sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (31)

ESCREVO DE UM SER QUE REMA CONTRA OS AVANÇOS - ARNALDO JABOR
Sim, não reclamem, o texto será curto e grosso. Não gosto nem um pouco de ficar escrevinhando algo sobre alguém por quem não nutro nenhum tipo de acarinhamento. Arnaldo Jabor, o cineasta (faziam 16 anos que não filmava) e hoje, um cronista de alguns de nossos grandões órgãos da mídia, de forma escrita no Estadão/Globo (reproduzidos em muitos país afora, aqui em Bauru pelo Bom Dia) e de forma televisiva, na TV Globo. Nesses espaços faz questão de destilar seu latente ódio pelos avanços sociais no Brasil. Plínio de Arruda Sampaio, o candidato a presidente da República pelo PSOL disse num dos debates pré-eleitorais: "Pior que ser de direita é o cara que já foi da esquerda e se bandeou para o outro lado. Um vendilhão irrecuperável". Jabor é desses. Além de deitar falação de forma cada vez mais conservadora, aliando-se ao que de mais retrógrado existe no país, é hoje um dos precursores de um Instituto onde predomina a velhacaria, o "Millenium", que hoje virou uma OSCIP e na verdade é palco da defesa da liberdade individual, propriedade privada e a economia de mercado (escrevo deles com mais apuro qualquer dia desses).

Escrevo de Jabor, pois ao abrir meus e-mail hoje pela manhã, um bauruense, militarista de plantão, desses a defenderem as coturnadas de um dos períodos mais nefastos da história brasileira, o da ditadura militar (1964 - 1982), faz uma reverência a um texto de Jabor, com um toque de provocação no início com "O QUE MAIS ENDOSSA AS PALAVRAS DESSA CELEBRIDADE É QUE ELE FOI IDIOTA UM DIA... E PENSOU COMO OS PASCÁCIOS DE HOJE..." (veio assim em maiúscula mesmo). Fui ler o texto publicado no Estadão dia desses (cliquem a seguir http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101207/not_imp650366,0.php ). Que dizer além do já dito sobre esses saudosos de tempos onde o que predominava era a cana dura e uma minoria dando as cartas sobre a imensa maioria da população? Mais nada, ou melhor, disse sim, pois respondi ao que me enviou o e-mail com: "Meu caro. Jabor, o Arnaldo representa o que de mais retrógrado temos nesse país. O instituto onde faz suas pregações contra os avanços sociais, o Millenium é a casa dos que defendem as benesses de uns poucos sobre a imensa maioria. Jabor, que um dia já pregou a favor, hoje, mostrando sua verdadeira face, deixa exposto o lado mais horripilante de nossa nação, a da intolerância, negativismo, defesa das cruéis elites e de uns poucos, os ditos escolhidos divinos. Por sorte, o povo sabiamente segue escolhendo seu representantes em outra linha e eu com eles, cada vez mais longe do pregação de gente como Jabor. Inté e ao trabalho".

Mas ainda quero escrevinhar mais alguma coisa. É sobre o último filme do Jabor, "A Suprema felicidade"(veja o trailler - http://www.adorocinema.com/filmes/a-suprema-felicidade/trailers-e-imagens/#video-2582) , que fui assistir junto do filho. Gostamos da narrativa por causa da vida retratada de um avô (vivido por Marco Nanini), boêmio e tocador de trombone, pelo Rio do pós-Segunda Guerra. "A Lapa, o Mangue, o Carnaval de ruas antes das Escolas de Samba e do Sambódromo, a espontaneidade, a malandragem defendida a navalhadas, e a dificuldade e a dor em se tornar adulto e viver sem culpas o amor" (de um leitor da revista Piauí). Sai de lá com um sentimento estranho a me dominar, o de de ter gostado do filme, mesmo achando ter faltado o essencial (ter uma boa história e saber como contá-la), mas odiar o outro posicionamento do cineasta, seu radicalismo de direita. Explico isso ao filho, mostro o lado onde ele é detestável. Que ele faça mais filmes e destile menos ódio de sua caneta e venenosa língua, mesmo não acreditando que ele possua mais algum tipo de salvação.

6 comentários:

Anônimo disse...

Henrique, a verdade é que tantos os do lado do Jabor, quanto os que estão do outro lado, mas que representam a mesma moeda, defendem o mesmo estado que outrora eram criticos, como escreveu, defendem a propriedade privada e economia de mercado. Já escrevi sobre isso, e as vezes cansa bater na mesma tecla, mas a briga tanto do lado de lá, quanto dos que se entendem por "esquerda", não é a briga dos tempos da guerra fria entre capitalismo e comunismo, eles brigam entre si pelo controle do estado capitalista, o ódio do Jabor, Globo hj contra o PT por exemplo, não é por representar uma ameaça de revolução, e sim questão de alinhamento deste estado, apenas o detalhe que o dono da Record é alinhado com o governo, e mesmo assim tanto globo quanto outros figurões mordem grandes verbas estatais, do lado de nenhum deste hipocritas ficarei. O meu como sabe, sempre será aquele que querem fazer sumir, vermelho e esquerda até a morte.
E uma ultima obs. sobre o Jabor, este sempre foi um cineasta frustrado de quinta categoria, não é de estranhar que vc tenha saído com a sensação de que faltou algo no filme.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Mafuá do HPA disse...

Sabe Marcão, o tema do filme era muito bom, o mote era de admirar, algumas cenas foram marcantes, o cenário idem, mas ele não foi lá muito feliz na junção disso tudo. Já c om os seus textos, deprimíveis todos.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

HENRICÃO

Esqueça desse tal de Arnaldo Jabor. Esse, pelo papel que presta hoje, não vale nada e passará para a história como escória. fez com que nos esquecessemos que um dia já foi um cineasta razoável. Acabou por se aliar ao que de pior existe no Brasil. Faz a defesa de tudo o que não presta. Eu não gosto dele, mas não me vejo como uma pessoa que representa a mesma moeda de tudo o que ele defende. Que papo é esse?

Rosana

Anônimo disse...

Por favor, entrem no site do TSE procurem as prestações de contas dos dois lados, comparem os "doadores" de ambos e vejam se não formam uma só moeda.
Peguem tb as coligações, estrutura de estado, govenabilidade, correntes no rabo eleitoral e vejam se não formam a mesma moeda.
Vejam as atitudes dos dois lados, o que pregam(liberalismo economico), e vejam se não formam a mesma moeda.
Esqueçam os rótulos, olhem a prática atual, estudem bastante história, e tb o q é marxismo e liberalismo. A moeda de 3 reais irá se revelar.

Ao persistirem os sintomas, Karl Marx, o melhor remédio para amnesia causada pela perestroika.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Gosto de voce sr Marcos porque aponta o dedo na nossa cara e mostra onde estamos errando, mesmo quando temos certeza de estarmos acertando.

L.

FABI disse...

Adorei o medicamento passado pelo comandante , ele serve tb pra curar hipocrisia!!!!!