* Saiu publicado hoje no Caderno Geral, do Jornal da Cidade, Bauru SP, um texto meu enviado ao jornal e transformado em CRÔNICA DE FINAL DE ANO, com um destaque além do imaginado.
UM CORPO ESTENDIDO NA CALÇADA
Nessa época do ano a sensibilidade humana deveria estar mais aflorada, exposta à visitação e isso devido a tudo o que nos remete a esses eventos todos envolvendo as festas de final de ano. Moro num dos locais onde a concentração de problemas sociais é mais evidente, latente e pulsante. Você ser o próprio problema social é uma coisa, vivencia aquilo no seu dia-a-dia, pulsa nas próprias veias o que venha a ser a indiferença, a insensibilidade, a rejeição, o desamparo e tantos outros sentimentos inerentes ao ser humano. Uma coisa isso, outra o vivenciar ao lado de sua morada um extrato social de tudo o que muita gente só ouve falar. Resido ao lado da linha férrea e muito perto da estaçãoConsidero-os uma espécie de vizinhos, sem a mesma sorte que tive na vida. Nas conversas que travo diariamente com os mendigos, digo a eles que o meu diferencial para com eles é por ainda não ter desistido de resistir nesse mundo, onde dar murro em ponta de faca é apenas um
Com os drogados algo mais difícil. Esses escolheram as proximidades da
Isso tudo para descrever o que sei da história de uma dessas pessoas. Uma moça, jovem demais, cabelos longos e ainda com a última pintura feita num salão, magra, esbelta, mas degradando-se a cada dia. Ela difere do resto, pois não circula em bando. Prefere andar só e assim acaba sobressaindo-se mais que todos. Conversa quando quer e com quem quer, arredia a extremo. Consegue uma fruta ali, um pão aqui, água no seguinte, comida adiante e faz de um pequeno quadrilátero seu mundo mais do que particular. A particularidade de tê-la observado com maior detalhamento
Escrevo algumas linhas natalinas e a reverenciar o Ano Novo em nome dela e ao fazê-lo, reverencio a todos esses, que vivem numa espécie de manjedoura, escondidos num beco qualquer, sujos, mal cheirosos e buscando algo, que ainda não consegui identificar bem o que venha a ser. Penso em ajudar mais, estabelecer novos contatos, mas nem sei se é isso mesmo que eles querem e buscam. Antes de tudo, pouco fazemos para entender os males desse mundo, o que leva as pessoas a serem tão diferentes umas das outras, concepções tão distintas, um tendo tanto, outro nada, um buscando tudo, outro querendo tão pouco e não tendo nem isso. Para mim, a serventia de cada final de ano é olhar com mais carinho para esse povo das ruas, meus vizinhos, e com eles aprender a continuar sobrevivendo no próximo ano e nos demais.

2 comentários:
ola henrique vc tem escritos otimos artigos nos jornais da nossa regiao foi muito profundo o artigo de finsl de ano no jc bom mesmo
Maurício Passos - Pederneiras
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