terça-feira, 12 de julho de 2022

FRASES DE LIVRO LIDO (179)


JOSUÉ, SEU LIVRO LIDO NUMA SENTADA, A MELANCOLIA E ALGO INESPERADO
Hoje ando numa melancolia de dar gosto. Ela vem somatizando junto a mim, coisa de alguns dias. Tudo tem muito a ver com a desgraceira que este país está se transformando. Eu não me entrego, mas tem dias onde não consigo fugir de estar mais do que triste, daí fico mais pra dentro, quase incomunicável. Estava numas assim e foi quando reencontrei um livrinho de um autor que gosto muito, o gaúcho JOSUÉ GUIMARÃES. Já li um bocado de livros dele, sendo o mais perturbadores os "Tambores Silenciosos", "A Ferro e Fogo" e "Camilo Mortágua". Cheguei cedo hoje no Mafuá e sabia o que procurava, o "Enquanto a Noite Não Chega", da L&PM, 1978. Achei, um pequeno livrinho de menos de 100 páginas e com uma história já conhecida por mim. Queria revivê-la, até para estancar - ou ampliá-la, sei lá - a tristeza dentro do peito. Lia o Josué quase diariamente quando assinei a Folha SP, ele chefe da sucursal gaúcha do jornal, com coluna quase diária na página 2 do jornalão, isso anos 80. Aprendi a gostar de histórias gaúchas com ele e o Tabajara Ruas, muito mais com eles do que com o Erico Veríssimo. Sentei hoje enquanto o cão comia ao meu lado e só levantei quando terminei a leitura.

"É a história de uma cidade abandonada, já em ruínas, onde os últimos habitantes são um casal de velhos e o coveiro. A cidade ficará totalmente deserta quando os velhos morrerem e o coveiro cumprir seu compromisso de enterrar até o último morador". O casal de velhos revê todo o passado deles e da cidade, em lembranças que vão se sucedendo como num cinema, uma atrás de outra. Em cada um delas, aquilo da morte estar logo ali na curva da esquina, espreitando o trio, algo agourento e do qual muito me afeiçoei. Josué te pega de jeito e no meu caso, não escapo mais. Enquanto lia, sentado sózinho no mafuá, fiquei também matutando sobre minhas lembranças, tudo o que já aprontei, o que ainda apronto e está em curso, onde já me meti, os enroscos e as coisas alvissareiras. A cada lembrança, as histórias dos personagens, as minhas pulavam na frente e me assombraram o dia. Creio ainda ter alguns espasmos de tempo pela frente, mas quando, acabrunhado com este Brasil meio que sem jeito e solução, dominado por essa corja de bolsonaristas, todos salafras sem qualificação, me vendo meio que acorrentado aqui dentro do Mafuá, me coloquei no lugar dos personagens. Viajei na maionese. Eis o link de um filme feito sobre o livro: https://www.youtube.com/watch?v=8JX1Yv7TfDQ.

Foi só o tempo de ler o livro e voltar pra realidade. Ela veio com um gato perdido dentro de casa e o cão Charles enlouquecido atrás dele. Uma loucura mais que doida para segurar o cão e tentar facilitar a fuga do gato. Deixei o livro sobre a mesa e adentrei o esfrega. Quando consegui o intento, o gato na ânsia de escapar esbarra numa das estantes e derruba justamente um livro - podem acreditar -, outro do Josué. Parecia algo sobrenatural, meio que inacreditável. Enfim, coisas do Mafuá e dos meus pais ali me acompanhando. Mal terminei de ler um dele, outro caído no chão, o de contos "O Cavalo Cego", creio que da mesma época. Sentei novamente e li o primeiro conto, algo pra me devolver a melancolia quase perdida, um velhote recém víuvo, vivendo de suas lembranças, deixando tudo de lado, atormentado pela falecida, que volta para lhe tentar fazer retomar as rédeas da vida. As ações do cavalo cego são uma alegoria para atitudes violentas que tanto marcaram e ainda marcam a sociedade brasileira e que, sob a pena de Josué Guimarães, alcançam não só uma dimensão artística, mas também histórica. Josué é "phoda". O danado sabe me tocar e se seus livros continuarem me caindo aos pés, vou reler tudo o que tenho dele. E viva o sobrenatural!
Duas ou três frases colhidas do livro:
- "Mas palavra que eu daria a metade dos meus anos para que ele estivesse aqui curtindo aquele orgulho todo, como se só a casa, os cavalos, os copos de cristal importados e as sedas da mulher e das filhas valessem alguma coisa neste mundo".
- "Eu acho que se tu morreres primeiro eu não duro um mês".
- "As pessoas não devem ficar envergonhadas quando falam aquilo que lhes vêm à cabeça, pois o maior pecado ainda é a mentira".
- "Depois de certa idade o melhor mesmo é não ouvir mais nada, a senhora sabe que as pessoas surdas recordam melhor o passado".
- "Dona Conceição perguntou ao marido se não estava com fome. Ele disse que era possível, mas estava se desacostumendo aos poucos e se deixassem de perguntar ele seria bem capaz de esquecer".
 
QUEM PESQUISA ACABA ENCONTRANDO - O PASSADO DA PREFEITA NOS TRIBUNAIS E A "FALTA DE TRAQUEJO"
Salvação é uma caixinha de surpresas.
Vem de onde menos se espera.
Às vezes, até mesmo um raio extremamente energizado pode estar trazendo a salvação.
O que será de MIM, de meu grande amigo Claudio Lago, presidente do PT, do Igor Fernandes, presidente do PSOL, se o Lula vier a ganhar espetacularmente na imensa maioria das cidades importantes do Brasil, mas, perder para Bolsonaro em Bauru?
É por isso que comecei a melhorar a tática, voltado para a estratégia.
Tideizão, nosso ex-deputado federal, disse dias atrás no JC do Jabbour e no programa do banal do Cafeo, que todo o problema com Suéllen seria apenas "falta de traquejo".
Então, vejamos, algo público, site do TRE SP:
TRE-SP - 0605982-84-2018-6-26-0000 - Parecer Técnico Conclusivo - item nº 14:
14) Esclarecer a existência de pagamentos em espécie para o mesmo fornecedor (mesmo CPF/CNPJ), cuja soma ultrapassa o limite estabelecido para pagamentos de pequeno valor, contrariando o disposto no art. 42 da Resolução TSE nº 23.553/2017 [Item PTE 15.7. (2)]:
DESPESAS DE FUNDO DE CAIXA Data Conta de despesa CPF/CNPJ Fornecedor Tipo Nº Doc. Fiscal VALOR (R$)
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MANIFESTAÇÃO DA CANDIDATA: A candidata não se manifestou.
CONSIDERAÇÕES: Inconsistência grave, geradora de potencial desaprovação, em razão do impedimento do controle sobre a regularidade dos gastos eleitorais realizados em espécie.
O Relatório contém 19 páginas em pdf.
Nesse ítem nº 14, apontado como "inconsistência grave", Suéllen aponta como supostos colaboradores de campanha eleitoral, amigos mais Taynara Rosim e Lúcia de Fátima Rosim, todos devidamente remunerados em espécie.
Sei lá se isso se denomina "falta de traquejo". Deve ser. Tudo isso são dados, públicos e inequívocos, jamais contestados , nem por ela, nem por ninguém, constantes do Parecer Técnico Conclusivo apensado ao corpo do Processo: TRE-SP 06059828420186260000. Ao final desse processo, depois de ter seu nome e CPF inscritos no CADIN, no Identificador nº 57467551, em 02 de julho de 2021, Suéllen assumiu e pagou à União, em 26 DE OUTUBRO DE 2021, o valor de R$ 31.951,90.
O caso de agora das desapropriações por R$ 35 milhões está sob a mesma índole da "falta de traquejo", diria, inexperiência administrativa (sic).
Se alguém levar uma cópia desse relatório para a vereadora Chiara ela poderá confirmar se isso tudo é ou não "falta de traquejo".
Até agora, a areia movediça não conseguiu melar a Comissão Processante.
Se em Bauru Bolsonaro derrotar Lula nas urnas em 2 de outubro, próximo, preparo as privadas para mim e todo o dito campo progressista enfiar as cabeças e puxar as devidas descargas!

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