sábado, 26 de dezembro de 2020

REGISTROS DO LADO B (26) e RETRATOS DE BAURU (247)


26º AO VIVO LADO B ENTREVISTA A CARNAVALESCA E MILITANTE SOCIAL TATIANA CALMON
Em 26 bate-papos LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, eis um dos mais esperados, o com TATIANA CALMON. Desde sempre foi pensado entrevista-la e as tentativas não foram poucas. Quando de um dos contatos, antes das eleições municipais, ela declinou e pediu para esperar, sob a alegação de que poderia ser mal interpretada ao tecer comentários sobre alguns candidatos e mesmo pessoas ligadas á esquerda concorrendo ao pleito. Deixamos para depois, depois em outros momentos, seus compromissos iam adiando o dia da fatídica conversa. Ela, como é sabido está enfurnada dos pés à cabeça nas ações sociais, primeiro de seu grupo o “De Grão em Grão” e assim, os horários não batiam, depois passou a cantar mais e as apresentações idem, daí sua agenda estava pra lá de desconcertante. Tatiana não mudou nada, ou seja, continua a mesma de antes, ousada, liberada e atuante, sempre presente em variados e múltiplos lugares, alguns ao mesmo tempo. Diz o que pensa, na lata, sem filtros e receios, daí esta conversa ser uma das mais aguardadas, pois enquanto muitos se seguram, contidos por este ou aquele motivo, não dizem tudo, escamoteiam alguns temas, ela não, abre o verbo, doa a quem doer – inclusive para com este mafuento escrevinhador. Somos amigos de longa data e isso não a impede e nem a cerceia de me dizer na lata o que pensa, inclusive a meu respeito. E acho isso mais que ótimo, pois nada melhor do que conversar nesse nível. Se proponho e insisto na conversa com ela, sei dos riscos e deles não fujo, pois ouvir Tatiana e o que nos tem para contar vale mais que tudo.

Autenticidade é sua marca principal, motivo de sua inquebrantável credibilidade. Pessoa marcante por onde circule, isso desde os áureos tempos de sua juventude, quando quebrou barreiras e enfrentou a cidade sempre fazendo o que gosta, ao lado de quem gosta e ousada, preferiu sempre ser feliz, doa a quem doer. Companheira de Roque Ferreira, onde ao seu lado empreendeu uma das mais vibrantes lutas sociais nesta cidade, tem muito para contar, não só do relacionamento, iniciado e terminado – com a morte deste - nas ruas e lutas, mas feito de escolhas. Ela nos contará bocadinho dessas escolhas, de onde esteve enfurnada nesse tempo todo e o que a motivou e continua motivando a seguir tocando o barco adiante, afinal, mesmo depois do choque pela perda do Roque, tem dois filhos jovens dentro de casa, Dandara e Tales, dependendo dela para serem incentivados a não desistir da lida da vida. Uma eterna batalhadora e sua história comprova isso. Ela mesmo nos contará algo desses pouco mais de cinquenta anos de vida, onde sempre se manteve firme, persistente e resistente, aliada ao segmento de luta que a move. Ou seja, Tatiana é fonte de muitas histórias e ouvi-las, mais que um aprendizado. Eis a oportunidade e a pego num momento muito delicado de sua vida, alguns meses após a perda do Roque e tendo neste final de ano, conseguido dar um breque em tudo, buscar refúgio junto dos filhos num lugar distante, a Colônia de Férias dos Ferroviários, na Praia Grande/Cidade Ocean, que neste momento se encontra de portas abertas, mas atendendo 30% de sua capacidade. Quase todo ano, ela e a família iam para a praia e desta feita foi muito mais para se recarregar. E assim está sendo feito, com todos os cuidados e reservas.
Muito já escrevi de Tatiana nos meus escritos pelo blog Mafuá do HPA, com textos diários desde 2007 e aqui relembro alguns dos trechos dessas publicações, até pata aguçar a curiosidade e audiência deste depoimento, dos mais importantes e significativos para a ressignificação da história das lutas populares nesta cidade. Vamos aos trechos:

- Publiquei em 11/09/2008: “RETRATOS DE BAURU (36) - TATIANA CALMON, UMA MULHER DE RESISTÊNCIA - Para aqueles que apregoam que só publico aqui fotos de machos, aqui vai uma pra lavar a alma de todos nós. Tatiana Calmon é uma mulher de responsa, daquelas que a gente conhece é quer logo ser amigo e ficar tricotando, fazendo confidências. Tem um jeitão de vidente, daquelas que lêem a mão da gente e acertam na mosca os motivos de nossas dores. É que essa moça é de luta e vive o dia-a-dia dentro de um lar diferenciado, ao lado do grande Roque Ferreira. Ambos se completam, uma na sua calma e fleuma de comedimento e ela, na sua impaciência e agitação. Quem conhece o passado dessa moça, sabe muito bem como ela desandou nisso que é hoje, pois é filha do grande Fred Calmon, figura marcante na cidade, passando muito para sua personalidade envolvente, daquela que se pode colocar a mão no fogo de olhos fechados. Dia desses um amigo em comum, meu e dela, escreveu algo que transcrevo aqui: "Tatiana é companheira do amigo e camarada Roque, sindicalista ferroviário, Tatiana é um exemplo de revolucionária no ocidente, mais precisamente em minha cidade, uma mulher belíssima, com um vasto conhecimento e o melhor, atitude, sabe ser diferente e vai pro pau quando precisa, ela sabe que todos os problemas nascem de uma única raiz e por isso tem uma luta mais ampla, objetiva e puramente libertadora, revolucionária, Tatiana nunca ficou presa num sectário discurso "pseudo-feminista", pois sabe que toda emancipação passa pelo foco revolucionário e também jamais se incomodaria se alguém a chamasse de gostosa". Tatiana é isso e muito mais, corajosa como poucas, foi até a Parada no último domingo e festejou como nunca, sem medo de ser feliz, como deveriam sermos todos”.

- Publiquei em 05/04.2010: “TATIANA CALMON, 47 ANOS DE IRREVERÊNCIA E POSTURA CRÍTICA - Amigos a gente conta nos dedos, nos de uma só mão, dizem muitos. Também penso assim, pois é cada vez mais difícil confiar nas pessoas diante do mundo atual. O negócio hoje é um "salve-se quem puder" ou até um "antes só que mal acompanhado". Outra amiga apregoa que "boi preto anda com boi preto". A amizade com Tatiana é mais nessa linha, pois quem pensa e age na mesma linha de pensamento acaba seguindo pela mesma trilha. E pensando assim é impossível não ser amigo dessa incansável batalhadora. Ser amigo dela é um privilégio, ser convidado para sua festança de aniversário, mais ainda. Tatiana é uma pessoa alegre, de bem com vida, mesmo essa tendo lhe aplicado uns percalços ao longo do tempo. Driblou maravilhosamente tudo e consegue manter uma autenticidade difícil de ser encontrada hoje em dia. Pessoa rara, ou melhor, jóia rara. Convivo pouco com ela, trocamos poucas confabulações, mas nas poucas vezes bate uma empatia, uma certeza de que estamos no caminho certo ao tocar nossas vidas. Sua filha Dandara, 17 anos tem quase a idade do meu filho. Vivemos intensamente o nascimento dos dois e relembramos algo também sobre isso (qualquer dia posto aqui fotos dos dois sujos de macarronada).
No último sábado, 03/04, debaixo de uma chuva que insistia em cair durante todo o dia, amigos e parentes foram até sua casa e saborearam uma suculenta feijoada (sai de lá carregado e quase necessitando de serviços médicos). O melhor de tudo foi privar de momentos ao lado dela, do maridão, o vereador Roque Ferreira, dos filhos todos, irmãos, parentes e de gente que gostam e vivenciam o dia-a-dia de tão encantadora pessoa. Enquanto ela esteve na cozinha, cuidando do refino do acepipe a ser servido, a conversa divagou e falamos de tudo, mas quando parou para comer e pode jogar conversa fora, dominou o recinto. Só deu ela. Falou e cantou, isso mesmo, fui pego de surpresa quando ela adentra a área de sua casa empunhando um violão, presente do seu falecido pai, o Fredão Calmon e diz logo de cara: "Cuidado com esse, último presente de meu pai". E cuidou do objeto enquanto ele esteve em cena. Entrou cantando uma música de Mercedes Sosa, em castelhano. Engasgei com um osso de porco na traquéia e tentando localizar a máquina para gravar tudo, quase me cai o prato no chão e perco a apresentação, ao estilo do melhor e bom karaokê. Perdi a oportunidade da gravação.
Depois ela atendendo a pedidos cantou de tudo um pouco e me deixou gravar algo rápido. Não vou citar nomes dos presentes, pois não conheço todos de sua família e nem alguns amigos. Fica chato ficar citando só os que conheço. As fotos estão aí e o vídeo com ela cantando, uma raridade, que será guardado para sempre. Daqui para frente, algo irá lhe atormentar toda festa em que estiver presente, um pedido meu para que toque (toca só tres notas, como ela mesma disse) e cante Mercedes Sosa. Queríamos esperar a chuva passar para ir embora, mas como ela insistia em continuar, jantamos e depois, pouco a pouco o grupo foi se dispersando. Vendo a panela ainda com mais da metade, me despedi com um pedido: "Posso voltar amanhã?". A Tatiana precisa viver uns cem anos para continuarmos aprontando um pouco mais (cada vez mais) e pregando umas peças nos poderosos deste mundo”. 

- Publiquei em 13/09/2011: “TATIANA CALMON é minha amiga do peito, valente obreira de tudo quanto é ação voluntária pelo engrandecimento dessa cidade, estado e nação. Penou por alguns meses após passar por uma cirurgia mal concluída de redução de estômago. Para se salvar acabou tendo que refazer a mesma mais duas vezes e um “touro” como sempre foi, resistiu bravamente a essas provações todas. De fato emagreceu, mas sofreu um bocado e nesse momento quando a vejo com novos ares, esperança renovada e com uma verdadeira luz no fim do túnel, só posso me sentir mais feliz que pinto no lixo, pois Tati está dando a volta por cima. Não conseguiu chacoalhar o corpanzil na Parada desse ano, pois os pontos não estavam totalmente cicatrizados, mas promete que domingo que vem estará saindo da toca para a primeira atividade cultural fora de casa após a convalescença. Iremos num grupo lá no Jardim Botânico assistir o show do maestro George Vidal. Peguem leve com a menina e a apertem de leve, pois ainda não está agüentando um tranco de acordo. Tatiana nunca teve e nunca terá medo de cara feia”.

- Publiquei em 10.09.2014: “BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS DO LADO B DE BAURU (10) Esse texto está saindo publicado na edição nº 15 da revista/jornal mensal METRÓPOLE NEWS (dos amigos Borika Hegyessy e Vinicius Burda), Setembro 2014, espalhada pela cidade toda, com distribuição gratuita e toda colorida. TATIANA CALMON É UMA MULHER PRA LÁ DE RESISTENTE, AROEIRA PURA - Gosto demais das meninas (meninos também) nem um pouco sérios. O mundo já é sério demais da conta para levarmos tudo ao pé da letra. Um produto em falta hoje em dia é a irreverência, a ousadia e a descontração, ou seja precisamos ser mais desbocados, descolados e desvalidos. Daí, quando me deparo com alguém reunindo um bocadinho disso tudo caio logo de amores e me derreto todo. Esse é o caso da amiga de todas as horas, a TATIANA CALMON. Vocês não a conhecem? Nunca ouviram falar? Não sabem o que estão perdendo. Conto só um bocadinho nas linhas seguintes, pra todos ficarem com muita água na boca.
Para aqueles que apregoam que só escrevo de machos (eu alterno, mês homem, mês mulher), aqui vai uma pra lavar a alma de todos nós. Tatiana Calmon é uma mulher de responsa, daquelas que a gente conhece é quer logo ser amigo e ficar tricotando, fazendo confidências, confabulando até gastar a língua. Tem um jeitão de vidente, daquelas que lêem a mão da gente e acertam na mosca os motivos de nossas dores. É que essa moça é de luta e vive o dia-a-dia dentro de um lar diferenciado, ao lado do grande Roque Ferreira, seu esposo. Ambos se completam, uma na sua calma e fleuma, com um excessivo comedimento (até certo ponto) e ela, na sua impaciência e agitação. Não sei se devo dizer na sua apresentação ser ela a esposa do Roque ou o contrário, o Roque ser esposo dela. Ambos fervem essa cidade, além do abafado pelo fato de estarmos localizados no meio do sertão paulista.
Quem conhece o passado dessa moça, sabe muito bem como ela desandou nisso que é hoje, tudo por um simples e único motivo, o fato de ser filha do grande Fred Calmon, figura marcante na cidade, passando muito da personalidade envolvente dos aprontamentos que o pai proporcionou a essa cidade épocas atrás. Dia desses um amigo em comum, meu e dela, escreveu algo que transcrevo aqui: "Tatiana é companheira do amigo e camarada Roque, sindicalista ferroviário, Tatiana é um exemplo de revolucionária no ocidente, mais precisamente em minha cidade, uma mulher belíssima, com um vasto conhecimento e o melhor, atitude, sabe ser diferente e vai pro pau quando precisa, ela sabe que todos os problemas nascem de uma única raiz e por isso tem uma luta mais ampla, objetiva e puramente libertadora, revolucionária, Tatiana nunca ficou presa num sectário discurso "pseudo-feminista", pois sabe que toda emancipação passa pelo foco revolucionário e também jamais se incomodaria se alguém a chamasse de gostosa". Tatiana é isso e muito mais, corajosa como poucas, sem medo de ser feliz, como deveriam ser todos os seres viventes.
Eu tenho muitas histórias ao lado dela e uma das últimas é que sem sua presença o bloco farsesco burlesco e nas horas vagas também carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto (com X mesmo) não existiria. É dessas que chega e dá alma às aprontações todas que tínhamos em mente. Chega e abafa, ou melhor, “Abala Bauru!”. Amigos a gente conta nos dedos, nos de uma só mão, dizem muitos. É cada vez mais difícil confiar nas pessoas diante do mundo atual. O negócio hoje é um "salve-se quem puder" ou até um "antes só que mal acompanhado". Outra amiga apregoa que "boi preto anda com boi preto". A amizade com Tatiana é mais nessa linha, pois quem pensa e age na mesma linha de pensamento acaba seguindo pela mesma trilha. E pensando assim é impossível não ser amigo dessa incansável batalhadora. Ser amigo dela é um privilégio, ser convidado para sua festança de aniversário, mais ainda. E indo à sua casa, além da comidinha de primeira, o privilégio de ouvi-la cantando.São tantas emoções.
A gaja atua durante o horário comercial nas hostes do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e depois disso ninguém mais sabe do seu paradeiro, pois é um tal de Jantar Comunitário pra cá, aulas de Karatê pra lá, buscar e levar filhotes em lugares incertos e não sabidos, diversos eventos culinários, passeios múltiplos com a mãe, acompanhentos básicos ao lado do marido, visitas acertadas na última hora e daí só mesmo um maluco consegue acompanhar a agenda de tão espevitada pessoa. No mais, afirmo com todas as letras que conheço e também com as desconhecidas, Tatiana é uma das pessoas mais “movimentadas” desse torrão. Ela é mais Bauru do que possa imaginar nossa vã consciência (não seria filosofia?). Daí ela ser essa imensa pessoa, um ser humano que saiu diferente dos demais, devido a algo que o Fredão deve ter feito além da conta lá no passado quando de sua formatação. Deu no que deu.
Obs.: Os errinhos, como sempre, são de minha lavra e risco.

Publiquei em 05/09/2015: “VIRGINIA E A MAIS LINDA REAÇÃO DIANTE DA FILHA - Uma foto é uma foto, mas algumas delas dizem muito mais do que mil ditas palavras. A do menino morto numa praia turca é uma dessas. Expressa uma secular luta dos vendilhões de almas, os que fazem tudo (e mais um pouco) por dinheiro, destroem nações com um simples estalar de dedos (falo dos EUA, viu!) e não estão nem aí quando a discussão resvala para a solução dos problemas causados justamente por eles. Essa semana, mesmo distante de Bauru, vi uma foto a me tocar profundamente. A de uma idosa mãe brincando e mostrando a língua ao ver diante de si a querida filha. Ela, igualmente diz mais do que mil palavras, por motivos diametralmente opostos a outra, mas igualmente diz. VIRGINIA CALMON foi austera professora durante o período onde atuou como mestra de gerações nessa varonil Bauru. Uma altiva senhora, dura na queda, porém transparente em tudo o que faz. As professoras de antanho tinham outra forma para se imporem, outros tempos. De suas decisões, eram assim e pronto. E quem era inteligente respeitava, acatava sem pestanejar. Existiam pouquíssimas alternativas em contrariar decisões tomadas, que o digam seus filhos, dentre eles, a hoje espelho da mãe, Tatiana Calmon. Seu marido, o self made man (se fazia sózinho, por si só, nada mais) Fred Calmon a entendia e deixava essas decisões domésticas todas por sua conta. O inexorável tempo passou, Fredão já se foi, mas Gina, como Tati as vezes a chama, resiste bravamente e bem cuidada, ao rever a filhona, uma reação diferente para cada dia. Essa da mostrar a língua me lembrou de cara a minha mãe, confesso, quase chorei. Essa, já doente, quando diante de mim, me olhava com aquele jeito só seu e desferia um: “Seu velho. Tu ficou velho”. Nessas reações de nossos anciões, queridos e insubstituíveis, o nosso inapelável derretimento. Como não correr para seus braços e abraçá-los fervorosamente?”.

- Publiquei em 10/04.2020: "Não me interessa qual o nome do remédio, importa é que cure e que todos tenham acesso. Inclusive ao hospital, ao medico, a receita, ao exame e ao remédio em si.. Morreu uma senhora hoje em Bauru não foi covid, foi por falta de vagas.... Estamos fazendo 35 exames para cada milhão de habitantes, vocês tem noção em quem se faz esses exames? Quem está internado e tem recursos, todos eles... Quando o vírus chegar nos locais mais pobres da nossa cidade e do Brasil, irá faltar até como carregar os corpos. Sabe por que? Por que não terão medicos, não terão exames, e não terão acesso ao remédio... Isolamento social, ead, mascaras, álcool gel, tudo saidinha para quem tem acesso. O resto é discurso. Simples assim", Tatiana Calmon Karnaval em seu facebook 09/04”.

- Publiquei em 06/10/2020: “O MURO DO ROQUE NA CASA DA TATIANA E FILHOS - Ficou lindo. Ela, Tatiana Calmon foi de uma sensibilidade imensa ao ocupar o muro da casa onde vive, o reduto do Roque, dela e seus dois filhos, com a história do Roque, relembrando no traço, pincel e grafite de artistas reconhecidamente populares, todos com a vertente da luta empreendida pelo nosso eterno militante. Bauru não possui murais, algo tão lindo de ser ver, pois neles um bocado da história do retratado. Este, creio eu, o primeiro, pois ali Tatiana deve ter sentado, pensado muito até chegar na decisão final de tudo o que deveria estar ali contido. Ela foi precisa, cirúrgica e foi dando as dicas para os artistas, que iam deitando e rolando no espaço que tinham pela frente. O resultado é não só a cara do Roque, como também a da Tati, dos seus filhos e de quem esteve a vida inteira dedicado numa militância infindável. Espero muito em breve poder ir lá, olhar pessoalmente, tirar minhas próprias fotos, talvez até com a explicação da própria Tati para cada pedacinho ali contido. Eu me emociono com o que vejo, pois fui ali incontáveis vezes, na maioria para não só visitar Roque, mas para buscá-lo ou levá-lo de incursões juntos cidade afora. Falo muito neste momento de minha vida com Marcos Resende, o Comunista em Ação, um hoje isolado militante, assim como o bravo guerreiro que lutava contra os moinhos praticamente sózinho e ele me diz em todas as vezes: "Não vou deixar o idela de Roque ser esquecido. Eu vou estar aqui para lembrar a todos que a luta se dá dessa forma". O muro agora pronto está num local um tanto restrito, dentro do residencial no coração da periferia, mas no fundo até acjo bom, pois terá visitação controlado e bestiais não poderão danificá-lo. Esse é um presente de Tatiana para a cidade e nele deveria ter um cantinho reservado para os visitantes irem com um pincel acrescentando seus nomes e datas de visitação - só os que a Tati permitir que o façam. Ainda vejo tudo de longe e vejo do que está sendo entregue, pronto e acabado, um maravilhoso mural, o primeiro desta cidade, reverenciando nosso maior e mais ilustre militantes das causas sociais. Ficou mais que ótimo e tem a cara da sensibilidade da Tatiana. Eis o link do vídeo da Tatiana: https://www.facebook.com/tatiana.calmon/videos/3484375894916586”.
Gente, isso aqui já ficou longo demais e lhes digo, é só o começo. Escrevei muito da Tati e hoje falaremos muito mais. Sintonizem...

EIS O LINK DO BATE PAPO COM  TATIANA, DURAÇÃO DE 1H18: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/4129104417119536

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