quinta-feira, 11 de julho de 2019

MÚSICA (175) e CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (148)


PRA QUE DISCUTIR COM COXINHAS
Tomo conhecimento que meu amigo Aurélio Fernandes Alonso, jornalista de uma cepa construída à moda antiga, atuando dentro da verdade dos fatos, recentemente aposentado e se desligando do Jornal da Cidade, hoje atuando ao lado da filha em projetos novos, gosta de rua, de frequentar lugares escolhidos a dedo e se envolveu recentemente em inócua contenda. Num desses lugares onde gosta de estar, a banca de jornais da Ilda, ali ao lado do original aeroporto de Bauru, o na Octávio Pinheiro Brisola, no último domingo se deparou com alguém que não aceitava discutir opiniões, mas impor a sua. Educado, bem informado e com o passar dos anos, não querendo mais levar desaforo pra casa, argumentou com um boçal, um defensor da crueldade do atual momento, esse divisor de águas entre o que tínhamos no passado e a merda toda flutuando no ar que temos hoje. Não estava presente, mas ouço dizer ter sido um esfrega considerável. No frigir dos ovos, o sujeito na tentativa de macular sua imagem, o chama de "petista". Eu, na qualidade de petista, explico algo. Aurélio não é e nunca nem foi petista, creio nunca o será, mas é um sujeito dotado de bom senso, sabe reconhecer aqui e ali os erros e acertos, somente isso, nada mais. O que o sujeito fez foi praticar a bestialidade no seu grau mais insano, ou seja, tudo o que não está dentro da sua linha de pensamento e ação só pode ser coisa de petista, como se o ser fosse demérito. Vivemos algo assim hoje e o ocorrido com o calmo, tranquilo e reflexivo Aurélio é somente a ponta o iceberg do que está em curso e do que virá pela aí se não retomarmos as rédeas da situação. O melhor mesmo é virarmos logo essa mesa, devolvendo um pouco de sanidade nas relações, mas como isso está em falta no mercado, convido todos para sacar da vitrolinha um disco salutar de nada menos que João Gilberto (dele todos o são) e ouvir um clássico, o PRA QUE DISCUTIR COM MADAME.
Vejam a letra e me digam, não é, sem tirar nem por, o ocorrido com o Aurélio? Tem gente hoje que não merece mais nem a discussão, pois se colocam num patamar que o melhor mesmo é manter o máximo de distância possível. Quem ainda consegue defender o indefensável, ou enlouqueceu, ou é mesmo retardado das ideias. Também me envolvo numas que nem te conto, pois os absurdos passam da conta do admissível, porém, sei ser perda de tempo, pois em cabecinha de coxinha, o reacionarismo vigora como lei.

Madame diz que a raça não melhora/ Que a vida piora por causa do samba/ Madame diz o que samba tem pecado/ Que o samba, coitado, devia acabar/ Madame diz que o samba tem cachaça/ Mistura de raça, mistura de cor/ Madame diz que o samba democrata/ É música barata sem nenhum valor./ Vamos acabar com o samba/ Madame não gosta que ninguém sambe/ Vive dizendo que samba é vexame/ Pra quê discutir com madame?/ Vamos acabar com o samba/ Madame não gosta que ninguém sambe/ Vive dizendo que samba é vexame/ Pra quê discutir com madame?/ No carnaval que vem também concorro/ Meu bloco de morro vai cantar ópera/ E na Avenida, entre mil apertos/ Vocês vão ver gente cantando concerto/ Madame tem um parafuso a menos/ Só fala veneno, meu Deus, que horror/ O samba brasileiro democrata/ Brasileiro na batata é que tem valor.

Eis o link para os escutamentos necessários:https://www.youtube.com/watch?v=ojr0HdBH_T8

LEIAM E REFLITAM SOBRE ISSO: "EUA ACABOU COM O SINDICALISTA HOFFA, MATANDO-O"
Hoje no melhor jornal do nosso mundo, o diário argentino Página 12:
https://www.pagina12.com.ar/205509-en-estados-unidos-se-acabo-con-hoffa-matandolo
Hoffa era um sindicalista norte-americano, já retratado no cinema, num filme com Jack Nicholson (eis o link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=C7F3x3xBggo). Ele foi trucidado pelo sistema opressor e hoje, quem me diz que, os que lutam incessantemente não poderão passar por algo similar, pois ao longo do tempo isso ocorre até sem nosso conheciumento. Enfim, os que lutam pelos direitos dos trabalhadores, padecem e muitas vezes com a própria vida. Na entrevista do Página 12, algo revelador a respeito.

QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER...
A aprovação da reforma da previdência foi ontem à noite e hoje continua por lá a votação dos destaques, as improváveis alterações nos beneficiando, algo sabido até pelas pedras do reino mineral que não irá acontecer. Ciente disso, uma turma não aceitando isso de ficar só se posicionando via facebook e redes sociais, resolveram botar o bloco na rua e estão de partida para a Capital Federal, tudo para fazer a necessária pressão, junto de outro tanto de pessoas de todos os lugares do Brasil. Alguns ônibus saíram de Bauru e região, já estão na estrada e aportam bem cedo em Brasília fazer o que todo brasileiro sensato deveria estar fazendo neste momento, se unindo, mostrando força para na pressão demonstrar a força popular. Essa turma da foto saiu hoje por volta das 17h defronte a Apeoesp, se juntando a outro tanto pelo caminho e estarão representando todos os que não aceitam essa reforma como votada ontem, isentando os mais poderosos, como os pecuaristas e penalizando os que menos possuem, a classe trabalhadora, que além de entrar na reforma com uma participação maior, praticamente não mais terá condições de ter um soldo digno lá na frente. Além da dificuldade que será a manutenção do emprego, dentro das atuais condições, quase certo que a imensa maioria do povo trabalhador não poderá gozar o benefício da aposentadoria em vida, pois tudo foi feito para o pobre não chegar mais lá, não desfrutar dessas benesses. Ciente disso, parcela dos trabalhadores, aqui representada, principalmente por professores está a caminho da cancha de luta e preparada para esgrimar com os algozes do povo, os insanos deputados , representantes desse modelo econômico cada vez mais nos escravizando. Vê-los na lida, na luta, na resistência, eu que não pude ir, acabrunhado fico, me solidarizo com cada um dos corajosos combatentes e acompanho com todo o carinho e atenção o desenrolar dos atos onde estarão inseridos no dia de amanhã. Quando os vejo posando para a foto, impossível não voltar no tempo e na memória me vem a canção hino do Geraldo Vandré, algo a fortalecer e encorajar todos para as contendas pela frente: Pra não dizer que não falei das flores.

Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não/ Nas escolas, nas ruas/ Campos, construções/ Caminhando e cantando/ E seguindo a canção./ Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer./ Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer./ Pelos campos há fome/ Em grandes plantações/ Pelas ruas marchando/ Indecisos cordões/ Ainda fazem da flor/ Seu mais forte refrão/ E acreditam nas flores/ Vencendo o canhão./ Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer./ Há soldados armados/ Amados ou não/ Quase todos perdidos/ De armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam/ Uma antiga lição/ De morrer pela pátria/ E viver sem razão./ Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer./ Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer./ Nas escolas, nas ruas/ Campos, construções/ Somos todos soldados/ Armados ou não/ Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não./ Os amores na mente/ As flores no chão/ A certeza na frente/ A história na mão/ Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Aprendendo e ensinando/ Uma nova lição.

Eis o link do Vandré cantando: https://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k

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