quinta-feira, 22 de outubro de 2015

BAURU POR AÍ (119)


CONFISSÕES DO HPA – “ÁLBUM DAS PUNHETAS”, O DO ALDIR E O MEU, ESSE LEMBRADO POR CAUSA DE YONÁ MAGALHÃES

Semana passada li um belo texto sobre o Aldir Blanc, meu poeta maior, na Folha SP, o “O excêntrico sr Normal...” (http://www1.folha.uol.com.br/…/101182-o-excentrico-sr-norma…) e lá uma citação de algo a me trazer recordações inesquecíveis dos meus tempos de moleque, um tal de Álbum das Punhetas. No texto a citação está assim: “É uma reprodução impagável do ‘Álbum das Punhetas’, caderno artesanal com mulheres que saiam em trajes menores em revistas e jornais, e que era alugado por dias para adolescentes e menores”. Impagável recordação de minha adolescência tive ao ler isso, pois assim como Aldir, tive um desses. Ele bem antes de mim, diga-se de passagem. Mas o que era isso? Simples. Naqueles tempos (no meu caso, entre 13 e 15 anos, 1975 por aí), não era fácil ver mulheres nuas em revistas e colecionava fotos delas de maiôs, pernas de fora e amostras de peitos quase ocultos por majestosos decotes. Juntava tudo, colava num caderno, que me lembro, tinha a capa dura e azul. Que fim terá tido meu caderno?, hoje me pergunto. Era o caderno das justas homenagens, quando me trancava em banheiros e no quarto, ou mesmo no fundo do quintal e prestava tributo e reverência às beldades da época. Tempos que não voltam mais. Um dia meu pai se deparou com o tal caderno e bravo, querendo destrui-lo me perguntou: "Mas o que é isso aqui?". Foi um barraco. Nada mais do que demonstração do machismo latino? Não sei, pode ser. Sei que tive o tal caderno.

Semana passada já fui me lembrar do tal caderno ao ler sobre o Aldir e ontem, bateu outra bruta saudade do mesmo ao tomar conhecimento da morte da atriz Yoná Magalhães, 80 anos. Foi uma deusa nos meus tempos do tal caderno. Hoje não sei se confesso isso entre arrependimento e vergonha, mas reforço para não pensarem que continuo mantendo algo similar aqui pelos lados do mafuá. Abdiquei desse tipo de caderno já faz um tempo e acredito poucos ainda os façam nos dias de hoje, onde as peladonas abundam pela internet. Para encerrar e aguçar a curiosidade dos que me criticam por essas libidinosas lembranças de antanho, informo que, tinha uma de minha preferência, Alcione Mazzeo. Era uma foto tão singela, ela de pernas de fora numa telenovela da Contigo, roubada de minha irmã e com a foto recortada, ilustrava o alto de uma das páginas mais visitadas. Só as pernas, nada mais que me lembre, mas o suficiente para me fazer subir nas paredes. E, literalmente, subia, descia e subi incontáveis vezes. Contei isso para Ana, minha companheira de todas as horas, tempos atrás e após o estupefato inicial, me confessou: “Pegou bem. Alcione era dez!”. Yoná também, Betty Faria e tantas outras bonds e "Certinhas do Lalau" (lembram disso?). Mas o que a gente faz quando nossas principais figurinhas resolvem assim, sem nos avisar, irem abandonando o campo de jogo? Estou desolado.

Quem nunca teve algo parecido que atire a primeira pedra...

Obs. 1: Quando a gente precisa de muitas explicações para as coisas que fez ou faz, não é bom sinal, mas faço essa. Levem em consideração meus 15 anos da época e não tentem fazer comparações com os 55 de hoje. Parei tudo o que estava fazendo no momento, a trabalheira de infinitas leituras mestradinas que me cerca só para prestar essa justa homenagem a algumas que movimentaram e muito minha libido. Saudades eternas!

Obs. 2: Na foto que abre esse texto, a reprodução de página do livro “Aldir Blanc – Resposta ao Tempo”, do jornalista Luiz Fernando Vianna (Casa da Palavra RJ, 2013), onde ele expõe o que seria o tal álbum. O tal livro não só tenho aqui no mafuá, como é de cabeceira.


NEM TUDO ESTÁ DEVIDAMENTE PERDIDO – A MELHOR SOLUÇÃO PARA R$ 50 MIL ENCONTRADOS NA RUA
A boa notícia vinda lá do Rio de Janeiro, tarde de ontem, repassada a mim por amigos diletos na beirada do mar, mais precisamente de Copacabana, Galeria dos Antiquários, lugar tradicional de todo tipo de negócios e afins. Uma conhecida mendiga circulando sempre pelo local se depara com um envelope perdido bem no meio do seu caminho, jogado ao léu, pedindo para ser alcançado pelas mãos de alguém. Quando o abre, lá estão R$ 50 mil reais, bufunfa em espécie. Mas o que fazer com o dinheiro encontrado? Simples, sua solução foi a mais sensata e a melhor desse mundo. Reúne todos seus amigos na praça mais próxima e comunica que estará dividindo entre eles o que encontrou, uma pequena quantia para cada, algo para suprir uma necessidade imediata, afinal são muitos. Mais que isso. Uma parte, a maior dela reservou para irem todos comer num restaurante da moda, uma famosa churrascaria do bairro. Todos reunidos, mostram o dinheiro na portaria, conseguem com algum custo vergar a inicial resistência e todos se esbaldam com o devido glamour. Dizem que estiveram em mais de um lugar, causando frisson, caras viradas e também demonstrações de extrema simpatia por estarem todos muito felizes da vida. Foi a melhor forma encontrada nesse mundo para dar cabo de quantia, que ficando com ela isoladamente certamente lhe causaria tamanha dor de cabeça, que talvez nem mais estivesse entre nós. Quando vi a solução dada por tão nobre pessoa para problema tão sui generis, resolvi escrever esse curto texto e fazer chegar até às mãos da nossa presidenta, pois como nosso atual ministro da Economia, jogo duplo do Levy, aquele não sabendo se joga de um lado ou do outro, nada melhor do que ser substituído por alguém que conhece dos apertos dessa vida e quando diante de algum a mais, não teria dúvidas, tomaria a decisão mais adequada, sensata e do agrado geral. Ótima pessoa para atuar em momentos de crise como dizem ser a nossa. Tendo mais detalhes lá dos amigos de Copacabana que me passaram a história, divulgo o nome daquela que gostaria de ver como futura ministra e ajudo a reforçar o pedido para melhor aproveitamento dela em cargo decisório, do qual estamos meio deficitários no momento. Alguém teria solução melhor para dar cabo do encontrado?

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