sábado, 8 de novembro de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (206)


HELENINHA FAZ ANOS, FOMOS TODOS NO BAR DO GENARO PARA FESTAR JUNTO DELA
Heleninha é Helena Perazzi de Aquino, minha irmã mais velha. Dois a mais que os meus. Somos quatro irmãos, hoje infelizmente divididos em dois bolsonaristas e dois lulistas. Destes dois lulistas, eu e ela, algo mais, somos defensores do Estado Nacional de Direito - o poder do Estado é limitado pela lei e a justiça é aplicada de forma igualitária para todos os cidadãos, incluindo os governantes - e totalmente contrário ao golpe e golpistas, algo que quase retorna o país para o seus caos político, ainda pior do que o período bolsonarista. Isso só para começar. Essa querida mana é minha confidente, pois trocamos juntos ideias e planos de vida. Como é bom ter alguém de confiança para desabafar e trocar ideias. Eu e ela exercemos isso de fato, na acepção da palavra. Já passamos - juntos e separados - tudo o que a vida nos reservou nestes mais de 60 anos de vida cada e estamos, ou melhor, continuamos firmes e fortes juntos, irmanados, coesos e compartilhando o que a vida nos reservou. Eu e essa mana, temos um algo mais em comum, que os outros dois não possuem. Somos amantes de livros, mais que isso, acumuladores. Sim, temos mais dentro de nossas casas do que iremos ler no que nos resta de vida. E lemos, lemos muito, por todos os lugares possíveis e imagináveis. Somos daqueles que, não vamos para fila nenhuma sem ter na algibeira algo para ler. Sem algo para ler nestes lugares todos, uma mera fila de banco, estaríamos com um problema sério. Ela tem dois filhos e eu, somente, um, ambos homens. São a alegria de nossas vidas. Continuamos envolvidos com eles e além disto, ambos somos aposentados, com soldos pequenos, o que nos faz continuar na lida para conseguir fechar as contas no final do mês. Levamos tudo isso numa boa, pois desfrutamos de algo mais que bom dentro da gente. Somos libertários. Ela, numa fala dita dias atrás, me deu mais um exemplo, quando numa fila de caixa de supermercado, uma pessoa se dizendo militar, tenta se mostrar autoritário e ela, fala mais grosso e alto que ele, restabelecendo ali no local, algo lindo de ser visto, o que de que ninguém mais conseguiria detê-la. Depois me disse: "Já estou no lucro. Não vai ser um boçal destes que vai me impedir de dizer-lhe na cara o que precisa ouvir". Minha mãe era assim, dizia na cara do sujeito, seja ele quem fosse, a sua opinião. Enfim, estou muito feliz de tê-la ao meu lado. Somos unidos e seguimos a vida, aos trancos e barrancos, mas tentando extrair dela o melhor poassível e convivendo só ao lado de pessoas que realmente valham a pena. Hoje ela faz anos e na festa, tirei fotos e aqui as compartilho. Felicidades eternas para essa danada. HPA, o mano.

POLÍTICA É PRA SE FAZER AO LADO DE QUEM SE TEM AFINIDADE, CARNAVAL A MESMA COISA
Sou militante da esquerda. Sou petista, filiado há muito tempo e ano passado, fazendo parte da direção municipal deste partido, eu militando dentro do Núcleo de Base DNA pestista em Bauru, resolvemos deixar a direção, continuando na militância, algo impossível de ser abandonado. O consenso foi bem claro, o que de que seria impossível continuar exercendo aqueles cargos de direção, observando tudo o que acontecia à nossa volta. No resumo, já não era mais possível aquela convivência pacífica com outro grupo, o majoritário naquele momento, com uma prática política bem diferente da proposta pela nossa e pelo bom senso. Se mal conversávamos mais, imagine como seria continuar fazendo política de aparências. Caímos fora e a partir de então, que fizessem tudo ao jeito e modo dos que ficaram. Para nós, sempre tivemos bem claro, das razões do rompimento e para o conglomerado de tudo e todos à nossa volta, o tempo responderá e dirá, mostrará e separará o joio do trigo. Temos a certeza disso. Seguimos nossas vidas e estamos pela aí, presentes e atuantes, juntos e fazendo também da política extensão de como tocamos nossas vidas, livres, leves e soltos, sem amarrações e nunca fazendo acordos com a parte contrária.
Aliado a isto, este rompimento serve também para tudo o mais em nossas vidas. Deve ser a mola mestra para tudo na vida. Baixa uma infelicidade sem precedentes quando as pessoas continuam fingindo algo, abolindo da felicidade, para continuar dentro de um segmento, seja ele qual for. Autenticidade acima de tudo. Foi com este intuíto que, 14 anos atrás, foi fundado o bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é Mixto. Sempre foi constituído de um grupo de pessoas alegres, carnavalescas e fazendo da festa, mais um momento de explosão da ironia contra os poderosos de plantão nos amortecendo a felicidade. Críticos até não mais poder, irreverentes e acima de tudo, alegres, num local onde isso pudesse ser demosntrado em todos os momentos. Felizmente ninguém é igual a qualquer outra pessoa. Porém, essas diferenças são diluidas dentro do arcabouço maior, que é essa incessante luta por dias melhores e a de um outro mundo possível. Isso nos une e nos leva adiante. O motivo maior deste bloco existir é exatamente este. O dia a dia é duro, cheio de perdas e danos, mas quando se aproxima o Carnaval, estaremos juntos novamente, esgrimando numa só voz, clara demonstração de força e união, enfim, o inimigo está aí, do lado de fora de nossa janela e cada vez mais mostrando suas garras. Que pelo menos, neste momento, consigamos estar juntos neste ideal de luta, pois o Carnaval é também palco de muita disputa e luta. E isso de existir um grupo onde isso tudo possa ser estravazado, não existe nada igual. O Tomate deve ser preservado e mantido, custe o que custar, pois sem ele unido, a cidade perde. E nossa voz precisa continuar sendo demonstrada em alto e bom som. Somos diferentes, mas em muita coisa convergimos, sem disputas, conchavos e preferências. Viva o Tomate, expressão máxima da possível convergência de ideias e ideais, todos manifestados contra o grande inimigo em comum, nos apunhalando diariamente.

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