A RESISTÊNCIA DE MADÊ CORREA É PARA ASSOMBRAR ESSA CIDADE - DESESPERAR JAMAIS
Ao abrir meus e-mails ontem pela manhã, já em São Paulo, quase choro ao ver o que havia bolado. Ela na noite de ontem, quarta, 21/12, apresentou um espetáculo criado na
de final de ano. Meu Natal só não é totalmente triste, por observar como esses dois conseguem se superar a cada tentativa de insistir, de renovação de forças para continuarem na labuta. Mais feliz fico ao ver pelo facebook que ela se oferecia como "Papai Noel No Natal - Na sua casa...em Bauru" e uma chique residência da cidade já a contratou para ser a Mamãe Noel lá deles. E assim ela estará trabalhando e mais feliz.Para que tudo não se encerre de forma muito triste e melancólica, homenageio aqui nesse espaço mais uma pessoa, Leandro Gonçalez (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/.com/). Junto comigo produzimos o
Guardião, super-herói de Bauru e hoje faz uma festa no seu ateliê. Esse rapagão é um bravo, resistente a fazer o que gosta e como gosta. Nem sei como consegue, mas ele insiste e fico grato por conhecer gente assim. Mora e dá suas aulas num pequeno espaço, seu mundo particular e suas coisas pessoais todas ali. Vibro com sua luta para conquistar fatias cada vez difíceis nesse insano mercado. Finalizo com um PARABÉNS COLETIVO para a Secretaria Municipal de Cultura, que após duas tentativas com administrações desastrosas (Pedro e Janira), todas nessa Administração Municipal, acerta a mão e parece ter reencontrado o caminho com a produção cultural local.
Vibro muito com a nova caminhada, ou seja, a busca do caminho até então perdido e agora recuperado. Que em 2012 novos espaços sejam criados, principalmente para essa classe artística tão injustiçada e precisando botar o bloco na rua, como nos dois exemplos citados.E em homenagem a todos esses (Madê, Zé da Viola, Gonçalez e SMC),
relembro aqui uma música que não tem nada a ver com Natal e com Final de Ano, mas tem tudo a ver com a luta deles todos, o “DESESPERAR JAMAIS”, do IVAN LINS, de um LP que tenho aqui guardado no mafuá desde que o comprei nos anos 80, o “A NOITE” (Emi/Odeon, 1979). Sua letra é a cara deles e é de chorar: “Desesperar jamais/ Aprendemos muito nesses anos/ Afinal de contas não tem cabimento/ Entregar o jogo no primeiro tempo/ Nada de correr da raia/ Nada de morrer na praia/ Nada! Nada! Nada de esquecer/ No balanço de perdas e danos/ Já tivemos muitos desenganos/ Já tivemos muito que chorar/ Mas agora, acho que chegou a hora/ De fazer Valer o dito popular/ Desesperar jamais/ Cutucou por baixo, o de cima cai/ Desesperar jamais/ Cutucou com jeito, não levanta mais”. Vejam Ivan nesse vídeo: http://letras.terra.com.br/ivan-lins/258963/

6 comentários:
HENRIQUE
Torço muito pela Madê.
Sei de sua luta e de sua resistência.
Ela é uma brava pessoa.
Precisamos muito de gente igual a ela na luta por dias melhores.
Ela é a cara da classe artística bauruense.
Aurora
Henrique
Por que voce acha que essa administração da Secretria Municipal de Cultura acertou a mão e as duas anteriores, citadas por ti, não o fizeram?
Qual a diferença...
Também vibro com gente igual a essa Madê, que não conheço, mas percebo a força da resistência.
Daniel Carbone
"olá, meu querido...agradeço por todas as suas palavras...é parece que ainda tem gente que pensa com carinho em meu trabalho...vc é um deles...obrigada...beijos...FELIZ NATAL...Madê."
caro Daniel:
Respondendo sua pergunta.
Sim, a atual gestão da SMC está reencontrando um caminho até então perdido. Trabalhei por 4 anos como diretor nela (secretário Vinagre) e busquei, na área de minha atuação, produzir algo em relação aos museus do qual me orgulho muito. Fiz, trabalhei intensamente e hoje, passados três anos, percebo e dou razão a algo que ouvi do vereador Roque: "Falta um programa para a SMC. O que ela quer ser?". Isso ficou entalado comigo e reconheço meus erros, mas se ocorreram não foi por falta de tentar.
E depois de nós, ou seja, depois do governo Tuga, os dois secretários seguintes, o Pedro e a Janira, trabalharam isolados, fechados em si mesmo, sem acreditar nas pessoas, desconfiados até da própria sombra, sem receber artistas, com baixíssima produção. Tudo ficou estagnado, paradeira total.
E quando isso acontece, reparar ou retomar é sempre mais difícil e trabalhoso. O Elson Reis vem tentando fazer isso e acerta muito, pois algo bom de ser visto é o retorno ao incentivo ao artista local, a valorização do que é feito aqui e não tem espaço para se apresentar. Falta muito, como a diversificação para outros espaços e locais, principalmente os periféricos, mas algo de muito bom já está acontecendo e agora, o mais importante é colocar uma pá de cal na inoperância dessas duas gestões passadas e olhar sempre para a frente e tendo um programa a ser seguido, uma meta, um alvo e dele não se afastar.
Teria muito mais a escrever e o faço qualquer dia desses num texto longo aqui mesmo no blog.
Henrique - direto do mafuá
Henrique, o questionamento do Daniel é pertinente, faz extrair dele um reflexão mais profunda.
Porque se parte do princípio que o ponto não são os nomes, se um era xucro, outra arrogante ou um com mais lábia. A questão é estrutural.
Veja que tem artista conhecido seu que saiu publicamente para defender o antigo secretário justamente porque teve seu projeto agraciado pelo mesmo, os beneficiados apoiam, os excluídos criticam.
Cultura não é clientelismo, balcão de negócios, tem que ser olhada de forma mais ampla, perceber em que ponto da história mazelas do sistema fizeram com que ela perdesse o rumo, entender o ambiente social que forma essa consciencia vazia dos tempos atuais, Marx e Engels exploram de forma inteligente isso na Ideologia Alemã.
Cultura não pode ser olhada por um grupo com os olhos voltados para dentro e muito menos esperar que transformações venham de dentro da estrutura do sistema, pois fica um círculo vicioso, uns querem se pendurar na verba pública e os que a controlam desejam continuísmo político, para isso se sujam, pulam de partido em partido de acordo com a conveniencia, fazem aquele populismo de sentido weberiano, cheios de clichezinhos, e aceitam ser subordinados a bandido.
O artista não pode e não deve prender sua expressão artística ao sistema, pois ela é a chance de subversão do âmbito social.
Cultura está ligada ao fator educacional e não a mero trabalho de promoters, isso é fazer como disse, para dentro, e infelizmente hoje tudo fica fragmentado em cada segmento, se todos percebessem que o problema é a estrutura da sociedade estariam a provocar sua ruptura e estabelecer novos conceitos sociais de estado.
O artista de verdade não quer viver na humilhação, não quer esmola, quer viver uma sociedade de arte para que sua expressão possa ser compartilhada, sentida e entendida por toda uma nação.
No Brasil brochante, criou-se essa merda de "lei de incentivo" onde se prende a cultura e cria o vício de jogos políticos de interesses.
Como atacar o sistema, criar subversão se temos que ficar como patinhos sorrindo e dando tapinhas nas costas destes que só pensam em continuar nesta estática política????
Parabens e felicidades a querida Madê que essa com certeza gostaria como nós que tudo fosse diferente hoje nesta nação.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Henrique,
Como você perguntou, achei bom avisá-lo. Chegou o certificado da U.B.E. Em ordem, certinho. Só demoraram um pouco (o Aran vive repetindo que hoje é normal, é normal. Eu sou mais antigo...).
Abraços.
Um Feliz Natal e um excelente Ano Novo.
José Carlos Brandão
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