terça-feira, 25 de dezembro de 2018

OS QUE SOBRARAM e OS QUE FAZEM FALTA (120)


FISIONOMIA DO MENINO DO NOVA CANNÃ ARREBATA OS SENSÍVEIS - JÁ OS INSENSÍVEIS FAZEM DE TUDO E MAIS UM POUCO PARA ACABAR COM ESSE ASSENTAMENTO URBANO, O MAIOR DA CIDADE


Uma ação de solidariedade, a iniciativa “Árvore Solidária”, cria da militante social Tatiana Calmon gera todo ano sua ida para algum lugar da periferia bauruense distribuir o que arrecadou debaixo de uma arvore montada na entrada do Sindicato dos Ferroviários de Bauru. Muitos presentes, principalmente brinquedos foram arrecadados e juntamente com o casal Silvia Regina e Nicola Augusto tudo foi levado na véspera do natal deste ano para o Assentamento Nova Cannã, localizado adiante do IPMET. Eles estavam radiantes, pois o arrecadado este ano superou as expectativas e muitas crianças seriam beneficiadas. Depois me conta ainda mais radiante que, todas saíram do local com um belo brinquedo nas mãos. Isso não tem preço. O que vale disso tudo é a reação das crianças e foi exatamente isso que a motivou a escrever algo de um deles e de uma foto tirada, com a reação do pequerrucho diante da espera e, depois já com o brinquedo.

Ela escreve isso: “Olho para esse menino... Sua alegria ao ver que seu sonho de um brinquedo vai ser realizado. Olhar cheio de esperança, mãozinhas aflitas de felicidade, prontas para receber o seu presente. O natal que desejo, independente de religião, mesmo porque não tenho nenhuma, é que toda criança possa sonhar com um futuro digno. Que todos possam viver com dignidade. Um natal permanente e diário, onde a solidariedade seja prática constante. Feliz todos os dias! Ho hoje ho”. O menino descrito no texto é o primeiro da série aqui publicada, todos de fotos tiradas no local no dia da entrega dos brinquedos.


Dias atrás passei diante da casa da Inês Faneco, outra que faz e acontece o ano inteiro em ações comunitárias e a vejo lotando uma caminhonete, com comida, brinquedos e tudo o mais que conseguiu e pronta para bater asas e aportar num dos locais escolhidos por ela e sua equipe. Faneco pára tudo o que faz, esquece até do seu ganha pão, a venda das pipocas e se dedica de corpo e alma para esse tipo de ação. Isso toca sua vida e a faz feliz. Sei que a amiga Tatiana age imbuída do mesmo espírito. Gente que se doa dessa forma são muito mais transparentes, sadias e contam com uma aura mais que especial. Elas divulgam o que fazem pelas redes sociais, não para se vangloriarem do feito, mas para conseguirem ampliar o leque dos doadores. Sem divulgação as doações não chegariam a contento. Sensibilizam muitos com suas persistentes chamadas. É a forma escolhida por elas para serem, fazerem e acontecerem. São o must do natal por essas plagas. Outras ações ocorrem, sei disto e me desculpo por não citá-las. Falta espaço e conhecimento de todas.

E o descrito pela Tatiana é o mesmo que sei sentir a Faneco quando das suas entregas. Repetem o feito, ano após ano, mais por causa dessas fisionomias, da alegria estampada no rosto das crianças do que qualquer outro tipo de reconhecimento. Esse o melhor de todos. Escrevo isso e me volto para a realidade hoje vivida pelos moradores do assentamento Nova Cannã, diante de algo brutal, um encaminhamento para desapropriação da área por eles ocupada e da insensibilidade de quem deveria decidir pela permanência e solução do imbróglio da área em litigio. Escrevo algo mais num outro texto amanhã, dando nome aos bois, citando quem age movido pela insensibilidade e não está nem aí para ações comunitárias e sociais, mas tudo fazem para atender interesses de uma privilegiada e insana minoria.

Pelo menos hoje, quero estar envolvido pela belezura de ações como a das duas citadas, essas sim pensando e agindo olhando para a comunidade como irmãos e não como massa de manobra ou seres descartáveis. O mundo poderia ser uma belezura, mas quando em postos de decisão, os mais desumanos, tudo tende a se transformar numa enorme nhaca.


E COM TRÊS ENCAMINHAMENTOS:
1.) Meus caros João Jabbour, João Pedro Feza e Aurélio Fernandes Alonso, o Jornal da Cidade poderia divulgar essas fotos até para sensibilizar sobre a ação dos predadores pretendendo desalojar todos naquela área.

2.) Caro futuro presidente da Câmara dos Vereadores de Bauru, sr José Roberto Segalla e presidente ainda em exercício Sandro Bussola, por favor, levem isto na mais alta consideração quando forem tomar a decisão sobre os destinos do Nova Cannã. Vale também para vereadores mais sensíveis, como Marcos Souza, Chiara Ranieri (via Thiago Roque), Carlão do Gás, Telma Gobbi...

3.) Caro assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Bauru, sr Pallu Roberto / Roberto Pallu, encaminhe essas fotos para conhecimento do sr prefeito Clodoaldo Gazzeta e vice Antonio Gimenez, para olharem bem para essas fisionomias antes de qualquer precipitada decisão.

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