sexta-feira, 10 de julho de 2020

AMIGOS DO PEITO (175)


AMIGOS A GENTE ENCONTRA, O MUNDO NÃO É SÓ AQUI...
1.) ENALTECENDO OS QUE BRAVAMENTE RESISTEM E DÃO O SEU JEITO PARA CONTINUAREM NA ATIVA – ALHO TANTÔNHO DO CELSO COSTA
Contar a história do Celso Costa, assentado em Aymorés é quase obrigação para mim, sempre pronto para não só divulgar as belas experiências em andamento, não só lá nesse querido pedaço de chão, alvo de tantas disputas e hoje local de residência fixa de tantos batalhadores. Celso um deles. Cada qual possui um relato de resistência. Hoje publico o deste bravo guerreiro, resumido a mim num texto exclusivo, produzido após ter pedido que me trouxesse um pedido de alho. Veio até minha porta, conversamos sobre esse nosso momento e fiquei encantado com o que anda fazendo, o seu jeito para contornar este momento. Diante de seu relato, não tenho como me conter e guardar essa experiência só para mim. Tenho como necessidade interna fazer o mínimo, contar um pouco e mostrar algo mais, uma experiência multiplicadora. A seguir, nas palavras do próprio Celso, como de dá sua luta e seu novo negócio:

“Agricultura familiar , as mãos que alimentam a Nação, tenho orgulho de ser agricultor familiar , pois Juntos somos fortes”.
Meu nome é Celso Costa, sou agricultor familiar assentado em regime de economia familiar, tenho 40 anos, sou pai de dois filhos, resido no Assentamento “Terra Nossa” no Horto de Aimorés desde 11 de Janeiro de 2003.
No Assentamento enfrentei inúmeras dificuldades, dentre elas a fome, o frio, moradia digna e as mínimas necessidades básicas de dignidade, de vida para um ser humano, apesar de tudo isso, não passei sozinho, essa dificuldade foi enfrentada e superada juntamente com aproximadamente 300 famílias que vieram para a região de Bauru em busca de uma melhor qualidade de vida no campo, haja vista que vivíamos nas periferias das grandes metrópoles, sendo elas região metropolitana de Campinas.
Dentre as diversas formas de subsistência e sobrevivência no campo, já fizemos de tudo, bem como; cultivo, tomate, pimentão, hortaliças, mandioca, frutíferas diversas, piscicultura, gado e até mesmo suínos.
Ao longo destes anos as diversas crises no que tange a política Nacional de Agricultura Familiar, sem acesso a créditos, manejo, e incentivos e fomento para agricultura familiar tem feito com que as famílias se vêem obrigados a driblar a dificuldade e se reinventar, e comigo não é e não foi diferente, tivemos que nos reinventar, por conta da Pandemia por COVID 19.

Começamos a descascar alho com o apoio e incentivo de familiares, pois não tínhamos condições mínimas para adquirir a matéria prima, o “alho”. Descascamos, limpamos , embalamos ainda de forma artesanal, porém com toda a higiene e proteção necessária visando à segurança e saúde de nosso cliente.
Começamos vendendo de porta a porta, vendíamos em media cinco kilos por semana, hoje já estamos um pouco mais animados, pois nossas vendas aumentaram, hoje vendemos em media 10 kilos de alho por semana, onde parte dos nossos clientes retira o alho no sitio, sob encomenda antecipada, para dar tempo descascar e embalar, ou em alguns casos entregamos no sistema “Delivery” .
Aqui em casa estamos envolvido todos na descascagem do alho, Eu, minha esposa e nossos filhos, ou seja mantendo a política de desenvolvimento rural e sustentável em regime de economia família.
Com isso estamos sobrevivendo a essa pandemia, que paralisou toda a escoação da produção das famílias do assentamento Horto de Aimorés, bem como a merenda escolar, entregas a quitandas, varejões, mercados e ate mesmo feirantes. Esperamos que seja desenvolvida políticas publicas de ajuda a agricultura familiar que esta sofrendo , tanto como as demais famílias com a perda de renda.
Quanto à escolha do Nome, se deu de forma muito carinhosa, meu filho, quando criança chamava o bisavô de Vovô Tantonho, e por conta da minha ligação de profundo amor, respeito e consideração recíproca a ele, o sitio cedido pelo INCRA a mim, leva o Nome dele com meu avo, meu sitio leva o nome Dele, “Sitio Recanto do Vovô Tantonho”.
Sentimo-nos felizes em , juntos com os demais agricultores do Assentamento Horto de Aimorés, ser sobreviventes das dificuldades já enfrentadas e estamos aqui para lutar e sobreviver mais essa .... com certeza, estamos mostrando a Nossa cidade a que viemos ! haja visto que não fomos compreendidos a 18 anos atraz.
Celso Costa - Agricultor Familiar Assentado”

2.) “O FIM E O COMEÇO”, CRIA DO POLIVALENTE BRUNO SANCHES SENDO PARIDO EM PLENA PANDEMIA
Hoje peguei o dia para escrever de diletos amigos e volto à carga para falar de uma pessoa e de seu primeiro filho, sic, digo, livro. BRUNO SANCHES é meio bauruense, meio uruguaio, tal o amor que tem pelo país vizinho, sua cultura, gente e território. Versa tanto de lá como de cá com imensa desenvoltura. Vive na aldeia bauruense, sorrindo de orelha a orelha, feliz da vida ao lado do amor de sua vida e nas horas vagas faz o que gosta, toca projetos pessoais ligados à área musical e literária. Conseguiu tocar adiante um mais ousado, o juntando seus escritos, na forma de contos e mesmo em meio à pandemia lança o mesmo, sem a pompa de uma festa reunindo amigos, leitores e afins, mas tudo feito pelo novo formato, o virtual. Conheço Bruno de longa data, sei do seu envolvimento com as boas causas e neste momento, isolado aqui em casa, louco de vontade de ler seus escritos, disse a ele estar a juntar uns caraminguás e, provavelmente semana que vem encomendo o dito cujo. Graciosamente ele promete me entregar pessoalmente e autografado. Aqui antecipo algo mais da obra, primeiro com um texto de apresentação, escrito por seu editor, João Correia Filho, da Editora Mireveja:
“PARA SER LIDO DO COMEÇO AO FIM
Criador do clube de leitura Cevadas Literárias, Bruno Sanches lança seu primeiro livro de contos e surpreende pela maturidade e qualidade dos textos. Golpistas, lunáticos, dançarinos de araque, escritores suicidas. Essa é apenas parte da fauna literária que habita o primeiro livro de Bruno Sanches, um dos criadores do clube de leitura Cevadas Literárias e que mostra maturidade nos 13 contos que compõem “O fim e o começo”, lançamento em 15 de julho, às 20h, numa live do autor e convidados ligados à literatura em Bauru.
Segundo Bruno Sanches, ‘O fim e o começo’ traz contos com alma de crônica, na medida em que tangenciam um cotidiano fugaz, com personagens delicadamente verossímeis, e, ao mesmo tempo, permitem reflexões mais profundas sobre a existência humana e a imprevisibilidade da vida. “A maioria dos textos tem uma relação com os ciclos, como morte e vida, com perdas e ganhos, com histórias que começam no fim ou terminam no começo. Aliás, nasce daí o título”, explica o escritor. É o caso do conto Com carinho, Chico, que narra a historia de um escritor iniciante que se suicida sem motivos aparentes, logo após o lançamento de seu mais novo livro. Ou mesmo A mala do enxoval, que relata a vida de Djanira, que vê seus três grandes amores morrerem e, no final da vida, tem uma atitude inesperada. A ideia dos ciclos presente nos textos também foi traduzida para o projeto gráfico, assinado pelo designer bauruense Gustavo Domingues, e traz imagens de lagartas (capa) e borboletas (miolo) para simbolizar as metamorfoses de um inseto, metáfora exposta em vários contos.

Letra e música - Bruno Sanches conta que a ideia inicial do livro era que os contos formassem uma espécie de playlist musical, pois vários deles tocavam no universo de canções nacionais e estrangerias. “Embora a seleção e edição dos textos tenha tomado outro caminho, acho que é fácil perceber essa influência da minha vida. Tem muita música nesse livro”, diz Bruno. No conto O lado escuro da lua, por exemplo, o escritor nos apresenta uma entrevista histórica (ainda que ficcional) com o engenheiro de som Alam Parsons, conhecido por ter sido um dos responsáveis pela gravação do emblemático álbum The dark side of the Moon, da banda Pink Floyd. No conto, Parsons fala da relação entre o álbum e o filme O mágico de Oz, de 1939. Tudo criado por Bruno, que nos coloca em xeque diante de tamanha verossimilhança com a realidade. Com humor, ainda resgata a canção Pai, de Fábio Jr, e mistura Michael Jackson, U2, Depeche Mode, Sambô e a dupla sertaneja Wartinho e Warci, que dá nome a outro conto. Em Silent Lucidity, Bruno mergulha na personagem de uma adolescente e sua relação com a avó, durante um show da banda Queensrÿche, capitaneada por Chris DeGarmo, autor da música que dá titulo ao conto.
Assim, O fim e o começo dá vida a histórias bem-humoradas, sarcásticas, melancólicas, cheias de surpresas. Tudo de uma vez, como se o mundo estivesse prestes a acabar. Como se fosse o fim. Ou o começo.
Conteúdo extra - Outra novidade que ‘O fim e o começo’ traz é a utilização de QRCode, um código que nos direciona a uma página da internet com conteúdo extra, incluindo clipes das músicas citadas nos contos e depoimentos do autor, que lê trechos e explica como nasceram alguns dos textos. O código vem impresso numa das orelhas do livro e pode ser lido por smartphones, apontando a câmera. O livro está à venda exclusivamente no site da editora: www.editoramireveja.com, com envio para todo o país, pelo preço de R$ 35,00. Contatos com o Bruno podem ser feitos pelo fone 14.997022372 ou pelo e-mail: brunochair@yahoo.com.br”.

BRUNO ACRESCENTA ALGO MAIS DE SUA MAIS NOVA CRIA: Se for pra complementar algo da minha parte, Henrique, diria que estou muito contente por conseguir realizar este projeto literário. Lançar um livro no meio da pandemia tem sido um desafio, por conta de não haver o lançamento presencial. Mas, ao mesmo tempo, tenho sentido uma receptividade e interesse nas pessoas que talvez, em outros tempos, não houvesse. Literatura, além de ser um ato de resistência, acaba por ser também um respiro contra períodos tão sombrios e brutos como os que temos passado. Que a literatura nos traga sobrevida.

E ALGO DA ERA BOLSARIANA, DIRIA, "BOSTARIANA"
"SER VEADO, TER AS COSTELAS À MOSTRA E UMA DELAS TÊ-LA EXTRAÍDO DAS COSTAS"

Bolsonaro, o presidente "bolsopata" em mais um gesto idiotizante disse ontem que usar "máscara é coisa de VIADO". Eu, ao estilo do que um dia fez o hebdomadário O Pasquim, na pessoa de Tarso de Castro apregoou na época, "todo mundo é bicha". Faria o mesmo hoje com um sonoro e altivo "todo mundo é viado", até para demonstrar que preconceito é mesmo uma nhaca. Divago com o tema e me lembro de GILBERTO GIL, que corajosamente no seu LP "Extra", WB Records, 1983, colocou um animalzinho na capa, um veadinho e na 5ª e última faixa do Lado B do disco lá estava a canção "O VEADO", de sua autoria, aqui relembrada com o devido louvor, com nada menos que Leo Gandelman no sax. "Enviademos" todos pelo bem do Brasil.

Eis o link:https://www.youtube.com/watch?v=dceyokS0Gk8
O veado/ Como é lindo/ Escapulindo pulando/ Evoluindo/ Correndo evasivo/ Ei-lo do outro lado/ Quase parado um instante/ Evanescente/ Quase que olhando pra gente/ Evaporante/ Eva pirante
O veado/ Greta Garbo/ Garbo, a palavra mais justa/ Que me gusta/ Que me ocorre/ Para explicar um veado/ Quando corre/ Garbo esplendor de uma dama/ Das camélias/ Garbo vertiqualidade/ Animália/ Anamélia
Ó, veado/ Quanto tato/ Preciso pra chegar perto/ Ando tanto/ Querendo o teu pulo certo/ Teu encanto/ Teu porte esperto, delgado
Ser veado/ Ser veado/ Ter as costelas à mostra/ E uma delas/ Tê-la extraída das costas/ Tê-la Eva bem exposta/ Tê-la Eva bem à vista

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