segunda-feira, 13 de maio de 2019

ALFINETADA (177)


FUTEBOL E TEMPOS BOLSOTARIANOS

DOIS LAMENTÁVEIS MOMENTOS DE ONTEM NA TELEVISÃO BRASILEIRA
1 - Milton Neves entrevistou ontem ao vivo o presidente Bolsonaro pela rádio/TV Bandeirantes e produziu uma das lambeções mais nojentas já presenciadas na TV. Ligo a TV exatamente no momento em que o apresentador tentava dizer a ele dos outros lugares, conhecidos pelo entrevistador em Nova York, onde poderia receber o tal prêmio em Nova York, após a recusa do prefeito de lá. Citou restaurantes, lugares de famosos, todos xumbregas, onde segundo Neves ele seria bem recebido, a nata do entreguismo, se mostrando como conhecedor da cidade. Lambeu Bolsonaro o tempo todo, demonstrou apoio integral para a reforma da Previdência como sendo feita, uma cravando a estaca no direito do trabalhador se aposentar e demonstrou ao vivo e a cores, tudo o que é ainda possível a televisão brasileira fazer em troca de migalhas para sua sobrevivência. De Milton Neves, que até ouvia na rádio Bandeirantes, escárnio e ânsia de vômito pelo que fez, numa demonstração da bestialidade elevado aos seus píncaros. Não é a toa que quando ia entrar no ar, toda manhã, Boechat quando vivo, fazia uma brincadeirinha com ele, demonstrando sua insatisfação com sua presença em seu programa. Os dois se merecem, Neves e Bolsonaro, são da mesma laia, a cara deste país no fundo do poço. Chegou ao disparate de dizer que o prefeito de NY poderia ser do PSOL.

2 - Entregar a premiação de Melhor em Campo para o Cidão, goleiro do Vasco da Gama ontem foi algo para o telespectador sair da sala e ir vomitar lá fora. Ficou nítido que a votação foi para gozar o profissional, que ontem não jogou bem, mas não merece (ninguém merece) ser execrado em público, como ocorrido. Ele foi de uma finesse, recebeu o prêmio e se foi para os vestiários, mas a pecha de desavergonhada quem vai ter que sustentar é a Globo, por não ter abortado a premiação. Levar adiante algo onde todos estavam constrangidos, desde o repórter de campo, praticamente obrigado a entregar a fajuta e boboca premiação criada desde o começo deste campeonato e agora, já perpetuada como inútil e também irracional, uó do borogodó. Até acho que a votação recai sobre o papel da Globo, com uma votação ao contrário, mas expôs ao ridículo o profissional em campo. Revejo a cena só muito tempo depois do ocorrido e com ela vejo o quanto estamos mesmo mais que perdidos nos tempos atuais. Casagrande chegou a se desculpar ao vivo sobre o ocorrido, mas o estrago já estava feito. Que tudo sirva para que Cidão consiga dar a volta por cima, ganhando confiança junto ao torcedor vascaíno, outro que abomina tudo o que venha dessa TV, pois Vasco e TV Globo são antagônicos não é de hoje.

DOIS TÉCNICOS DO BRASILEIRÃO DE FUTEBOL, PENSAMENTOS AREJADOS TAMBÉM NA POLÍTICA
Hoje em dia a coisa mais difícil deste mundo é encontrar jogadores com mente arejada, lendo muito e com exposição muito clara de suas ideias, principalmente políticas. Para ser bem claro, onde estão os revolucionários no futebol, como Sócrates, Afonsinho, Juninho Pernambucano? Conto nos dedos de uma mão os hoje com essa boa cabeça. Quais mesmo em ação? O mesmo se dá no quesito treinadores de futebol. A maioria adeptos da linha dura, todos sendo pomposamente chamados de "professores" e jogando nas hostes do emburrecimento mental, direitistas assumidos, assim como a imensa maioria dos dirigentes esportivos. Será que para ter sucesso no futebol se faz necessário ser neoliberal predatório e bolsonarista? Ufa! Alguns poucos remam contra a maré e conto dois casos.

CASO UM:
O técnico do Santos, o argentino Sampaoli é declaradamente anti Macri, o presidente argentino e tudo o que esse representa. Já afirmou mais de uma vez que o seu país estava em muito melhor situação quando dirigido pelos Kirchner e critica o que estão a fazer com seu país, daí, evidente não concordar com o momento atual do país onde atua profissionalmente, resvalando na bestialidade predominante no reino bolsonarista. Mesmo não querendo se posicionar abertamente, fica claro ser ele hoje o mais ousado treinador do Brasileirão de futebol, demonstrando possuir um lado, o dos oprimidos, não do opressor, como a maioria. Quanto aos estrangeiros como técnico, ouço que o Atlético MG talvez contrate o colombiano Osório, que já dirigiu o São Paulo e a seleção mexicana. Seria auspicioso e um tapa com luva de pelica no retranquismo dos atuais técnicos brasileiros. Só para apimentar a discussão, eis um link sobre o posicionamento do técnico fora das quatro linhas: https://www.brasil247.com/…/Peronista-Jorge-Sampaoli-compar…. Me transformei em fá, fácil fácil.

CASO DOIS: Vanderlei Luxemburgo, após dois anos desempregado volta a um grande clube, desta feita o Vasco da Gama, hoje ocupando a última colocação em quatro rodadas. Ele teve altos e baixos, sendo um dos momentos críticos sua passagem pelo Real Madrid. Pelo que vejo, ele soube superar aquele momento e hoje, com a devida sapiência, cresceu interiormente e nas últimas declarações, emite opiniões bem interessantes sobre o momento brasileiro, inclusive se posicionando favoravelmente ao Lula Livre e tudo o mais. O Vasco vai precisar muito de alguém pensando na contramão da maioria dos técnicos brasileiros. Creio eu, acertou em cheio na contratação. Com a cabeça mais arejada, vai ousar e dar ao Vasco a flexibilidade necessária para dar a volta por cima, assim como, conseguir também reverter o crítico momento do Sidão, o goleiro injustamente execrado pela TV Globo ao vivo e a cores. O momento será para um renascer das cinzas e assim, vai demonstrar para a cambada de conservadores de plantão algo de como tudo pode se dar no campo democrático, pouco em prática no futebol brasileiro. Eis um link sobre Luxa: https://gauchazh.clicrbs.com.br/…/vanderlei-luxemburgo-vai-…

Pelo exposto, mesmo corintiano, estarei desbragadamente torcendo por Santos e Vasco nesse Brasileirão, enfim, muito por causa dos dois nomes pelos quais nutro respeito e admiração, primeiro pela coragem de remar contra a maré dominante e depois, por estarem na vanguarda de uma transformação mais que necessária na mentalidade do futebol brasileiro. Toc toc toc...

CONTINUANDO COM O TEMA FUTEBOL, AGORA SOBRE ALGO DA ALDEIA BAURUENSE - LEILÃO DA PANELA
A notícia da semana é que está marcado um leilão para venda do Ginásio Panela de Pressão, pertencente ao Esporte clube Noroeste, o centenário time desta aldeia bauruense, hoje na 3ª Divisão do Paulista de Futebol. Com dívidas de anos, adquiridas também através de ações trabalhistas, muitas injustas, fruto de jogadores com passagens ínfimas, diminutas e valores estratosféricos, incentivados e incrementados por ilegítimas arestas na legislação, o valor alcançou cifras altas, impagáveis dentro da atual situação. Daí, a atual diretoria incentiva a colocação do Ginásio à venda para quitar tudo e o clube passar a despertar interesse para se tornar empresa.

"Panela - O que pode render boas discussões são os assuntos mais prementes da cidade. Ontem, o experiente advogado e ex-presidente do Legislativo Milton Dota lançou um alerta sobre o leilão do ginásio Panela de Pressão. Segundo ele, que ao lado do ex-vereador José Queda ajudou na intermediação da cessão do terreno do complexo Alfredo de Castilho da RFFSA ao Noroeste, a escritura de toda a área prevê claramente a inalienabilidade e impenhorabilidade. Em seu entendimento, não se pode levar o Panela e demais equipamentos a leilão"
, nota da Coluna Entrelinhas do Jornal da Cidade - Bauru SP, edição de domingo, 12/05.

Quem estiver disposto a procurar os srs Cláudio Amantini, ex-presidente do Noroeste e o ex-deputado federal Tidei de Lima, ambos participantes ativos do contrato de venda do conglomerado do estádio para o Noroeste pode tomar conhecimento de detalhes sobre o que Milton Dota afirma na nota. A coisa é muito mais antiga, desde a cessão do terreno e depois quando da compra do estádio sua confirmação, nada pode ser vendido. O que estaria sendo tramado nos bastidores para legalizar esse leilão? Como tudo é possível nessa terra dita e sacramentada como "Sem Limites", creio eu, esquentar, requentar, rever e reinventar algo do que estaria sacramentado é fichinha. Primeiro a Panela, depois o estádio, já do time, sem nenhum problema ele se transformar em empresa, mas que isso ocorra sem maculações de grande monta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Você vai fazer alguma matéria sobre a repressão a uma passeata lgbt nesse último sábado em Cuba?

Mafuá do HPA disse...

Não