quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FRASES DE UM LIVRO LIDO (63)

LEMINSKI É SEMPRE ÓTIMO PARA DESANUVIAR NOSSOS DIAS (E NOITES)
Eu quero bater papo, conversar mais, pois ninguém agüenta notícia 24h por dia. Como se diz no linguajar mais simples, “quero é enrolation”. Hoje estou meio que cansado das coberturas jornalísticas presenciadas nos últimos dias. O jornalismo como estava acostumado está em baixa, pois hoje, predomina algo além da notícia, uma interpretação mais do que pessoal do interlocutor, segundo o seu ponto de vista, ou seja, puxando a brasa para sua interpretação e o lado em que se encontra. Nesses dias aqui na Cidade Maravilhosa estou trancado numa casa no meio do bairro do Grajaú e separando livros, a biblioteca pessoal do meu sogro, José Pereira de Andrade, falecido há um ano e meio atrás. São três cômodos lotados com caixas e mais caixas de livros e como meus dias por aqui são sempre intensos, recheados de pouco tempo livre, escolhi um deles para repassar algo para os freqüentadores de meus posts diários nesse mafuento espaço.

Um livrão, tamanho grande, com letras garrafais, o “P. Leminski 80 poemas”, edição Zap Curitiba, 1980, com poesias curtas de um dos nossos maiores poetas, Paulo Leminski. O livro é para ser folheado no estilo vapt-vupt e ótimo para ser colocado nessas salas de espera de médicos, quando pegamos a primeira revista que encontramos pela frente e vamos virando as páginas meio que automáticas. Pegando esse, a leitura poderia ser muito mais proveitosa, pois daria para se fazer uma bela reflexão a cada virada de página. Vamos a algumas dessas frases, escolhidas a dedo para encerrar o mês de outubro com sugestão de muita reflexão dentro de nossas cacholas:
- “Não fosse isso/ e era menos/ não fosse tanto/e era quase”.
- “Parem/ eu confesso/ sou poeta./ Cada manhã que nasce/ me nasce/ uma rosa na face./ Parem/ eu confesso/ sou poeta./ Só meu amor é meu deus/ eu sou o seu profeta”.
- ”O Paulo Leminski/ é uma cachorro louco/ que deve ser morto/ a pau e pedra/ a fogo a pique/ senão é bem capaz/ o filhodaputa/ de fazer chover/ em nosso piquenique”.
- “O barro toma a forma que você quiser/ você nem sabe estar fazendo apenas o que o barro quer”.
- “Um arco em forma de A/ uma flecha em forma de B/ um alvo em forma de C”.
- “Soubesse que era assim/ não teria nascido/ e nunca teria sabido./ Ninguém nasce sabendo/ até que eu sou meio esquecido/ mas disso eu sempre me lembro”.
- “Quero a vitória do time de várzea/ valente/ covarde/ a derrota do campeão/ 5 X 0 em seu próprio chão/ circo dentro do pão”.
- “Acordei bemol/ tudo estava sustenido./ Sol fazia/ são não fazia sentido.”.
- “Manchete:/ Chutes de poeta não levam perigo à meta”.
- “Passa e volta/ a cada gole/ uma revolta”.
- “Cansei da frase polida/ por anjos da cara pálida/ palmeiras batendo palmas/ ao passarem paradas/ agora eu quero a pedrada/ chuva de pedras/ palavras distribuindo pauladas”.
- “A noite/ me pinga uma estrela no olho/ e passa”.
- “Em La lucha de classes/ todas lãs armas son buenas/ piedras/ noches/ poemas”.
- “Soprando esse bambu/ só tiro/ o que lhe deu o vento”.
- “Já fui coisa escrita na lousa/ hoje sem musa/ apenas meu nome escrito na blusa”.
-  “A vida é as vacas/ que você põe no rio/ para atrair as piranhas/ enquanto a boiada passa”.
- “A vida varia/ o que valia menos/ passa a valer mais/ quando desvaria”.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (21)

O MASSACRE DOS GUARANI KAIOWÁ LÁ E O DO ATENDIMENTO NA SAÚDE AQUI
“BAURU PRESENTE! Povo Kaingang saúda e apóia o Povo Guarani-Kaiowá! - CONVOCAÇÃO PARA A NAÇÃO BRASIL, ESSA É NOSSA TRIBO, SOMOS TODOS ÍNDIOS! Informações centralizadas de atos contra o #GENOCIDIOGUARANIKAIOWÁ e pelo RESPEITO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS em todo país: http://www.facebook.com/events/369586459794695/?fref=ts- Entre e confirme presença nos eventos. Um país de todos? Um país de verdade honra seu povo e suas origens. Acompanhe, divulgue, participe e organize manifestações em sua cidade também #somostodosguaranikaiowá. E se você está chegando agora, informe-se.  Para os participantes do ato público, segue sugestão de documentário que examina a situação dos índios no Mato Grosso do Sul. Conhecer a questão é fundamental para endereçarmos o nosso protesto de maneira precisa e contundente: http://vimeo.com/32502931”, texto convite de Marta Caputo para o ATO PÚBLICO NACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO DOS GUARANI-KAIOWÁ, dia 10.11, sábado, 10h, no calçadão da rua Batista, quadra 5.

“Tenho uma idéia!!! IDÉIA de ARTISTA: Olha, eu sugiro que a gente se reúna em torno a uma NASCENTE DE AGUA da cidade, e a partir desse LUGAR-NÃO LUGAR iniciarmos a marcha por uma avenida que tem sido muito privilegiada na cidade. A minha idéia partirmos de uma MINA d’água, uma NASCENTE, um MANANCIAL, "MBA" que tem aqui na zona sul de Bauru. O estado deplorável que temos nesta nascente diz claramente a que ponto chegamos em nossa cidade para vilipendiar o meio ambiente em plena área hoje ocupada pela riqueza e o investimento. Essa nascente fica bem próximo a avenida Getúlio Vargas. Essa nascente, assim como uma centena de nascentes que temos em nossa cidade, e os índios sabiam muito bem disto, água que brota da terra... Quero entender que poderíamos agir no sentido poético de partir de uma fonte da natureza, a mesma natureza que proporciona a vida e ao sairmos da nascente, da mina de água, do manancial, do MBA dos índios, do MBA dos pássaros, MBA dos Urus, passar pela avenida do progresso que avança ao sul. O retorno ao centro da cidade nos pode levar a PRAÇA PORTUGAL ou se tivermos fôlego, até o marco ZERO poderíamos chegar à Praça Rui Barbosa”, professor José S. Laranjeira. 

“Cada boi do agronegócio tem direito a espaço 20 vezes maior que cada indígena Guarani-Kaiowá em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Vejam, neste link, O QUE PODEMOS FAZER em termos de pressão pública para que os Guarani-Kaiowá tomem posse definitiva de suas terras:http://www.trabalhoindigenista.org.br/noticia.php?id_noticia=137”, Sônia Guarani-Kaiowá.

OBS DESSE MAFUENTO ESCREVINHADOR: Nessa semana estou um pouco longe de Bauru, à trabalho na cidade do Rio de Janeiro e aqui de longe tento manter atualizado o blog, com a publicação de um texto diário. Hoje, na correria, antes de pegar a pasta de trabalho e cair de boca nesse calor abrasador, posto alguns comentários sobre a causa indígena, que sempre faço questão de acompanhar e cobrar uma efetiva regulamentação. Dito posto, o caso dos Guarani-Kaiowá é algo revoltante e merece mesmo todos os protestos, pressões, lobbyes, abaixo-assinados, gritos, reuniões, cercos, etc. Estarei em todos, pois tenho certeza que a causa é das mais justas. Mas o que quero deixar aqui no fim do meu texto sobre essa e outras manifestações é algo bem simples. Temos sim a capacidade de continuar nos reunindo e protestando, como fazemos agora, mas cada vez mais com as causas nacionais e cada vez menos com as causas locais. Imagino como seria interessante e solucionante algo nesse sentido e com esse envolvimento grandioso com a causa do Mensalão Bauruense na AHB, o repasse do Hospital de Base para a provocadora de escândalos, a Famesp, que administra o Hospital Estadual de Bauru sem fornecer detalhes do que ocorre em suas entranhas. E ninguém propõe uma manifestação defronte o Escritório Político do deputado estadual Pedro Tobias. Adoramos nos manifestar contra os de longe e pouco ou quase nada fazemos com os escândalos daqui. Poucos citam os nomes dos nossos poderosos envolvidos nos escândalos locais. Eis minha crítica, só essa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

INTERVENÇÃO SUPER-HERÓI BAURUENSE (46)
HOSPITAIS EM VIA DE MÃO ÚNICA NA BAURU ATUAL, ESSE SÓ UM DOS MUITOS PERIGOS...
Guardião, o super-herói bauruense anda notando algo de muito estranho no quesito “hospitais” em Bauru. “De uns tempos para cá a grande maioria deles estão todos nas mãos de um único empregador, antes o governo estadual, alguns com ligação ao SUS e hoje um intermediário do governo estadual, a FAMESP. O que sobra disso é o Hospital da Unimed e a Beneficência Portuguesa, nada mais. Precisamos entender bem o que venha a ser isso”,  começa sua explanação.

A preocupação do Guardião faz muito sentido, ainda mais porque o noticiário em Bauru dos últimos dias informa que mais um, dessa vez o combalido Hospital de Base de Bauru, pertencente a até então a AHB - Associação Hospitalar de Bauru está passando também a FAMESP, depois da Maternidade Santa Izabel e do Hospital Manoel de Abreu já terem sido transferidos para seu domínio. Além dele, outro, hoje no boca de uma efervescente erupção vulcânica, o Hospital Estadual de Bauru, esse já concebido para ser administrado pelo mesmo grupo. Para responder o que seria mesmo esse grupo, Guardião se mostra bem atento: “Não podemos ser contra alguma coisa simplesmente por sermos, mas fundamentar isso. Existe uma preocupação e acredito que ninguém consiga me explicar o que venha a ser de fato e de direito essa FAMESP. Sabe-se que foi um organismo receptor de recursos, criado pelo governo tucano para que administre alguns dos hospitais paulistas, moldados à forma como entendem deve ser a saúde. O Estado repassa o dinheiro e eles administram, sem que o governo seja mais o empregador. Sobre esse repasse e uma prestação efetiva de contas, pouca coisa”, começa sua reflexão.
Não se pode ser contra tudo só por não gostar de uma gestão. Tudo bem, mas e quando algo começa a pairar no ar e existem poucas explicações sobre isso. “É o que acontece. Existe uma séria denúncia sobre a gestão atual do Hospital Estadual e ninguém veio a público ainda esclarecer nada. Pior é que os meios de comunicação parecem recuar de fazê-lo, ou ao menos questionar, fazer reportagens e mais um hospital de Bauru está sendo entregue de bandeja a eles, sem questionamentos e sem esclarecimentos. Existia uma negociação onde a Prefeitura Municipal iria assumir essa direção, o prefeito foi até a capital, ouviu, decidiu intervir e depois lhe deram uma banana, com a informação de que tudo já estava sacramentado e que a direção seria mesmo da FAMESP. Se querem saber o motivo maior de minha preocupação relato aqui de uma vez por todas: O Hospital de Base tinha como administração uma Associação com vínculo direito com pessoas ligadas ao governo estadual, indicadas pelo deputado estadual Pedro Tobias, líder do governo estadual, do seu círculo de influência e ela foi catastrófica, um caso de polícia ainda em andamento. Hoje, algo estranho dentro do Hospital Estadual, também com administração vinculada ao governo estadual, como já expliquei e ninguém querendo apontar o dedo e gritar: O rei pode estar nu. O que gostaria de ver acontecendo eram explicações convincentes da forma de agir da FAMESP e do escândalo envolvendo-os no Hospital Estadual. É o mínimo, minha gente, vamos ao menos abrir os olhos. E por fim só para fazer pensar, o Centrinho acaba de anunciar ter promovido uma grita geral, furdunço interno para que a administração do seu novo complexo hospitalar não fosse repassada para o Governo Estadual, nem FAMESP. Perguntemos a eles dos motivos e a partir daí um melhor entendimento disso tudo”, conclui o antenado menestrel da defesa das boas causas na cidade. Fazer pensar, reflexões necessárias, eis sua proposta, afinal Bauru tem um problema sério a ser resolvido na área da saúde e além do monopólio, tem um algo mais ainda oculto, deixando todos muito preocupados, cheios de dúvidas.
OBS.: Guardião é criação do desenhista Leandro Gonçalez e aqui nos meios internéticos recebe uns pitacos desse mafuento escrevinhador, o HPA.

domingo, 28 de outubro de 2012

RETRATOS DE BAURU (131)

BRUNO LOPES, REVOLUCIONÁRIO NO MODO DE PENSAR E QUERENDO AGIR
Bruno é esse garotão alto e sarado, praticante do fisiculturismo, 31 anos, curso de Direito concluído e empresário há sete anos, revendendo suplementos alimentares e além disso tudo, aguerrido torcedor do Esporte Clube Noroeste. Para quem não o conhece pode parecer a primeira vista um sujeito bravo, mas a impressão é pelo fato de falar o que pensa, quando pensa e na frente de qualquer um. Sempre foi assim, uma agitada e inquieta pessoa, revoltada com as injustiças e contra o pensamento único a dominar o mundo, bem ciente do que quer e de todos os empecilhos que terá que transpor para alcançar seus objetivos. Uma filha, seu lazer resume-se a fazer as coisas que gosta, como curtir um rap e frequentar o Estádio Alfredo de Castilho, presenciando seu time do coração jogando. Por três eleições tentou participar de uma reunião do Conselho Deliberativo, só conseguindo agora, pelo motivo de ter inscrito uma chapa, a diferenciada Noroestinos Organizados e Revolucionários de Bauru, a NORB, numa alusão clara e direta a outra sigla famosa, a da NOB, que tem tudo a ver com os trens e a maior empresa ferroviária que atuou na cidade. Está causando boas e más impressões, justamente pela coragem de dizer coisas até então pouco ditas, impactando mais pelo uso da palavra “revolucionários” no nome da chapa. Com um estilo mais do que próprio, Bruno não perde uma boa oportunidade de expressar um pouco do que pensa.
A ENTREVISTA (O pensamento de Bruno encabeçando uma chada para a presidência do E.C. Noroeste - Conhecer um pouco de como encara o futebol e entende o momento atual):
Por que o desligamento da chapa do Pedroso e a criação de uma nova?
Não me desencantei com ele, como chegaram a pensar. O Noroeste vive um ambiente político e o que fizemos foi uma estratégia para concorrer ao pleito. Estamos separando as chapas para fazer política. Separados, porém juntos. Nem ele, nem seu vice são associados, eu e o meu vice somos. Sai candidato para não impugnarem uma única e nada podermos fazer. Hoje, se a dele, a “Sangue Novo” não passar, a minha, a “NORB” passa. Estamos antevendo possibilidades, como num jogo de xadrez. Temos a mesma mentalidade, cientes de que uma vai sempre contar com a outra, tudo por que temos um tramite pela frente e não sabemos como vai ser, como serão os próximos lances desse jogo.
Não temem perder o patrocínio da própria Kalunga, primordial hoje?
De forma alguma vamos fechar a portas para todos e qualquer patrocínio. Queremos agregar. Não existe isso de ganharmos e a Kalunga sair. Existe um contrato e ele deve ser respeitado. Nunca tive contato com seu Damião ou qualquer dos Garcia, nem positivo, nem negativo. Penso que o negócio é abrir não fechar as portas. As críticas que fiz a eles é pelo desgaste, pelo modo como administraram o clube. Vamos ser vidraças também e toda direção tem que estar sujeita a criticas, protestos e manifestações. Não entendemos dos motivos de terem saído agora, pois faltava um ano e meio de mandato, não tinham motivo. Inventaram um para sair, mas iremos sim conversar muito com eles e com todos os outros. Não queremos e nem podemos perder nenhum patrocínio.
E esse nome “Revolução”, mais assusta ou aproxima?
Não podemos se atentar somente para a gramática da palavra. Sou uma pessoa mais áspera, dura, não tenho problema com ninguém e o que tiver que falar falo na lata. Isso não é motivo para desmerecer. O que propomos é o algo novo, a mudança de estilo e forma de agir. Isso não deveria assustar e sim agregar. Hoje não cuidam mais dos pequenos detalhes, pois chegou a faltar ingresso nas bilheterias e nesse momento, mais de 25 minutos do 2º tempo, estamos ganhando de 1x0 e ninguém foi lá mexer no placar. Eu enxergo tudo e não tenho papas na língua. Faz cinco, seis anos que estudo o Noroeste, me reúno, tento entender, leio, discuto e vejo que essa é a oportunidade de mudarmos tudo. A revolução que uso é mudar o modo como tratam e conduzem o Noroeste. Isso é até simplista. Revolucionário não é louco e ninguém administra sem estar com os pés no chão. Somos uma opção de trabalho diferente. Temos duas chapas na disputa e estamos juntos e quem dos dois assumir sabe que o outro estará junto para o que der e vier.
E o fato de estar só rodeado de torcedores, ninguém no estilo com grana para investimentos. Como encara isso?
Sabe o que eu tenho, eu tenho uma proposta. Tenho uma grande ideia e só vou poder coloca-la em pratica se estiver lá dentro. O mecenas que vai colocar dinheiro a fundo perdido não existe mais. Ficamos dez anos com essa fórmula arcaica, atrasada e dessa época não restou nada de sério, pois no dia seguinte estavam pedindo alimentos à cidade. Futebol tem que ser feito de outro jeito, ser administrado como time pequeno e também como uma empresa. A receita que tinham até então é a de um grande time de futebol, impraticável. Tenho ideias para multiplicar a receita, mas com essa estrutura atual é impossível. O custo até então é muito alto e precisa ser reduzido com responsabilidade e mostrando esse novo caminho. Tenho boas idéias. Tem coisas que não tem custo nenhum e não são feitas, como a utilização do estacionamento interno do clube. Como posso discutir algo sobre o patrocínio máster do lado de fora, impossível. É necessário enxugar gastos, não existe como nater uma estrutura de 1º Divisão com o time na 2º. Veja bem uma coisa, o prefeito Rodrigo não era nada dez anos atrás. Hoje é, o que quero ter é a oportunidade. Me alijar do processo porque não sou ninguém não aceito. Estou envolvido e quero trabalhar. Quero fazer diferente, a tão temida revolução.
E sua empresa, pensa em continuar tocando ela e o Noroeste ao mesmo tempo?
Quero priorizar o Noroeste, mas não abandonar a empresa., Vou me envolver em tudo, assistir jogos de todas as categorias e cuidade de cada detalhe. Hoje nem associado do clube alguém consegue ser mais. Fui barrado várias vezes e vejo quem critica é visto como inimigo. Depois de três eleições essa foi a primeira que consegui participar do processo. Hoje quando se fala em mudança muitos tem medo. Mudança não é o fim. Quero trazer o time de volta para a cidade e reaproximar a cidade do time, cuidando desde os pequenos aos grande detalhes, todos são importantes.
Sua chapa está completa?
Não. Lançamos somente os nomes do presidente e vicxe, mas dez nomes poderiam ser indicados. Só a encabeçamos, para depois de eleitos compor um time com convites entre muita gente que pode e quer dar o seu quinhão de participação para o Noroeste. Pensamos que se uma das duas for impugnada, a outra concorre e vice-versa. Não podemos ainda escancarar muita coisa do que pensamos, pois estamos agregando ideias, elaborando planos e com iniciativas para enxugar gastos e trazer receita. De seis a sete mini empresários já estão conosco.  O que não aceitamos é a colocação dessas duas chapas no bolo junto com a do Elias Brandão. Aqui ninguém convidou ninguém por brincadeira, sem avisar. Eu vivo o Noroeste e não brinco com o seu nome.

sábado, 27 de outubro de 2012

MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (199 e 200) e DICAS (99)

ATROCIDADES NA HISTÓRIA PAULISTA – publicado edição de 19/10/2012
O paulista conta vantagem como propagador de democracia, impulsionador da nação e pelo coronelismo não fazer parte do seu dia a dia. Ledo engano. Enxergamos os erros alheios e pouco os nossos. Quem espia a história de consolidação do Oeste Paulista fica horrorizado com as atrocidades cometidas no passado. Exemplos clássicos de coronelismo (ontem e hoje) em sua consolidação. Predominância de um verdadeiro faroeste, acobertado pelas autoridades, desde cartoriais às governamentais, onde quem tinha poder financeiro detinha o mando. Desse embate, a história precisa urgentemente ser recontada e terras e mais terras devolvidas aos seus verdadeiros e originais proprietários. No Oeste paulista predominou a grilagem de terras, verdadeiro rolo compressor, ocupando espaços, massacrando pequenos posseiros. Existe um consenso, a de que muitas terras no começo do século passado foram conseguidas na marra, com expulsão e assassinatos. Os posseiros chegavam plantavam e se estabeleciam, depois surgiam os grandes proprietários, se dizendo interessados em comprar glebas. Daí a carnificina que a história ainda oculta. Faziam, aconteciam e poucos tomavam conhecimento. Império da lei da vista grossa. Uma chaga. Nos disponíveis arquivos da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado, amostragem de uma época que uns dizem ter sido de “ouro” e outros, um “massacre”. Antológica a história do poderoso “suíço que desbravou a Alta Paulista”, Max Wirth (cliquem seu nome no google). Terror mais do que explícito. Em Bauru, toda a saga da Noroeste merece revisão. Pesquisem sobre quem foi Machado de Mello, truculento dizimador de índios, hoje dando nome à praça junto da Estação da NOB. Ainda endeusamos alguns dos algozes dessa terra. Observando a luta dos sem terra exatamente em cima dessas questões, conclui-se que eles pesquisaram e lutam pelo fim das injustiças. Ecos de uma ilegal conquista latifundiária, conquistada à bala e de solução ainda indefinida. Contar essa oculta história ajudaria a desvendar segredos da saga paulista.
PITACOS NO GOVERNO DO RODRIGO – publicado edição de hoje 27/10./2012
O primeiro mandato de Rodrigo Agostinho como prefeito de Bauru está chegando ao fim. Ouço do professor Dino Magnoni algo revelador sobre como ele acredita foi sendo construída essa nova liderança: “É cria do estilo Tuga de governar. Vivia despachando no seu gabinete quando secretário e foi sendo formatado nesse contínuo contato. Aprendeu muita coisa ali, o mesmo estilo, sem ouvir muito, tomando decisões meio que solitárias, isoladas”. Atuei do início ao fim no último governo Tuga, com liberdade de ação e poucos freios. Época de muita criatividade e poucos recursos em caixa. Recolocou as contas de Bauru nos eixos e muito do bom momento atual é devido à austeridade daquele período. Algo necessário, com seus prós e contras. Sim, Rodrigo é centralizador. Um desperdício manter tarimbadas pessoas no seu Gabinete e não utilizá-las nem para meras consultas, papos e conselhos. Lideranças só tomam conhecimento de procedimentos na efervescência da discussão. Fez suas escolhas e não cria problemas para os impostos no seu staff. Os perpétuos, com “costa quente”, grudados no costado governamental, mais metendo os pés pelas mãos do que contribuindo são os que mais criam problemas. Não sei se ele é induzido ou apoia tudo o que acontece na Saúde, como criação da Fundação. Ia assumir o Base e levou uma banana do Governo Estadual. Tudo ficou por isso mesmo. No mínimo esquisito. Encerro com um elogio. Elegi o melhor servidor dentre os cargos de confiança do primeiro mandato: Eliseu Areco Neto, o Secretário de Obras. Seu mérito é fazer sem alarde o que precisa ser feito. Não se envolve em divididas, não trai, não joga contra e nem faz acordo com a parte contrária. Um executor na acepção da palavra. Simples, cordato, vestiu a indumentária da administração e dela faz impecável uso. Fardamento sujo, mas com suor. Seu lazer, onde recarrega energias é expondo a cara nos lugares onde se toca a melhor MPB da cidade. Ele não se esconde, outra vantagem.
Obs: Uma lembrança, esse é meu 200º texto no BOM DIA Bauru, quatro anos de escrevinhamentos...
 
VAMOS ÀS DICAS: 1) Hoje, 27/10 um show inusitado, num local onde só ocorrem shows com MPB DE PRIMEIRA qualidade. O horário é 21h30, o local é na denominada Sala Brasil, que fica na confluência das ruas Caetano Sampieri com Henrique Savi. Para quem não sacou ali é a Escola Clave Musical, tocada pelo maestro George Vidal e sua esposa Maria Célia Vidal. Os concertos ali apresentados são recitais de alunos, profissionais renomados e gente do ramo, ou seja, tem que passar pelo crivo de saberem muito bem o que estão a fazer. E hoje por meros R$ 10 reais acontece o show “NUNCA PARE DE SONHAR”, com a reunião de gente inesperada e cheia de talento. 2) Hoje, 16h, debaixo dessa lua de forte calor e sem brisa o Noroeste joga uma cartada decisiva contra o Capivariano e lá estarei para dar meu apoio e fazer o que gosto, assistir jogos do meu time do coração. Faço durante o jogo uma entrevista com Bruno, um dos torcedores que apresentou proposta para ser presidente do time. Como criticar algo que não conhecemos: com essa proposta, espero que todos a partir de amanhã o conheçam melhor. 3) Amanhã 19h no palco do SESC por preços inimagináveis quem apresenta seu show é ALCEU VALENÇA, um dos que tenho quase tudo em vinil aqui no Mafuá. Show para ficar na fila do gargarejo e cantar junto com ele suas belas canções. 4) Vingou mesmo a exposição na feira amanhã. O JC, edição de hoje dá um belo destaque com chamada de 1º página e capa no Caderno Cultura, com o título, “FEIRA LIVRE REVISITADA”. Sintam o que poderá ocorrer por lá lendo a matéria escrita pela própria Luciana Franzolin: http://www.jcnet.com.br/Cultura/2012/10/feira-livre-revisitada.html.  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (52)

BALAIO DE GATOS DE SEXTA: MENSALÃO, REFERENDUM, BALCÃO DE NEGÓCIOS E SOMATÓRIA VOTOS
1.)
Está sendo divulgada por esses dias uma matéria que a revista mensal “Retratos”, antiga Retratos do Brasil, do jornalista Raimundo Pereira produziu sobre os desvios no julgamento do mensalão. O texto é longo mas vale muito e pena ler na íntegra, pois foge bastante do que a mídia tenta impor como crime de lesa pátria, sendo algo dos mais perigosos, pois além de fortalecer um Judiciário tão problemático como qualquer outro órgão decisório desse país, estão alterando formas de julgamento, fazendo-o por indícios e não com provas concretas. Ou seja, está na cara que o que está em jogo é penalizar um dos lados da corrupção brasileira e isentar, desprezar as demais. O texto está aqui reproduzido: http://www.brasil247.com/+q45ef

2.) Quem como eu acredita que outro mundo é possível fica radiante com notícias iguais a essa. O Referendum Islândes e os Silêncios da Mídia – Os cidadãos da Islândia referendaram com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais. O jornalista Mauro Santayana, um dos ainda remanescentes do hoje só virtual Jornal do Brasil RJ, publica no site Carta Maior esse texto a demonstrar que o neoliberalismo é mesmo uma roubada e que a saída está em outro lugar: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5821. O vídeo é tão grandioso quanto o texto. Mais que isso, aqui se percebe claramente o que a mídia quer e o que ela não quer divulgar. Falar de movimentos no Cairo, Líbia, ruas de Nova York pode, mas do que de fato ocorreu na Islândia, uma revolução silenciosa e vitoriosa, não. Eu me encanto com isso, afinal O POVO NÃO PODE PAGAR PELA CRISE GERADA PELOS RICOS.

3.) Roque Ferreira publicou um texto no Bom Dia de quarta, 24/10 e depois reproduzido no facebook, o “Mandato não é balcão de negócios”
(http://www.facebook.com/groups/baurusp/permalink/330421037057284/). Assim como muitos, fui um dos que disse ao vereador Roque que ele será um dos únicos opositores da próxima administração, mesmo pertencendo ao suposto grupo partidário que o elegeu e o fiz na cessão dos livros do sr Arconcio para a Cultura, terça, 23/10. Ele demonstra não gostar disso e me explica algo mais sobre os malefícios dos que querem ser oposição só por estarem de outro lado. Entendo como age, defendo sua forma de ação e quando li sobre a vereança não ser balcão de negócios, acredito que além de escrevermos sobre isso, precisamos criar meios de não permitir que vereadores mantenham esse procedimento. Todo aquele que mantiver um só cargo dentro da administração deveria ser cassado, pois não terá a mínima condição de fiscalizar o executivo. Por que não, Roque, criarmos algo para denunciar quem age dessa forma clientelista? E por que não fazer já uma lista de todos os que já fazem isso agora? Ajudaríamos muito o sr prefeito, eliminando procedimentos de apoiadores que só mantém apoio dessa forma. Vejo tantas entidades se dizendo fiscalizadoras, evacuando regras e procedimentos, mas quase nada sobre isso. Se o Adilson da Banca permitir fixaremos lá um cartaz com os nomes de todos vereadores com apaniguados na Prefeitura, numa exposição permanente de quem horroriza essa cidade.

4.) A mídia brasileira insiste em maldizer um dos partidos brasileiros e beatificar outro. O confronto maior entre as duas legendas ocorre na capital paulista. De um lado do ringue, Serra, do PSDB e do outro Haddad, do PT. São irmãos nas maledicências, mas um é abençoado pelo mídia, outro ezecrado. Mesmo com toda a criminalização promovida pelos ditos perseguidos meios de comunicação (sic), algo eles escondem em todos em seus noticiários: Quem foi mesmo o partido com mais votos computados nessa última eleição? Por que eles não escrevem nada sobre isso? Quem vocês acham que poderia ser esse partido?

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

UM LUGAR POR AÍ (30)

FOTOS DA E NA FEIRA, LUCIANA FRANZOLIN ENTRE FRUTAS E VERDURAS
Corria o ano de 2007 e atuava na Secretaria Municipal de Cultura juntamente com o secretário Vinagre e o agitado(r) Diretor de Ação Cultural, Sivaldo Camargo. Podemos ser acusados de uma pá de coisas, mas esse intrépido trio não media esforços para realizar e propor atividades culturais ininterruptas. Tínhamos um motorzinho acoplado aos pés, mãos e mentes. Não parávamos um instante sequer. Boas recordações daqueles quatro anos (2005 a 2008) como servidor municipal. São tantas histórias e uma delas tento revivê-la aqui nesse momento.

O Moisés Bastos, da Associação dos Feirantes sempre nos pedia atividades no interior das feiras, principalmente em agosto na comemoração do Dia do Feirante. Promovemos algumas e em 2007, com palanque na esquina na 1º Agosto com Gustavo, parte da Banda Municipal abrilhantou um show grandioso e no meio da feira montamos uma barraca (cedida pelo Sivaldo) com o intuito de expor aos frequentadores do local fotos tiradas pela fotógrafa LUCIANA FRANZOLIN (http://www.lucianafranzolin.co.uk/).  A exposição deles já havia ocorrido, mas não na feira e foi o que fizemos. Ela foi reconhecida como uma agitadora cultural de Bauru até que, em 2003 ir morar na Inglaterra. As fotos foram tiradas bem antes disso e naquele ano, criamos um ambiente tentando reviver uma antiga banca de feira, com balanças, grandes baciões, caixas de madeira espalhadas pelos lados e outros adereços. Foi uma festa, pois ao chegarmos ao local Moisés foi nos apresentando aos feirantes e cada um trouxe um pouquinho do que vendiam e na nossa tinha de tudo um pouco. E nesse ambiente fixamos as fotos da Luciana, algumas com prendedores de varal, outras enterradas no meio de um feijão a granel e assim por diante. Muitos se interessaram por comprar as fotos e isso serviu como alento para todos, como um reconhecimento e por terem gostado do resultado apresentado. Foi um sucesso e até hoje nos pedem para repetir a estripulia.

O momento chegou. Luciana está dando mais uma passada pela sua terra natal e ontem à noite lá num show de blues do SESC, falei a ela do contentamento que foi fazer aquela exposição e junto do Sivaldo propomos a ela reviver tudo no próximo domingo. Ela, que continua tão agitadora como dantes, topou na hora e adiou para segunda uma viagem para Sampa junto do marido Alex, também fotógrafo (nascido na ilha de Chipre, meio grego, meio turco, homem do Mediterrâneo). E a exposição será revivida, provocando um corre-corre danado entre os envolvidos: ela, eu, o marido, Sivaldo, juntando no bolo, claro, a Cultura, os organizadores da feira e os próprios feirantes. Tarefas distribuídas, o algo mais estará ocorrendo com uma divulgação que deverá ocorrer a partir de hoje. E assim reviveremos algo que já foi apresentado ao público, mas dessa vez, com a presença in loco da fotógrafa, cheia de histórias para contar, cheia de luz, cheia de encantos e também correndo muito por aqui nesses dias, pois acaba de ministrar dois workshops de fotografia na cidade e está prestes a realizar outro na capital. E tem só mais uma semana de Brasil. Revê-la para um bate papo, colocando as conversas em dia é algo que o ambiente da feira irá proporcionar a todos os que por lá estiverem. O convite está feito...
Crédito: Todas as quatro fotos pequenas são do acervo da Luciana e fazem parte da citada exposição.

OUTRO EVENTO:Gisele Costa foi candidata a vice-prefeita na chapa do PSTU esse ano aqui em Bauru, servidora municipal e uma das nossas boas novas lideranças políticas. Dessas que enfrenta o que vier pela frente e com boa argumentação para o debate. Preparada e ciente de sua missão. Vai longe e essa caminhada terá mais um passo nos próximos dias. Ocorrerá na Unesp Bauru, nos dias 26/10 (sala1) e 17/10 (sala 12), sempre às 19h, o ENCONTRO AMÉRICA LATINA: POLÍTICA E CULTURA e fui convidado por ela a paricipar. A organização é do Grupo de Pesquisa  América Latina e Marx: Movimentos Sociais, Partidos, Estado e Cultura da Unesp/Bauru. O evento tem por objetivo promover discussões acerca de dos pontos: a crise internacional, os movimentos sociais latino-americanos, os governos sul-americanos, bem como, as questões educacionais e culturais na América Latina. O Encontro contará com palestrantes da Argentina, do Brasil e do Paraguai: Alejandro Iturbe – economista argentino e editor da revista Correio Internacional, Élio Neves – brasileiro e dirigente da FERAESP – Federação dos Empregados Assalariados do Estado de São Paulo, Ronald Léon Nuñez – sociólogo paraguaio e o mediador será o professor Luiz Fernando da Silva, sociólogo e docente da Unesp. Discussões sobre a falta de integração brasileira ao latinismo são sempre bem vidas, pois ainda conhecemos mais dos ídolos do cinema hollywoodiano do que algo sobre os grandes líderes que movimentaram a história da América Latina. Eis uma oportunidade de revertemos isso.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BÁU (42)

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI – O ACERVO DO ARCONCIO E O ALHEIRO DE BICICLETA*
Esse título aí de cima é o de um dos livros do acervo pessoal de ARCONCIO PEREIRA DA SILVA, o velho militante comunista de Bauru, falecido meses atrás aos 96 anos, que ontem foi repassado aos cuidados da Biblioteca Municipal de Bauru. Arconcio deixou muitas histórias e uma infinidade de gente a admirar sua trajetória e lealdade aos princípios que escolheu crer e seguir. Não existe em Bauru nenhum militante das causas sociais que não o reverencie como um dos poucos símbolos da luta contra as injustiças do capitalismo. Décadas e mais décadas de persistente luta. Um resistente como poucos.

Com a sua morte, a esposa Zuleide Julia de Souza Silva, 60 anos acabou mudando-se da casa onde residiram os últimos meses e muita coisa do que havia na residência ela foi obrigada a dispor. Dentre essas coisas os poucos livros que ainda permaneciam com ele e os manteve com muito carinho até o derradeiro dia. Zuleide me procurou para ver se não
queria ficar com os livros. Não achei conveniente e sugeri alguns lugares. Depois de alguma conversa sua decisão recaiu para que tudo fosse doado para a Biblioteca Pública Municipal de Bauru. “Foi o melhor, pois ficando tudo numa biblioteca pessoal, poucos teriam acesso a esses livros. Já na biblioteca, todos os que fizerem uso desses livros, terão em sua primeira página carimbado ter ele pertencido ao acervo pessoal do Arconcio”, conta Zuleide.

Elson Reis, o Secretário Municipal de Cultura comprou a idéia de cara e tudo foi repassado para o acervo da biblioteca ontem terça, 23/10, 15H, numa solenidade simples, porém com um profundo significado.
São quase 3 dezenas de livros que versam, entre outros assuntos, sobre a História do movimento operário, História de ex-combatentes contra a Ditadura Militar e literatura marxista em geral. O vereador Roque Ferreira representando a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania da Câmara dos Vereadores de Bauru, juntamente com Carlos Pittoli, representando  Grupo Bauru Memória e verdade, o Secretário de Cultura de Bauru, Elson Reis, juntamente com a viúva Zuleide. 
* Um dos livros que mais me instigou na juventude foi essa biografia de Paulo Cavalcanti, cujo mesmo título dei para esse escrito. Agora sei que para reler a obra bastar me dirigir à Biblioteca Municipal.
 

O ALHEIRO DE BICICLETA - Algo que faço questão de registrar e observar pela cidade são as pessoas que trabalham com afinco na labuta pela sobrevivência. Em ofícios diferenciados, cheios de criatividade os brasileiros arregaçam as mangas e vão á luta pelo pão de cada dia. Não existe como ficar indiferente a essa imensa legião de pessoas, que para muitos são os invisíveis do planeta. Ontem revi um desses, figura muito conhecida na noite bauruense, o sr Roberto, que com sua bicicleta circula por quase todos os restaurantes e bares da cidade, com uma caixa plástica adaptada como carroceria de seu meio de locomoção e ali acondicionados pelos menos 20 kls de alhos, selecionados por eles, embalados em sacos plásticos de um kilo cada. Possui uma clientela que já o adotou e vai de lugar em lugar, esbanjando simpatia, com a calça presa na canela por um elástico para não prender na corrente da bicicleta ou de bermuda, como ontem, distribuindo o produto que encomenda junto com um feirante de produtores distantes e qualidade comprovada. Ontem chovia muita na cidade e mesmo assim, com uma improvisada capa de plástico transparente, ele circulou pelos pontos onde tinha venda marcada e fez o que faz todo dia, debaixo de chuva, calor, frio ou seja lá o que for, trabalha e ganha o seu honestamente.Eu bebericando minha cerveja no final da noite e ele ainda suando pelo seu dia ainda não ganho. Roberto vende cada saco de alho a R$ 16, dos grandes, bem graúdos e pede que aos interessados basta uma abordagem. Encantadora pessoa.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (78)

TEORIA E PRÁTICA DE VIDA DE ALGUNS ILUSTRES PERSONAGENS
1.) Wagnão é o proprietário do General Bar, ali na Monsenhor Claro, ponto tradicional de bebericagens de unespianos e afins. Cardápio delirante, tudo capitaenado pela esposa, o casal comanda a famosa esquina há mais de vinte anos. Ele é desses que faz questão de sentar e papear com os clientes e tem uma sapiência diferenciada no quesito dirigir um estabelecimento com o verdadeiro padrão a merecer o nome de Botequim. Nos papos, sempre boas risadas, mesmo com a seriedade do ex-bancário (ex-bradesquiano, como eu). Ontem à noite me disse que muitos não acreditam que tudo o que conseguiu amealhar na vida tenha sido conseguido de forma honesta. A resposta para esses é sempre uma só: “Eu sigo a Teoria do Ficante e não a do Traficante. Eu sou um ficante, pois fico detrás desse balcão 14h por dia. É dessa forma que consegui tudo o que tenho”.
2.) Travestis sempre nos passam boas lições, de macheza (quer coisa mais macha do que eles ao se assumirem como são?) ou de como enfrentar as durezas dessa vida de peito aberto. Um que está na cidade há menos de trinta dias, a Jessica, oriunda de Natal RN apregoa aos seus clientes e considerados uma teoria das mais respeitáveis para as negociações comerciais que estabelece com o seu corpo. “Não costumo passar mais de trinta dias numa cidade, pois enquanto sou novidade cobro um preço e depois disso, os clientes já não me olham com cara de novidade e o preço do produto cai bastante. Homem enjoa de qualquer coisa em 30 dias e como no meu negócio o importante é o rendimento, sempre me renovo em busca do novo. Bato asas como uma borboleta”, explica.
3.) Um senhor no portão de minha casa virou uma espécie de cliente. Bato longos papos com ele, mendigo assumido. Não quer saber de outra vida e mesmo tentando mostrar-lhe outras possibilidades, não existe jeito de reencaminhá-lo para um convívio normal (sic). Prefere às ruas e na última vez me traz um livro do escritor Roberto Freire na algibeira. Fico maravilhado com sua leitura, com as anotações que faz e lhe prometo outro do mesmo autor. Ontem na Feira de Troca do Senac encontro o que queria, o “Ame e Dê Vexame” e estou louquinho de vontade de que volte rapidamente ao meu portão para lhe entregar o novo. “Um livro como esse me liberta ainda mais. O difícil para mim é gostei desse e dele já não consigo mais me separar e não sei como procederei se descobrir outros, pois não tenho como carrega-los, minha bagagem é só essa mochila”, me diz. Tentarei lhe repassar outros livros e oferecer uma caixa aqui em casa como local para guarda-los, podendo pegar e levar nos momentos que quiser. 
4.) Moacyr é esposo de minha sogra, um retinto senhor paulistano, que aos 80 anos traz consigo muito do que sempre admirei em Adoniran Barbosa, o amor pelos bairros boêmios da capital paulista. Curte a longevidade com sapiência e hoje anda entristecido com a mãe, 92 anos e entrevada na cama, sem doenças, mas sem forças para mais nada. Ouço dele o que o médico lhe disse sobre a velhice saudável de uma anciã nas condições da sua: “Ele me disse que minha mãe só morrerá por falência de órgãos, quando alguns começarem a pifar, pois ela está senil, na cama, mas com uma saúde de ferro. Tá tudo no lugar, tudo funcionando, mas peças desgastadas pelo tempo e que ela irá definhando pela perda lenta dos órgãos. Chegou nessa idade com tudo funcionando e só irá embora quando a máquina for parando de funcionar, peça por peça”.
5.) Vera Tamião é diretora aposentada de escola e cuida da mãe, acima dos 80 anos, essa padecendo de Alzheimer. Sua mãe sempre foi uma adoradora dos clássicos da MPB, cantou boa parte da vida, mas hoje esqueceu disso tudo. Vera continua insistindo e a leva para passear em lugares variados, como o show no último sábado com a Zezé Motta no Teatro Veritas, da USC. Numa roda me disse: “A trago nisso tudo, mas é triste vê-la acordar amanhã e não se lembrar de mais nada”. Lindo mesmo foi presenciar quando Zezé resolve percorrer a plateia com o microfone e ir repassando para que cantassem com ela trechos de “Chega da Saudade”, de Tom e Vinicius. Nessas coincidências da vida o microfone acaba nas mãos na mãe da Vera e ela canta maravilhosamente trechos inteiros, relembrando tudo para espanto da filha. A música produz causas e efeitos extraordinários na vida das pessoas, esse um deles.
OBS.: Todas as fotos a ilustrar esse texto foram tiradas no show da Zezé Motta em Bauru.