domingo, 23 de novembro de 2025

RETRATOS DE BAURU (309)


AEROCLUBE DE BAURU CORRENDO RISCO, JULGAMENTO OCORRE EM 02/12
Nos noticiários destas plagas, o Automóvel Clube, imponente edificação histórica de Bauru, está sendo colocada à venda. Ela já foi utilizada pela administração pública municipal, mas o abandonaram e hoje, fechado e esquecido. Ser colocado à venda pode não ser assim tão ruim, desde que surja um interessado com boas intenções e não queira bater de frente com as transformações necessárias para sua reabertura. O Automóvel é um imóvel tombado e a perdição mesmo se deu quando a atual alcaide resolveu não mais ter o imóvel para utilização pela Cultura. Suéllen é insensível para tudo o que se relaciona com Cultura, daí preferiu ver o imóvel se deteriorar do que negociar uma condição boa e continuar o alugando. Creio eu, patrimônio histórico não lhe diz nada.

Escrevo isso e venho para outro imóvel tombado na cidade, o AEROCLUBE, localizado com seus hangares e uma importante área ainda sendo utilizafa como aeroporto para aeronaves particulares e eventos outros no local. Essa área, como se sabe, é uma espécie de coqueluche, rainha dos olhos da especulação imobiliária. Essa, nem pensa em algo girando no entorno de preservação de patrimônio histórico e cultural. Seu negócio é lucro, só isso e nada mais. Não enxergam nada mais diante dos olhos. E daí, aquela imensidão de área podendo ser utilizada num breve futuro pára loteamentos múltiplos e variados.

Existe, como se sabe, desde um bom tempo, uma contenda entre os antigos proprietários da área e a Prefeitura Municipal. Já faz tempo tudo foi encaminhado para ser resolvido pela Justiça, pois amigavelmente se tornou impossível. A atual direção do Aeroclube está dividida e existe um sério movimento inviabilizando a comercialização da área. A Prefeitura, através da alcaide Suéllen Rosin está à frente de fazer o possível e impossível para vender tudo. Segundo a Prefeitura, a área é de sua propriedade e assim sendo, quer a liberação para passar logo nos cobres. Pelo que se sabe e fui hoje informado por um advogado envolvido na questão, a Justiça decidirá acontenda no dia 02/12. Suéllen e a especulação imobiliária aposta tudo para vender tudo e fazer caixa.

O entrave é grande e pode melar tudo. A decisão pela liberação da área e sua venda, favorecendo a especulação pode ser contemplada, mas quem investir dinheiro ali pode se ver em futuros problemas. Sabe-se que, o caso foi levado à Justiça e o Aeroclube não produziu reunião dos seus pares, com decisão tomada. Não existe ata neste sentido, ou seja, existe irregularidades e essas podem inviabilizar investimentos. A pergunta que não quer calar é: E se um Cartório pedir lá na frente a Ata comprobatória da liberação para venda? Isso não existe. Ou seja, será que esse acordo levado para Justiça dará registro da área para quem nela investir? Tudo poderá ser um dinheiro jogado fora (toc toc toc). Enfim, por mais que o tema já tenha sido discutido, não existe consenso de sua propriedade. As brechas para melar são fortes e podem interromper a vontade da alcaide em fazer dinheiro e a especulação imobiliária em ganhar muita grana com os tais investimentos.

Se a área for vendida, mesmo embargada, a cidade poderá perder uma de suas áreas históricas de maior importância. Vivemos num mundo onde respaldados por este tal de PROGRESSO, fazem de tudo em seu nome, até se desfazer de áreas nobres. O AEROCLUBE vive este drama e se nada for feito, muito em breve, a cidade pode estar dizendo adeus para mais um de seus mais ricos patrimônios históricos.


outra coisa, mas do mesmo quilate
ENFIM, CAFEO QUER ESCONDER O QUE? QUAL O SEU LADO? SERÁ QUE JOGA PRA FAVORECER O LADO DO MERCADO ENVOLVIDO NA FALCATRUA? NÃO DÁ PARA ACREDITAR
OBS.: Ultimamento, compartilho tudo o que encontro do Fernando Redondo por aqui, tanto o texto, como as ótimas ilustrações. Na junção de ambos, sempre algo muito contundente e ótimas reflexões. Já se tornou leitura obrigatória.

Antes de começar, peço licença ao distinto economista Reinaldo Cafeo — esse profeta cotidiano do “fim iminente” na 96FM. Porque, convenhamos: quando o tema é inflação, gasolina, dólar, juros, café, o fracasso da COP, o preço do vestido da Janja, a inflação que “quer voltar”, o PIB que não sobe porque não quer, a marca da cachaça do Lula, o preço da cebola ou qualquer espirro que possa ser interpretado como “estatismo” da Esquerda, o homem vira um vulcão em erupção. É comentário para todo lado: indignação, alerta apocalíptico, previsão de colapso — falta só tocar a trombeta do Apocalipse. Mas basta o assunto envolver o maior escândalo financeiro-político da década — fraude bilionária, rombo em banco público, privatização turva, pastores milionários, presidentes do centrão como Antonio Rueda e Ciro Nogueira (este último, aliás, o queridinho da Faria Lima), todos operando para proteger o banqueiro do momento, além de governadores bolsonaristas e um projeto de lei que, adivinha?, tenta esvaziar a Polícia Federal — aí o comentarista silencia. Some. Evapora. Desaparece como um índice econômico que não convém mencionar.

Mas tudo bem, professor. Se precisar, eu desenho.
O enredo do Caso Banco Master é simples — simples como R$ 12 bilhões evaporando dos cofres públicos. O banco, comandado por Daniel Vorcaro e Augusto Lima, criou e vendeu carteiras de crédito inexistentes para o Banco Regional de Brasília (BRB) como quem vende terreno no céu. O Banco Central viu o circo pegando fogo e decretou liquidação extrajudicial. A PF prendeu executivos, bloqueou bens, abriu inquéritos. É o tipo de crime que não dá para culpar o “menor infrator”. Aqui não é “bandido de fuzil”. É bandido de planilha. E planilha, como sabemos, costuma ter CNPJ de colarinho branco.

Agora, vamos aos personagens desse romance realista cuja moral todo mundo já sabe, mas que alguns teimam em ignorar. No centro da teia, o maior doador pessoa física das campanhas de Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em 2022: Fabiano Zettel, pastor da Igreja Bola de Neve, investidor, gestor de fundos — e, veja só, cunhado de Daniel Vorcaro, o dono do Banco Master. Coincidência? O Brasil está cansado de coincidências.

Essa árvore genealógica de conveniências não para aí. No governo Bolsonaro, figuras como o então ministro João Roma abriram as portas dos programas sociais para o CredCesta — um cartão consignado, superfaturado em taxas, administrado por empresas do ecossistema Vorcaro-Lima. Ônyx Lorenzoni, por sua vez, como ministro da Cidadania e depois da Previdência, também ajudou na expansão do produto. Não houve ilegalidade formal — só aquela velha receita brasileira: misturar política, crédito consignado e gente interessada em lucrar com a miséria dos outros.

A trama se espalha como mancha de óleo. Na CPI do INSS, o Banco Master aparece toda hora: depósitos suspeitos, intermediações esdrúxulas, operações cruzadas entre empresas e entidades religiosas. O deputado Silas Câmara, da Frente Parlamentar Evangélica, é citado como figura-chave nesse ecossistema onde familiares circulam entre igrejas, empresas e estruturas políticas. Não é perseguição religiosa. É só a PF querendo saber por que tanto pastor virou operador financeiro.

E os governadores bolsonaristas? Ah, esses são capítulos à parte. Ibaneis Rocha (DF) viu o BRB, banco controlado pelo seu governo, servir de palco para R$ 12,2 bi em operações suspeitas do Master. Cláudio Castro (RJ) permitiu que o Rioprevidência aplicasse R$ 1 bilhão em fundos ligados ao banco, mesmo com alertas do Tribunal de Contas.

Mas é em São Paulo, na gestão Tarcísio de Freitas, que a coisa toma contornos pedagógicos. O mesmo Fabiano Zettel, cunhado de Vorcaro, foi um dos maiores doadores da campanha do governador. A matemática política, mais uma vez, é interessante. E a aula de risco sistêmico veio com a primeira privatização do governador carioca, privatizar as pressas a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.). Tarcísio vendeu a estatal. O fundo Phoenix FIP, da constelação de Tanure e Ambipar — que orbita o ecossistema do Banco Master —, levou a empresa. E então, a EMAE, agora privada, aplicou R$ 140 milhões em CDBs do Letsbank, banco do Grupo Master. Quando o BC decretou a liquidação, o dinheiro travou. Travou bonito. Tarcísio não criou a fraude, mas celebrou a privatização e entregou a empresa a um grupo que orbitava o Master. Isso não é culpa. É consequência.

E eis que, no momento exato em que a PF chega perto demais do núcleo desse ecossistema, surge um presente de grego: o PL Antifacção. O governo Lula enviou o projeto para endurecer o combate ao crime, mas quem o relatou na Câmara foi Guilherme Derrite, deputado bolsonarista e secretário de Segurança de Tarcísio. E o que Derrite fez? Tentou retirar recursos da PF, restringir investigações de fluxos financeiros — justamente o tipo de operação que desmonta esquemas como o do Master — e chegou a propor subordinar a PF aos governadores. O Ministério da Justiça chamou a proposta de “presente de Natal às facções”. Presente de Natal e Panetone. Derrite recuou no trecho mais grotesco sob pressão, mas o texto que sobrou ainda asfixia a PF. E Tarcísio? Chamou isso de “vitória do povo brasileiro”. Vitória para quem? Para o contribuinte? Não. Para a PF? Menos ainda. Para o sistema financeiro que orbitava o Master? Aí, meu amigo Cafeo, você desenha: é só ligar os pontos.
A postura de Lula é infinitamente diferente da de Jair Bolsonaro. Jair é um bosta...

O caso Banco Master não é sobre “um banqueiro ladrão”. É sobre um ecossistema político-financeiro que cresceu sob o guarda-chuva do bolsonarismo, irrigado por pastores, fundos exóticos, presidentes de partido como Rueda e Ciro Nogueira, governadores aliados e privatizações opacas. E justamente quando a PF chega perto, a solução encontrada é tentar amarrar suas mãos com uma lei. É o capitalismo de compadrio se blindando com roupagem de “segurança pública”.

Mas tudo bem. Se a 96FM ou seus patrocinadores não te permitir falar de um rombo bilionário que envolve a Faria Lima, empresas, pastores, privatizações, governadores, fundos de investimento e investidas legislativas para desidratar a PF… eu falo. Eu desenho. Porque o que a extrema direita e o bolsonarismo tentou esconder atrás do Banco Master não é “ideologia”. É dinheiro. É poder. É controle.

e para lacrar a tampa do caixão
INEVITÁVEIS COMPARAÇÕES
E a PF, quando chega perto demais, vira alvo de projetos que fingem combater o crime, mas que, na prática, servem para proteger os donos do jogo: banqueiros bilionários como Vorcaro, operadores do centrão como Rueda e Ciro Nogueira, governadores alinhados que orbitam esse ecossistema e todos aqueles que transformaram o Estado brasileiro num negócio particular. São leis travestidas de “segurança pública” que não protegem o cidadão — protegem o sistema. E o sistema sabe muito bem quem não pode ser investigado.
Fernando Redondo / Jornalismo Independente

Lula tinha 72 anos quando foi trancafiado em uma sala da polícia federal por 580 dias. Em um primeiro momento, ficou quase em uma solitária. Não vi a direita manifestar qualquer preocupação humanitária na época! Pelo contrário, só ouvi escárnio e maldade da boca dos seus líderes. Mas é na prática , não no blá-blá-blá, que cada um mostra quem é. Lula não alegou idade, não pediu prisão domiciliar, não fugiu, não buscou qualquer embaixada, não se rebaixou, não se humilhou, não chorou em público, não soluçou. Mais tarde, quando lhe ofereceram ficar em casa com tornozeleira, disse que só sairia quando o judiciário revogasse a prisão. Ou seja, não tentou danificar uma tornozeleira para fugir. Na verdade, nunca aceitou usar uma tornozeleira! E aí está. O tipo que se vangloriava de "histórico de atleta" e debochava dos mortos pela covid (nunca vou esquecer disso!), se rebaixa e tenta apelar para os seus 70 anos e sua "saúde frágil". Aquele que a direita inventa de chamar de "cachaceiro", está forte, vendendo saúde, fazendo um grande governo. É na prática que a gente vê a diferença entre a fibra de um líder-estadista e a enganação de um demagogo pusilânime. José Augusto Pádua.

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