sexta-feira, 14 de novembro de 2025

COMENDO PELAS BEIRADAS (169)


AMANDA FINALMENTE FOI CONHECER A CIDADE DO RIO DE JANEIRO, SEU RELATO É MAIS QUE IMPRESSIONANTE
Trabalhei no Rio, amo a cidade, conheço algo de suas entranhas, tudo por causa dos tempos quando fazia chancelas. O subúrbio carioca é encantador. Depois me casei com um carioca, Ana Bia, da Tijuca/Grajaú/Andaraí e acabei por me aprofundar mais e mais exatamente nas entranhas do Rio. Volto pra lá regularmente - ia mais no passado - e em todas, poucas vezes fui à praia e aportei na Zona Sul. Não que não goste de perambular por Copacabana ou Ipanema, mas a preferência vai do seu centro velho e daí para cima, adentrando um lugar onde, hoje precisa saber por onde se pisa - nada diferente de Bauru. Da última vez que lá estive, escolhi a Gamboa para perambular e tirar fotos. Por estes dias, quem por lá aportou foi a escritora das quebradas desta insólita Bauru, AMANDA HELENA. Ela o fez de forma garbosa, pomposa, chegou por via áerea, juntando caraminguás, pois não se envergonha de explicitar, é bacharel em Direito, mas ganha a vida mesmo com suas faxinas. Passou uma semana e adentrou a cidasde exatamente por este lado, que a maioria dos turistas fogem, o subúrbio, seus bairros populares e dali extraiu um depoimento deste para endoidecer gente sã. Me atenho com ela para nos contar de um lugar em especial, a ROCINHA. Depois de tudo o que a gente vê e lê através da mídia massiva, desdizendo de lugares populares, todos ditos como "perigosos" e redutos do "crime organizado", ler seu relato é mais que um alento. Já estou marcando uma conversa pessoal, com muito mais detalhes, talvez até grave com ela, desmistificando o que se tem como verdade absoluta. 

"A Rocinha foi o lugar que eu mais gostei de ir. Amei a Lapa. Você está muito mais seguro dentro da Rocinha do que em Copacabana e na praia de São Conrado. A Rocinha respira turismo, 70% dos mototáxistas que sobem lá é com gringos. Tem hora que você pode filmar numa boa. Sim, tem hora que você meninos com fuzis nas mãos. Aliás, estou com o telefone de três motoqueiros que fazem tour na Rocinha e eles super respeitam quem vai lá pra conhecer. Fui até convidada para ir naquele baile famoso que acontece lá. Descobri que indo com gringo sai super caro e indo com morador, preço muito em conta. Os meninos trabalham como mototáxi fazendo turismo e possuem outro emprego fixo, como o que me levou, trabalhando num restaurante em Ipanema. Muito bacana eles. O Saara perto da feira da Rocinha não chega nem no pé. Tudo mais em conta, marmitex a R$ 12 reais e coxinha por R$ 5 reais, mais o refresco dá R$ 6 reais. Você come bem e barato. Pra mim foi o melhor rolê, só comparado com a Lapa.

Lá tem todas as regrinhas deles. Lá você não pode tirar gráu de moto, não pode empinar moto. Vi que eles tem uma cadeia particular, eles trancam no quartinho. Ou o cara fica uns dias ou leva porrada. Temas as coisas que você tem andar miudinho pra viver bem lá do jeito deles. E todos já sabem que é assim, todo mundo obedece e segurança lá, garanto pelo que vi, muito mais que em Copacabana. Agora, da próxima vez que eu for, já penso em voltar ano que vem. Fui no morro do Pinto, sózinha, para conhecer o Bar do Omar, um local famoso da esquerda. Eu nem sabia que esse bar era tão famoso. Eu vi o dia que ia ter samba, não sabia que era um bar da esquerda, o Omar maravilhoso, peguei amizade com a cozinheira lá, além do samba raiz mesmo. Um morro maravilhoso, super calmo, tranquilo.

Olha, vou falar pra você, ouço dizer tanto de Copacabana e Ipanema, achei bem próximas as prais, você vai andando e daqui a pouco está no Leblon. Tudo bem pertinho. Foram essas as praias que eu menos gostei. Gostei também muito da Tijuca. Tinham umas praias que são super mal faladas, como poluídas, ali na Baia de Guanabara, a do Flamengo e outra, que eu e minha amiga fomos caminhando e encontramos, a da Glória. Essa passou por uma processo de revitalização. Nessa da Glória você não vê gringo, só carioca mesmo. Achei até que os cariocas vão lá pra fugir dos gringos, um sossego. É do ladinho da Marina da Glória. Gostei também da praia Vermelha, que é ali no pé da Urca, linda, pequenininha, maravilhosa. Essa coisa de Copacabana é ilusão, não vi nada demais, só vi tudo muito caro. Muito influencer, não gostei dali. Então das próximas vezes, vou sempre pra outros lugares. Copacabana, Ipanema e Leblon estão riscados da minha próxima vez. Agoras, tem muita coisa boa cultural em Copacabana. Fui conhecer o Beco das Garrafas, um dos berços da Bossa Nova. O Cazuza fala Duvivier e fui conhecer. Fiquei na Carvalho Mendonça, esquina com a Duvivier. Andando ali, eu a primeira vez que fui ao Rio, começo a lembrar de um monte de música. Estou ainda emocionada, amei o Rio de verdade. Você tendo jeitinho, não gostar de ostentar e for com o chinelinho no pé, vai longe, com humildade e de boa. E não ir besta, não entrar nessa de comaprtilhar bebida com os outros, para não levar uns boa noite cinderelas e ligeiro, como a gente tem que ir em qualquer lugar do mundo. A gente turista tem que andar ligeiro em tudo.

O que você quiser me perguntar, estamos aí. Faltou lugar que eu queria ir. Eu ia lá na quadra da Portela, num dia que estava tendo ensaio de rua, mas acabou não dando certo de ir. Ali você pega metrô e vai pra tudo quanto é canto, tudo de boa. Faltou ir no Cacique de Ramos. Fui na intenção do circuito samba e praia. Nem Cristo Redentor eu queria conhecer, pois para mim o Redentor é igual a qualquer Cristo aí de cemitério aumentado. Só andei mesmo de bondinho, porque fiz uma trilha lá perto e para descer paguei R$ 20, enquanto no rolê toda sai por R$ 150, num passei que não dura nem dez minutos. Desci no bondinho, deu exatos dois minutos. Isso é outra coisa que não tenho tesão nisso. Cheguei lá, o meu sonho era conhecer a Lapa e a Rocinha. Eu enlouqueci naquela Lapa, parecia que estava dentro do filme Hilda Furacão, daqui hpa pouco olho e um mural feito com Madame Satã. A gente enlouquece naquilo lá. A Escadaria Selaron parece que você está na Torre de Babel. As construções da Lapa são muito bonitas, amo essas construções de época, pois hoje está tudo virando um grande cemitério. Os condomínios são cemiteriais, tudo reto, com a mesma cara e com uma muralha em volta. Um monte de túmulo de vivos. E a Lapa é maravilhosa, só tem que andar ligeiro, não ficar marcando com o celular,mas tudo tranquilo, tudo de boa, pois aqui em Bauru mesmo não dá para se fiar de dar bobeira num lugar desconhecido. Apaixonei pela Lapa, comi num chinês, R$ 20 contos, um pratão bem arregado, lotado de comida e com preço em conta. Tudo muito em conta ali na Lapa nos botecos chineses. O que os olhos não vê, o coração não sente. Foi tudo ótimo sabe. Aí chego num samba lá na rua do Ouvidor, uma parte da velha Guarda da Portela, aí você imagina que a Amandasurtou, né! Sambão de raiz, coisa bonita de se ver. Apaixonei pelo Rio, disse Meu Deus, nunca imaginei que fosse amar tanto".

Digam, não é admirável a sensibilidade da Amandinha nessa sua viagem. Escolheu dois lugares admiráveis, dentre os que mais gostou, a ROCINHA e a LAPA. Soube escolher muito bem e como turista, soube pisar, respeitando os lugares por onde passou. É exatamente por isso que, sempre que posso estou envolvido em projetos, andanças e furdunços junto dela, minha baita amiga, digna representante das "quebradas dos mundaréu" bauruense.

continuando com as denúncias do que acontece em Bauru
QUAL A INTENÇÃO DE SUÉLLEN ROSIN EM TRAZER OS IMPORTADOS PARA BAURU?
Eu não tenho nada contra um prefeito trazer pessoas de fora para atuar em secretarias e locais chaves dentro de uma administração municipal. Até porque, no passado já tivemos atuando aqui em Bauru, gente da estirpe de um médico como Davi Capristano, que ajudou em muito a implantar nosso sistema de Saúde. Trazer gente qualificada para uma atuação dentro de uma linha que vai trazer benefícios para a cidade é sempre salutar. Já, trazer gente de fora como Suéllen Rosin fez com a Secretaria da Saúde, a tal chegou, nunca disse a que veio e de uma hora para outra foi defenestrada e se foi sem dizer adeus. Hoje a mesma situação ocorre em dois locais chaves do mandato de Suéllen, na presidência do DAE e agora, mais recentemente com o Meio Ambiente. Estariam estes três citados aqui numa MISSÃO ESPECIAL? E que missão seria essa? Isso tudo, pelo que se observa faz parte de um PLANO, pois assim como a alcaide estes aqui citados são do staff do GILBERTO KASSAB, o prócer e mentor da política praticada por Suéllen Rosin. Por essas e outras, não me canso de repetir, isso tudo ainda vai terminar num Plantão Policial. É aguardar para ver...

de onde surgiu essa personagem...
PERCEBAM, SUÉLLEN TRAZ PRA BAURU UMA PESSOA ESPECIFICAMENTE COM A FUNÇÃO DE PRIVATIZAR COLETA DO LIXO, ORIUNDA DE UM GOVERNO COMANDADO POR UM CORRUPTO, O PREFEITO DE SOROCABA
ENTENDAM E PERCEBAM O QUE ESTÁ EM CURSO

A Bauru de Suéllen Rosin importa personagens, como já tivemos uma hoje, felizmente, ex-secretária municipal de Saúde, só para aqui chegar e implantar algo surreal. Muito estranho isso, não?!? O texto do Fernando Redondo é minucioso:

Há personagens que não chegam a uma cidade – pousam em missão. Cilene Bordezan é um desses casos.
Antes de ser apresentada aos bauruenses como “técnica” e “especialista em resíduos”, ela passou pela gestão do prefeito Rodrigo Manga, em Sorocaba. Manga, hoje, é alvo de operação da Polícia Federal, afastado do cargo por 180 dias, investigado como líder de organização criminosa dividida em dois núcleos: o financeiro – com esposa, cunhada, pastor, operador empresarial e contratos de publicidade usados para lavar dinheiro – e o político, envolvendo ex-secretários de Saúde e Administração na negociação de contratos e propinas.
Nada disso coloca Cilene como partícipe do esquema. Não é essa a afirmação.
O fato é outro – e é político: ela vem de uma gestão que agora é sinônimo de suspeita, dinheiro turvo e promiscuidade entre púlpito, contratos públicos e caixa 2 de igreja. E desembarca em Bauru com um propósito muito claro, verbalizado na própria Câmara Municipal: como disse a vereadora Estela Almagro, Cilene “veio para privatizar a coleta”.
É nesse contexto que se deve ler a cena descrita pelo jornalista Nelson Itaberá na reunião da Comissão de Justiça: uma secretária do Meio Ambiente que, “com boa dose de prepotência e arrogância”, assusta até a base governista ao defender um contrato de 30 anos, estimado em R$ 4,8 bilhões, enquanto a Prefeitura esconde dados essenciais do estudo da FIPE e a tarifa do lixo simplesmente dobra ao longo da concessão.
Repita devagar:
– hoje, o gasto com o lixo gira em torno de R$ 54 milhões por ano.
– no desenho da concessão, a contrapartida municipal no primeiro ano já salta para R$ 119 milhões – sendo R$ 90 milhões destinados ao manejo de resíduos (via tarifa) e R$ 29 milhões para limpeza pública.
E o governo acha perfeitamente normal abrir um contrato de R$ 4,8 bilhões sem “abrir o jogo”, sem apresentar o estudo completo, sem destrinchar item por item – varrição, bueiro, ecoponto, cata-galho, recicláveis – AOS VEREADORES (da base) e à população. Normalíssimo???
Na propaganda oficial, o "filminho" é bonito: “Investimentos e Viabilidade Econômica”.
R$ 80 milhões de investimento inicial, R$ 580 milhões em 30 anos, “impacto fiscal” de 4% da receita corrente líquida. Parece música de elevador de shopping: suave, agradável, ninguém presta atenção na letra.
Devemos fazer a pergunta que a Prefeitura tenta evitar: quem vai pagar essa conta?
Spoiler: você, eu, o sujeito que mora na periferia, a família que mal consegue fechar o mês.
A estrutura pensada pela secretária é simples – e cruel. A tarifa será cobrada na conta de água do DAE, vinculada ao consumo em metros cúbicos. Traduzindo: quanto mais água você consome, maior a tarifa de lixo. A própria apresentação oficial fala em 40% do valor da água. Nos números levados à Câmara, o valor mínimo começa em algo entre R$ 1,12 e R$ 1,34 por m³ na fase inicial e salta para R$ 2,24 a R$ 2,68 por m³ na fase plena. Em bom português: DOBRA!!!
A cereja do bolo?
Mais de 65% das casas consomem entre 20 e 30 mil litros de água por mês. Some a isso a fala anterior da própria Cilene, de que a cobrança ficaria entre R$ 12 e R$ 15 na conta do DAE, para chegar, na prática, a um custo que pode superar R$ 26 já no início e continuar subindo ao longo de 30 anos. É matemática, não ideologia.
E ainda falta a parte mais indigesta: os dados que não aparecem.
A Comissão de Justiça cobra o estudo completo da FIPE — sim, a mesma FIPE que protagonizou o embrolho da concessão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com apontamento de direcionamento; a mesma que hoje está à frente da revisão do Plano Diretor “nada participativo”. E, apesar desse histórico nada animador, o governo não abre planilha, não apresenta modelo detalhado, não mostra curva de risco, não exibe simulação por faixa de renda — nada que permita ao Legislativo exercer a função elementar de controle.
E fica a pergunta que ninguém fez — mas deveria ecoar pelo plenário:
quanto a FIPE recebeu pelos estudos da concessão da coleta?
Enquanto isso, a secretária aparece na Câmara com uma apresentação magra, um filminho besta e um mantra repetido até a exaustão: “é obrigatório”. Como se isso bastasse para justificar um contrato de R$ 4,8 bilhões sem transparência, sem debate e sem contas abertas.
“É obrigatório. Se não fizer, Bauru será punida pelos órgãos de controle.”
Aqui entra o truque retórico.
Sim, o Marco do Saneamento e as normas da ANA exigem que o serviço de manejo de resíduos sólidos seja remunerado por taxa ou tarifa. E sim, há risco real de o município deixar de acessar recursos federais específicos para políticas de resíduos sólidos caso simplesmente ignore essa agenda. Ninguém sério discorda disso.
Mas é preciso dizer com todas as letras — e sem o terrorismo retórico usado pelo governo Suéllen Rosin:
a eventual ausência de taxa não bloqueia repasses gerais ao município, não congela verbas constitucionais, não paralisa convênios de outras áreas, nem transforma Bauru em pária federativo. O impacto está restrito às linhas de financiamento e investimentos voltados exclusivamente ao setor de resíduos sólidos.
Mas daí a afirmar que “ou você aprova essa tarifa, desse jeito, dentro dessa concessão de R$ 4,8 bilhões, ou o apocalipse jurídico cai sobre Bauru” vai uma distância do tamanho do aterro sanitário.
A exigência legal é de cobrança e sustentabilidade financeira do serviço.
A opção de acoplar a essa cobrança um pacote de concessão por 30 anos, com tarifa escalonada e dados escondidos, é escolha política – da prefeita, do seu grupo e da secretária incumbida de vender o produto. Não é obra do destino, não é imposição da Constituição, não é maldição da ANA.
Quando Estela Almagro diz que Cilene “veio para privatizar a coleta”, não está fazendo poema. Está descrevendo a função política de alguém apresentado como “técnico”: assumir o desgaste, blindar a prefeita, carregar o discurso da “obrigatoriedade” enquanto o governo tenta empurrar à população uma conta salgada, embalada em um "filminho" pasteurizado (pergunta - quem pagou?).
Repare na coreografia:
– O contrato é gigantesco: R$ 4,8 bilhões em 30 anos.
– A tarifa dobra com o tempo.
– A Prefeitura omite o estudo completo, apesar de cobrada.
– A secretária responde com altivez, fala em “exigências legais”, “renúncia de receita”, “riscos de punição”, mas não explica a engenharia econômica que levou àquele número para Bauru, nem as alternativas possíveis.
OS VEREADORES, se tiverem um mínimo de apreço pela cidade, não pode aceitar ser transformado em cartório de carimbo automático de estudos que não viu. O mínimo é exigir:
1. Abertura integral do estudo da FIPE, contrato, premissas, planilhas, taxa de retorno, cenários de risco.
2. Simulações por faixa de consumo e renda, para mostrar quanto pagarão os moradores dos bairros mais pobres, não apenas a classe média com jardim e piscina.
3. Alternativas de modelo: autarquia, consórcio, gestão direta com taxa, PPP com outro desenho. Se só há uma proposta sobre a mesa, não é política pública: é imposição.
A secretária Cilene Bordezan não é obrigada a responder por eventuais crimes atribuídos à gestão de Rodrigo Manga em Sorocaba. Mas não pode, em Bauru, repetir o padrão de opacidade: contrato bilionário, pouca transparência, muita retórica e a fé sincera de que ninguém vai ler as letras miúdas.
Porque a pergunta que não se pode deixar no ar é justamente a que mais incomoda o governo Suellen Rosin:
“Como pode o governo achar normal a ambição de, até aqui, abrir contrato de R$ 4,8 bilhões sem ‘abrir o jogo’?”
E a pergunta que fica para OS VEREADORES DA BASE é outra, ainda mais simples:
Quem vai se deixar omisso nisso?
FERNANDO REDONDO / Jornalismo Independente

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