quarta-feira, 31 de outubro de 2018

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (117)


GUARDIÃO E ALGO DOS RESISTINDO CORAJOSAMENTE AO QUE VIRÁ PELA AÍ
Bolsonaro ganhou o pleito presidencial e será o novo Presidente da República. Diante de tudo o que virá pela frente, muitos já se escondem, pensando em perseguições e retaliações. Num post circulando pelas redes sociais está a foto de famosos artistas que apoiaram a candidatura de Haddad e um pedido para que boicotem suas apresentações. Isso é fichinha pelo que se mostra pela frente. Porém, existem os bravos guerreiros que, mesmo diante de tanta adversidade continuam se expondo e dizendo o que pensam, pelo menos até o momento de uma total ruptura e impedimento. Guardião, o super-herói bauruense ainda não voltou ao normal de suas tarefas diárias e lendo o que desponta nesse pós eleitoral juntou algo mais do que interessante e aqui faz questão de enaltecer a todos os corajosos libertários na resistência, mas o faz exemplificando o trabalho de um deles.

“Taun Mateus é professor da rede estadual de ensino e vivencia diariamente o que se passa com o ensino brasileiro. Esteve nas ruas e lutas nesse período eleitoral, onde no segundo turno, mesmo tendo discordância da concepção central da candidatura de Haddad, esteve ao seu lado desde o primeiro momento, pois sabia que o outro lado seria o fim das liberdades individuais. Muitos foram valorosos nesse período eleitoral e verdadeiramente colocaram o bloco nas ruas, sem medo de expor sua face e ideias. Poderia usar vários desses como exemplo de resistência, mas escolho ele, pois mesmo no pós-eleição continua se expondo e com frases de grande valia, propondo não só a união de forças, resistência, mas que, na persistência uma real possibilidade de sairmos dessa enrascada. Ele se propõe a abrir os olhos dos incautos e iludidos. Isso é de grande valia nesse momento, o incentivo que muitos precisam para enxergar de fato o que ocorre. Reuni frases esparsas postadas por ele nesse sentido e as divulgo. Antes de fazê-la lembro de algo. Meses atrás um empresário bauruense, também candidato a deputado lançou um livro de frases, todas elas de cunho autoajuda, repetitivas. Seu livro mereceu destaque na mídia massiva e só, nada mais. Já as frases de Tauan são do tipo aproveitáveis para uma vida toda, servem como incentivo e alento. Vale a pena guarda-las e se possível, reuni-las num futuro livro, esse sim desses que a pessoa faz questão de não se desfazer com o tempo. O que faz hoje é para mim um documento vivo e candente desses tantos que estarão corajosamente enfrento de peito aberto o que virá pela frente. A eles todos, dignamente aqui exemplificado com Tauan, o lado sensível, humano e de quem pensa o país não para poucos, mas para todos. Valorizando quem de fato merece. Enfim, seus posts não são somente suas frases, mas neles algo tão necessários por esses dias e mais, um fotógrafo como poucos, ele e sua máquina nas ruas é algo primordial no registro do que de fato se sucede pelas calçadas da aldeia bauruense, registrador e cinegrafista. Vamos as frases”, afirma Guardião, numa lembrança carregada de muita emoção.

As frases recolhidas e lançadas ao vento como exemplo de resistência:
- “Passeava o povo com suas bandeiras vermelhas”.
- “Vamos precisar de Violeta Parra para resistirmos. Sem beleza não há Revolução!”.
- “Se a burguesia não está mais disposta a nos dar sequer as migalhas das políticas sociais compensatórias, vamos virar a mesa. O pouco que nos negam ou o resto que nos atiram de sua mesa farta, é nosso. Ao trabalho, tudo!”.
- “Dois psicopatas... um governando nosso estado e outro a federação... sem legitimidade... com uma enorme reprovação já de início... psicopatas administrando o sistema em crise ... vamos pra cima!”.
- “E aquela estória de que urnas eletrônicas eram fraudadas? Não vão questionar isso agora?”.
- “Esse entusiasmo dura até eles compreenderem o que é essa reforma da previdência que está por vir”.
- “Estou ouvindo o discurso do coiso num rádio velho... essa forma militaresca de discursar... em defesa do direito de propriedade, enxugamento do Estado, relações internacionais (com os eua) bilaterais... estamos em 64”.
- “E agora? Nós nos aproximamos. Nós nos mobilizamos. Bora fazer o que nós fazemos em qualquer governo: lutar!”.
- “Luto pra mim é verbo”.
- “A globo ta chupando o cara. Uma única coisa boa que esse governo poderia fazer é revogar a concessão da globo”.
- “Sobre se desgastar, brigar com parentes e amigos... vocês estão certos meus bons e seus parentes e amigos estão errados. A história vos redimirá. E daqui a pouco tempo, ninguém, nem sua tia mais sectária, vai reconhecer ter votado nesse traste...”.
- “É inacreditável o que a globo está fazendo. Foi a campanha voluntária dos seguidores nas redes sociais que o elegeu, sei. Que narrativa é essa? Papinha de merda de novo pro povo comer?!”.
- “Paga salário de proletário, mas quer ideologia de empresário".
- “Quem é esse bolsonaro que apareceu no jornal nacional?”.
- “Um pouco de intolerância nesse momento é sinal de saúde”.
- “Eu não estou com medo não. Estou com maior vontade de partir pra cima”.
- “Ninguém solta a mão de ninguém. Vou cobrar quando tentarem desocupar o Canaã, quando tentarem tirar os artistas e artesãos do centro, quando estivermos em greve. A luta será dura e sem trégua”.
- “Ou o governo fracassa ou os trabalhadores saem vitoriosos, preservando seus direitos. Os dois ao mesmo tempo não dá”.
- “Rússia sinaliza um apoio a Venezuela. Agora eu quero ver sub-imperialista subir o tom contra Venezuela... falar em guerra. Tem um monte de playboy ai pensando que é rambo que tá louco pra pegar numa arma e viver a maior aventura de sua vida. Esse dia vai ser loko!”.
- “O pior governo da história vai ser sucedido pelo pior governo da história”.
- “NINGUÉM VAI SE RENDER. (...) NÃO TENHO MEDO”.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

FRASES DE UM LIVRO LIDO (133) e RELATOS PORTENHOS / LATINOS (57)


O QUE VEM A SER O NEOLIBERALISMO? RESPOSTAS NUM LIVRO ARGENTINO, “PRONTUÁRIO”

Ando lendo mais e creio, daqui por diante, o farei ainda mais e mais. Livros, vários numa fila. Trouxe alguns da Argentina, amigos lá conquistados, todos jornalistas da rádio 750AM. Além de Victor Hugo Morales, o manager do programa La Mañana, dois outros, Fernando Borroni e Gustavo Campana. Trouxe livros de todos. Desta feita li um magistral do Campana, o “Prontuario – No hay neoliberalismo sin traición” (editora Colihue, 2017, 304 páginas). O tema tem tudo a ver com a situação de nossos países, ambos enfurnados num vil sistema neoliberal, danando com o povo e favorecendo uns poucos privilegiados. Ouço o trio todos os dias pela rádio e gosto muito, pois são uma espécie de amaciante para meus ouvidos, amortizador de tudo que não consigo mais ouvir pelas rádios brasileiras. Não existe mais nenhum programa de rádio no Brasil como o produzido por eles, mostrando o outro lado da situação. Por aqui, tudo visão única de pensamento. Por lá, poucas possibilidades e eu tive o prazer de conhecê-los pessoalmente, tendo publicado até um artigo sobre eles em Carta Capital. Por dois anos seguidos quando de minha ida em julho à Buenos Aires volto pessoalmente ao programa La Manãna. Dessa vez trouxe dois livros do Campana. Terminei ontem de ler o primeiro deles.

Nele algo sobre o “grande objetivo do neoliberalismo: dividir a força opositora mais importante e ocultar o inimigo real, para confundir o argentino”. Tanto lá como cá, algo de idêntica crueldade: “Não existe palavra que possa representar a dor, quando uma alta porcentagem da população foi enganada, desde um púlpito político”. Ao ver Bolsonaro sendo eleito, essas palavras soam como proféticas. Com Macri se deu o mesmo. “Para encantar as maiorias, as corporações maquiam as promessas eleitorais que escondem projeto anti-populares e deixam o trabalho sujo nas mãos de oportunistas profissionais, se disfarçando de estadistas para ocultar a verdade e ocultar projetos inconfessáveis”. Enfim, tudo muito parecido, tanto lá como cá. Campana explica dos motivos do título: “Por fim, todos sem exceção, peões e reis, serão imprescindíveis e ao final da trama, transformam seu currículo em PRONTUÁRIO”.

Escolhi frases esparsas, dessas a demonstrar toda a crueldade produzida pelo neoliberalismo, esse insano, pérfido e insensível sistema a privilegiar grandes grupos econômicos em detrimento de atender os anseios da imensa maioria da população. Os exemplos são deles, expostos diante da situação vigente com Maurício Macri como presidente da Argentina e caem como uma luva para a situação vigente no Brasil com Michel Temer. Com Bolsonaro deve piorar, pois o que virá já é uma fase adiante, ainda mais pérfida do neoliberalismo. Sintam a força do escrito a seguir, quando ao ler, bate uma identificação de imediato e até vejo Campana escrevendo isso do meu país e não do dele:


- Para que exista o neoliberalismo, para obtenção do tempo necessário para realizar o saque, a traição é uma ação imprescindível. (...) Se mantendo no poder, essa organização política faz da injustiça e extorsão, do saque ao cinismo, da desigualdade a repressão, um culto conhecido, universalmente conhecido. (...) O neoliberalismo é uma merda quando pensado em função da democracia. Porém, uma merda destemida, insípida, inodora. É uma merda patética. Uma asquerosa merda, sem alma e sem coração. (...) O neoliberalismo é incompatível com a democracia.

- Somos afogados por informação degenerada, oscilamos entre as falácias, no apogeu do cinismo. Não há como escapar desse pântano de carne podre. É impossível transpor tanta imposição, tanta impostura, tanta traição. (...) Somos vítimas desse engarrafamento informativo. Embromados como estamos nos é retirada a capacidade crítica. (...) O novo neoliberalismo não é outra coisa que um genocídio sem sangue à vista. (...) O amontoado de informação descomposta nos desespera, e porque nos descompõe nos incomoda, destrói o animo e nos empurra para a depressão, que sempre surge atrás de nossas irresponsáveis euforias.

- Como um modelo pensado para uma minoria pode enganar a milhões? (...) O novo neoliberalismo é o crime perfeito. Para falar com propriedade, digo ser o crime perfeito. (...) O neoliberalismo é incompatível com o humanismo, incompatível com a cultura, incompatível com a sensibilidade social, incompatível com o pão de cada dia para todos e todas, incompatível com a solidariedade, incompatível com a poesia. (...) Não tem limites os canalhas que se apropriaram do poder, afanaram o uso da palavra liberdade.

- Uma doutrina econômica baseada na transferência de recursos do povo para as corporações, é uma filosofia que ameaça de morte o espírito do sistema. Um projeto que não existe sem repressão, é uma declaração de guerra à República. (...) ...tem como única finalidade transformar os direitos constitucionais em uma mera formalidade. (...) Para que reine o lobo com pele de cordeiro, sempre são indispensáveis os traidores. (...) ...mistura o melhor e o pior da condição humana. (...) O neoliberalismo como fase canibal do capital, nasceu para sepultar os sonhos do campo nacional e popular. (...) O imperialismo se chama globalização e as vitimas do imperialismo se chamam países em vias de desenvolvimento.


- “Desde agora és meu escravo, sou o novo dono de tua vida. Mas pode se tranquilizar, não irei te matar”. (...) Apesar de te roubar para sempre, valores indispensáveis (liberdade, identidade, independência e soberania), o poder assegura não haverá violência extrema. O novo donos de nossas vidas se comprometem a não apertar o gatilho, desde tenhamos o compromisso de respeitar as regras do jogo. O preço que alguns estão dispostos a pagar para continuar respirando é entregar todos os seus tesouros: pátria, sonhos, projeto coletivo... (...) Um sistema que resulta impossível de ser auditado. (...) Optaram por um partido que terminaria com milhares de pequenos empreendimentos. (...) A mordaça impede a ocorrência de declarações públicas. (...) Arrancaram a possibilidade do povo identificar seus verdadeiros inimigos e os transformaram em seres indefesos. (...) Para o neoliberalismo, a história adulterada é o prato do dia, sempre mantida por uma caricatura repleta de falsos heróis. (...) Viajam na velocidade de um sonho, porém a contramão. (...) São os verdadeiros autores do engano coletivo.

- A versão mais cruel do capitalismo, age com forte dose de brutalidade explícita e também tenta terminar com a política. (...) Governam com selo patronal, falam (a palavra justa seriam ordenam) como o único idioma que conhecem e pretendem seguir para sempre. (...) Querem um país modelo século XIX, agropecuário e anti-industrial, com peões obedientes, sem voz, nem voto. (...) Um processo tão devastador, quanto veloz, que num par de anos e noutro de decretos, transfere soberania e recursos do Estado aos grupos econômicos nacionais e multinacionais. (...) Baixas políticas, econômicas, sindicais e jornalísticas, confluem para o mesmo resultado: adulterar o desejo das maiorias.

- Muita gente não pode mais fazer greve porque não tem mais trabalho. (...) A maioria dos projetos políticos terminam seus ciclos em virtude dos seus acertos. (...) Praticam uma economia baseada na acumulação rentista-financeira, dívida externa impagável, monumental fuga de divisas, hegemonia do mercado para impor suas regras aos assalariados, achatamento do Estado, liberação pela entrada de capitais externos, congelamento dos salários e o aparato produtivo destruído pelas importações. (...) Com ausência de protagonismo popular não existem lutas, desaparecidos, mortos, presos, exílio. Não há conquistas. Não aparece toda a dor, que depois se converte em lei. (...) É quando os legisladores rompem o contrato social, em virtude de um negócio individual.

- É um absurdo chamar de governabilidade o desmantelamento de direitos. Governabilidade tampouco é permitir a destruição do país. A governabilidade se cuida sozinha, com multiplicação de direitos. (...) Estão a serviço do aplauso fácil dos amigos mais próximos. (...) As ditaduras mataram discursos parlamentares de todo tipo e tamanho, cada vez que o entendem necessário. (...) Para poder viver em um país sem Constituição, nem direitos, a permanência do Poder Judiciário é indispensável. (...) Sempre foi necessário a máscara de homens julgando ser justos para consolidar o robô. Indispensáveis para confirmar a destruição do Estado de Direito a participação dos Tribunais. (...) O triângulo que compõem o poder econômico, imprensa hegemônica e família judicial é uma máquina de destruição perfeita. Saque, maquiagem midiática e legitimação via Tribunais.

- Cada desembarque neoliberal necessita armar um cenário de destruição, para depois oferecer o ajuste salvador. (...) ...para privatizar, desregular e converter a suposta ausência do Estado em uma grande presença a favor das corporações. (...) Haviam de fabricar um inferno para justificar a cirurgia maior e sem anestesia. (...) O neoliberalismo sempre ingressou na América Latina através de um desastre controlado, um terremoto social que primeiro gera comoção e depois confusão. A violenta destruição da ordem econômica preexistente é o eixo da terapia de choque. (...) Colocam em marcha um plano para domesticar o sindicalismo combativo, para conseguir controlar milhões de trabalhadores.

- Para ocultar a inexistente solidez de um plano econômico, o país se volta a cena de um crime, a buscar uma ajudinha num assassino. (...) Um intercâmbio entre amigos que modificou o futuro de milhões de seres humanos. (...) Nenhuma das medidas econômicas neoliberais deve ser analisada individualmente, todas fazem parte de um mosaico que quando aparece em toda sua dimensão, revela a profunda complexidade da trama. (...) E quanto aos estados menores, são autorizadas a viver com respirador artificial. (...) A manta curta nunca é justa, sempre protege a uns poucos (capital concentrado e os centros financeiros de poder), enquanto desampara a maioria. A quem deve proteger do frio da governabilidade, eis a pergunta que não estão dispostos a responder. (...) Votar em defesa dos interesses da Pátria, parece que tem efeitos colaterais. (...) A abertura econômica inundou o mercado interno com mercadoria estrangeira e decretou a morte do aparato produtivo nacional. (...) Como das outras vezes, pouco depois do acordo, começa uma nova onda de despedidos. (...) A falta de responsabilidade empresarial, que pelo menos reclama do capitalismo, por aqui se traduz numa insultante falta de compromisso com a lei.

- Estão sempre prontos a se mostrar “forte ante os fracos e fracos ante os fortes” e “a comissão interna que nos representa, está do lado da patronal”. (...) A morte da indústria nacional gerou desemprego e reduziu quantidade de trabalhadores ativos, consequentemente gera menos contribuições. Só uma porcentagem minoritária dos que foram despedidos voltaram para o mercado, porém ganhando 50% do seu antigo salário. (...) Tentar corrigir um erro político, com outro erro político, só os leva ao ridículo. (...) O cárcere é a escala mais alta da demonização social. “Toda pessoa submetida a processo penal deve ser julgada em liberdade”. (...) “Todo ancião vive demasiado e isso é um risco para a economia global”, Christiane Lagarde (FMI), março 2015. (...) A condição inolvidável da direita, ser forte ante os fracos. (...) A estratégia comunicacional do neoliberalismo expõe os professores como vitimizadores e os alunos como reféns. (...) Trata-se de um plano sistemático de saque do Estado. (...) Balas de goma, gases lacrimogêneo, patrulheiros, carros de assalto, caminhões hidrantes, helicópteros, polícia montada e serviços, saíram à caça. (...) Uma constante do neoliberalismo, sua obsessão pelos meios de comunicação. (...) No reino da palavra oficial, as vozes opositoras não tem lugar. (...) A liberdade de expressão, a mãe de todas as liberdades. Quando calam a palavra, quando morre o direito à informação, quando terminam com a opinião crítica, todas as demais liberdades estão em terapia intensiva. (...) A pátria não existe para eles, porque o outro ocupa um espaço insignificante em suas vidas. (...) “Não questionamos nomes, sim os métodos”, Facundo Moyano. (...) Imensa a lista dos membros do oficialismo, acusados de negociações inconfessáveis com a função pública. (...) ...e convidou o país a tornar-se um grande negócio imobiliário. (...) As Ciências são um saber de mero luxo.


Muita emoção lendo essas páginas. Obrigado por tudo, meu caro Gustavo Campana. Me gratifica demais ter tido o prazer de te conhecer. Você dignifica o jornalismo.



DIA DOIS DA ELEIÇÃO DE BOLSONARO – CONTINUO ME INFORMANDO PELO PÁGINA 12 ARGENTINO

A imprensa diária nacional padece do grande mal dentro do sistema neoliberal, todos estão encalacrados com o sistema, ou seja, fazem parte dele. Vivem na rebarba dele e sobrevivem com a paga a eles submetida. Nada de aproveitável. Pouca coisa se salva no país da terra quase arrasada: Carta Capital, Fórum, Brasil de Fato, Le Monde... No mais, em se tratando de imprensa massiva, jornal, rádio, TV, revistas, tudo perdido e sem nenhuma credibilidade, pois deixaram de praticar o Jornalismo dentro da verdade factual dos fatos. Hoje, com a chegada de Bolsonaro ao poder, talvez um deles, a Folha de SP, volte a praticar o jornalismo abandonado tempos atrás e o faça por ter se indisposto numas contendas com o presidente eleito, algo que sei, devem já ter se arrependido, mas como talvez não tenham como fazer um rearranjo como o já feito pela TV Globo, padeçam de tentar viver sem verba pública e saí, a saída será voltar a produzir algo a contento. Veremos. Hoje, para buscar informações confiáveis abro novamente o site do jornal diário argentino Página 12 e lá saboreio o que necessito, simplesmente a versão dentro da verdade dos fatos. Eis alguns dos textos sobre o Brasil, desde a capa, na edição de hoje, 30/10:
- “Com o coração mirando ao norte”, de Werner Pertot: https://www.pagina12.com.ar/151959-con-el-corazon-mirando-al-norte
- “As urnas pariram um Pinochet”, de Eric Nepomucemo: https://www.pagina12.com.ar/151960-las-urnas-parieron-a-un-pinochet
- “A pós-verdade no pré-fascismo”, de Juan Manuel Karg: https://www.pagina12.com.ar/151956-la-posverdad-es-el-prefascismo
- “EUA mira o Brasil em acordo militar e comercial: https://www.pagina12.com.ar/151953-ee-uu-mira-a-brasil-en-clave-militar-y-comercial
- “Triunfo de múltiplos fatores”, de Alfredo serrano Macilla: https://www.pagina12.com.ar/151951-un-triunfo-multiples-factores
- “Um país com renovadas doses de violência”, de Gustavo Veiga:  https://www.pagina12.com.ar/151950-un-pais-con-renovadas-dosis-de-violencia
- “Brasil, laboratório da guerra híbrida”, de Emir Sader: https://www.pagina12.com.ar/151952-brasil-laboratorio-de-la-guerra-hibrida
- “Bolsonaro deprecia os Direitos Humanos – entrevista de Jair Krischke, del Movimiento de Justicia y DD.HH: https://www.pagina12.com.ar/151948-bolsonaro-desprecia-los-derechos-humanos
- “Dor Brasil”, Marta Dillon: https://www.pagina12.com.ar/151737-dolor-brasil
Obrigado por tudo, meus caros de Página 12. Sem vocês não sei o que seria de quem busca informação confiável. Vocês são únicos em toda América Latina.  Necessito de vocês para continuar vivendo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

RETRATOS DE BAURU (219) e FRASES (176)


O INÍCIO DA RESISTÊNCIA*
Emilene Oliveira
* O posicionamento dos diletos resistentes que corajosamente postam o que pensam no pós-eleitoral da vitória de Bolsonaro e do que virá pela frente. Nas fotos alguns desses e como estiveram na votação de ontem, com livros nas cabines eleitorais, deixando claro: "Votei no professor":

- “E agora? Nós nos aproximamos. Nós nos mobilizamos. Bora fazer o que nós fazemos em qualquer governo: lutar! Dois psicopatas... um governando nosso estado e outro a federação... sem legitimidade... com uma enorme reprovação já de início... psicopatas administrando o sistema em crise ... vamos pra cima!”, Tauan Mateus

- “O que mais me assusta e me incomoda, são pessoas querendo impor seus pensamentos e atos. Não me dobro. Tenho personalidade. Por favor, peço aos contrários, que me esqueçam. Não tô com disposição e nem saco pra aguentar lero lero. Me deixem em paz”, Helena Aquino.

- “Está muito difícil respirar. Mas tenhamos a determinação da poda e a coragem de cortar fora.... Aqueles que votaram em branco, nulo e aqueles que não deram apoio a luta e não defenderam a democracia, pagarão caro. Ajudaram a jogar fora: direitos e garantias arduamente conquistados. E colocou as minorias num perigoso caminho. Porém, parte da sociedade brasileira, estará acordada. Somos muitos e temos consciência e não vamos desistir dos nossos postos. Estaremos prontos e vamos resistir as violações, a opressão.... Um revolucionário, mesmo nos períodos mais sombrios, busca sua poesia no futuro, essa é a chave de ruptura com a impotência”, Maria Cristina Zanin.

- “Acabamos de eleger à presidência um evangélico miliciano, Rui Dom Quixote.
Jean Cristuus Portela


- “Não perdi , ganhei muito !! Ganhei amigos que jamais pensei que tínhamos sinergia !! Escolhi o lado certo , das pessoas certas , das melhores cabeças , e da democracia !! Estive junto com 47 milhões de pessoas que deram um show de vontade , garra e luta , me fortaleci muito para ser RESISTÊNCIA !! Mostramos que somos muitos , que sabemos pensar , sabemos o que queremos e que vamos estar muito atentos ao nosso futuro !! Não aceitaremos imposição !! Respeito é o mínimo que vamos merecer !! Mas acredito que essa vibe tenha vida curta e essas mesmas pessoas acordem rapidamente da besteira que fizeram !!!  Vamos resistir , para que a democracia prevaleça ”, Zé Canella

- “A boca fala do que o coração está cheio! As comemorações agressivas desenham o que virá... Tenhamos Paz, tranquilidade e sabedoria nesse momento”, Jorge Antonio Soriano Moura.

- “Para algumas amigas com filhos em idade militar que estão comemorando a vitória do boçal: torçam para o fascista não inventar uma guerra contra a Venezuela. Não quero vê-las chorando a volta de seus filhos num caixão ou mutilados. Diz a história que David Bowie quase se matou em Berlim, na década de 70: acelerou o carro contra um muro e só não aconteceu nada porque o carro teve uma falha mecânica. Agora há pouco fui deixar Claudio no metrô. Chegando na esquina de casa tem um poste. Deu uma vontade louca de acelerar para arrebentar o carro no meio - e, com sorte, me arrebentar junto. Eu sei o inferno que nos espera. Não tenho dinheiro para sair do Brasil. Não posso fazer nada. Só adoraria acabar com tudo agora”, Juliana Guido.

- “As pessoas não têm noção do que está por vir... teremos um fascista, despreparado, vil, psicopata, ignorante, imaturo no cargo mais importante do país...ele desperta o que há de pior nas pessoas...e não serão só os petistas que vão sofrer...”, Fatima Aparecida Napolitano.

- “SOU UM DOS 47 MILHOES DE BRASILEIROS QUE FARÃO OPOSIÇÃO SERRADA AO "BACTÉRIA" A MIM ELE NÃO REPRESENTA!”, Montinegro Monti.
Tânia Regina Altoe


- “EXISTE VIDA ALÉM DAS ELEIÇÕES - Não permitirei nenhum insulto, nenhuma provocação e jamais vou abaixar minha guarda para qualquer um que seja. Sou e continuarei um MILITANTE de ESQUERDA e quanto as ameaças de nos banir do país e de nos prender saiba que continuarei a ocupar às ruas. Ocupar às ruas sempre contra os ataques a liberdade, aos movimentos sociais e as organizações sindicais contra a reforma da previdência e por garantias de direitos trabalhistas. RESISTIR é PRECISO.”, Fabricio Genaro.

- “Ao eleitor do Bolsonaro! Quando as barbaridades começarem a acontecer, cada ato dele que ferir as minorias, atacar os professores e funcionários públicos, enfim de uso de truculência e falta de democracia não poderá ser contestado. VAI TER A LEGITIMIDADE DO VOTO DE QUEM VIU E OUVIU, EM CADA GRAVAÇÃO DE VIVA VOZ DELE PREGANDO OS MAIORES ABSURDOS E NÃO FOI CONTESTADO PELA MAIORIA. Ao contrário, VAI DIZER QUE CADA ATO TEM A LEGITIMIDADE DE QUEM O CONHECIA E ÀS SUAS IDÉIAS E COMPARTILHOU E COMOACTUOU COM ELAS. SÓ NÃO ENXERGOU QUEM NÃO QUIS....”, Gilberto Pupo Ferreira Alves.

- “Me perguntam se acho que caímos no poço mais tenebroso da história republicana. Olha, não sou analista político, mas eu acho que caímos sim. E olha que buraco é o que não falta na República. Penso no Rio de Janeiro. O consórcio que chegou ao poder - um capitão que representa os porões na presidência, um ex-juiz fascista no governo estadual e um exorcista na prefeitura - não deixa qualquer esperança. Vamos continuar? Vamos. Mas partir da constatação do horror em sua face mais tenebrosa, sem brisa que amenize isso, é um bom começo pra se pensar em algumas alternativas. O ponto de partida é a constatação do terror”, Luiz Antonio Simas.

- “Queridos todos: Fiquem calmos. Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. Continuemos unidos”, Wellington Leite.
Vinicius Santos Louzada


- “Mores, que tristeza profunda ter que viver e testemunhar o que virá, que preguiça da breguice e do pieguismo fariseu e fanático com que seremos bombardeados. Somos democratas, aceitamos o resultado da eleição, mas não aceitamos a opressão e os valores que animam os carrascos. Não tenho medo. É tristeza e cansaço mesmo, decepção e asco, não é medo, insisto. Primeira e óbvia constatação: o presidente eleito só fala em Deus e em Verdade, com maiúsculas, pois são únicos, segundo ele. Deuses e verdades não grassam com a ignorância. Somos muitos, fortes e altos. E amorosos e esclarecidos. Nossas raízes são profundas e também aéreas. Nossa espinha dorsal é inquebrantável. Resistência, ainda que tardia. Nossos olhos estão abertos. Venha História, venha, abra as asas sobre nós”, Jean Cristtus Portela.

- “Não costumo em horas triste tirar sarro dos outros. Nunca curto, comento ou compartilho suas postagens pois não penso como você. Se tirar sarro da minha tristeza te faz melhor, bom para você. Eu fiquei triste duas vezes, com as eleições e com a sua postura....”, Nair Nasralla.

- “Bom dia amigos não ganhamos, mas a campanha foi linda tenho orgulho de ter lutado do lado do amor. Agora bora tirar os mal amados do face aqui só vai ficar gente de bem com a vida porque eu sou. Não é porque não ganhamos a eleição que vamos perder nosso caráter ,alegria sede de justiça .Sempre estarei do lado de quem ama esse presidente não me representa até que ele prove ao contrario. Bom dia aos amigos que amo, Valquíria Correa.

- “Um dos dias mais tristes da minha vida. Mas, resistirei. E continuarei com os meus mesmos princípios e lutando por um país sem ódio. O conhecimento nos libertará”, Bruno Emmanuel Sanches.
Mônica Moura


- “Desculpe mãe que deixa filhos nas creches cuja vagas vc lutou tanto pra conseguir, Desculpem aos q se deslocam mais de 50 km para levar de carroça , de bicicleta o filho nas escolas muitas vezes improvisada , desculpe vô e vó negros q me acolheram , que me mostraram suas raízes e as histórias de seu passado Desculpe mãe que foi empregada doméstica por toda minha infância, sem hora pra sair , sem direitos sem reconhecimento, Desculpe pela minha cidade onde morreu índia Vanuíre , índia Bartira , entre outras façanhas históricas de luta e resistência dali q muitos nem conheceram. Desculpe aos familiares sobreviventes de 64 , por vcs o Brasil chora e pagará o preço .... Eu tentei e seguirei tentando
E por fim que Deus tenha misericórdia...”, Karen Romano.

- “Migos e migas sei que as intenções são boas, mas também dizem que lá está cheio delas. Por isso nada de frases autoajuda ou de consolação. Se é dor, sintam-na plenamente. Se é medo, o encarem descaradamente. Por favor só não se esqueçam (ou procurem lembrar-se) de como viemos parar até aqui. E não deixe de rir. Não há salvação ou salvadores nos esperando ali na esquina. Protagonize-se. Sem otimismo, sem superioridade, sem nostalgia, Almir Ribeiro.

- “Na minha modesta opinião. Bolsonaro não representa ele mesmo nessa finalização do golpe. É o bobo da corte. Não irá governar por duas razões: não tem a mais rasteira competência para tal missão e está muito doente. Não ouvi o discurso que fizeram para ele ler, mas vi algumas poucas imagens exibidas, depois do anúncio do imprevisível pesadelo que se abaterá sobre essa nação. E ele em nenhuma delas aparece alegre. Sua imagem é de alguém que está funcionando no automático, de alguém que está visivelmente doente e chapado de medicamentos. A fake-ada foi a saída encontrada para encobrir dos eleitores e sobretudo, dos adversários, o seu verdadeiro estado de saúde. Na minha opinião, seremos governados pelo general. Anotem ai”, Ednna Maria.
Henrique Perazzi de Aquino


- “Nada melhor do que reconhecer a Vitória do presidente eleito, acho que todos devemos apoiar suas propostas, pois respeito a maioria: 1 venda da Petrobras, 2 entrega da Amazônia, 3 entrega do pre-sal, 4 fim do décimo terceiro para trabalhadores, 5 sem férias, 6 poder incondicional para polícias, 7 morte aos bandidos, 8 se morrer inocentes faz parte, 9 liberação da tortura e 10 fim das estatais privatizar todas empresas” Tuta Caetano.

- “Povo, vamos "morrer" com dignidade. Parem com esse discursinho "que faça o melhor governo", que isso é chato pra danar. Todo mundo sabe para quem o Presidente será bom e para quem ele será ruim... ele ganhou uma eleição, não foi canonizado. Respirem fundo, amanhã é outro dia. Luta segue”, Aline Rodriguero.

- “Bom, vamos lá. As vezes parece que não escutei o que escutei hoje, mas eu ouvi, em alto e bom som a naturalização e banalização de tudo. Pra começar a aberração sonora que escutei desde os locutores do trio elétrico com seus urros discursivos de uma palavra só "mito" ou de um refrão "lula ladrão, coiso capitão", da apropriação de cunho de extrema direita do som de "Faroeste caboclo" do legião (coitado do Renato Russo!) e até um som do Gabriel O Pensador....sem or...enfim...mas a cereja estava por vir. Uma mulher chega até mim e me pergunta se votei nele etc...FALEI QUE NÃO. Ela ficou um tanto espantada. E seguiu a conversa...sabe eu tenho funcionários gays, adoro eles, imagina não vai acontecer nada com eles, mas eu tenho um filho que diz pra mim "não gosto do jeito que eles olham pra mim, não gosto que olhem para mim" . Oi?! Eu questionei a mulher-mãe como que ele chegou a esse ponto, de ter "raiva" assim do outro, do diferente...ela falou, "Ah mas ele sempre foi assim, e eu não consigo mais conversar com ele, é a personalidade dele". Pausa pra respirar e tentar um pouco mais, pergunto - espantada - "mas pera lá, quantos anos ele tem?" 12 anos. Ãh?! E emenda: "e já disse que com 18 anos vai estar na Alemanha e me manda dinheiro para me manter no asilo". Depois dessa, eu não tive mais ânimo, parecia uma fenda no tempo me levando pros quintos dos inferno e me trazendo sã de novo. Não queria ter escutado isso, sério. Não precisava depois dessa tragédia institucionalizada 2019-2022 ter chegado. Já bastava por hoje, né? Dai-me-nos-força”, Amanda Rocha.

- “A tirania e ódio triunfaram! - Agora a desobediência será a arma da resistência na luta pela democracia. O Brasil não é branco, velho e burguês. O Brasil é plebe rude, negro, pobre e periferia”, Wagner Fatore.

- “Não temos tempo para ter medo, pra cima deles! Serei uma oposição intransigente! Não abrirei mão de nenhum direito, de nenhuma LGBT, de nenhum povo indígena, de nenhuma criança ou adolescente, de nenhum tema ou conteúdo na escola! A luta continua e agora ainda mais forte! Somos milhões que não se amedrontam frente ao fascismo. Fomos milhões desejando um Brasil melhor nas urnas, seremos milhões construindo um Brasil melhor nas ruas!”, Tathiane Nunes.
Ivy Wyens


- “Ó, se alguém do recém-eleito governo federal estiver monitorando ações de supostos comunistas, nego aqui que eu tenha ficado no telefone com Ennio por mais de três horas falando sobre nossos receios pelo futuro do País. Se estiver tudo gravado e for impossível negar o fato, me adianto e já delato que a verdadeira vermelha naquela casa é a Gabriella – se liga, new DOPS on the block, pode ir direto na moça! Pela atenção, obrigado”, Thiago Roque.

- “Os eleitores do inominável acham tudo uma grande brincadeira, comemoram como fosse jogo de futebol. As consequências se farão cobrar. Aí, gostaríamos de vê-los, defensores que se dizem, às ruas e não embaixo da cama torcendo para que ninguém se lembre do que fizeram na eleição passada! Pelo discurso, como presidente eleito, já vemos que o belicismo esta no prato do dia. Me disseram que o tirarão caso ele não ande na linha( como tiraram o Temer?) Será um processo de purificação pela dor, porque pelo amor não adiantou”, Reginaldo Furtado.

- “Acabaram se as eleições entre mortos e feridos salvaram se todos, portanto e vida que segue não sou despeitada respeito e aceito de boa os resultados, mas espero que agora acabe essas piadas ridículas de quem tá se achando que vai ficar milionário e se mudar pra Brasília”, Sarah Fernandes.

- “Amigos e Amigas, quero expressar meu orgulho por ter participado com vocês da campanha mais dura da minha vida. Lutamos contra o fascismo, se ganhássemos teríamos uma grande luta para garantir o mandato, assim como teremos agora na resistência aos desmandos em São Paulo e no País. Há muito sofrimento, mas não nos omitiremos, seguiremos de cabeça erguida, ninguém ceifará nossa unidade, na diferença, seremos fundamentais. Saímos vitoriosos diante de todo ódio bradado contra nós! A vida segue e juntos seremos resistência! Adelante!”, Nádia Barnes.
Zé Filho


- “Não se sabe se Bolsonaro é um ditador ou apenas um palhaço. O que se sabe é que os objetivos dos EUA foram alcançados. Agora, os ricos do Brasil deverão reivindicar, junto a seu senhor do norte, o direito de continuar normalmente suas vidas medíocres. É provável que as coisas não sejam tão diferentes. Os intolerantes continuarão intolerantes. Os protegidos continuarão protegidos. E os vulneráveis continuarão vulneráveis. O que pode ser diferente é a percepção dos ingênuos de que são manipulados. Mas será um processo muito lento. No ritmo da ingenuidade deles. A não ser que comecem a apanhar ou mesmo morrer com a "nova ordem" brasileira. Se tiverem que se defender da violência oficial, se esta vier mesmo a se instalar, talvez seja um atalho para aprenderem a discernir entre a verdade e a mentira. Por enquanto terão que seguir pelo caminho das pedras que escolheram e com o qual terão que se reacostumar”, Ricardo de Callis Pesce.

- “Meu orgulho é ver que me cerquei das melhores pessoas que poderia ter por perto”, Mariana Tamião Mortari.

- “Em meio a fogos, aplausos e gritos da vizinhança “vamos caçar as bruxas e queimá-las na fogueira, vamos pegar todos os pretos e gays, agora vcs vão ver”: Cuidado nas ruas se cuidem e cuidem dos seus amigos. Tempos difíceis virão. Aos fascistas: meus mais sinceros vão tomar no cu com força. Desejo a vcs que se fodam. Com todas as forças do mundo”, Bia Bassan.

- “Depois de 10.950 dias sem trabalhar, o mama teta, diz que vai “trabalhar” os próximos 1460 dias?? Boa sorte pra quem acreditou, suas panelas serão perfuradas por dedos que vcs mesmo apontaram. Na proporção que julgaram. É proporção que serão Julgados. Lembre-se que o deus de vcs continua sendo o mesmo do dilúvio, do fogo consumidor...escolheram a lei dos homens do que a graça, será por ela julgados e nela não ha quem escape. Por aqui vou continuar com aquele que diz que o caminho é estreito, estreito, pq andar com quem pensa e é diferente de mim não configura um inimigo que precisa ser abatido. A todos que tive o prazer de trocar ideia, tomar aquele café! Gratidão por toda convivência mas do que vitória aprendemos a nos ver e amar, vamos continuar a nos cuidar pq é assim que tem que ser. Hj e para os próximos anos, ninguém ganhou... e vcs sabem muito bem disso”, Felipe Carvalho.
Tatiana Calmon e Roque Ferreira


- “NÃO NOS RENDEMOS - A eleição mostrada em números, diz de maneira clara que Bolsonaro não obteve a maioria dos votos do brasileiros em condições de votar. Dos 148 milhões de eleitores, 57 milhões votaram em Bolsonaro. Outros 90 milhões não lhe concederam o voto. Destes, em torno de 46 milhões votaram em Haddad. O resultado provocou sim um grande abatimento em setores da esquerda e também em muitas pessoas que combateram o bom combate, para que não fosse eleito um candidato comprovadamente reacionário e comprometido com os interesses do grande capital e das grandes corporações. Os valores "morais" propagados foi a cola utilizada solidificar o apoio de vários estratos sociais, inclusive das classes populares. Este não é o momento para lamber as feridas. Este é o momento de manter as forças agrupadas e organizadas. Saber fazer a leitura correta desta lição, abdicar a arrogância e da vaidade que contaminou muitas "lideranças" da esquerda, e que compreendam que "fora da classes trabalhadora organizada não existe nada que nos interesse". Continuaremos a combater pelo que acreditamos, que nada mais é que a luta para superar este a opressão, a miséria, a ignorância, buscando construir uma sociedade justa, igualitária, fraterna e socialista. Não nos rendemos ! Venham conosco, venha para a Esquerda Marxista para as Ruas e Para as Lutas que serão muitas. Saudações Fraternas!”, Roque Ferreira.

- “Em 2020 a gente vai disputar as eleições para a Câmara de Bauru. Não tem saída. Ou a gente se organiza, ou a gente fica nas redes reclamando e fazendo hashtag (sou parte dessa crítica)”, Renato Bueno.

- “SOLTAM ROJÕES PARA UMA FESTA QUE TEM DONO - Os brucutus estão à solta entre a classe média. Soltaram rojões, reuniram família, fizeram selfies naquela pose infantilóide de fingir que estão com uma arma na mão. Beberam, urraram, xingaram, ameaçaram. Alguns bateram. Além do nojo e da repulsa que essa gente suscita, fico me perguntando se eles têm ideia do que Bolsonaro pretende na economia. Se sabem que sua política de cortes e redução de gastos deprimirá o comércio ainda mais, que os ataques aos direitos dos trabalhadores (a começar pelo funcionalismo) atingirá a demanda, que os serviços públicos só serão mantidos arrochando salários e direitos. Fico me perguntando se sabem que levarão a pior em nome do combate ao kit gay, ao armamento geral e a bestialização da vida social em favor de minoria de sempre. Se têm ideia de que o combate à corrupção é uma cortina de fumaça. Fico me perguntando se sabem que a lua de mel vai acabar e logo perceberão que caíram em um estelionato pior que o de 2014...”, Gilberto Maringoni.
Marisa Fernandes

- “Não vamos desperdiçar essa resistência linda que aconteceu nas ruas e nas redes. Conseguimos muito sim! Ninguém solta a mão de ninguém”!, Cristina Camargo.

- “O sucesso do novo governo representa o fracasso do futuro da população que trabalha e depende de salário. Não me venham com esse papo imbecil de que temos todos de nos unir pelo bem da Nação e ficar passando pano nesses absurdos. A reforma da previdência que esse pulha defende atende tão somente aos interesses do 1% mais rico do País. Se querem solucionar o déficit do INSS, comecem acabando do a DRU, que desvia dezenas de bilhões de reais da Seguridade Social para o pagamento de juros para especuladores. E comecem a cobrar dos grandes devedores do INSS. Eu quero me aposentar. Para tanto, só posso torcer pelo fracasso completo desse novo governo, que não me representa”, Rodrigo Ferrari.

- “Não há tempo para desânimo. Sozinhos somos alvo mas juntos somos resistência”, Renata Ribeiro.

- “Eu responsabilizo você pelo aperto no meu peito quando meus filhos pretos estiverem longe de mim: porque para um policial com carta branca para matar, todo preto é suspeito. Eu responsabilizo você pelo medo de andar na rua que a minha filha disse sentir hoje, logo depois que me deu bom dia: medo por ser mulher, por ser preta, por ser pobre... Pela primeira vez meus filhos sentem medo e eu temo pela vida de meus filhos. Pelo medo que sinto por eles e pel@s pret@s, indígenas e lgbtq+ dessa nação eu responsabilizo você, cúmplice!”, Marlene Brito.

- “AVISO: Não responderei aos amigos do Facebook durante um tempinho. MOTIVO: Estarei ocupado avaliando meios para me mudar para o Nordeste, "antes que comece a repressão e a ditadura". ORGULHO DESSE POVO MARAVILHOSO DO NORDESTE. Acho que... VOU ME EMBORA PARA PASARGADA... Lá sou amigo do rei...”, Tita Pardin.
Gilberto Truijo

- “A gente fica tentando entender algumas pessoas que votaram no boçal mas, por mais que doa, estou cada vez mais convencido de que ninguém é inocente, todas sabiam muito bem o que estavam fazendo, e querem mesmo que a gente morra!”, Márcio Magalhães.

- "Lembrei de um slogan que escrevemos em nossas camisetas em uma eleição para o Diretório Acadêmico "Di Cavalcanti", da FAC/FEB, lá pelo início do 80. Serve para agora: "Ao ranço dos pepinos em conserva, a nossa mais cordial banana", Dalva Aleixo.

- “2,4 milhões de brasileiros escolheram a opção branco e 8,6 milhões optaram pelo nulo. Eles representam 9,5% dos 147,3 milhões de eleitores brasileiros. Por sua vez, outros 31 milhões de brasileiros deixaram de ir votar, ou seja, 21,3% do eleitorado. Aí vem os entendidos dizendo "O povo brasileiro o elegeu" Fugiram da aula de matemática, só pode ser...”, Marco Belinasi.

- “PALAVRA DE SÁBIO - Em 1989, quando Lula perdeu para Collor, em um dos dias seguintes houve um jantar na casa do ator Mário Lago. A pergunta de todos: - O que vamos fazer agora? O veterano intelectual comunista não vacilou: - O que sempre fizemos, começar tudo de novo”, Breno Altman.

- “Hoje na cidade: Sentimentos novos me tocaram a alma, de repulsão, de nojo, de medo quando vi brutamontes usando a camiseta preta com a cara estampada do B na frente e atrás imagens de armas. Sentimento de tristeza quando escuto entre o hino nacional saindo o som por uma janela de um INFO ao turismo, e logo depois no mesmo local pregações de conversão, missionáriando os passantes, os turistas. Sentimento de horror ao saber que uma senhora de pele parda, quase negra, pobre havia votado em Bosonaro e ao perguntar o porquê desse ato, ela responde balanceado seu corpo mole e cantarolando... meu mito, então um olhar como se quisesse me calar disse com orgulho... sou evangélica, então fixei meus olhos em seus olhos e disse JESUS foi torturado, virou silêncio, foi um choque de água fria, ela ficou branca. Minha Vitória, mas para minha consternação. Parece um filme de terror. Que mundo me encontro??”, Rosangela Sanches Stücheli.
Greice Luiz


- “Culpar o PT pela vitória do fascismo é o mesmo que culpar a mini saia da moça que foi estuprada”, Patrícia Valim.

- “Não chorei, não vou chorar. Vou resistir, e junto, inclusive com os pobres e pretos que se deixaram enganar pelo canto do monstro, mas àqueles que votaram no BolsoDória com convicção e vierem reclamar, só direi: VTNC, e com força! #Tôviradanocão!”, Maria Salete Magnoni.

- “Relembro Mário Quintana: “COCKTAIL PARTY/ Não tenho vergonha de dizer que estou triste,/ não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de/ se matarem, fazem poemas:/ estou triste porque vocês são burros e feios/ e não morrem nunca...”, Dino Magnoni.

- “Os ímpios comemoravam e se regojizavam nos circos romanos a tortura e o assassinato dos mártires cristãos pelas feras, pelo fogo, pelas pedradas nos primeiros séculos do Cristianismo. Hoje o circo é o mundo e as feras são os homens”, Jéssica Monteiro de Godoy.

Por hoje é só. Tem mais, muito mais, mas me falta tempo para juntar tudo.

HOJE NÃO COMPRO NENHUM JORNAL BRASILEIRO – ABRO O SITE DO ARGENTINO PÁGINA 12 E ALI, IMPRIMO SEUS TEXTOS E LEIO, GUARDO A REAL INTERPRETAÇÃO DOS FATOS:

“A tristeza não é só brasileira”, Gustavo Veiga: https://www.pagina12.com.ar/151755-la-tristeza-no-es-solo-brasilera

“Adeus meu país, adeus”, Eri Nepomucemo: https://www.pagina12.com.ar/151757-adios-mi-pais-adios

“É uma cagada, cara”, Martín Granovsck: https://www.pagina12.com.ar/151756-es-una-cagada-viejo

“A eleição do Brasil, fascismo e voto eletrônico”, Mempo Giardinelli: https://www.pagina12.com.ar/151749-la-leccion-de-brasil-fascismo-y-voto-electronico

“O país que cai diante da queda do país”, Pablo Gentili: https://www.pagina12.com.ar/151751-el-pais-que-queda-o-lo-que-queda-del-pais

“O início de uma formosa amizade”, Werner Pertot: Macri e Bolsonaro - https://www.pagina12.com.ar/151747-el-comienzo-de-una-hermosa-amistad

“Manuela – nova saída para a política”, Gustavo Veiga: https://www.pagina12.com.ar/151750-manuela-savia-nueva-para-la-politica

“O fenômeno mobilizador”, Andrés Ferrari Naines: https://www.pagina12.com.ar/151753-el-fenomeno-movilizador

“Tempos de censura à imprensa”, Mercedes Lópes San Miguel: https://www.pagina12.com.ar/151752-tiempos-de-censura-para-la-prensa

“Dor Brasil”, Marta Dillon: https://www.pagina12.com.ar/151737-dolor-brasil

“A prioridade não é o Mercosul” : https://www.pagina12.com.ar/151838-la-prioridad-no-es-el-mercosur

domingo, 28 de outubro de 2018

DIÁRIO DE CUBA (101)


AS RÃS PEDIRAM UM REI*
* Extraído de uma fábula de Fedro, tradução de 1941, da lavra de Nicolau Firmino:

            "Muitas vezes desejamos o que
                  depois lastimamos ter".


"As rãs, divagando pelas livres lagoas, pediram a Júpiter um rei com grande gritaria, rei que reprimisse pela força os costumes dissolutos. O pai dos deuses riu-se e deu-lhes um pequeno madeiro, que atirado subitamente às águas aterrou a raça medrosa com o movimento e com o barulho. Como este madeiro jazesse por muito tempo mergulhado no limo, uma rã, por acaso, levanta tacitamente a cabeça para fora da lagoa e, examinando o rei, chama todas as rãs. Aquelas, deposto o temor, aproximam-se nadando ao desafio e a turba insolente salta para cima do madeiro. Como o tivessem infamado com toda espécie de insultos, enviaram a Júpiter rãs pedindo outro rei, porque era inútil o que tinha sido dado. Então, Júpiter enviou-lhes uma cobra d'água, que começou a agarrá-las e comê-las uma a uma com dente cruel. As rãs fracas, sem arte, impotentes, em vão fogem à morte, o medo fecha-lhes a voz. Por isso, secretamente dão recados a Mercúrio para Júpiter, a fim de que socorra as aflitas. Então o deus, em resposta, diz: "Porque não quisestes suportar o vosso bom rei, aguentai o mau". Texto relembrado por Luiz Gonzaga Belluzzo, in Carta Capital, edição 1027, no link: https://www.cartacapital.com.br/…/1027/as-ras-pediram-um-rei.
Se assim querem, assim será. Nada mais a ser feito. Vou descansar.
HPA - Bauru SP, domingo, 19h28, 28 de outubro de 2018.

sábado, 27 de outubro de 2018

UM LUGAR POR AÍ (113)


DIA DE  (FINAL) CAMPANHA, DE POUCO ESCRITO E MUITA RUA - COLETA DE DADOS
Tensão, um dia antes da eleição que vai mudar nossas vidas, eis o que me move nas ruas e lutas, estrada da vida, ruelas e pinguelas, caminhos tortuosos e os movimentos feitos de um lado a outro:

EU SEMPRE ESTIVE DO LADO CERTO - HADDAD PRESIDENTE - Venha para o lado do bem, amiguinho (a). Ainda da tempo. Não seja cúmplice de uma das maiores tragédias da história do Brasil.

Ah, como eu gosto desses cantantes que sabem onde pisam...

E um recadinho de última hora com validade ad eternum:
"ATENÇÃO: quem for votar no #B171 me avisa. Terei o maior prazer de te retirar para o outro lado da trincheira. Na bolha do meu facebook você não cabe. Imagina na minha vida...", copiei do amigo João Winck, pois a vida é muita curta pra aturar do seu lado gente intolerante e preconceituosa.

A VIRADA ESTÁ ACONTECENDO...
HPA - cheio de esperançaNa hora da virada o céu avermelhou...
Daqui de onde me encontro, observando a histórica virada de Haddad, olhando pro céu e vendo ter ele já avermelhado. Vamos derrotar o odiento fascismo ameaçando o país.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

CENA BAURUENSE (177)


A BESTIALIDADE JÁ SE MOSTRA NOS PEQUENOS ATOS SE REPETINDO CIDADE AFORA – IMAGINEM O QUE VIRÁ DEPOIS...
Atônico leio o relato da amiga Tatiana Calmon de algo ocorrido defronte seu local de trabalho: “No dia 23, no período da manha, parei meu carro onde paro há quase 30 anos. Em frente ao meu local de trabalho. Por volta das 10 horas, um transeunte observou que um artefato havia sido colocado perto do pneu, para que furasse quando eu manobrasse.... Dois imensos parafusos, presos em uma madeira. Fui até um prédio residencial próximo e solicitei que olhassem a Câmera. Para minha surpresa, o fato foi devidamente registrado. Um membro (pastor e funcionário) da Igreja Internacional da Graça, sorrateiramente sai da igreja, coloca o objeto, risca meu veiculo e volta para o templo. Um canalha, covarde, que não se deu conta que corria o risco de ser filmado, como foi. Claro que fiz o boletim de ocorrência. Fico pensando, como um membro de uma igreja, ardilosamente trama, contra o patrimônio e a integridade física de outra pessoa e depois volta tranquilamente para sua "fé", a sua casa, seus filhos. Uma pessoa que faz isso, com tal desenvoltura, pode ficar me aguardando para uma emboscada. Atirar nas minhas costas ou de qualquer outra pessoa. Quando da filmagem eu não sabia o nome do covarde, agora já sei, e além do boletim de ocorrências tomarei outras providencias. Qual minha segurança em chegar pouco antes da sete no meu local de trabalho, ou mesmo sair com um individuo deste na espreita, na espera, pronto para atacar covardemente?”. Eis o link do texto denúncia de Tatiana Calmon: https://www.facebook.com/tatiana.calmon/posts/2018279484859575 

A que ponto chegamos? Bolsonaro espalha o terror, caça as bruxas e a tudo o que seja oposição, pois fascistas não conseguem governar tendo algo apontando seus erros. São violentos e gostam mesmo é de exterminar quem lhes causam problemas. No país que temos hoje, ações como essa são incentivadas e os bestiais começam a sair da toca de forma solta, sem medo de mostrar a face. É o cara que picha o Bar do Barba chamando aquele lugar e seus frequentadores de “lugar nojento”, é a rádio Jovem Pan (Velha Klan) incentivando incautos ouvintes a tomar posição contra algo tão natural, debates e confronto de ideias dentro da universidade pública, é a inscrição no banheiro público contra negros, homossexuais e minorias, são os fake-news dominando o cenário eleitoral e favorecendo Bolsonaro, em algo mais que escabroso, milionária ação de bastidores, suja e sórdida, ilegal, mas até agora só repudiada de forma graciosa pela Justiça, sem nenhuma ação concreta para extirpar o mal. E tudo acontecendo a céu aberto, mesmo antes da realização da eleição. Recados já são fixados em lugares públicos pedindo para que os eleitores permaneçam em suas casas após votarem no próximo domingo, pois “não existirá meios de garantir a segurança” após os resultados. O que se passa com esse país? Essa eleição ultrapassou as raias do absurdo. Quem mais se beneficiou das ações dos governos petistas, o que produziu essa enxurrada de programas sociais de alto valor, são esses os que estão a decidir o pleito e cegos, aturdidos pela massificada ação de anos martelando mentiras em suas mentes, acabam votando em quem vai lhes cravar a faca e virando as costas para quem lhe estendeu a mão.

Vivemos o país das inversões e cada dia mais perigoso. Uma pessoa saindo de dentro de uma igreja evangélica neopentecostal atravessa calmamente a rua, risca e fixa pregos nos pneus do carro de alguém atuando na oposição ao que faz. E volta tranquilamente para seu ofício. O que prega alguém com esse grau de conturbação mental? É exatamente isso que a parcela de votantes de Bolsonaro, esses que foram levados pela publicidade ilegal, ainda não se deram conta. Foram todos enganados por gente disposta a tudo, até pequenos e grandes delitos para ver suas ideias prevalecendo sobre as demais. Sem argumentos para debater, igual ao candidato que os representam, partem para a violência e atos insanos. Mentes doentes. Com a mais absoluta certeza, teremos um país descontrolado, insano e muito próximo da barbárie, mas uma barbárie não reparadora, mas uma disposta a eliminar qualquer tipo de oposição, usando todos os meios disponíveis. Se antes já agem assim, imaginem como será o depois. Estejamos preparados. Vencer isso através das urnas, o meio mais rápido, porém existe muitos obstáculos para ver isso concretizado. Existe uma barreira já formatada para impedir que Haddad, mesmo eleito chegue ao poder. Depois, sem ação de confronto, de amostragem de força, me parece não será possível fazer os bestiais e descontrolados voltarem para suas casinhas. Dias de muita tensão, mais que emoção. Denunciar cada bestialidade se faz necessário, algo significativo. Assim como os frequentadores do Bar do Barba reagiram e foram para a frente do bar no último domingo, demonstrando todo o desapreço pelo ocorrido, se faz necessário fazer o mesmo diante dessa igreja. Somente muito bem unidos venceremos a bestialidade.

No momento não existe outra saída para todos os sensatos desse país: votar em Haddad presidente, promover a tão aguardada virada de mesa e buscar a união, uma grande frente antifascista, para enfrentar tudo o mais que teremos pela frente.
Há três dias do pleito, a esperança é sempre a última que morre...

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (118)


A PRESSÃO É IMENSA PARA ESTANCAR A LIVRE CIRCULAÇÃO DE IDEIAS DENTRO DAS UNIVERDADES – ESTEJAMOS ATENTOS E PREPARADOS

As universidades PÚBLICAS brasileiras sofrem hoje uma enorme pressão para deixarem de ser o espaço de liberdade e debate de ideias. Os novos tempos, capitaneados por essa onda fascista varrendo o país, tornou parcela significativa da população mais conservadora e para se ir nesse “vai da valsa” um pulo. Imagino a pressão sofrida pela direção das universidades públicas quando hoje tentam impedir qualquer tipo de debate em seu interior, ou até mesmo a presença de qualquer pessoa representando uma linha de pensamento diferente da ordem estabelecida pelo golpe de 2016. Os fatos se sucedem país afora e em todos, imagino as pressões sobre suas direções, professores, servidores e mesmo estudantes. A mídia perversa ataca qualquer ato contestatório como sendo permissivos com o “comunismo”, misturando tudo e confundindo ainda mais a mente dos incautos. A onda conservadora invadindo as mentes ajuda a perturbar e desvirtuar toda boa discussão. Na pressão vinda do Governo Federal, dos golpistas de plantão, dos fascistas loucos para calar a voz de qualquer tipo de oposição, de uma mídia sempre a serviço desses insanos hoje destruindo tudo, desde direitos como a verdade dos fatos, as universidades ficam desprotegidas e a mercê de algo varrendo o país de norte a sul, a imbecilidade mental como norma de conduta.

Bauru não podia ficar de fora disso. Mais dia menos dia tudo o que acontece pela aí, acontece aqui, sem tirar nem por. Os exemplos pipocam país afora. Não estão mais deixando acontecer nenhum tipo de debate democrático onde a linha de pensamento que não coadune com a do poder atual possa ser demonstrada. Aquele debate tão comum nas universidades, principalmente as públicas, quando a boa discussão sempre foi abrangente e comportava a todos, ela está por um fio. Aqui algo ocorreu ontem, quarta, 24/10 na Unesp Bauru. Uma simples roda de conversa “Em Defesa das Liberdades Democráticas” ocorreria defronte o espaço da Biblioteca Central. Foi desautorizada, após intensa pressão da rádio Jovem Pan (não seria melhor Velha Klan?) e de seu jornalista (sic), também diretor da emissora, Alexandre Pittoli, após estardalhaço durante boa parte do dia, dizendo entre outras sandices, que se o encontro se consumasse, a universidade estaria “doutrinando” os estudantes. Qualquer pessoa sensata sabe que não é isso o que está em jogo. O buraco é muito mais embaixo. O ato acabou ocorrendo na parte externa da Universidade e no mesmo dia outro evento foi possibilitado (deve ter ocorrido porque ainda não tinham ciência dele), um debate na sala 2A, promovido por estudantes do campus, cujo tema era "o avanço do fascismo e a eleição de Bolsonaro". Ou seja, o campus, tudo nele envolvido, resiste e tenta sobreviver, continuar altaneiro e praticante do “desenvolvimento de vida inteligente” como diz Roque Ferreira num texto publicado pelo facebok sobre o incidente.

Cito o Roque, pois nesse texto denúncia de sua lavra e circulando na internet, com importantes comentários de defesa da universidade, todos merecedores de uma leitura, entendimento e compreensão. Eis o link no “Censura no campus da Unesp”: https://www.facebook.com/roque.ferreira.988/posts/2138339122851508. Entendo e compreendo tudo o que Roque expressa em seu texto, assim como o papel dos professores Juarez Xavier, Dino Magnoni e tantos outros resistindo as investidas do conservadorismo. Esses, devemos sempre ressaltar, fazem o que podem. Vivemos todos sob intensa pressão. Não deve ser nada fácil atuar hoje dentro das universidades públicas diante do atual massacre a elas imposto. Existem em todas elas, alguns indiferentes, outros que já capitularam e até os que mostraram sua verdadeira face, mas ressalto aqui o papel crucial dos tantos resistindo bravamente a todo tipo de investida. Os tempos já se mostram outros hoje, duros e insanos, podendo piorar se Bolsonaro vencer o pleito. Os estudantes precisam sim se organizar e se informarem, nada mais natural. Enfim, seus Diretórios Acadêmicos estão aí para organizar e fazer ferver a coisa no interior de cada campus. Num desgoverno como o de Temer e na beira de outro ainda pior (toc toc toc), o que menos se pode fazer nesse momento é caçar bruxas entre o pessoal resistindo como pode lá dentro. Algo diferente tem que vir de fora para dentro ou partindo de onde a pressão é menos sentida. Esses encontros, debates, proposições precisam vir mais e mais dos estudantes, eles sendo seus atores. E toda vez que algo nesse sentido estiver em curso, ampliar sua divulgação e envolver também a comunidade bauruense. Ampliando o leque participativo, uma tentativa de quebrar a onda conservadora. Todos estamos com a faca no pescoço e sem união, nada mais acontecerá daqui por diante, pois eles sabem muito bem se movimentarem para bloquear as iniciativas populares e de cunho libertário. Unidos seremos sempre mais fortes. A universidade pública é alvo de um ataque sem precedentes na história deste país e não podemos enfraquecer quem ainda luta dentro dela. Não so ela é alvo, como tudo o mais, esse é só a ponta de muitos icebergs hoje espalhados país afora. O ataque é sobre tudo e todos, tenhamos isso bem claro.


NÃO DEIXEM DE LER, ESTÁ AQUI

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

MÚSICA (165)


COMO PODES CANTAR TÃO BEM CHICO BUARQUE E ESTAR A DEFENDER O CAPIROTO?

Ontem na Lapa carioca Haddad fez um showmício cantante e encantante. Foi para abrir os olhos de uma vez por todas dos ainda indiferentes e claudicantes. Vejam o link do evento: “Quem estará nas trincheiras ao teu lado? Caetano Veloso, Mano Brown e Chico Buarque. Todos pela democracia. #ViraVoto #Haddad13: https://www.facebook.com/…/a.94729819201…/2003089489771664/…
Não me segurei nas calças e converso in box com um baita músico destas plagas, cantante de tudo o que de bom temos, desde Chico, Caetano, Aldir, Gonzaguinha, Melodia, Belchior, Lenine, mas se mostra sempre ao lado dos conservadores, da posição patronal, agora do capiroto. Travo o seguinte diálogo com ele (a), sem buscar sua identificação. O que vale é o diálogo, a conversa e não promover perseguições:

- Isso não te diz nada, meu caro (a), tudo isso que você canta tão maravilhosamente e não consegue interpretar para a vida que levamos? Veja esses todos que você canta de que lado estão. Será mesmo correto se posicionar contra isso tudo? Baita abracito de alguém que adora te ver cantando um Chico, mas não consegue enxergar o que ele quer dizer em suas canções.

- Penso muito nisso, meu caro. De verdade.

- Não envio esse texto só para ti, mas para todos os cantantes com a mesma linha de pensamento que a tua e para todos os demais.

- Analiso muito antes de me posicionar, mas o discurso do Mano Brown fala mais alto que esta foto.

- Ainda dá tempo de se posicionar ao contrário, reverter isso tudo. Eles não se mostram ao lado do Haddad de graça, mas nesse momento por estarmos todos num encruzilhada. Ou se defende a liberdade ou daqui por diante tudo estará perdido, fechado e daqui um curto espaço de tempo nem cantar mais Chico você poderá mais fazer nos barzinhos da vida. É isso que você quer?

- Uma conversa que vi do Caetano com o Cirão, onde Caetano chama atenção dele dizendo que a esquerda, brasileira, é uma sucessão de equívocos.

- Caetano pode ter dito isso mas não vota e nem se posiciona do outro lado. Onde existe a perfeição? Nos governos do PT e até do FHC se pode falar e escrever de tudo. Cantar também. No do capiroto isso não vai mais ser permitido. Seu repertório vai ter que ser alterado e pra pior, muito pior.

- Vou pagar pra ver.

- Não precisa ser declaradamente um libertário, mas ao menos não faça a defesa do que de pior temos. Sei que, a maioria dos músicos fica com um pé atrás em se posicionar, pois podem perder o já pequeno espaço que possuem, mas não precisa repetir e fazer o mesmo discurso do opressor, o daquele que apunhala o povo.

- O PT eu já vi irmão.

- Eu já vi e não me decepciono. Deixe o ódio de lado e passe a por pra fora o mesmo que canta, pois do contrário não vale nada. Cantar uma letra como a do Chico, muitas do Caetano, do Gonzaguinha, do Ivan, desse pessoal todo que a gente tanto ama e ter uma vida no oposto disso é algo que não dá para entender. Te vejo cantando Chico e te ver dizendo que "vou pagar pra ver" é algo para doer as entranhas. Não quero te convencer de nada, nem quero perder tempo, chover no molhado, mas só te pedir para refletir. Cante Chico e tudo o mais, mas procure interpretar o que canta e a partir daí, dá para continuar tendo a visão de mundo que possui?

- O Jair tem o mesmo direito do Luiz comigo. Paguei pra ver o Luiz e me arrependi profundamente. Posso me decepcionar com o Jair, mas vou dar a ele a chance que dei ao Luiz.

- Escreva isso, não vai demorar nada e não vai mais poder cantar Gonzaguinha, nem Chico. Se quer só cantar coisas vazias, para um público cada vez mais indiferente e triste, siga seu caminho com o tal Jair. Tu perde muito com isso tudo, mas quem sou eu para te fazer abrir os olhos. Você mesmo o fará algum dia.

- Veja a ligação que fazes: Jair anda com militares, logo é ditador. Veja a ligação que faço: Luiz anda com ditadores, logo...

- Para me despedir, te confesso algo e da forma mais triste desse mundo: Não consigo mais te ver cantando Chico e sabendo que pensas exatamente o contrário do que coloca boca pra fora. Prefiro sair do local, para não me amargar mais e mais. Só te peço isso: interprete para a vida que levamos as letras que canta. Inconcebível ver pessoas com Vou trabalhar. Baita abracito do HPA

- Só pra registrar. Acho uma pena ser prIvado do convívio e pessoas interessantíssimas como você, pela diferença política. Me dói.

- Me dói muito mais te ver cantando isso tudo que canta maravilhosamente e não conseguir interpretar para a vida que levamos. Canta só da boca pra fora, isso é de uma dor sem tamanho...