segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

UM LUGAR POR AÍ (115)


ONDE O PARAGUAI ENTRA NESSA HISTÓRIA...
Passava despreocupadamente defronte a uma das lojas da CVC Agência de Turismo, quando sou abordado por atencioso funcionário. Fazendo a divulgação do negócio lá deles, vender pacotes de viagem, me interpela com a seguinte pergunta: “Diz aí, qualquer lugar que gostaria de ir e te entrego um folheto para estudar com calma sua próxima viagem”. Olho em cima da mesa na entrada da loja e lá vejo muitos desses folhetos, todos com os lugares mais conhecidos do planeta. Os caras da CVC estão levando gente a preços módicos para os mais diferentes e distantes lugares, dizem que a preços condizentes com nossas parcas possibilidades. Seria a oportunidade para conhecer um lugar ainda não devastado pelo meu desestabilizado olhar?

Não penso muito, pois ando interpelando minha cara metade, a instigando para irmos passar uns dias num lugar que ainda não conheço: Assunção, no Paraguai. Sim, dizem ser a capital paraguaia um bucólico lugar, uma cidade não tão grande, ainda sem os devaneios de uma grande metrópole e com lugares mais que convidativos para ser percorridos por quem ainda gosta de fugir do trivial. Claro, quando falo em Assunção, quero muito conhecer um algo mais do vizinho país, muito além do único lugar que conheço por lá, a cidade fronteiriça, Cidad del Este e famosa pelas excursões de brasileiros em busca de importados para revenda. A última vez que estive lá pelos lados de Foz de Iguaçu foram há distantes 30 anos. Cheguei a conhecer o paraíso destruído de Sete Quedas quando tinha uns 17 anos, excursão com amigos da ex-Escolinha da Rede. E é claro, fomos todos atravessar a ponte e dar com a cidade e os cassinos no Paraguai. Mas sei e é isso que me interessa, conhecer o outro Paraguai, muito distante da conhecida fronteira.

Assunção, que pesquiso sempre que me sobra tempo, é algo a me instigar. Outro dia mesmo assisti um filme quase todo filmado num desses mercados populares de lá, com uma visão mais do que interessante da vida dos populares daquele país. É o longa "Sete Caixas", de Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori, o filme mais visto na história do Paraguai, ultrapassando até mesmo produções como "Titanic". Estou também bastante curioso para assistir o recém lançado “As Herdeiras”. Olhem do que se trata o conteúdo do premiado filme: “As Herdeiras se passa no limite de dois modelos de sociedade: entre uma elite temerosa por perder seus privilégios e o avanço nos costumes socioculturais do amor. Chela (Ana Brun) e Chiquita (Margarita Irún) são duas senhoras de uns 60 anos que vivem juntas há décadas numa casa em Assunção, no Paraguai. Uma casa antiga, fora das tendências modernas de arquitetura e decoração e com uma empregada doméstica que é tratada como mucama. No entanto, a relação entre as personagens é sacudida quando Chiquita é presa por uma fraude, e Chela encara a solidão repentina se virando como motorista para outras mulheres e vendendo objetos pessoais”.

Enfim, o Paraguai me instiga. Não brinco quando reafirmo nesse texto meu desejo de antes de partir deste mundo, dar com os costados e conhecer melhor o vizinho parede meia. Tão neoliberal quanto o Brasil, hoje também paraíso de muitas empresas daqui, que para lá se bandeiam e encontram melhores condições de instalação do que as nossas. São tantas coisas e tentei dizer isso ao vendedor da CVC, um tanto estarrecido com minha escolha. Ficou de início feito barata tonta tentando ver o que podia fazer, mas não se deu por vencido e o parabenizo por isso. Enfurnou-se no interior da loja e voltou com um lindo folder sobre a viagem para Assunção. Ele quase me convenceu pela sua rara habilidade em sair de situações embaraçosas. Não decidi nada na hora, mas trago o folder para junto de minha cara metade estudarmos das possibilidades. Temos raros amigos por lá e eles também nos instigam.


A BESTIALIDADE REPETIDA PELAS RÁDIOS...
A desinformação se alastra com o vento nas pueris informações de nossas rádios, todas elas. Hoje pela manhã, insisto e ligo na 94FM, quando Netão lê algo que um ouvinte envia para a rádio e ele endossa. Repete a mentira como se verdade fosse. Lê e se indigna pelo fato de Fernando Haddad estar passando férias nos EUA. Diz em tom jocoso, "deveria estar passando férias na Venezuela". Nem uma coisa, nem outra. Haddad não está de férias e esteve sim nos EUA, mais precisamente em Nova York e por um motivo dos mais auspiciosos, o de participar a convite, da criação de uma Frente Progressista Internacional, idealizada pelo senador norte-americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis. A coalização tem o objetivo de se contrapor ao avanço da extrema-direita "por toda parte", segundo Varoufakis. Seu lançamento ocorreu em Nova York no dia 1º de dezembro. Netão e a turma da manhã da 94FM fingiu desconhecer o fato, mas fez questão de passar adiante a visão conservadora do mundo, uma distorcendo os fatos e os passa ao ouvintes da pior forma possível. Assim se dá a informação pelos meios da mídia massiva brasileira. Incontestáveis reis da grosseria e da mentira. Escrevo para restabelecer a verdade dos fatos e para dar mais um toque na bestial informação que chega aos ouvidos dos ouvintes. Será que ainda vale a pena e eles se sentirão tocados para mudar de rumo? Tudo bem, o que poderia ter dito e não o fez é que, João Pedro Stedile e Guilherme Boulos poderiam representar o país até com mais desenvoltura na tal frente, mas preferem seguir pelo caminho da desinformação. Tudo dominado.
OBS.: Vejam esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=z0eqI1y3LTk. Seria bom Netão ler isso: https://exame.abril.com.br/…/apos-wall-street-journal-the-…/.

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