terça-feira, 5 de maio de 2020

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (179)


DOLOROSOS DIÁLOGOS
Dói ouvir e pouco poder fazer por quem está em situação desesperadora.


- Eu penso em voltar para minha cidade no interior de Minas. O meu empregador me dispensou dizendo que iria me contatar tão logo abrisse novamente suas portas. Abriu, atende pedidos no balcão e pelo telefone, contratou nova funcionária e me desprezou. Não consigo receber o valor dos R$ 600. A todo instante volto ao aplicativo e lá "Em análise". Não sei mais o que fazer. As contas todas atrasadas. Minha mãe quer que eu volte, mas voltar como, com uma mão na frente e outra atrás? O que faço?

- Eu tento manter as aparências, mas nem comida tenho mais. Um ou outro tem me ajudado, somos em duas pessoas em casa. O parceiro talvez receba hoje os R$ 600 e vamos pagar os que nos emprestaram algo e comprar comida, exclusivamente comida. Minha melhor amiga, frequentava a casa, saíamos juntos, sempre lhe ajudei e agora, quando lhe pedi $ 100 reais para pagar a luz e a água atrasados, desconversou, alegou ter gasto com o dentista. Pior não foi isso, mas por ter se afastado, nem atende mais meu telefone.

- As portas todas se fecharam e sem saída, eu e a esposa tivemos que nos inventar. De onde iríamos tirar dinheiro para nos manter? Não queríamos nada além disso, o negócio é passar esse período e depois ver o que faço, com algo mais normalizado. Começamos a fazer pães e vender anunciando pelo facebook. Na primeira vez vendemos 15, depois oito e na última fornada, três pedidos. Sei que os pães são bons, mas em cada entrega percebo também a dificuldade estampada na fisionomia dos que me atendem nas entregas. O meu pão é mais caro do que a da padaria, pois é artesanal, mais consistente. Vendo no valor limite e o pouco que entra me ajuda muito a continuar sobrevivendo.

- Todo dia eu passava naquelas casas e algumas famílias até já sabiam, me vendo recolhendo o descartável, me ajudavam, sempre me davam mantimentos. Hoje, tenho que continuar andando muito, mas recolho cada vez menos objetos recicláveis nas ruas e ao passar nas mesmas casas de antes, muitas portas nem mais se abrem, noutras ainda consigo algo, mas muito menos que antes. Todos estamos sentindo dificuldades, mas alguns se trancam e até nos olham como se oferecessemos perigo. Uma velhinha, morando sózinha, sempre me dá um pão com algo dentro e ela me conta que seus filhos ao saberem, lhe disseram para ter cuidado, pois só de ir entregar no portão corre riscos.

- Eu passo na sorveteria todo dia e antes enchia o carrinho e saia buzinando pela cidade, vendendo sempre tudo. Ainda está calor e pelo preço, R$ 1,20, saia tudo. Hoje, as pessoas me vêm buzinando pelas ruas e não mais se aproximam. Os que me conhecem compram, mas não como antes. Conversei com o dono da sorveteria e para diminuir as perdas, hoje pego a metade do carrinho e mesmo assim não tenho conseguido vender tudo. Tenho andado até mais e vendido menos, muito menos. Eu não consegui me aposentar, minha senhora ganha um salário muito baixo, o dinheiro não dá. O que conseguia ajudava muito. Ela quer que fique em casa, mas como ficar em casa e não ter o que comer? Muito do que ela ganha vai só nos remédios.

- O patrão me mandou embora pouco antes de tudo fechar. Inventou uma desculpa e na hora de me pagar o que me deve, disse da última vez que liguei cobrando, que iria até me pagar, mas agora vou ter que esperar, pois seu restaurante agora só atende para entrega e não vai ter como. Lembrei que ele havia prometido, mas fez pouco caso. Respondeu nada poder fazer. Eu fui na Justiça, procurei um advogado, ele me orientou a procurar testemunhas, mas a maioria foge, sabem que não minto, quero só receber o que ele me deve, mas poucos querem enfrentar ele, pois temem que isso vai ser prejudicial quando forem arrumar outro emprego. E nem o que comer tenho mais, vivo da ajuda dos vizinhos.

- Eu tenho 65 anos, trabalho desde muito nova e como servente de prédio, complemento renda, pois mesmo aposentada, em casa são cinco e só eu e outra trabalhamos. E as crianças, são mais quatro bocas para comer. Eu pego um onibus cheio para vir, pois diminuiram os horários e agora, todos muito cheios, pra voltar a mesma coisa. Reduziram meu horário de trabalho, mas tenho que fazer a mesma coisa que antes, tudo em menos tempo. Trabalho mais, mas não posso reclamar, pois ainda trabalho e consigo manter minha família. Deus me ajuda, ele me guia, não me abandona. Não reclamo, não posso parar e tenho sorte de ter o que tenho, pois lá onde moro, muitos tem muito menos.


DUAS HISTÓRIAS DA PANDEMIA MERECENDO SER REPASSADAS ADIANTE
Tomar conhecimento de histórias, umas com bons resultados, outras nem tanto, mas a demonstrar como se dão as coisas nas entranhas deste país em tempos de pandemia. Eis:

1.) "Decidi contar para meus vizinhos que estava com COVID-19"
Confira o depoimento emocionante de uma moradora de um condomínio-clube, seus cuidados, medos, receios e a coragem para revelar sua identidade para a comunidade.
Eis o link: https://www.sindiconet.com.br/…/decidi-contar-para-meus-viz…
2.) Essa, com muitas fotos, enquanto você vai tomando conhecimento da realidade das ruas, algo mais de como se dá a vida das prostitutas, antes vivendo de programas sexuais pelas ruas, todas com definidos pontos em esquinas variadas, oriundas de locais distantes, famílias dispersas e tendo como morada algum local de uso coletivo, cortiços e hoteís de baixo custo, agora, outra realidade, sem a movimentação das ruas, quase mais nada sendo conseguindo de programas, daí, sem proventos e reservas financeiras, a miserabilidade e o trabalho da assistência social. Uma triste história, contada em detalhes na matéria hoje publicada no diário argentino Página 12. A realidade vivenciada pelas argentinas é a mesma de muitas brasileiras. Algo aqui relatado nos mínimos detalhes. Eis o link: https://www.pagina12.com.ar/263190-putas-feministas-y-sindi…

2 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma prova de como o comunismo destrói vidas. O Partido Comunista Chinês foi conivente e espalhou o vírus pelo mundo.

Você vai continuar defendendo o comunismo?

Mafuá do HPA disse...

meucaro anônimo:
Duas coisas.
Em primeiro lugar, te rejeito, pois és um cagão. Psota algo incompreensível e não possui coragem de ao menos se identificar. Abomino os cagões, são os tais sem coragem, fazem tudo no anonimato, até crimes cometem, passam fake news que é uma beleza, mentem descaradamente, tudo para saciar uma doença já tomando conta de seu organismo, algo misturado com ódio. Para mim são mortos vivos;
Depois, para concluir, em uma só linha, várias mentiras, desacaradamente postadas. Voc~e deve saber o quanto mente ao dizer que o comunismo destrói vidas, quando sabe que o contrário, o que venera é imensamente pior. O capitalismo é muito mais letal que o comunismo e disso não existe a menor dúvida. Por fim, para te cravar a estava sem dó piedade, te afirmo, que existe muito mais dúvida do que certeza nessa baboseira dos que passam adiante isso de que a China espalhou o vírus pelo mundo e até de forma proposital. Vejo mais hipóteses favoráveis no contrário, ele ter sido por lá distribuido por agentes norte-americanos. Não contavam com a força da tal "globalização" e com o jeito chinês de levar a sério as coisas, daí eles se cuidaram, tiveram perdas, mas nem tanto, quanto a de quem foi lá espalhar o vírus. Ou seja, o mal repassado a outrem, acabou recaindo sobre si próprio.
Passar bem.
Henrique - direto do mafuá