sexta-feira, 11 de outubro de 2019

DICAS (189)


EU TÔ NO MEU LIMITE – ADMIRO QUEM JÁ ESTÁ COM O SACO MAIS QUE CHEIO

“Eu não compro mais nem um lápis de olho de quem votou em Bozo, pode ser salgado, bolo, nada! Também não entro em bares Minions ,nem prestígio músicos que votaram no calhorda, também não sou obrigada a trabalhar com ninguém que votou nele. Eu só não posso fugir do supermercado mas esse povo que vende as coisas se votou no lixo eu não compro , aliás nem sei pra que vende as coisas ,pensei que bolsomonions eram só milionários. Estou mesmo boicotando. Lembrando que na época da eleição tive clientes que pararam de vir no meu salão pq sou "comunista" portanto o boicote é democrático não é? Faço o que eu bem entender!”, cabeleireira Bia Bassan.

Eu gosto mesmo de ler gente sincera como a Bia. Ela, além de não ter papas na língua, diz o que sente, sem freios, paliativos. Esse tem mesmo que ser o jeito do povão reagir, escancarar de uma vez por todos quem são os seus algozes, os que lhe cravam a estaca e passar longe deles. Por que devo continuar gastando minha miserável renda com quem joga contra meus interesses? Não devo, aliás, se o fizer estarei jogando contra meu próprio patrimônio. Em vários estabelecimentos, antes frequentados por mim, hoje prefiro cortar volta, pois o assinte é imenso. Estão todos na mesma dificuldade que todos nós, mas seguem com a empáfia, a soberba, culpando os governantes anteriores de tudo e mais um pouco, cegos de pai e mãe, tipo animais de carga com viseiras nos olhos, para só enxergarem o que está à sua frente, nada mais. Cansei de todos esses, gente como eu e Bia estamos no limite.
Corto volta de muitos, ironizo com uma penca deles aqui pelas redes sociais e se o pão aqui da padaria ao lado de casa, mesmo sendo bom, mas o papo fluindo lá dentro dos mais desagradáveis, prefiro caminhar mais, comprar lá na padaria do posto de combustível, quase dez quadras há mais, mas a atendente é ciente do nosso momento, conversa de igual pra igual e não paparica quem lhe ferra com a vida. Na descida do elevador aqui onde moro, uma nova servente, muito solicita, sempre cumprimentando com agradecimentos e a repetir: “Que tenha um bom dia, tudo nos leva a isso, o sr não acha? Nada nos deve incomodar”. Retribuo e lhes digo: “Nem tudo, veja esse presidente agindo contra os meus e os seus interesses. Como posso ter um bom dia sabendo que, lá em cima ele estará, dia após dia, agindo contra gente como, principalmente, a senhora, que trabalha de sol a sol e no final, ganha cada vez menos, tem cada vez menos direitos, perde os que tem?”. Ela me olha meio de soslaio, diz ver pouca TV, estar pouco informada, mas mesmo assim, não pode desejar nada de ruim para eles todos, pois, segundo ela, “somos todos iguais perante o ser supremo”. Tento argumentar, que o que vale é o aqui e agora, o padecer do hoje, a penúria proporcionada por gente como ele, sem dó e piedade para com o povo. Ela sorri, pede calma e segue sua sina. Eu saio, me despeço e sigo minha sina de revolta, junto de gente mais consciente, como Bia, uma que assim como eu, já passamos de qualquer fase possível de louvação para a bestialidade em curso. Mesmo diante de tanta perversidade, penúria sendo imposta a fórceps no lombo do povo, muitos ainda não se deram conta. Não querem perder o emprego, o lugar conquistado, preferem se fingir de mortos e assim seguem em suas vidas, migalhas lhe contentam, olhos fechados, lacrados para qualquer tipo de palavra rude para quem lhe causa o mal maior. Preferem, quando emitem alguma opinião, seguir proferindo algo de igual teor à do seu patrão, do seu senhorinho, do síndico, do emitido pelo telejornal. Eu cada vez me encanto mais e mais com pessoas corajosas como essa Bia, preferindo até perder clientes, mas não deixando de ser autêntica, original e inflexível. Sei isso não ser possível em todos os lugares, entendo a servente aqui do prédio. Se ela se mostrar por inteira, seu emprego será de vida curta. O medo grassa e viceja nas conversas pela aí, mas uns ainda resistem e insistem em não ceder. Como ainda posso fazê-lo, sigo com esses, corajosamente dizendo e fazendo o que sei ser o mais correto, sem se vergar e botando a boca no mundo, inclusive boicotando os lugares apoiando isso tudo que fizeram com o país após o golpe de 2016. Num momento quando o pavio já devia estar mais do que aceso, nem o fósforo riscamos, porém, os conscientes, esses além de sofrerem mais, são os que me conduzem. Ao ler a curta mensagem da Bia, o fogo foi reaceso e já estou em ponto de balar para tudo o mais que virá pela frente.


DE TUDO UM POUCO:
1.) INICIATIVAS DAS QUEBRADAS...
É onde eu gosto de estar e por sinal, hoje existem alguns bons lugares para gente como esse mafuento ir e estar bem enfronhado, no meio de gente da mesma laia. Não me peça para ir em bares dos ditos lugares da moda desta aldeia, pois quero mais é continuar batendo cartão nas quebradas, lugares onde o povo vai chegando devagar, ocupando os espaços, tomando conta e se sentindo à vontade. um desses lugares onde gosto de estar é o Bar do Barba, ali na boca de entrada da Feira do Rolo, esquina da Julio Prestes com a Gustavo Maciel. Baixada das baixadas e agora, tentando dar mais uma revigorada com a iniciativa do Raul Magaine em assumir algo interno no estabelecimento e levar para o local um pouco da sua experiência com música. O nome já está criado e lançado no mercado, o "CLUB DO BARBA" e o pontapé inicial é hoje, em algo que deveria ter anunciado com mais antecedência, mas desorganizado que sou, o faço em cima da hora ou quase no momento em que o som já deve estar sendo ligado. A cozinha e o bar é do Barba e a parte musical é por conta da versatilidade do Raul. Com essa junção e num dos lugares mais endiabrados desta Bauru, a beirada dos trilhos urbanos, seus centro velho, eis uma nova opção underground pintando no pedaço e nos fazendo sair de casa e dar com os costados na rua. Quem gosta de rua nem precisa de muito convite e falatório, basta a gente se reencontrar por lá. Tô saindo de casa...

2.)
NÍVER NA ITÁLIA, FRANCO FAZ ANOS...
Nosso hospedeiro oficial nas viagens que conseguimos realizar pra Itália é esse baita homenzarrão de 2 metros de altura e dois de largura, FRANCO MAZZOTTI, plantador de uvas e frutas no norte do país da bota, perto de Bagnavallo e Bologna, figura popular pela região toda, espécie de liderança comunitária, manda soltar e prender, parrudo, lutador de telecath nas horas vagas e hoje completando mais um ano de vida. Saudade da hospitalidade dele e de Rosangela Mazzotti, a carioca esposa, abrindo sua casa para mim e Ana Bia Andrade e se desdobrando para as idas e vindas que dois turistas espevitados sempre aprontam. Gostaríamos muito, eu e Ana de poder estar com eles no dia de hoje, festa comendo solta por lá, com muito vinho e assados à moda italiana. Baita abracito de quem está a distância, mas morrendo de vontade de logo poder voltar e desfrutar mais um pouco do calor humano deles todos. Na foto, ele aqui na véspera do Carnaval de 2017, quando rebolaram numa vespertina junto do Bauru Sem Tomate é MiXto, lá no Mafuá. Estamos precisados de uma bagunça juntos novamente...

3.) FABIO NEGRÃO SE FOI DIAS ATRÁS E HOJE BATE PAPO E RODA DE BIRITAS EM SUA HOMENAGEM, AO SEU MODO E JEITO, NO GENERAL BAR, UM DOS SEUS PONTOS PREDILETOS
Fabião gostava disso mesmo, de estar entre amigos e reunidos num bar, esse aqui perto de sua casa, menos de 100 metros, daí para ele se dirigia sem muito esforço e se algum problema ocorresse, ela facilmente conduzido ao seu sacrossanto lar. Fábio não era de criar problemas em lugar nenhum, nem na Unesp, nem nos bares, nem em lugar nenhum, pois queria fazer o que mais gostava, dar aulas para essas gerações em busca de conhecimento para ganharem o mundo com mais sapiência e depois, ele desfrutar de momento de lazer junto a amigos. Foi um contestador, bravo e guerreiro, enfrentou dragões da maldade uma vida inteira, alguns vergou, noutros não se vergou, deixando a disputa ali travada a maio pau. Hoje seus amigos vão o homenagear bebericando umas, revendo suas histórias e botequiando, como todos gostam de fazê-lo. Está chegando a hora, daqui algumas horas, a partir das 19h, no general Bar, do amigo Vagão e da Cássia, ali na quadra de cima do clube Nipo Brasileiro, esquina famosa pela rebordosas que todos nós damos, demos ou daremos na vida. Tomo uma geladas em reverência e esse bravo guerreiro hoje, logo mais, já estando nos preparativos figadais, pois com a idade, a recomendação é pegar leve, mas hoje não sei se conseguirei. Viva Negrão! E tem mais o Canto das Minas vai cantar no lugar, creio que na calçada, para encantar também os que passarem pela rua e dessa forma, irem se juntando aos de dentro, formando uma imenso cordão, varando a noite e provocando a ira nos moralistas de sempre.
Negrão vai fazer baixar o santo revolucionário em cada um de nós e daí ninguém vai nos segurar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido Henrique Perazzi de Aquino sim tudo que vc escreveu é a mais pura verdade. Não consigo mais ser hipócrita e ter que engolir quem nós perseguiu na época da eleição, e agora seguem calados com a grande merda que fizeram. Muitos ainda defendem a decadência que o Brasil está vivendo. Mais da metade das minhas clientes são professoras da rede pública, e vejo o quanto elas estão sofrendo, somos sim resistência e mesmo sabendo que posso até perder algumas clientes, aqui no meu salão quem manda nessa pequenina democracia de ser ainda um lugar onde elas podem vir e debater abertamente sobre política e sobre esse governo, eu posso sendo uma pequena democracia escolher quem o frequenta. Parece loucura, mas estou me blindando, sempre olho os perfis das clientes antes de atender para ver se elas são "do bem" (por ironia ao que eles dizem de si próprios. ) Meu pequeno salão é grande em resistência e seguimos em frente. Promovendo a beleza, a arte e a luta, um pequeno lugar em Bauru onde as mulheres e homens podem vir, serem atendidos e ainda tomar sua cerveja gelada, falar mal desse governo esdrúxulo e nos apoiar! Ninguem solta a mão de ninguém!
bia bassan