domingo, 28 de abril de 2019

CARTAS (199)


CARTA NÃO PUBLICADA NA TRIBUNA DO LEITOR DO JORNAL DA CIDADE, BAURU SP*

* Missiva enviada para direção do jornal, com solicitação de publicação em 22/04 e como até hoje não foi publicada e não mais o será, sai por essa via e meio. Na certeza de que não devo insistir pela publicação no único jornal impresso da aldeia bauruense, prefiro sem muito alarde, compartilhar o texto da mesma aos diletos "comparsas" (sic) facebookianos:

ÓDIO DITANDO REGRAS
Os exemplos são gritantes. A filha de Lula vende ovos de páscoa e a grita é que está fingindo, fazendo jogo de cena. O ex-presidente do Peru Alan Garcia se suicida e por aqui alguns clamam aos brados para que Lula faça o mesmo. A ex-presidenta argentina Cristina Kirchner perde a mãe e viaja para Cuba, visitar filha num tratamento de câncer e no voo é admoestada de forma acintosa. O neto de Lula é enterrado e o choro dele para alguns é puro fingimento. Tudo parte de uma instalada insanidade tomando conta de tudo e (quase) todos. E por que agem assim? O que teria levado parte considerável dos brasileiros e latinos a agir dessa forma tão insensata e despropositada?

O brasileiro não agia desta forma, muito menos recebia incentivo institucional e governamental para tratar assim suas discordâncias de linha de pensamento e ação. Hoje, o próprio presidente incentiva que os seus tratem o vice com tijoladas e provocações. Os despirocados de bom senso colocaram as manguinhas de fora e estão demonstrando a que vieram, promovendo aberrações como essas e depois seguindo para a missa, contritos e resignados, como se nada tivesse ocorrido. Insuflados por desvairado incentivo, mentiras repetidas como verdade, repassada pelos meios de comunicação, confirmada pelas capengas instituições nativas, degradadas e corroídas por dentro e por fora, tratam o oponente com latente ódio.

Mesmo quem de fato deixou algo de concreto, tem tudo devidamente esquecido e o tratamento é da cintura pra baixo, golpes onde a razão passa ao largo. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, profetizou o alemão Joseph Goebbels. A renovação do dito com a prática atual provoca essa absurda inversão de valores, tão perversa e tornando o país esse quintal desvairado de ocorrências, o levando para o mais completo e absurdo abismo.

Escarnio é pouco para com esses, também intrépidos defensores da absurda venda do país na bacia das almas, como ocorre hoje. Muitos desses perderam até a noção de defesa dos próprios e reais interesses nacionais e hoje promovem o fim de tudo o que tínhamos como salutar. Abdicaram da defesa do país, preferindo seguir cegos de ódio, teleguiados por interesses destruindo o outrora soberano país. O fundo do poço se aproxima e com ele a instalação do caos, inexorável nesses casos. Por sorte, minha caminhada se encurta, mas a de meu filho e tantos jovens, pouca esperança pela frente. Temo por esses, tentando algo salutar no meio de tanta iniquidade mental. O país regrediu e vive um dos seus piores momentos. Todos perdemos, inclusive "eles", os distribuidores, espalhadores e detentores do ódio como motor gerador de suas vidas.


CARTA PUBLICADA DA SEÇÃO "CARTAS CAPITAIS" DE CARTA CAPITAL, EDIÇÃO 1052*
* Ela foi resumida pelo espaço na revista, sendo publicada as partes destacadas em vermelho.


Compro nas bancas a última edição, sábado passado e a levo para um Encontro Regional do PT em Bauru SP, com a presença do deputado federal Arlindo Chinaglia e outros. Foram quatro discursos, nenhum a defender ou ao menos citar Lula. Ao final, peço a palavra e pergunto: "Vocês esqueceram de Lula? Só pensam agora na própria sobrevivência e nada mais?". Tentaram explicar, mas parte do próprio PT, constatado por mim neste dia, já não o defende mais, daí dou razão para tudo o que Mino Carta escreve repetidas vezes sobre dos motivos desse abandono, corroborado na matéria do Fred e do René. Quando dirigentes do próprio partido já jogaram a toalha, estão em outra, vejo como líquida e certa a escrita proclamada em alto e bom pela revista: desalento. A pauta da liberdade de Lula, insanamente preso nas masmorras de Curitiba não pode deixar de ser o ponto nevrálgico e a mover todos os a clamar pelo fim das injustiças. Dela não arredo pé.

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