CHARGES ESCOLHIDAS A DEDO (43)

TRENS, TRILHOS E O FÉRREO MOMENTO BAURUENSE E BRASILEIRO
Leio nos jornais e viajo de alegria. No último encontro entre os presidentes do Uruguai, o Mujica e a da Argentina, a Cristina, algo de muito bom para ambos os países. Está saindo do papel e tornando-se realidade algo sonhado durante séculos: uma viagem férrea unindo os dois países, não tão longa, porém inimaginável até bem pouco tempo e sendo concretizada em breve. Dois países vizinhos, com um grande rio a separá-los, o da Prata e alguma rivalidade. Uma besteirada fomentada ao longo dos anos e hoje, com duas pessoas vigorosas no comando de seus países, a real possibilidade de facilitar a vida das pessoas a necessitarem de fazer o percurso com regularidade.

Escrevo dessa situação, porque aqui no Brasil e particularmente, aqui em Bauru viceja uma situação conturbada e pouca esclarecedora no quesito definições sobre o destino férreo de um famoso entroncamento, talvez o mais famoso desse país. Um trem turístico, o do Projeto Ferrovia para Todos sendo arrastado, com passeios interrompidos e voltando a funcionar em conta gotas. A vizinha Agudos, louca para investir dinheiro num passeio entre as duas cidades, mas o poder público vira as costas para essa possibilidade e diz que o fará para o lado oposto. Tudo bem, se Agudos não vingar, a ida até Tibiriçá será das mais interessantes, mas falta clareza nas definições, não do pessoal técnico envolvido na questão, mas sim de quem detém o poder da caneta. E quando esse não consegue ser convencido, a coisa emperra, trava e não anda nem para um lado, nem para o outro. Quero ver o Projeto que o pessoal das Cerejeiras tem para o setor, pois o do Ferrovia para Todos eu conheço e apóio. Enquanto todos não falarem a mesma língua, continuará o bater de cabeças e o trem parado. E uma dinheirama pronta para ser despejada para quem tiver um projeto pronto, factual e circulando nos setores certos.

Um grande empreendimento sendo consumado ao lado da Rua Pedro de Toledo, com 800 apartamentos insuflando a área central e degradada da cidade. No meio disso uma estação, a primeira de Bauru, a da Sorocabana e entendimentos mais do que avançados para que a área sofra uma verdadeira revitalização. Não sou contra a construção, muito pelo contrário. Será algo bom, desde que a estação sofra todas as intervenções de preservação e as casas lá no fim da avenida, quase junto ao viaduto sejam mantidas. Moram ali trabalhadores e que, sem recursos e abandonados à própria sorte se viraram como puderam ao longo de décadas. Nem imaginam da imponência e importância das casas onde habitam. Algo precisa ser feito junto a eles e de apoio e ajuda.

Sobre a retirada dos trilhos, algo discutido sem conhecimento de causa nos últimos dias, um só comentário. Abomino é a retirada dos trilhos no centro da cidade, num todo e nada contra a retirada de alguns metros, inservíveis aqui e sendo reutilizados em outro lugar. Essa questão merece outro post e o faço ainda essa semana junto da intervenção do Guardião, o super-herói bauruense, que não sai hoje publicado aqui, pois seu desenhista está viajando e com ele, o nosso capa e espada. Gosto tanto de escrever de trens, que penso exatamente como nosso vereador ferroviário: “Bauru precisa gostar mais da ferrovia. Sou pela mudança do símbolo da cidade, deixando de lado o sanduíche e fazendo algo mais pela ferrovia, a origem de seu progresso. Mas a cidade gosta mesmo de ferrovia e quer isso de fato?”. Bastaria todos queremos juntos, pois se lá no sul do continente, a coisa caminhou depois de décadas, por que aqui não?
OBS.: As charges na sequência, Latuff, J. Bosco, Cícero e uma não identificado, extraído do blog, www.vidadmaquinista.blogspot.com

2 comentários:

Anônimo disse...

amigo Henrique

Cá longe de Bauru, leio diariamente os jornais daí pela internet, além de ouvir algumas rádios. No Jornal da Cidade de ontem, uma manchete na primeira página, capa, com o título de ESTAÇÃO RECEBE PROJETO DA GARE E NOVO CENTRO DEVERÁ SER REABILITADO.
O que achou disso? Esse projeto da Assenag já é discutido ou só apareceu agora? Quais os interesses desse projeto? Sabe mais sobre ele? Isso não mereceria uma exposição pública e o ampliamento da discussão para outros setores interessados. Torço muito daqui de longe por algto novo no centro, mas tenho medo de algumas coisas sempre mal explicadas.

Guardião em quem estiver contra a ferrovia. A cidade gosta sim de ferrovia, mas tem gente com outros interesses. O povo gosta, mas alguns mandarins da cidade nem um pouco.

Paulo Lima

Anônimo disse...

Henrique

O sanduíche bauru é uma delícia, mas aquele monstrengo horroroso que os estudantes roubaram e levaram para uma república, masi parece um siri. Nosso sanduíche merece todos os elogios, mas gostei disso de termos um símbolo voltado para a ferrovia. Mas, me diga, os incentivadores do transporte modal por rodovia aceitariam isso? Que tal encomendar uma marca com a cara da cidade tendo como a ferrovia como pano de fundo? Bole isso...

Aurora