quinta-feira, 9 de outubro de 2025

UM LUGAR POR AÍ (201)


NÃO ACREDITE EM NENHUM BOLSONARISTA, ESTEJE ELE ONDE ESTIVER – PERDA TOTAL DE CREDIBILIDADE
Dois lamentáveis fatos ocorreram durante o transcorrer desta semana e confirmam a veracidade absoluta do título deste texto. Já passou da hora de dar nome aos bois e creditar todo atraso em curso aos bolsonaristas encrustados dentro das casas legislativas brasileiras, estes fazendo de tudo e mais um pouco para barrar, impedir, deixar de fazer e criar problemas para que nada avance no campo do atendimento popular, principalmente quando por detrás está a chancela do governo Lula, ou algo relacionado à atendimento de proposta advinda de reivindicação da esquerda. No absurdo, esquecem estes, totalmente dos interesses por detrás da proposta e votam contra, tudo para favorecer aos interesses do conservadorismo mais insano, ligado a ultradireita mais esclerosada e perigosa, ou seja, laços umbilicais com o bolsonarismo.

No caso bauruense, a Câmara de Vereadores, numa processante que poderia investigar os reais motivos da inoperância e tudo o mais a envolver a questão da falta d’água na cidade, principalmente os relacionados a promessas de campanha da atual prefeita, a reeleita Suéllen Rosin. Essa por repetidas vezes dizia em alto e bom som, resolveria o problema da falta d’água na cidade e até então, como se sabe, nada fez e pouco fará. Daí, dentro de 21 vereadores, mais um vez o placar já de antemão conhecido, 17 x 4 é explicitado. Nenhum destes 17 aceitam qualquer discussão negativa envolvendo o nome da prefeita, votam cegamente, algo feito de cabresto, dizendo-se de sua base, sem maiores discussões. Ou seja, através da Câmara de Vereadores de Bauru nada passa contra os interesses da prefeita, dita por mim, como incomPrefeita, pelos motivos mais óbvios. Mais uma vez a comprovação, essa já conhecida por toda cidade, a de que por essa vida, nada ocorrerá de justa e necessária investigação. Houvesse, como na legislatura passada, quase empate no momento de votações como essa, teríamos vereadores até se internando em hospital, fazendo uso de atestados médicos para não votar. Hoje, isso não se faz mais necessário, pois a elasticidade da diferença é gritante, alarmante e sinal da total perda de credibilidade da atual composição formada lá nas últimas eleições. Em toda Casa Legislativa dominada pelo bolsonarismo, o resultado sempre será uma faca cravada nos costados do povo.

No caso brasileiro, mais uma vez comprova-se que a Câmara dos Deputados é hoje reduto de negacionistas da pior espécie, em sua maioria gente sem qualificação para o exercício do cargo, só interessadas em aprovar algo indicado por suas bancadas, na quase totalidade ainda com ligações umbilicais com a ultradireita, consequentemente ao bolsonarismo. Diante da pressão popular, o povo nas ruas eles acabaram tendo que votar de forma unanime a PEC da Bandidagem, uma que daria poderes ilimitados para deputados, mesmo diante de crimes, passarem ilesos, sem ter que prestar contas à Justiça. Agora, quando a pressão se esvai, eles se aproveitam e após ser emplacado justo pagamento de impostos à camada mais rica do país, favorecem a estes e cravam uma estaca nos interesses nacionais. O fazem sem pensar no país, mas nos seus próprios interesses, todos interligados aos piores temas em discussão. Querem o Brasil de Lula no chão e para tanto viram de costas para o país num todo. Este o nível e o perfil do atual Congresso Nacional, um dos piores que já tivemos em toda nossa história.

Em ambos os casos só existe uma só saída, a pressão popular, essa exercida com povo nas ruas. Por sorte, ainda temos, neste momento, um STF defendendo os interesses nacionais e não voltado, como já ocorreu num passado não tão distante, aos destes grupos. A Justiça hoje em sua magnitude, tem representatividade nas ações do STF. Não fosse isso, toda justa reivindicação popular estaria num mato e sem cachorro. Porém, a reversão através da vida Justiça é lenta e mais rápido, só mesmo com mobilização popular. Povo nas ruas resolve quase tudo. A derrota destes todos atravancando o país poderá se dar nas urnas, nos próximos pleitos – algo ainda difícil -, mas o resultado imediato só as ruas pode dar. Para tanto, novas ações devem ser nacionalmente marcadas de forma imediata. Algo tenebroso ocorre em todas as instâncias legislativas brasileiras. De Bauru à Brasília, a perversão é inconteste.

algo de minhas andanças pela aí

ITÁPOLIS NÃO É SOMENTE A TERRA DO SORVETE, JÁ FOI TAMBÉM SEDE DO OESTE FUTEBOL CLUBE, FONTE DE ORGULHO DA CIDADE
Numa passagem muito rápida por Itápolis, 100 km de Bauru, conferi pessoalmente algo de como anda a situação do Estádio Municipal dos Amaros, consequentemente como anda a do time do Oeste, que um dia representou a cidade e hoje, vive momentos de “Perdidos no Espaço” – igualzinho a antiga série televisiva -, ou seja, sem eira nem beira. Um dia, um empresário assumiu o controle total e absoluto do time da cidade, vislumbrando a necessidade de deixar a cidade para crescer. Algo ocorreu, porém, o time sem nenhum identidade com o novo local, Barueri, principalmente sem um “lugar pra chamar de seu”, hoje fenece, esquecido e atuando dentro da parte mais inexpressiva do futebol brasileiro, envolta numa nuvem que poderá o levar à completa extinção. Ou seja, empresário tira o prazer de uma cidade em manter um time, não atinge seus objetivos fora da cidade e pelo visto, não ocorrerá a devolução do Oeste pra Itápolis.

Passo rapidamente pela cidade e quis sentir pessoalmente como anda a situação, em primeiro lugar do estádio. Pra começo de conversa, algo quase único, um estádio envolto por residências, dentro de área nobre da cidade. Só conheço outra situação parecida, a de Santa Cruz do Rio Pardo. Neste local, o Amaros, já foi presenciado belíssimos espetáculos futebolísticos. Hoje, algo do passado e da lembrança dos torcedores. Pelas frestas de seus portões, se vislumbra a situação do interior do estádio, com mato alto no seu gramado. Rodeio o quarteirão, observo algo idêntico em todos seus portões, o abandono. No principal, uma casa bem ao lado, com pequena empresa de costura industrial e lá, ninguém sabe nada sobre o futuro. O presente para eles é algo ruim, espécie de imóvel abandonado e sendo deteriorado, com todos os problemas disso decorrentes.

Num portão, o motorista de uma moto me vendo fotografando, para e pergunta se tenho novidades. Digo ser saudosista e passando pelo local vim verificar se ainda existe alguma possibilidade do Oeste voltar pra cidade. Ele desdém e diz da falta de interesse. Cita os casos de Novo Horizonte e Mirassol, cidades com população próximas e por lá, algo bem diferente. “Itápolis não soube defender seu time. Uma torcida foi mantida até quando deu. Viajavam e amavam isso tudo. Deixamos levarem o Oeste para longe daqui. Foi sua derrocada. Eles tinham tudo pra dar errado e deram. E se um dia ocorrer a devolução será nas piores condições possíveis”, me diz.

No posto de combustível do centro da cidade, pergunto a um frentista, que me leva a outro, este uma espécie de ventríloquo da cidade. Conta a história de um professor de Educação Física, trabalhando com jovens e quase tudo certo para essas atividades esportivas acontecerem no estádio, ainda em poder do município. “Dizem que, as arquibancadas de ferro serão todas retiradas, pois não atendem mais exigências da FPF – Federação Paulista de Futebol – para jogos oficiais. A cidade não reage, pois não existe mais um time. Se existisse, a luta seria outra. Será bom ver os mais jovens ali atuando, mas nada como o que já tivemos no passado. Sonho com um novo time representando Itápolis”.

O empresário Mário Teixeira, conhecido como "Seu Mário" e dono do Audax, é o responsável por levar o Oeste Futebol Clube para longe de Itápolis. Ele comprou o clube em 2016 e, em 2017, transferiu sua sede para Barueri, mudando a marca e a operação do time. Segundo Emilio Botta, em 25/09/2025, para o site ge.globo, essa a atual situação do Oeste: “O Oeste deixou as instalações do CT, localizado em Barueri, sede do clube desde 2017. A desocupação do local ocorreu em virtude do fim da cessão da estrutura pela prefeitura da cidade, que era uma apoiadora desde que o clube deixou Itápolis, no interior de São Paulo, onde foi fundado, em 1921. Na época, a alegação foi de falta do apoio da administração pública. Atualmente, o Oeste tem treinado em um campo de futebol na cidade de Araçariguama. No entanto, a possibilidade de permanência do clube por lá é remota. Uma alternativa estudada é treinar em Araçariguama e mandar os jogos em outra cidade que tenha estádio”.

Campeão da Série C do Brasileiro em 2012, o Oeste disputou a Série B por oito anos consecutivos, entre 2013 e 2020, quando foi rebaixado também no Campeonato Paulista. Para muitos na cidade, havendo uma nova rodada de conversação entre as partes, o atual proprietário da marca Oeste, a Prefeitura de Itápolis e sua população, ou seja, seus torcedores, a vontade é a da melhor solução ser seu retorno para sua cidade de origem. “Este será seu fim, mais dia menos dia, porém todos temem, isso ocorrerá na chamada bacia das almas, ou seja, na pior situação possível. Assim mesmo, o Oeste é nosso, é daqui e dele ainda iremos tomar conta”, conta um senhor de chapéu na praça principal da cidade.

VOLTAR PRAS RUAS JÁ, SEJA POR UM TIME DE FUTEBOL OU PELAS DECISÕES INQUALIFICADAS DE SEUS POLÍTICOS

quarta-feira, 8 de outubro de 2025


A FALTA QUE FAZ O JORNALISMO INVESTIGATIVO EM BAURU – EXEMPLOS DENTRO DA QUESTÃO DA ÁGUA
Isso de hoje estarmos capengando no quesito Jornalismo Investigativo não é de hoje. Não é nem pela ausência agora do diário Jornal da Cidade, pois ele deixei de praticar alfo neste sentido faz tempo. E se ele já era deficiente neste quesito, imagina, por exemplo a Jovem Auriverde que se pauta pelo que sai no jornal para produzir suas incursões de jornalismo feito nas ruas. Na verdade, ninguém mais pratica jornalismo com profundidade na cidade. Na maioria do que se vê, é algo feito da própria redação – se assim pode ser chamada -, consultando fontes e ligando para entrevistas todas online. No caso das TVs, fazem matérias de registros dos fatos e não de investigação e questionamento. Isso deixou de existir.

Vou me ater a dois exemplos bem recentes. No primeiro o caso do vereador Sandro Bussola que, além de ser visto, ele mesmo gravou e espalhou vídeos, feitos pela sua assessoria, onde distribuía água em galões. Uma vergonha. Depois se constatou que, essa água continha insetos, como outros vereadores denunciaram e fizeram Boletim de Ocorrência. Isso foi pouco explorado, mas quero chegar em algo onde entra o papel do jornalista. Alguém poderia ter ido até o vereador Bussola e perguntar para ele, com o microfone ligado, se ele achava não ter sido privilegiado nessa distribuição, uma vez que na cidade existem 21 vereadores. Ele teria que se explicar dos motivos dele ter sido o escolhido para essa distribuição. Com certeza iria se enrolar, mas pior ficaria se o mesmo órgão de imprensa fosse até a prefeita ou a sua assessoria e lhe perguntasse, como se deu isso do vereador fazer o vídeo e postar em sua rede social. Tudo se deu com a autorização dela ou de alguém da Prefeitura? Se ela concordar, uma coisa escabrosa, se negar, mais escabrosa ainda, pois Bussola teria que se explicar como se beneficiou daquilo. Isso é jornalismo. Ouvindo todos os lados e deixando-os numa saia justa, pois a barbaridade neste caso está bem evidente. Faltou o ir lá e fazer a notícia ferver.

Em outra situação, mais ou menos similar, vejo que, ainda na questão dessa falta d’água na cidade, algo mais do preocupante. Ela prometeu e não cumpriu resolver a questão. Pouco ou nada foi feito de concreto e poucos a cobram sobre isso. Poderiam perguntar: Mas então, tudo foi mesmo só promessa de campanha? A senhora já tinha noção de que, seria impossível resolver, mas mesmo assim prometeu? Tudo para obter resultados positivos na eleição? É isso mesmo? Isso uma coisa, não vejo quem no meio jornalístico local teve essa coragem. Isso não é falta de coragem, talvez seja restrição imposta pelo órgão de imprensa, que não tem interesse real em desvendar o problema, mas passa pano. Assim sendo, acoberta algo e isso não é jornalismo.

Mas não era isso o que queria abordar. Chego em outro entrave dentro da mesma questão. Hoje pela manhã o 360º, programa do economista Reinaldo Cafeo entrevistou o secretário particular da prefeita, seu marido, ex-presidente do DAE, Renato Purini. Cafeo pergunta sobre ele ter tido participação acionária, como sócio na empresa que hoje distribui água em galões, sem licitação, algo feito com a chancela do caráter de urgência. Purini responde não ter nada a ver e ficam por isso mesmo, sem maiores aprofundamentos. Até riram na sequência. Lamentável a perda dessa rara oportunidade, com o sujeito ali ao vivo e podendo explorar melhor o tema. Muito mais poderia ter sido perguntado, como: A quanto tempo saiu da empresa? Acha normal ter sido justamente essa a empresa ganhadora? A prefeita sabia dessa proximidade, mesmo no passado, quando fechou o contrato? Estranho mesmo é Cafeo ter ficado nas preliminares. Sim, ele não é jornalista, mas tem um microfone para chamar de seu e isso é mais que pisada na bola. Depois, poderiam também buscar respostas da prefeita e de sua assessoria, com as mesmas perguntas: A sra sabia dessa proximidade? Acha normal? Vocês em casa não conversaram nunca sobre isso? Renderia muito isso, ou seja, isso é JORNALISMO, de fato e de direito.

Millôr Fernandes tem uma frase lapidar sobre esses procedimentos: "Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”. Não vejo ninguém fazendo isso em Bauru. Tem muita coisa opinativa – e dela participo -, mas os órgão de imprensa atuantes, rádio, jornal e TV, deixam a desejar. Cada vez pior. Na minha modesta opinião tem muita gente boa escrevinhando e publicando em postagens pelas redes sociais, mas tudo opinativo, sem o trabalho jornalístico. Desta forma, creio eu, estamos permitindo que os políticos hoje atuando na cidade nadem de braçada. A votação ocorrida na Processante foi mais que uma vergonha e ninguém foi atrás dos vereadores contrário, todos atrelados de uma forma ou de outra com interesses declarados da prefeita, para questionar algo. Fica o fato consumado, como irreversível e assim é registrado, sem contestação. E onde fica o jornalismo, se quem é pago para exercê-lo não o faz a contento?

TUDO SE EXPLICA, SE ENCAIXA E SE MANIFESTA NA BAURU FUNDAMENTALISTA

terça-feira, 7 de outubro de 2025

 ATÉ QUANDO FALAMOS DE AMOR, ALGO DA LUTA DEVE ESTAR ALI EMBUTIDO

Vi esse cartaz colado numa parede, lá pelos lados do edifício Copan e o fotografei. O título do livro me chamou a atenção. Cai como uma luva para exemplificar bem estes áridos tempos. Escrevo de tudo, inclusive de amenidades, mas embuto em tudo que faço, pitada que seja, de citação de conscientização sobre ocorrências e procedimentos do mundo político. Não dá pra prosseguir indiferente. A sacanagem corre solta, fustiga nosso entendimento e se bobear, nos engrupem fácil. O amor e tudo que o rodeia é lindo, me atrai e perturba, porém até quando o cito, relembro que nem tudo são flores e estando situado no meio de uma brutal contenda, relembro da lida e da constante luta. Simples assim. Não consigo mais falar simplesmente de amor, com a bomba já com pavio aceso aqui do lado. Daí, misturo tudo, pois tudo está mesmo mais do que misturado. Essa a vida. E como dá para conciliar tudo junto, falo e escrevo de tudo, sempre lembrando, o amor é lindo, mas lutar se faz necessário. 

HPA, hoje de São Paulo SP, terça, 07 de outubro de 2025.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

 SEGUNDA INDO PRA SAMPA, ALGO DE ONTEM E DESTES PRÓXIMOS DIAS 

A história eu vou descrevendo aqui, em drops, aos poucos. Neste momento, o balancinho do Prata, me faz querer cochilar. Depois em conto. Fora Suéllen, hoje é o dia.

HPA

domingo, 5 de outubro de 2025

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (165)


O JC – JORNAL DA CIDADE -, DE DIÁRIO, PASSA A SER SEMANAL – CARTA ABERTA AO DIRETOR DE JORNALISMO JOÃO JABBOUR

Estimado jornalista e considerado João Jabbour;
Receba esta linhas não como críticas, mas observações de atento leitor, muito interessado na sobrevivência do jornal impresso, porém ciente das dificuldades, internas e externas, daí nada como externá-las publicamente, ampliando o debate.

A notícia já corria de boca em boca e ontem foi anunciada oficialmente pelo próprio Jornal da Cidade, o último diário impresso a circular pela Bauru, cidade de 400 mil habitantes. O prenúncio já era quase certo, fatídico, com a tiragem cada vez mais baixa, a tendência era fechar as portas e tentar continuar circulando só pelas vias virtuais. No arremedo costurado e divulgado ontem, uma sobrevida e desde este momento, uma edição semanal, essa circulando aos sábados. Isso me remete à formação deste jornal, pois desde o embrião, idos anos 70, capitaneado pelo então prócer do Expresso de Prata e deputado federal, Alcides Franciscato, nunca deixou de representar a linha de pensamento e ação dos ditos “donos do poder” local. O jornal evoluiu graficamente ao longo do tempo, chegou a ter tiragens surpreendentes e num momento, quando comandado por Renato Zaiden, ocupou o dito “quarto poder” de fato. Nada ocorrida sem que o JC fosse devidamente procurado e até mesmo, consultado. Como nem tudo dura eternamente, nem o império romano, muito menos o norte-americano, o JC feneceu, como a maioria dos órgãos de imprensa mundiais e hoje, arremedo do que foi, não teve outra saída.

Tudo bem, chegaram até a situação atual, a conjuntura do modal impresso contribuiu bastante, mas reflexões devem ser feitas. Faço a minha, sem pretensão de ser dono da verdade, muito menos deitar arrogância e falação vazia. Observações de atento leitor, deste e de outros órgãos de imprensa. Tenho um dileto amigo, o jornalista Ricardo de Callis Pesce, que denomina o JC de “sucupirano jornal da cidade de Bauru” e em pisadas da bola deste, aproveita a deixa para demonstrar o quanto se distorcem para driblar algumas evidências, encobrindo nomes, tergiversando sem se aprofundar e pegando leve com quem deveria fazê-lo pesadamente. Ou seja, evidente, o JC sempre teve um lado, disfarçava, mas não tinha como esconder. Veio, se firmou e está fenecendo, sempre atento e fiel às suas origens. Foi bancado pelos tais “donos do poder” local e a eles suas páginas foram dedicadas. Louvável, cedia espaço para outrens, algo que nem mais jornalões nacionais o faziam, mas era pouco diante do montante da obra. O Jabbour sabe disso melhor que ninguém. Vivenciou isso tudo quase desde o começo. Certa vez me disse, lembro bem, que até hoje o JC não teve um estudo acadêmico sério sobre o que representa e isso, quando acontecer, iria ajuda-los muito na condução do que faziam. Não chegou à tempo. Um dia, sem bajulações e badulaques, alguém se prestará a este serviço. Será bem-vindo.

E o que acho do novo formato? Detestava a edição de final de semana, a mais insonsa possível. Queria ser uma revistona, falando de tudo, mas não dizia nada. Muitas páginas perdidas, servidas somente para quintais e dejetos de animais. Teria sentido, tivesse a ousadia de sair do lugar comum e produzir algo jornalisticamente ousado e bem trabalhado, com reportagens e textos a discutir de fato essa cidade. Perdiam tempo com espaços de variedades supérfluas e nem o público almejado lia o que saia publicado. Agora, folheando a edição deste último sábado, ontem, 04/10, nada mudou. Não vão discutir a semana adequadamente. Os temas políticos não merecerão destaque e a frivolidade prevalecerá. Assim sendo, minha sincera opinião, terão vida curta. A saída é ir pras cabeças e produzir algo interessante, tendo como pano de fundo a cidade. Do contrário, perde todo o sentido de sua existência. O Jabbour sabe de tudo isso e deve travar uma luta interna muito grande lá dentro, com o que resta de direção da empresa, hoje capitaneada pelo Erico Braga, do grupo Cidade. Não havendo a disposição para a produção de um órgão de brio, confronto, amplitude de opiniões e muito debate, exposição de ideias e da cidade, dos seus, de fato, sem maquiagem, sinto muito, mas não vai dar. Até as capas precisam ser mais provocativas e nas edições de final de semana, muito festivas, genéricas. Não existe liga.

Enfim, essa minha opinião. Frequentei a Tribuna do Leitor do JC, do começo ao fim. Escrevo sempre que posso e como todo leitor, se faz necessário, sabendo da linha editorial do órgão, saber até onde se pode ir. Dei minha modesta contribuição e sempre que, solicitei algo, fui atendido. Jabbour sempre foi muito atencioso e prestativo. Disto não posso negar. Renovei minha assinatura há algumas semanas e pelo que li, de semestral serei abonado agora com a anual. Ou seja, 50 edições no ano. Tá bom, mas se atentem para não ficarem só com temas, colunas e assuntos pouco relevantes e interessantes. Dá pra fazer um grande e belo jornal semanal, mas precisa ver até que ponto os mantenedores o assim querem. Querendo, dá pra produzir muita fervura no mundo político, social, cultural e até mesmo no festivo trivial desta insólita cidade. O JC reverenciou como deuses algumas personalidades, ditas como intocáveis e essas também precisam ser espezinhadas, pois permanecendo no altar, o jornal perde credibilidade. Levando tudo isso em consideração e contando com o olhar atento de quem sabe fazer jornal, no caso o jornalista João Jabbour, que sabe a saída, algo de muito bom ainda pode ser feito.

Eu, sinceramente, aguardo por isso, porém sei, dificilmente isso ocorrerá. Enfim, quem nasceu no berço onde o JC foi parido, dificilmente vai aceitar alguma mudança neste sentido mais popular, defendendo outros interesses. Qualquer pessoa que gosta, como eu, do modal impresso, fica triste com tudo isso, porém, vida que segue. Tudo na vida são escolhas. Tomara o JC faça a mais acertada para sobreviver mais um bom tempo circulando pelo modal impresso. Pelo virtual, a predominância de notas policiais e pouca discussão política. Até isso deve merecer ampla discussão e mudanças. Era isso. Continuo do lado de cá, leitor diário, crítico, desde sempre. Termino agora de reler um livro do Plínio Marcos sobre as "quebradas do mundaréu" e num momento ele prescreve sobre isso feito só aos finais de semana: "Sexta-feira nas bocas encardidas, é dia de loque piar nas paradas. Muito pinta que é bom menino a semana inteira, que trabalha certinho, dorme cedo e tal e coisa, na sexta-feira aproveita que não tem que chegar no batente no sábado e se embandeira. Dá as fuças pelos esquisitos. Xereta nas gafieiras escrotas, nos puleiros das madames, nos cabarés cavernosos e nos cambaus. E é assim que tem que ser. Afinal, os pesqueiros da madrugada vivem dos papagaios enfeitados". Achei a definição bem propícia, encaixando como uma luva para os procedimentos que o JC tem que tomar na sua, agora edição semanal. Fazer e acontecer, eis a saída.

os fatos não querem nem saber se o JC fechou ou não suas portas
O ATO ACONTECEU, FOI REGISTRADO, SEM MAIORES QUESTIONAMENTOS
"Uma manifestação está sendo realizada na manhã deste domingo na Praça Kasato Maru, no Jardim Terra Branca, em Bauru. O ato reúne cerca de 60 moradores da região, que protestam contra a falta d'água e cobram um posicionamento mais efetivo da Prefeitura e do Departamento de Água e Esgoto (DAE).

De forma pacífica, os moradores da região expõem cartazes pedindo o restabelecimento do abastecimento regular. Os relatos apontam que o rodízio não está sendo respeitado, em alguns casos, ficando sem água na torneira por mais de 10 dias", matéria da 94FM Bauru, registrando o fato, sem grandes questionamentos adicionais.

sábado, 4 de outubro de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (205)


APESAR DE TUDO, AINDA BEM, TEM UM IPÊ AMARELO NA BEIRA DA ESTRADA...
O pega pra capar da vida anda pela hora da morte. Não tem um dia sem muitas notícias ruins nos nossos costados. Uma atrás de outra, apesar de, em alguns momentos, pintam também algumas boas. Das ruins, o massacre de Gaza continua, um genocídio a doer na alma, depois este Congresso brasileiro, que nem sai de uma armada falcatrua, bola outra pior, tudo para ir emplacando e fincando homéricas facadas nos costados do povo brasileiro. Esses golpistas que não sossegam e insistem em mesmo diante da comprovada aberração, continuam a falar em anistia e livrar a cara da comprovada criminosa famiglia Bolsonaro. Aqui em Bauru, outra famiglia, a Rosin, uma que um dia havia prometido em campanha eleitoral resolver o problema da água e recuperar a estação da NOB, mudando-se para lá, não faz coisa nem outra. Na verdade, contrai empréstimos injustificados e brinca com o erário público municipal, cada vez mais comprometido e sem lastro.

A quantidade de bola nas costas é de endoidecer gente sã, uma loucura. Aqui no estado, ainda o mais rico da Federação, conseguiu-se eleger um forasteiro que nada sabia das coisas de São Paulo, tudo porque o concorrente era um petista, porém, um cara preparadíssimo para resolver muitas questões. Preferiram dar carta branca para um privatista de mão cheia, espalhando pedágios até na porta de cemitérios e agora, pior que tudo, pegando leve com uma organização criminosa e com quem adultera bebidas e as revende criminosamente. O país ainda continua dominado pelo resultado das últimas eleições, uma que deu expressiva vantagem para a ultradireita e seus asseclas e estes, investidos de algum poder, estão propostos a destruir o que nos resta de democracia. Uma luta esgrimar contra isso tudo ocorrendo ao mesmo tempo. Cansa bocado estar na cancha de luta e colocando a cara a tapa contra todo este estado de coisas.

A infinidade de coisas estonteantemente incompreensíveis poderiam aumentar minha lista de iniquidades e ficar aqui deitando falação a tarde toda, porém, hoje é sábado, acabo de voltar das ruas, de mais um bela manifestação de rua, desta feita não contra a falta d'água na cidade ou contra a perversidade dos políticos locais, estaduais e nacionais - também mundiais -, mas contra o que continua ocorrendo em Gaza, num massacre inexplicável e incompreensível. Volto e se deixar fico aqui só citando dos motivos de estar e continuar na lida e luta. Porém, lembro que dias atrás, creio que coisa de um mês, passando pela estrada ligando o trevo da rodovia até Arealva, uns 7 km, me deparo com um ipê amarelo no meio do descampado, onde antes florescia um canavial, recém cortado para virar álcool ou coisa parecida.

A cena me fez parar o carro e fotografar o ipê ali no meio do descampado. Lindo demais da conta. Uma espécie de oásias no meio do deserto. E não era? Evidente que era. Ainda bem que a sensibilidade de quem faz aquela poda, permitiu ele ali permanecer e desta forma, foi visto por muitos. Uma cena para alegrar a alma dolorida após tantos embates e reveses. O uso neste momento, até como alento, pois mesmo diante de tanta iniqidade, coisa ruim e escabrosa, sempre existe algo a nos fazer virar o pescoço e ficar com olhos marejados. Eu fiquei e fico toda vez que me deparo com algo dessa magnitude. Este sobrevivente de outra brutalidade com o solo paulista e brasileiro, onde os canaviais invadiram e ocuparam quase todos os espaços, onde os pequenos agricultores, não encontrando outra saída, se viram praticamente obrigados e locar suas terras para usineiros e assim, viver de renda, porém vendo o solo antes vivejante, hoje definhando. Coisas deste insano mundo capitalista, onde o lucro está acima de tudo e todos, a grana fala mais alto e vence na maioria das vezes. E daí, lá está o ipê, imponente e bem amarelo, ardendo até a vista de quem o observa e saca tudo o que ocorreu para ali ainda estar vivo naquele momento. Semanas depois passo novamente por ali e o amarelo já se foi, mas o danado ali permanece, esperando nova florada. Estarei passando por ali ano que vem, só para ver o belo espetáculo da natureza. Viva para todos os ipês amarelos e de todas as outras cores, insistindo com suas floradas neste solo antes fértil, hoje nem tanto, pois o infestam de plantações que o estragam. Escrevo essa ODE ao IPÊ, pois ele me fez esquecer por momentos muita coisa ruim me atormentando a mente.

BAURU PRESENTE NA LUTA MUNDIAL CONTRA O GENOCÍDIO PALESTINO DE GAZA
Manhã de sábado, 04/10, Calçadão da Batista e Bauru na luta contra o genocídio criminoso de Israel em Gaza.
A encenação das atrocidades cometidas pelos israelenses em Gaza contra os palestinos: https://www.facebook.com/reel/1850745732317857







sexta-feira, 3 de outubro de 2025

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (208)


ESSA BRINCADEIRA PAULISTA DE PÉSSIMO GOSTO, OCUPANDO TODO O PAÍS, TEM A MARCA TARCÍSIO DE GOVERNAR E AGORA, JÁ DECRETA QUE NADA TEM A VER COM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, MAS NADA EXPLICA - POLÍCIA FEDERAL NELES!

O Caio Gomez diz tudo em sua charge.

A PIADA DE QUEM UM DIA DISSE RESOLVERIA A QUESTÃO DA FALTA D'ÁGUA EM BAURU
Continuo cada dia mais com uma só certeza diante de tantos fatos abomináveis, a de que, mais dia menos dia, essa administração irá terminar num plantão policial. Será inevitável. Tomara não demore muito.

"Endivida-se com dinheiro público, precariza-se o serviço, simula-se urgência… e então entrega-se tudo à iniciativa privada. Eis a cartilha de Tarcísio, Kassab, Suéllen e sua base na câmara municipal de Bauru.
Aprovado pela Câmara Municipal, o empréstimo de R$ 40 milhões para obras no sistema de abastecimento de água parece, à primeira vista, uma medida técnica. Quatro poços, dois reservatórios e interligações. Tudo isso soa urgente, necessário e até virtuoso. Mas o que está por trás da pressa, do endividamento e do discurso de modernização?
O nome do jogo é “Universaliza SP” — um programa do governador Tarcísio de Freitas que, com o selo técnico do Estado, financia estudos para privatizar o saneamento básico dos municípios. A fórmula é simples: municípios com autarquias são convidados a formar consórcios regionais, recebem assessoria “gratuita” para estruturar os serviços — e depois, claro, entregam tudo à iniciativa privada, com aval político de seus prefeitos, o silêncio conveniente de suas câmaras municipais e a fatura para os cidadãos.
Esse é o cerne de um programa criado pelo governo estadual, que se vende como solução moderna para os municípios, mas que serve, na prática, para organizar o leilão da água e do esgoto, e, por fim, todo o sistema é empacotado e entregue a operadores privados sob o rótulo da eficiência.
Não é coincidência. É método.
Os mesmos que hoje se colocam como os baluartes contra a falta d’água são os que, em breve, a venderão. E a venderão bem: depois de modernizar os sistemas com dinheiro do povo, entregarão a gestão a quem fará disso um negócio — com tarifa reajustada, corte de pessoal e “economias” no atendimento à população. O histórico mundial não deixa dúvidas: diversas cidades que embarcaram na privatização do saneamento voltaram atrás ao constatar o desastre — tarifas abusivas e serviços precarizados.
Em Bauru, o enredo está em estágio avançado. A prefeita Suéllen Rosim, do PSD de Gilberto Kassab, já ensaiava desde 2023 o desmonte do DAE. Agora, com a adesão ao Universaliza SP e a nomeação de João Carlos Viegas — um engenheiro ligado ao setor e com trânsito junto à Sabesp — para presidir a autarquia, o roteiro da privatização se escancara.
E mais: a própria prefeita entregou o comando da Secretaria de Governo ao marido. Já sua mãe, segue como secretária da Assistência Social. Uma gestão de família — literalmente. Só faltava entregar o DAE, o bem mais estratégico do município, nas mãos do mercado. Mas é para lá que estamos indo.
A base da prefeita na Câmara, domesticada e dócil como deve ser aos olhos do Palácio das Cerejeiras, não decepcionará. A mesma base que aprovou a criação de secretarias, remanejou R$ 12,9 milhões do orçamento para cargos e tapetes vermelhos, e agora aceitou endividar a cidade, certamente fará o que sempre fez: levantará as mãos, sorrirá às câmeras e dirá amém. Bauru não tem uma base aliada. Tem um departamento de despacho legislativo.
O que se desenha não é apenas a entrega do DAE. É a venda da soberania municipal. Tudo financiado com o dinheiro do povo — que pagará pelos poços, pelos reservatórios e, depois, pelas tarifas reajustadas da empresa que assumirá o sistema. Pagará uma, duas, três vezes. Pagará calado. Pagará chorando.
Por aqui, porém, prefere-se ignorar os exemplos de fora e os alertas de dentro. Prefere-se fingir que não há um plano de liquidação em curso. Prefere-se, ainda, vender a ilusão de que o empréstimo milionário é uma “solução técnica” para um problema estrutural — quando, na verdade, ele é o primeiro degrau da escada que leva ao abismo da privatização.
E é claro que, quando a torneira for privatizada, a conta virá com mais dígitos. O povo pagará pelo que já pagou — e com juros. E, como sempre, ficará com o que sobrar: a dívida, a tarifa e o silêncio.", FERNANDO REDONDO / Jornalista.


E A VIOLÊNCIA URBANA, A QUANTAS ANDA?
Na rua Silva Jardim, duas quadras pra cima da Praça da Bíblia, jardim Bela Vista, os moradores, cansados de esperar pela solução dos constantes roubos e assaltos de suas residências, tomaram eles mesmo algumas providências.

Essa minha publicação, com a foto ao lado e com os seguintes comentários:
- "Pode (muito bem) ser que eu esteja exagerando, mas pode ser o começo de uma máfia.", Carlos Eduardo Bonora.
- "Olha até que enfim o povo está acordando aqui na Falcão também tem um cartaz não tão bonitinho e tão formal como esse mas que no fundo diz a mesma coisa, adorei nos sentimos até mais seguros com certeza", Renato Munhoz da Costa.
- "Aqui no "José Regino" não está diferente, já criamos um grupo para um cuida do outro...", Vagner Silvestre.
- "Nossa cidade está assim...insuportável. Eu vi vídeo do prefeito de Monte Mor dizendo que encheu seis peruas com moradores de rua e soltou em outras cidades, uma delas que ele cita é Bauru. Um morador de rua nos contou que estava em São Paulo, e ficou sabendo que aqui é um lugar bom para se viver", Soninha Alfredo.
- "Essa madrugada entraram em outra casa ! A pessoa foi mudar por que não aguenta mais", Roseli Meirelles.