sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ALFINETADA (107)*

COMO FOI MINHA VISITA AO PROJAC, PAULO BETTI E CAMILA PITANGA
Eu não gosto muito de escrever sobre essas experiências vivenciadas tendo ao lado pessoas conhecidas, pois pode parecer exibicionismo. Abro mão, pois O Alfinete me pede um texto onde conte como conheci a Camila Pitanga e a sede do Projac, no Rio. Tudo começou em dezembro aqui em Bauru, quando o ator Paulo Betti aqui esteve numa peça teatral. Paulo é meu velho conhecido dos tempos em que atuei nas hostes da Cultura municipal e anos depois por ter me apresentado minha companheira de todas as horas, a professora Ana Bia. Eles haviam trabalhado juntos na Casa da Gávea, uma espécie de cooperativa teatral administrada por ele. Ana havia passado num concurso na cátedra da Unesp, chegaria em Bauru e não conhecia ninguém, Paulo também não conhecendo ninguém por aqui me pede para mostrar um pouco da cidade a ela e ao conhece-la faço mais que isso, fico com ela e ela comigo. Assim sendo, Paulo é nosso cupido. Veio aqui e sabendo que passaríamos parte das férias de janeiro na casa da Ana no Grajaú, no Rio, fez um singelo convite para conhecermos o Projac e os bastidores da novela onde atua, a “Lado a Lado”. Por sinal, a melhor em exibição no momento, retratando o Rio no começo dos anos 1900, com destaque para os problemas com a criação de algumas de suas antológicas favelas.


Peixe morre pela boca, já diz o ditado. Convite feito, tudo assimilado e tudo confirmado para visita ocorrer no dia 19/01, sábado, 12h15. Lá estávamos eu, Ana e sua mãe, dona Darcy. Paulo trabalha no ritmo de um verdadeiro relógio inglês, pontual e preciso. Adentramos o local pelo portão 3, guiados por ele e até a chegada do barracão onde está sendo gravada a novela, foi sendo explicando cada detalhe do que íamos vendo. Lá cada novela possui um imenso barracão só deles, com um estúdio interno para as gravações das cenas fechadas e para as feitas ao ar livre, uma cidade cenográfica é montada só para essa finalidade. Paulo estava chegando também naquele momento vindo de uma aula de yoga e enquanto foi sendo preparado no camarim, fomos almoçar no restaurante juntando todos os barracões. Lá a maior concentração de artistas por metro quadrado, tudo junto e misturado. Fomos assimilando aquilo tudo. 

Na volta ao barracão da “Lado a Lado” foi nos apresentando os artistas e uma que parou para fotos e algum papo foi a Maria Padilha, simpática e linda. Numa sala de espera, Paulo foi explicando cada detalhe, cada cantinho daquele mundo criado para dar vazão para a maior rede de televisão da América do Sul. A recriação do teatro é impecável. Na sequência fomos aos estúdios e vimos uma cena entre os personagens Neuzinha e Quequé, levado ao ar esses dias. Tudo refinado, de ponta, holofotes espalhados por todos os cantos e uma brigada de incêndio atuando de forma ininterrupta. Nesse quesito não existe como negar, são primorosos. Ficamos extasiados (sem deslumbre), como deve ocorrer com todos que adentram pela primeira vez o local.

De lá, Paulo que iria gravar a seguir nos encaminha para um funcionário, que consegue um daqueles carrinhos, os únicos que circulam pelas ruelas do Projoc e fomos conhecer a cidade cenográfica da novela, a reconstituição primorosa feita com a rua do Ouvidor no começo do século passado, centro do Rio antigo. A sensação é de cair o queixo e não escrevo isso embasbacado, mas constatando trabalharam dentro do mais elevado nível de produção, tudo de ponta, com requinte, esmero e cuidando de cada detalhe. O que mais me impressionou foi os figurantes, com um vestuário primoroso, feito no capricho, não só na roupa, mas como no preparo e maquiagem que todos tem para entrar em cena. Dentro do salão da confeitaria, aguardando a gravação de sua cena estava Camila Pitanga, que nos recebeu de uma forma das mais agradáveis. Ao reconhecer Ana, por um trabalho feito no passado, intervenção da Daspu em "Caminho das Índias", onde ela havia feito a coordenação da participação, o papo foi longo e com muito de um resgate do passado. De lá fomos caminhar, livres, leves e soltos pela beleza da reconstituição feita do antigo Rio. Fotografei cada figurante, cada barraca, conversei com muitos e me deixei fotografar diante do que via. Foram momentos raros, observados não com o quase sempre olhar crítico, mas dessa feita, mesmo com todos os senões que faço a parte da programação da TV Globo, principalmente no quesito Jornalismo, onde deixa a desejar (não na qualidade, mas tendencioso), não tem como não reconhecer que na área de produção são de ponta.

Ainda demos uma rápida passada num dos cenários externos de “Salve, Jorge”, a Macedônia, com uma vila toda encravada junto a pedras. Permanecemos lá até por volta das 16h30, sendo ao final reconduzidos com os tais carrinhos até o portão de entrada. Foi algo realmente único, uma experiência que não abdiquei de fazer. Queria guarda-la só para mim e os meus, mas aqui está um bocadinho do vivenciado, num curto relato. Reafirmo o que já escrevi, o Projac é realmente de ponta, a TV Globo alcançou um patamar de produção de excelência, mas deixa a desejar em alguns quesitos, como na continuidade de imbecilidades com o BBB e num jornalismo muito tendencioso. Quiçá todas as outras tivessem as mesmas condições para produção no mesmo nível e todas, indistintamente, pudessem vivenciar momentos mais arejados nas mentes de alguns de seus integrantes de comando (e mando).

Leiam esse texto de Mino Carta, saindo na edição de Carta Capital de amanhã, ele demonstra por A + B algo sobre como também encaro o que rola na área e, infelizmente na cabeça da maioria dos brasileiros: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-imbecilizacao-do-brasil/
* Esse texto está sendo publicado na edição de amanhã do semanário O Alfinete, Pirajuí SP.

Um comentário:

Anônimo disse...

VOCE ESTA NO NÚCLEO ERRADO, SEU ODILON WAGNER,O SEU NÚCLEO É DAS 8 HORAS.....KKKKK

PAULO ROBERTO - RADIALISTA AGUDOS