sábado, 26 de outubro de 2019

DIÁRIO DE CUBA (113)


CONTATO COM AS RUAS em/de BUENOS AIRES
COMEÇO MANHÃ SÁBADO E QUEM CRUZAMOS EM CALLE FLORIDA...

Desço para me encontrar com os amigos e começar a caminhada para o que virá pela frente no sábado, 26/10 por aqui em Buenos Aires e seguindo até o ponto de onibus, eis que no cruzamento de duas importantes calles, a Florida com Corrientes, damos de cara com nada menos que LUGO, o ex-presidente paraguaio, um que foi inclementemente defenestrado por uma decisão mais que arbitrária da classe política do Paraguai, pelo simples motivo de ter levantado a hipótese de verificar a legitimidade cartorial e destinação de muitas terras em mãos da classe dominante. Muito simpático, papeamos todos na rua por uns quinze minutos e não resisti, lhe perguntei: "Lugo, algo até agora não entendido por todos nós, como se deu essa decisão, a mais rápida, questão de horas para te tirar fora do Governo paraguaio? Aquilo foi no estilo vapt-vupt, algo mais que surreal". Ele sorrindo, após tanto tempo, resume tudo numa frase" "A decisão da embaixada norte-americana foi levada ao pé da letra, assim eles agem". Lugo é mais um dos tantos observadores internacionais acompanhando o pleito argentino deste domingo, 27/10, quando Maurício Maci, o neoliberal basura deve dizer adeus definitivamente como presidente da Argentina. Atento à causa da PÁTRIA GRANDE.

ATENDENTE NUMA LOJA EM LA BOCA REVELA QUAM SÃO OS PIORES TURISTAS POR LÁ
MEL é brasileira, nasceu em Volta Redonda RJ, está em Buenos Aires há dois anos para cursar veterinária numa universidade pública. Para custear e se manter por aqui trabalha diariamente numa loja bem defronte o estádio La Bombonera, o do Boca Juniors, no meio de um dos bairros mais populares da cidade, o La Boca. Aqui estive no sábado, 26/10 para produzir uma matéria longe de sua zona turística, mas junto ao povo do bairro, sentir a expectativa desses diante da eleição de domingo. Como não poderia deixar de ser, somos levados também a cumprir algum papel de turista e numa das tantas lojas conhecemos a simpática Mel. Papo agradável, nos conta muitas particularidades da vida portenha, como vai conseguindo se safar das dificuldades e ir tocando sua vida, tentando realizar seus sonhos. Da forma como nos tratou, surgiu a conversa sobre os brasileiros passando pelo local e ela foi taxativa: "Os piores turistas por aqui, por incrível que pareçam são os brasileiros. De início achava serem os argentinos, os da classe mais abastada, arrogantes, mas não, os brasileiros são imbatíveis nesse quesito. Chegam de nariz empinado, não cumprimentam ninguém, grosseiros e tratam a todos com empafia, como reis do mundo. Nos olham como se estivessem num andar superior, quando sabemos isso ser fachada. Me disseram que antes não era assim tão latente, eram menos agressivos". Não me assustei, disse a ela ser esse o espírito do novo rico, ou o que se acha rico, escovadinhos, perfumados de gabinete, quase certeza serem todos bolsonaristas e estarem contentes com a destruição em curso no país. O que nos disse serve como demonstração cabal do quanto estamos sendo mal vistos pela aí, tudo por causa dessa insanidade conservadora, pueril e com sérios distúrbios mentais. Fora Bolsonaro!

REVELAÇÃO DO JORNALEIRO ARGENTINO
Alessandro é jornaleiro num dos cruzamentos mais movimentos do centro urbano de Buenos Aires, a das ruas Corrientes com Callao. Desço agora pela manhã para comprar a edição dominical do único diário impresso atuando dentro da verdade factual dos fatos (para mim, viu!) , o Página 12 e me deparo com uma pessoa disposta a falar sobre seu país, exatamente nesse momento onde as esperanças estão sendo renovadas com eleição já em curso. Primeiro me diz da boa escolha que fiz levando o jornal e também a revista mensal Caras e Caretas, na edição saindo hoje só tratando de um tema mais do que emblemático por aqui, "HAMBRE - Del granero del mundo a la Argentina de Macri" (Fome). De uma conversa inicialmente formal, aceitou gravar uma entrevista e essa posto posteriormente (o tempo urge por aqui nesses dias e qualquer vacilo, já foi), me disse algo que já havia ouvido ontem da boca de um jornalista local: "A Argentina não está hoje tão convulsionada como o Chile, exatamente por causa dessa eleição. Os argentinos estão depositando nela uma carga muito grande de esperança de mudanças, algo impensável com Macri e desta forma aguardam algo novo. Também levo em consideração a ação de intendentes regionais, que com ações pontuais estão tentando minimizar a fome coletiva, atendendo algumas de suas necessidades básicas, dessa forma ajudam a conter a revolta, seguram as massas". Cala fundo ir vendo isso e constatando tudo numa breve caminhada dentre o hotel e a banca, quando na ida vejo dois jovens dormindo sob a marquise de um banco e na volta, no mesmo local, dois policiais os cutucam com seus cassetetes até que se levantem e saiam do local. Presenciei a cena e ela choca os ainda sensíveis, todos nessa incessante busca por dias melhores, todos eles bem longe da atividade neoliberal, essa incompatível com qualquer forma de democracia ou vida atendendo interesses dos seres humanos, principalmente da classe trabalhadora. A Argentina está em vias de mudar de rumo e cá estou para presenciar essa transição.

REGISTRADOR DAS MANIFESTAÇÕES NAS PAREDES
Minhas maquinetas de mão, tanto a no celular com a pequena máquina fotográfica, inseparáveis em minha vida diária, pois do conteúdo contido nelas, algo de como sou e atuo pela aí. Elas revelam quem eu sou, onde estou e de que lado me posiciono. Costumam ou condenar ou absolver uma pessoa e no meu caso, as uso para registrar principalmente as muitas manifestações que vou encontrando pela frente, eneteja aonde estiver. Por aqui em Buenos Aires, dias agitados com eleição em curso, uma mudando os rumos do país, observo cada canto, detalhe diferente e clico, deixando assim minha marca registrada, a de ao publicar essas imagens poder de certa forma, ser um dos propagadores da boa nova, a dando alguma esperança de dias melhores para a camada desasistida deste mundo. Trato isso como uma missão, mesmo que para muito seja bobagem, para mim esses pequenos detalhes deixados pelas paredes, placas, papéis colados em vidraças, pontos de ônibus, etc, revelam o outro lado da cidade, o que pulsa pela transformação. Estarão por aqui, dia após dia algo de como enxergo com esses meus olhos recém operados de catarata, o mundo à minha frente. Gostaria de nesse momento, escrever mais e junto de cada foto poder contar uma história, mas hoje me vejo, sem muito tempo, publicando mais fotos e escrevendo menos. Quando chegar de volta ao bunker no mafua, na aldeia bauruense, talvez coloque os escritos todos em dia, juntando os muitos papeizinhos que vou juntando nos bolsos, todos eles à espera de um dia virar textão.

CARTA CAPITAL NAS BANCAS COM A CAPA MAIS ARREPIANTE DOS ÚLTIMOS TEMPOS

A REAÇÃO POPULAR LOTANDO AS RUAS DE BOA PARTE DO PLANETA
A capa: "O POVO NAS RUAS, MENOS NO BRASIL - Cansados de pagar a conta da crise e de não ter voz, milhares protestam no Chile, Honduras, Líbano, Catalunha, Reino Unido..."
Duas manchetes:
1 - Supremo - O julgamento da prisão em segunda instância tem juíza "esfinge", disputa de poder, pressão de general e Lula espectador.
2 - Sinecura - Após impor um duro ajuste nas aposentadorias dos civis, o Governo investe em generoso plano de cargos e salário aos militares".

Fechamento da edição logo após fechar matérias da edição na sexta: https://www.youtube.com/watch?v=vltWqp9BIns

Notícias do Hospício é a carona com op Brasil em suas viagens na maionese, por Fred Mello Paiva: https://www.youtube.com/watch?v=mocIcopCW7o

Como todos as edições anteriores, IMPERDÍVEL.

DESCULPEM MINHA FALHA...

Tenhos dois temas na cabeça pontinhos para sere mdeespejados no papel, um sobre a visita de ontem pela manhã junto à comunidade de La Boca e como enxergam o pleito ocorrendo neste domingo e noutro a reunião de jornalistas brasileiros e argentinos aqui em Buenos Aires, todos em busca de informações e dados novos sobre esse pleito emblemático para o momento de toda América Latina. Num outro, ainda sendo também formatado pelas ondas cerebrais algo de duas instituições buenaristas, o Coletivo Passarinho, juntando brasileiros residentes em Buenos Aires e atuando por aqui politicamente, socialmente e culturalmente e sobre a rica experiência da Cooperativa Bar Casona Humahuaca, em Abasto, sugestão que levarei para o presidente do PT Bauru, Claudio Lago, para que ao abrir a sede do PT na cidade a faça aos moldes desta cooperativa. As desculpas é por não ter tempo de sentar e escrever isso, textos longos e mais preparados no momento, pois a rua me chama. Ruar é preciso e necessário neste momento por aqui onde me encontro. Ficou para depois...

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