domingo, 25 de agosto de 2019

AMIGOS DO PEITO (163)


NEIVA ROUBOU A FESTA NA DESCIDA DA PARADA
Um dia após o facebook inteiro conhecer a tal história da "NEIVA DO CÉU", eis que outra Neiva faz e acontece hoje na descida da Parada da Diversidade 2019 em Bauru. Conto a história desde o começo, para dirimir dúvidas e mal-entendidos. Eu no reservado do meu lar e tomado pela pressa confeccionei um apressado cartaz com dizeres muito simples "Fora Bolsonaro - Lula Livre" e com o mesmo me dirigi para a Praça da Paz, reduto de concentração dos que desceriam a avenida Nações Unidas na tarde de hoje. Dei de cara com muitos amigos (as) e por ali zanzamos até ter início a descida.

Tudo corria bem, até o momento em que, querendo tirar algumas fotos dos muitos foliões e da agitação nas ruas, pelo para a dileta amiga Neiva Santos segurar por alguns instantes o cartaz. Sumo da vista de todos e me enfurno no meio da massa, clicando para todos os lados, jeitos e maneiras. Quando me dou conta e me volto para o lugar onde deixei o restante do pessoal amigo, eis que uma revolução estava em curso e tudo causado pela Neiva e seu cartaz. Ela estava fazendo o maior sucesso e empunhando o dito cujo, além de chamar muito a atenção, era cutucada a cada instante com pedidos clamorosos: "Posso tirar uma foto contigo junto com o cartaz?".

Moça muito dada, ela cedia a todos os pedidos e em certo momentos formou até fila para posar e ser clicada junto de tão espevitada pessoa e sua indumentária. Ela muito sorridente, atendia a todos, conversava, abraçou e foi abraçada em todo o trajeto do cortejo. Não houve quem conseguisse tirar de suas mãos o dito cujo cartaz e todos os louros da festa podem ser creditados a ela, pois foi a grande dama, a personagem mais clicada em todo o percurso. Como é do conhecimento até das pedras do reino mineral, Bolsonaro e esse desGoverno preconceituoso faz de tudo e mais um pouco contra tudo o que tenha como pano de fundo algo ou simplesmente a defesa do movimento LGBT. Daí, a imensa maioria dos presentes fez questão de prestar seguidas homenagens para o predador presidente e em todas, Neiva foi convidada a estar no centro das atenções e com o cartaz levantado o mais alto possível.

Nossa amiga teve seus momentos de glória e se a máxima de Andy Warhol, a dos cinco minutos de fama ainda estiver em vigência, ela os teve em muito maior espaço de tempo, pois além do sucesso, chegou até a dar autógrafos por ter tido a brilhante ideia de trazer para a avenida algo de tão contundente unanimidade. As fotos não me deixam mentir e estão aí para comprovar como a Parada é mesmo um sucesso quando não estática como no ano passado e mesmo descendo este ano somente com um trio elétrico, cumpriu maravilhosamente seu papel e marcou presença pelas ruas da aldeia bauruense de forma contundente. Todos os que estiveram nas ruas não querem e não estarão acuados e amedrontados, como querem alguns dos próceres da nova linhagem de conduta querendo tomar conta do país. Além da resistência, mais que necessária, a Parada se consolida este ano como um brado contra o preconceito.

Neiva e seu cartaz deram um decisiva contribuição para engrandecer mais o ato político ali ocorrido, pois mais que a beleza dos corpos sendo vistos na avenida, o que mais deve permanecer no inconsciente de todos é a união em torno da defesa dos interesses coletivos, não só da comunidade ali presente, mas de todo um país padecendo nas mãos do que pior temos hoje no cenário político nacional. As fotos que quero publicar da tarde noite de hoje não são do show, dos artistas convidados ou mesmo de quem se preparou e veio para a rua com uma fantasia, algo a merecer destaque, mas até pelo momento vivido pelo país, posto aqui somente as da corajosa Neiva empunhando de forma contundente seu cartaz e merecendo apupos de todos. Foi a cereja do bolo da Parada bauruense, a mais beijada e apertada hoje na Nações. Ela muito bem representou o segmento, essa significativa parcela dos brasileiros querendo virar logo essa mesa e devolver a dignidade e a soberania para este sofrido país.
OBS.: De um total de 29 fotos, selecionei aqui algumas para eternizar esses dignificantes registros. 

A NECESSIDADE DO DESMONTE DO PROJETO AUTORITÁRIO
O ex-capitão, hoje ainda presidente desta insólita República investe com bastante força na formação de uma milícia ideológica, um núcleo largamente minoritário na sociedade, porém atuante e suficientemente grande para ameaçar as instituições e seus atores. Esses agem para que, pelo medo as pessoas se calem, sabendo que falando, se expressando e opinando contrárias a eles terão que enfrentar os milicianos bolsonaristas e se expor à violência. O que Bolsonaro almeja é uma matilha pronta para morder, uma milícia que, ao seu comando, sai para bater nos outros. A sociedade que ainda acredita poder vencer a violência suprimindo a liberdade, bobinha, inocente, não se dá conta de que essa a maior violência. Nítido perceber como a truculência do Estado tenta se impor à vontade do cidadão. E vou me aquietar diante disto? Ciente de ser mais do que necessário o desmonte desse projeto autoritário, continuarei na minha trincheira, participando cada vez mais de atividades contrárias a tudo o que está hoje estabelecido e vinculado aos que chegaram ao poder através do golpe de 2016. Para mim, não existe outra alternativa e possibilidade. Não quero ser chato com meus repetitivos escritos, mas é isso ou isso. Estamos todos num beco sem saída e nenhuma outra opção. Ou defenestramos isso tudo, conseguimos jogar esse modelo autoritário na lata do lixo ou ele vergará a nação e daí o país estará perdido, num mato sem cachorro, num caminho de volta muito demorada e da qual muitos padecerão. Escrevo, me posiciono e estou nas trincheiras disponíveis, pronto para o bom combate. Tínhamos una nação e a quero de volta, daí estou na luta pelo seu resgate.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu diria que hoje há uma maioria que pensa parecido com o que você escreveu. Mas, se ela permanecer dividida em partidos, setores e grupos, pode ser derrotada pelo adversário. Esse é o problema, a meu ver.
professor Murilo Soares