MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (235, 236 e 237)

DOENÇA COLETIVA E A CURA – publicado edição de 29/06/2013.

Conviver com fascistas não é novidade nesse país. Gente pregando retorno de governos autoritários e viúvas do conservadorismo, enxergando em qualquer avanço social um perigo é mato. Outros desprezando os avanços obtidos pelo país nos últimos dez anos existem aos borbotões. O tal Ovo da Serpente sempre esteve presente no cenário brasileiro, mas como a maioria dos seus idealizadores não são lá muito levados a sério, a ironia corre solta desfavorável ao Febeapá por eles propagado. Viraram tema de piadas. A corrupção, alvo de muita movimentação nos dias de hoje, convive conosco desde a Colônia. E dos altos aos mais baixos escalões. Rabo preso geral, inclusive dos denunciantes. O povo na rua, algo um tanto inusitado na história do país é a novidade. Junto, natural os grupos de todos os matizes buscando espaço e ressonância. Como a mídia pende para o lado conservador, escondendo suas mazelas, o que vemos na telinha é algo perverso. Tentam criminalizar só um dos lados da questão e isentando descaradamente o outro. Caolhice elevada à quinta potência. Não caia nessa. Uma epidemia corre risco de afetar toda a nação nesse momento. Novamente o verde e amarelo nos rostos, entusiasmo ao cantar o hino nacional, gente enrolada na bandeira e essas mesmas pessoas repudiando a dos movimentos sociais e hostilizando os que até então, sempre estiveram na luta. Se existe alguma identificação disso contigo, cuidado! Você pode estar contaminado pelo fascismo, doença infecciosa e oportunista. Ela se espalha através do fortalecimento do medo e da intolerância. Motivo para preocupação existe, mas ainda dá tempo da ficha cair e tudo voltar à normalidade. Respeite a liberdade do outro, aplique uma dose considerável de empatia aos que pensam diferente de ti e não reescreva a história segundo sua conveniência. Agindo assim, em dois tempos, todos estarão curados. Sacanagem com dinheiro público existe em obras federais, estaduais, municipais e até nas pessoais. Cobre algo de todos, não só de um segmento político.

ENTRE A CRUZ E A ESPADA – publicado edição de 05/07/2013.

Tudo o que um defende, o outro é contra. O motivo pode até ser dos mais plausíveis, mas nem um nem outro querendo dar o braço a torcer para o adversário, hoje quase declarado inimigo. Nervos à flor da pele, discussões ocorrem por um tiquinho e o pavio já está aceso. Corriqueira troca de mútuas acusações e com consequências ainda não muito bem entendidas por ambas as partes. Quem até então mantinha proximidade, hoje não mais, tudo por causa da divergência provocada pelos tempos atuais. Ou se está de um lado ou do outro. Os em cima do muro hoje são minoria. Ambos os lados em questão estão aprovando o povo nas ruas, só que um quer uma coisa e o outro o oposto. Um quer derrubar Lula, Dilma e aniquilar o PT, o outro quer mantê-los e avançar corrigindo as falhas, sem retroceder. Um apresentou o plebiscito como uma opção e o outro logo redescobriu o referendo. Um chama os incendiários de manifestantes e o outro de vândalos. Se um dos lados enxerga na vinda dos médicos cubanos uma opção de solução para o atendimento aos menos favorecidos, outro defende que os médicos brasileiros, mesmo recusando-se a atender nos rincões do país são o que de melhor temos. Até o Evo paga o pato, pois uns levantam a voz contra o abuso cometido contra um Chefe de Estado e os outros veem tudo como normal. Esses mesmos aplaudem o Golpe de Estado no Egito, clamando para que o mesmo se suceda por aqui. Um é favor que os caminhos sejam feitos mais à esquerda e o outro à direita. A encruzilhada está logo ali na frente e esperando pelos desdobramentos. Multidão se junta de ambos os lados e na queda de braço um dos lados deve prevalecer. Levando em conta as manifestações pela internet, o lado conservador predomina, mas muitos ainda não entenderam que a maioria da população ainda não adentrou o campo de jogo. O povão ainda não desceu dos morros, não saiu da periferia e invadiu as ruas. Com esse novo ator em ação, a tendência de que alguns dos atávicos temas nacionais sejam definitivamente resolvidos. Toc toc toc.

OS DE LÁ E OS DE CÁ – publicado edição de 13/07/2013.

A ladainha dói aos ouvidos, repetitiva, incessante, algo orquestrada e quando assim, suspeita. Insistem em apregoar aos quatro ventos o país à beira de um abissal abismo, algo incontornável e caminhando a passos largos para sua derrocada. Hecatombe sem precedentes na história da nação.  Assusta a incautos e na repetição o que o propagandista do nazismo, Goebbels profetizou décadas atrás: “Uma mentira repetida muitas vezes passa a ser verdade”. O atual Governo Federal, comandado por petistas há dez anos, para alguns é o que de pior tivemos na história da nação. Isso é pura distorção histórica, pois para qualquer pessoa isenta, o que ocorreu foi exatamente o contrário. Nos bastidores do poder político, truculenta troca de acusações, a dos que estão e a dos que querem retomá-lo a qualquer custo e jeito. Esses últimos viraram propagandistas do caos. Tudo anda para lá de ruim para eles, a Petrobras já quebrou, inflação incontornável, a Economia de pernas para o ar, a corrupção nunca foi tão intensa, etc e etc. Queda de braço, onde um lado e outro fazem desmedida demonstração de força. Não entrem de gaiato nesse navio, não sem antes terem ciência de que o tentam ludibriar. Numa simplista comparação com anos anteriores e a situação do resto do mundo nos dias de hoje, o momento é bem outro. Poderíamos estar melhor, mas pintam um quadro inexistente e o ampliam com fins escusos. Conto algo que, se não percebido, necessita de melhor apreciação. Quando do início dos atos de ruas, esses mesmos, pregaram o quanto pior melhor, para no caos aplicarem o golpe e saírem da fumaça com um santo nome a substituir o que está aí. Na sequência, escolheram outra estratégia e hoje preferem massacrar o governo diuturnamente, de forma intermitente, desgastando-o sem trégua, para no enfraquecimento imporem o seu candidato como o recomendável. Descartaram momentaneamente o golpe, mas se perderem mais essa eleição, o retomarão com força, pois não querem transformar o país, querem é retomá-lo, só isso. Fazem qualquer negócio por isso.