quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

BAURU POR AÍ (79)

A FISCALIZAÇÃO QUE FECHA UM E MANTÉM O OUTRO ABERTO. E O CASO DO HOTEL...
Tento acompanhar a luta do Paulão Penatti para reabrir o seu Armazém Bar (Epa, o Armazém não é nosso? Temos usucapião dele, viu!) e seu desabafo de que para fechar sua casa noturna foi um vapt-vupt, mas para reabri-la está sendo algo espinhoso. Ele não reclama,só constata. Uso o exemplo dele para falar de tudo o que está a ocorrer na cidade. Fiscalização toda pessoa sensata acredita que sempre ela deveria estar ocorrendo dentro de parâmetros legais. Ninguém é contra uma fiscalização em cima das casas noturnas, como a que ocorre hoje, mas algumas perguntas precisam ser feitas, principalmente aos responsáveis pela canetada em Bauru:
- Como ela era feita até um dia antes da tragédia de Santa Maria?
- Todas essas casas noturnas que foram fechadas haviam passado pelo crivo da fiscalização em Bauru ou isso somente foi feito agora?
- Por que na existência de alguma irregularidade, elas não foram fechadas há mais tempo?
- Existe algum diferencial entre uma vistoria num estabelecimento privado e num público?
- Por que só os estabelecimentos privados estão sendo fechados e nenhum privado, alguns em situação deplorável?
- A fiscalização que ocorre em Bauru usa de dois pesos e duas medidas no exercício de suas funções?

Poderia me estender em tantas outras perguntas, a maioria me deixando incrédulo. Não concordo com essa caça às bruxas nesse momento, ainda mais com caráter moralizante como a percebo. Isso demonstra algo surreal e me desculpem quem promove as vistorias e fiscalizações, mas denota que algo estava sendo feito, como se diz na gíria, “nas coxas”. Daí a revolta de comerciantes como o Paulão, que deve estar engasgado com todas essas perguntas sem resposta, sem poder fazê-las a quem de direito, afinal quer só reabrir sua casa. Ele e tantos outros. Não defendo nenhum deles, mas também não posso passar a mão na cabeça de quem é pago para fiscalizar e estão hoje aparecendo em todas as fotografias, como guardiões da coisa certa. Tem muita coisa ainda sem reposta e explicação.

 
Esse escrito todo tem mais um questionamento a fazer. Só mais um. Passados alguns dias do espalhafato constato que o caso mais escabroso no caso fiscalizatório em Bauru foi o ocorrido com o HOTEL  SAVASTANO (seu nome original), aquele encravado ali no cruzamento da rua Monsenhor Claro e avenida Rodrigues Alves. Até as pedras da praça Machado de Mello sabiam que ali estava sendo ocupado por gente que não tinha onde passar suas noites, mas ninguém podia imaginar que ali estivessem sendo alocadas famílias encaminhadas pela SEBES – Secretaria do Bem Estar Social. Justo a presidida pela sempre presente Darlene Tendolo, pessoa atuante, dedicada e com um belo currículo de trabalho no quesito social.  Ela que me desculpe, mas nisso aqui a cidade inteira ficou sem entender e pergunto: É mesmo verdade que a SEBES colocava famílias naquele abandonado pardieiro? Justo a SEBES que promove uma intensa ação no restabelecimento da degradada vida dos sem teto, dos miseráveis e dos desvalidos. Estou incrédulo desde que li a notícia nos jornais e mais com a pífia resposta. Mais um pouco incrédulo com a atuação da fiscalização, a daqueles que estão gostando de aparecer em fotos e mais fotos e quando lá estiveram, constatam tudo, viram as costas e tudo continua como dantes. Até surgirem novas denúncias e só aí tudo é devidamente lacrado. Tem gente precisando dar explicações para essa cidade. Esses fatos não podem cair no esquecimento, pois estão a correr Brasil afora. E quem estaria a fiscalizar nossos fiscais?

Leiam a denúncia que escrevi sobre a utilização do Savastano (prédio tombado pelo CODEPAC) em 12/10/2012,clicando a seguir:  http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=hotel+savastano 

6 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE
ISSO TUDO É FOGO DE PALHA, JÁ JÁ ACABAM DE FISCALIZAR E TUDO VOLTARÁ À VELHA ROTINA. mAS, SE FOREM LEVAR MESMO AO PÉ DA LETRA (lei) TEM QUE TER FISCALIZAÇÃO séria TODOS OS DIAS DO ANO, SEM venda DE LAUDOS E SEM SACANAGEM OU DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS. bauru AINDA ESTARÁ ENTRE AS CIDADES MAIS CORRETAS DO PAÍS, É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO. e, PARA FINALIZAR, NÃO PODE TER TANTA BUROCRACIA PRÁ REGULARIZAR A SITUAÇÃO E REABRIR O ESTABELECIMENTO QUE GERA EMPREGOS E QUE TB TEM COMPROMISSOS PARA SALDAR E NÃO PODE FICAR SEM O SEU FATURAMENTO DIÁRIO CORRENDO O RISCO DE QUEBRAR E, SE FALIR, QUEM VAI DAR EMPREGO PROS EX EMPREGADOS?
JOSÉ LUIZ SCHUBERT

Anônimo disse...

Henrique
Se é para fechar comece pelo paço Municipal.
Oskar Sobrinho

Anônimo disse...

Henrique, é o que já foi dito aqui em outra ocasião, é incrível que mesmo quando acertam eles erram. Isso tudo aí não passou de puro sensacionalismo por causa da tragédia no sul, é a típica propaganda e satisfação safada que se tenta iludir as pessoas. Daqui a pouco toda a sacanagem e incompetência volta, corrupção no setor de fiscalização e corrupção dos que sempre dão um jeitinho de ficarem na ilegalidade.

E esse episódio do hotel, escancara também algo que já sabemos há tempos, bem estar social só na casa da secretária, do prefeito, esse pessoal são atuantes na hora dos paliativos, de apenas iludir um problema que não será resolvido nunca neste modelo de sociedade e esses se beneficiam politicamente de um tal "bem estar social" que só existe para inglês ver.

É óbvio que o poder público sabia o que estava fazendo no caso do hotel e outras políticas fajutas com os desamparados, o tal administrador do hotel mentiu descaradamente em sua entrevista do jornal, quem passa no centro, principalmente a noite, sabe que ali virou uma terra de ninguém, os maiores absurdos de condições que possa ser submetido uma pessoa ocorria ali, não teria a menor condição de se abrigar nem cães e gatos ali.

É a mesma merda com os albergues, faça uma visita surpresa a noite pra ver se aquilo é alguma solução e condições dignas para alguém, e o poder público ainda vem reclamar sobre os "reincidentes", e evitam dar vagas a esses para privilegiar novos sem teto, esse termo reincidente é uma piada de mau gosto, porque é óbvio que um cidadão que necessita de tal abrigo está sofrendo de total exclusão social. O que eles fazem depois é dar passagem para o indivíduo ir para outra cidade, empurram o problema a outro município, estes desamparados sem encontrar algo sólido, muitos ganham passagem onde são mandados de volta a Bauru, é um ping-pong e gente se promovendo publicamente as custas desta tal caridade e bem estar social safado.

E outra coisa gravíssima que ocorre, procurem a noite vários imóveis abandonados pelo centro da cidade e encontrarão vários sem teto dormindo nelas, pergunte a alguns deles se já procuraram a Sebes ou um albergue e descobrirão outro absurdo, informalmente são orientados a irem nesses imóveis "disponíveis".

Esse pessoal Henrique, de "bem estar social", políticos envolvidos e tal, não tem nada de atuantes contra a causa dessas mazelas, estes em qualquer lugar sério, já estariam na cadeia, e de preferência numa cadeia com as mesmas condições deste hotel central.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Henrique
Isso deu no JC de ontem. Muito interessante.
Leiam
Paulo Lima


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Lacrado oficialmente há 17 dias pela Defesa Civil de Bauru, o Hotel Milanez, localizado na quadra 2 da avenida Rodrigues Alves, no Centro, ainda não foi completamente desocupado. O homem que se apresenta como administrador do prédio, Hércules Moreno, confirmou que cerca de quatro pessoas ainda habitam o local, que está em estado precário de conservação.

Embora a porta principal esteja vedada com um tapume e com uma faixa afixada com os dizeres “Fechado para Reforma”, há uma porta lateral, estreita, que permite a entrada e saída dos moradores. Roupas estendidas no varal localizado na varanda do segundo andar, na parte de trás do hotel, também demonstram que a movimentação de pessoas não foi interrompida.

Na semana passada, Moreno havia se comprometido a retirar todas as pessoas do local até o meio desta semana, o que ainda não foi cumprido. Ele afirma que aguarda posicionamento da Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes), que teria oferecido ajuda para encontrar abrigo para as pessoas que ainda permanecem no prédio.

“Quando o hotel foi lacrado, tinha 20 pessoas aqui. Agora, é o mínimo, que ainda não encontrou lugar para ficar. Não tenho como, simplesmente, jogá-las na rua”, pondera. Entre os moradores está um casal que perdeu, há pouco mais de uma semana, a guarda dos dois filhos, de 14 e 2 anos de idade.

As crianças foram abrigadas e os pais ainda não encontraram um lugar para viver. A presidente do Conselho Tutelar, Adriana Providello, afirma que a perda da guarda não possui relação com o fato de eles estarem morando no Hotel Milanez.

“Houve negligência muito grande em relação aos cuidados básicos com os filhos, como não adesão aos serviços básicos de saúde e assistência e acompanhamento escolar. Demos várias oportunidades de adequação até que esta medida extrema fosse adotada”, frisa.

De acordo com a conselheira, o casal já foi orientado a deixar o local e procurar um lugar seguro para morar. “Os pais ainda podem visitar as crianças no abrigo e ser atendidos pelo serviço de acolhimento, mas precisam aderir às exigências para recuperar a guarda”, frisa.

Ontem à tarde, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social para População em Situação de Rua (Creas-Pop) foi contatado pela reportagem, mas informou que só comentaria o caso hoje. A titular da Sebes, Darlene Tendolo, também foi procurada no início da noite de ontem, mas não foi localizada.


Anônimo disse...

não acredito que voces estão esperando algo sério da p.m.b.?
lázaro carneiro

Bazófias e Discrepâncias de um certo diverso disse...

Confesso que não tenho lido jornais nessas últimas semanas. Essa notícia do Hotel Milanez é a coisa mais esdrúxula que ouvi nos últimos tempos. Uma secretaria de bem estar social alocar pessoas ali, sem ao menos verificar as condições do local? Extremamente desagradável...