quinta-feira, 7 de maio de 2020

RETRATOS DE BAURU (240)


NÓS, OS MASCARADOS - OS QUE LEVAMOS A SÉRIO ISSO TUDO
O time dos que levam a sério só cresce, mesmo diante de tanta gente afrouxando as medidas de segurança numa pandemia, justamente no seu momento mais crítico, algo já durando sessenta dias e se não contar com a persistência de tudo e todos, poderá se estender por muito mais tempo. Com essas fotos, alguns dos que mesmo prejudicados em suas atividades pessoais, deram seu jeito e estão unidos, lutando pela vida, pela sua própria e de tantos outros. A luta continua e aqui dez desses:


VÍRUS EM SUSPENSÃO - O BICHINHO ESTÁ NO AR: CONVERSA COM QUEM ATENDE PACIENTES NO DIA-A-DIA
Converso ontem com amigo trabalhando no PS - Pronto Sococrro Central de Bauru e ele me dizia de um estudo que tiveram conhecimento e, mais um alerta para todos, como ele, em situação de ponta, risco imediato, pois no atendimento aos que chegam e se mantém internados com o vírus. No estudo, já do conhecimento de muitos e divulgado pelos meios de comunicação, a informação de que o vírus permanece no ar nas imediações desses lugares onde ocorre a incidência de circulação de pessoas com provável contaminação. Portanto, a incidência de contaminação se dá em maior número nesses lugares, além do lugar interno, também no exterior de entradas de hospitais, necrotérios, pronto socorros e todos os lugares onde se possa imaginar que circulem pessoas portadoras do vírus.
Eles, os profissionais de saúde, tomam todas as medidas possíveis, dentro do material que lhes são disponibilizados e estão atentos a todas as novas recomendações, com muita coisa surgindo a cada dia. De lá, pede para informar que, o número de infectados e de mortos é imensamente superior ao informado como dado oficial, pois a maioria nem foi contabilizada e muitas pessoas passam pelo atendimento prévio, quando percebe-se ter também o vírus, mas no óbito, acaba sendo informado outra causa. Deixou claro que esse número informado, de sete mortos em Bauru já é, no mínimo, cinco vezes mais, porém quem produz a informação oficial não são eles e sim as autoridades municipais e que, nem é por culpa dela o número final, pois o fazem seguindo normas e nem sempre elas são exatas. Da conversa, extrai algo mais, um mêdo no ar, mas a disposição de continuarem ali, atuando e prestando serviço, mesmo na adversidade, pois, além de ser essa a missão a eles designada, gostam do que fazem, de tratar do semelhante e lhes devolver com saúde ao convívio social. Na despedida da conversa me pede para não identificá-lo e ressaltar, ago que faço agora, que além dos médicos e enfermeiras, existem outros profissionais se arriscando e ao lados dos primeiros, como os técnicos em enfermagem, práticos e toda uma cadeia de gente que leva e traz os pacientes aos hospitais, assim como os profissionais da higiene, limpeza e cozinha. "Somos muitos aqui na resistência", me diz. Muitos dos seus relatos são histórias das mais tristes e, posteriormente, quando puder ouvi-las com mais detalhes, as publico como forma de resgatar o que fasto acontece no atendimento aos que chegam necessitando de ajuda. Esses são os que, de fato, sabem algo mais do momento.

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