quarta-feira, 17 de outubro de 2018

BAURU POR AÍ (157)


CARTA ABERTA APROVEITANDO PRIMEIRA IDA DO DEPUTADO FEDERAL ELEITO RODRIGO AGOSTINHO À BRASILIA

Enfim Bauru tem deputado federal para chamar de seu. Não era isso o que todos queriam? Pois bem, Rodrigo estará representando a aldeia bauruense nas hostes do Congresso Nacional. Rodrigo me conhece e eu o conheço, ambos de longa data. Tempos atrás pelas redes sociais, num desses reveses em algo sobre os posicionamentos distintos, ele mesmo fez questão de dizer: “Não somos inimigos, nem adversários. Lutamos pelo bem comum e assim sendo, normal as cobranças”. Foi mais ou menos isso. Nunca tive choques maiores com sua postura no Governo Municipal, mesmo discordando de procedimentos. Nunca o agredi, pois além da indelicadeza, prefiro sempre cobrar ações. Inegável existir mais diálogo da cidade com ele do que com o atual prefeito. Posturas diferentes. Rodrigo sabe ouvir mais, abre mais espaços, possibilita mais conversas. Não o vejo como pessoa vingativa, a perseguir adversários e os que pensam diferente. Pontos favoráveis. Guardo boas lembranças dele como vereador e eu atuando como Diretor do Patrimônio Cultural. Tivemos a oportunidade de estarmos juntos quando da reativação do Carnaval de rua na cidade. Nos seus oito anos como prefeito, me mantive numa oposição não raivosa, ele sabe disso, porém muito crítica.

Hoje o vendo eleito, em primeiro lugar o parabenizo e não desejo boa sorte, essas coisas. Ele sabe que, para ter sorte, precisa ter ações, concretas e objetivas, não enrolar linguiça e nem se mostrar indiferente a quem o elegeu. Ser um homem 'somente' de partido, muitas vezes o distancia do que o povo precisa. Ser menos de gabinete e mais pés no chão. Ou seja, nunca aposentar as tais botinas, que tanto sucesso fizeram. Daí, consequentemente a sorte virá e tudo o mais. Eu o acho mais conservador do que deveria. Dizem que os tempos atuais assim o exigem. Questão de sobrevivência. Que busque brechas para se mostrar na “crista da onda”, mas por outras vertentes. Enfim, agora ele é o deputado de Bauru, votação mais que expressiva e como sei, lê tudo o que lhe enviam, tantos dos que votaram nele, como dos que não o fizeram. E deve ser assim mesmo. Ele sabe onde me encontro politicamente e eu sei onde ele se encontra. Dito isso, vamos ao que me leva a fazer o primeiro pedido, como cidadão e também como membro de um Núcleo de Base, o DNA Petista, da reorganização desse partido na cidade. Ciente de que ele estará em Brasília nessa semana, creio já deveria começar a lutar desde sempre pelas conquistas de algo para essa cidade. Ele sabe melhor que ninguém a tristeza que será ver a cidade somente dependendo de emendas parlamentares. Existem outros caminhos, meios e condições. Exerço uma delas.

Existe em Bauru uma edificação prestes a ser demolida e por pura indecência política. É onde estava localizada a antiga área funcional do INSS, localizada na rua Presidente Kennedy com o início da rua Nóbile de Piero, ali bem debaixo do viaduto Juscelino Kubitschek. Todos conhecem e sabem que, quando do abandono, foi destroçado, mas não destruído. O prédio está intacto, inteiro, imponente, porém, sujo, vidros todos quebrados e pichado dos pés à cabeça. Quando cobrados, a direção local do INSS, como solução decretou: “Vamos demolir”. Seria burrice. A cidade necessita daquele espaço para uma infinidade de projetos. Falta vontade política em lutar e depois, mais que isso, de ir buscar verbas para restaurar e aproveitá-lo em iniciativas louváveis. Meses atrás o prefeito Gazzetta demonstrou algum interesse, mas nada prosperou. Existe um rumor para que seja ocupado por sem tetos, pelo menos para evitar a demolição, mas isso nos tempos atuais irá gerar repressão e violência. Não se descarta essa possibilidade, até para sensibilizar a cidade para que venha a ser aproveitado e não colocado no chão. São histórias e estórias, todas conhecidas do político Rodrigo, sempre atento a tudo dos bastidores dessas plagas.

E por fim, a proposta de vê-lo, já nessa primeira visita, indo atrás de ver a posse definitiva desse imóvel para Bauru. O que será feito lá, fica para outra etapa, onde também deverá obrigatoriamente ter o envolvimento do novo deputado. Por que não, já nessa visita de reconhecimento, passar nos lugares certos e marcar audiências onde esse repasse possa ser concretizado? Isso vai fazer parte de uma lista de sugestões que lhe apresentaremos em breve, de algo de concreto para essa cidade, algo onde poderá demonstrar efetivamente o apego para com sua aldeia, a bauruense. Seria de ótimo alvitre vê-lo desde já, não só fazendo visitas protocolares nesse primeiro contato, mas já na lida e uma das boas causas é essa. Nos ajude a não deixar essa edificação vir ao chão. Dá para imaginar uma infinidade de projetos ali sendo elaborados. Faça parte do melhor deles, o de sua preservação e reutilização. A cidade ganharia no reaproveitamento.

Era isso. Um primeiro contato, efetivo, papo direto e reto com o novo deputado de Bauru. Por enquanto é só. Faltaria um posicionamento de sua parte sobre isso sendo implantado no país, um declarado, explícito e perigoso fascismo, chegando e querendo ocupar todos os espaços. De seu posicionamento libertário, talvez possa surgir uma liderança dentro do seu próprio segmento, não divergente, mas corajoso, demonstrando outras possibilidades além do estar regiamente enquadrado. Adoro os que divergem, discutem, propõe algo novo, fogem do lugar comum. Existem bons caminhos e condutas. O novo parlamentar pode ser mais um, seguir como fiel ovelha, mas pode também se firmar como nova liderança assumindo novos papéis. Carisma não lhe falta e isso estará se consolidando nas primeiras ações.

Grande abraço e no aguardo de seu posicionamento a respeito da solicitação apresentada

Cordialmente

Henrique Perazzi de Aquino


MESMO GANHANDO, NÃO LEVAMOS
Desisti de acreditar nessa eleição como recondutora de algum tipo de poder popular, com Haddad sendo guindado ao Governo Federal. Já escrevi sobre isso algum tempo atrás. Fizeram tudo, o golpe e o destroçamento do país e agora iriam entregar tudo de mão beijada e respeitando o resultado de um pleito? Não. Se o capiroto ganhar, claro, assume e em breve terá plenos poderes, talvez até um golpe do seu vice e o país numa situação ainda mais embaraçada. Se Haddad ganhar, mesmo diante de toda essas adversidades, não esperem o respeito pelo resultado das urnas pelos poderes ditos constituidos do país. Não acredito mais em história da carochinha. Existem forças ocultas (neste país sempre existiram), sempre conspirando, num jogo mais que sujo de bastidores, já tudo montado para não permitir a posse de Haddad. Se não ocorrer um declarado e explícito golpe, teremos algo como o STF declarando inelegível a candidatura, inventando algum motivo, com aquelas longas votações e decretam a ilegalidade. Não assume sua vice, mas o outro candidato, o capiroto. São tantas coisas juntas, construindo e montando esse cruel e insano quebra cabeças. O atentado a faca sem sangue, sem imagens convincentes, a cirurgia já marcada muito tempo antes, a remoção cinematográfica, a não participação em nenhum debate, os fake news, a fala embargada, o Exército bolsonarizado, o ministro do STF Toffoli se curvando diante da vontade fardada, a ABIN vigiando descaradamente Haddad e o PT, a aceitação tácita da tutela fardada por tudo e todos, etc. Inviável um explícito golpe ao estilo quartelada, pois querem dar a impressão da legalidade. O STF entraria novamente em cena, pura pressão militar, essa já evidente e por "problemas na campanha", numa manobra jurídica, cancelariam o pleito. Portanto, vejo como inócua a continuidade da campanha. O PT, como já escrevi tempos atrás, ao participar até o fim estará sacramentando, legalizando e dando o arcabouço legalista que os golpistas e o pessoal da Casa Grande & Senzala busca para legalizar a boçalidade. Em curso um vale-tudo neoliberal. Todos nós, em campanha nas ruas, convencimento diário de uns e outros, estamos fazendo papel de bocós de mola. A medievalidade brasileira já não bate mais às nossas portas, ela já é realidade. As cabeças já foram feitas e não mudarão de rumo em tão curto espaço de tempo. Isso dos pobres contra pobres, desses estarem contra os que estão dispostos a fazer algo por eles me parece algo sem volta. Sofrerão (sofreremos todos) muito e talvez aprendam algo, mas lá na frente, após muita pancada nos lombos. Pelas vias legais, pelo menos nesse momento, não levaremos. Não permitirão. É o que penso.

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