domingo, 16 de dezembro de 2018

DICAS (179)


PREOCUPAÇÃO COM A NOVA COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS VEREADORES DE BAURU: O DECLARADO CONSERVADORISMO

Ontem foi eleita a nova mesa diretora dessa Câmara, agora encabeçada por José Roberto Segalla DEM, vice-presidente Benedito Meira PSB, primeiro secretário Roger Barude PPS e segunda secretária Yasmin Nascimento PSC. Declaradamente conservadora, algo preocupante, pois diante de um também Governo da mesma linhagem na esfera federal, algo de problemático para o desmembramento das relações com as questões sociais, tão candentes no cenário bauruense. Uma delas já se mostra mais que em evidência. Nota da Coluna Entrelinhas, do Jornal da Cidade, edição de hoje, domingo, 16/12 deixa bem claro como vai se dar a relação da nova mesa com algumas questões pendentes com o Executivo Municipal:

“Vai ao MP - Eleito vice-presidente, Coronel Meira é autor do pedido de criação de uma CEI para investigar o pagamento da prefeitura ao proprietário de um lote na região Oeste. Disse que não irá "ceder a pressões" e que, diante do provável arquivamento da solicitação na Câmara, vai protocolar, nesta semana, representação no Ministério Público (MP) para que o caso seja investigado”.

O que seria isso? Destrinchando o embutido na decisão já tomada, oficializada e comunicada a quem de direito, ou seja, para o prefeito municipal, o vereador Meira fecha questão e bem ao estilo Bolsonaro prega abertamente para que a Prefeitura rompa acordo com os assentados dos vários acampamentos/assentamentos espalhados pela cidade e coloque na rua todos os ali residentes. O principal atingido seria o Nova Cannã, o maior deles, cujo pedido de reintegração de posse já foi oficializado e está em trâmite.

Numa linguagem simples e direta, o que ocorre de fato e de direito é a pressão declarada para que o prefeito não cumpra o prometido com os assentados, criando dessa forma um imenso problema social na cidade. Meira, pelo visto, pouco se importa com isso, pois em seu discurso e prática, algo exatamente no campo oposto ao atendimento dos anseios advindos dessa camada importante da população, a necessitando de um lugar para morar, se estabelecer e a partir daí, tocar suas vidas. Insensibilidade como ponto de partida é regra básica de sua função legislativa. Deixa evidente que, o prefeito terá contínua pressão não só dele, mas dos ligados à mesma linha de pensamento e ação e se existe alguém a ser pressionado a partir de agora, creio não deva ser o prefeito, mas esse vereador, pois além de contribuir decisivamente para o agravamento da questão social, se mostra insensível e intolerante. Nada que causa espanto ou rubor, pois essa é sua prática legislativa desde o princípio.

O novo presidente da Casa de Leis bauruense, vereador Segalla, ex-homem ligado ao Judiciário, tem muito o que pensar antes de embarcar nessa “vibe”, pois além de macular sua imagem de conciliador e “independente”, estará se vinculando a tudo o que é de mais retrógrado nas questões envolvendo as demandas sociais na cidade. E o prefeito, se quer manter uma administração com os olhos voltados para os interesses dos munícipes e não o dos interesses de alguns vereadores, precisa se escorar na força desses movimentos e resistir, impor sua decisão e não entrar na vala comum dos que se vergam diante do oponente querendo vê-lo sob seu jugo, dominado e de fácil manipulação.

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