sábado, 31 de outubro de 2020

PERGUNTAR NÃO OFENDE (165)


PERGUNTAS PARA SEU RAUL...
Período eleitoral é bom a gente estar prevenido e se der de cara com o cara, o tal do candidato - aquele que já se acha eleito, o Raul, um que só gosta de ser chamado quando seu nome vem antecedido de um robusto DOUTOR, lhe desferir algumas perguntinhas previamente pensadas. Pensando nisto juntei algumas delas e outras poderão vir, desde que conte com a ajuda e contribuição dos que aqui me leem:

1 - Seu Raul, tempos atrás disse textualmente que não acreditava muito da qualificação dos médicos cubanos, quando alguns destes aportavam em Bauru. Ainda pensa da mesma forma e hoje, com o que analisamos fizeram na cidade, crê que fazem falta ou nunca precisamos deles?
2 - Seu Raul, ficaste famoso quando o bloco Bauru Sem Tomate é Mixto saiu cantarolando no carnaval, "Bauru cidade sem mixaria", devido a sua fala, que médico brasileiro não trabalha por mixaria, ainda devido a polêmico com a chegada dos médicos cubanos. Ainda pensa o mesmo, que estes profissionais devam merecer remuneração acima da média nacional? Acredita que existam atividades profissionais de e para privilegiados?
3 - Seu Raul, dizem que é durão paca no relacionamento com quem trabalha contigo, tipo não deixar nem emitir opinião, pois já tem a sua formatada e prontinha para uso. Como pretende agir se eleito, por exemplo, no trato com o funcionalismo público municipal? Discordar de ti será motivo para colocar o funcionário no limbo?
4 - Seu Raul, não acha que não cola isso de ficar apregoando ser diferente do outro candidato, o também prefeito Gazzetta, pois até bem pouco tempo eram carne e osso, dupla grudadinha - lembra da dupla RG? - e quando analisadas ambas propostas de Governo, se parecem em tudo, inclusive a que privilegia as camadas mais abastadas da cidade. Não seria jogo de cena e depois de eleito, seguir na mesma toada, trocando seis por meia dúzia?
5 - Seu Raul, aquilo que o Marivaldo do Drone desferiu como pressão pra cima de servidora municipal, essa comprometida com outro candidato, é algo que o preocupa? Enfim, diante de sua postura centralizadora, o funcionalismo num todo, estes vão poder continuar emitindo e tendo opinião própria e dela fazer uso sem sofrer represálias? Vais permitir esse arroubo democrático quando a opinião do chefe é outra?
6 - Seu Raul, sem delongas, pelo que se sabe, se eleito, vai ser controlador e também bloqueador. Não adiante se reunir, por exemplo, com o pessoal do Carnaval e já ter decisão tomada de não investir um centavo na festa. Essa festa popular, a maior brasileira, não merece atenção do poder público, até por tudo que trás de retorno para Bauru?
7 - Seu Raul, acha normal um candidato já sair se vangloriando por estar na frente nas pesquisas e em algumas ocasiões cometer o deslize de já falar como se prefeito fosse, falando como num pedestal já distante de tudo o mais à sua volta?
8 - Seu Jair, ops, digo, seu Raul, o SUS acaba de sofrer uma agressão das mais sérias do atual presidente da República e sabemos tens admiração pelo mesmo. O que pensas a respeito do SUS, do serviço prestado e de profissionais que o criticam, mas assim mesmo, despejam lá toda cirurgia de alto custo, pois sabem que lá serão efetuadas? E mais, qual sua opinião dos profissionais que se servem do serviço público de saúde, efetuando ali cirurgias subfaturadas, recebendo duas vezes por seus serviços?
9 - Seu Raul, como vai tratar as questões ambientais na cidade, uma vez que és oriundo do PV e portanto, atento à preservação de nossa reserva ambiental no entorno da cidade? A especulação imobiliária terá assento e força nos bastidores das decisões se eleito for?
10 - Seu Raul, os movimentos sociais estão aí, pleiteando o que lhe cabe nisto tudo e como nunca foi visto ao lado destes, ouvindo-os e se manifestando favorável a nenhuma de suas reivindicações, como espera ser este relacionamento se eleito? Hoje a demanda por terra para moradia popular é algo latente e pulsante, daí resolverá a questão como tantos outros, simplesmente não os escutando e promovendo mais e mais desapropriações destes e não dos grandes proprietários, com terras e terrenos ociosos?

São tantas as questões, mas permaneço em dez, de bom tamanho para começar a estreitar relações perguntativas com o CANDIDATO Seu Raul, um dos mais de dez se apresentando como propensos a assumir a pinimba bauruense.
Em tempo: Muitas destas perguntinhas servem também para outros candidatos, a maioria muito parecidos, diferindo somente na apresentação, nas vestes, diria.

80 ANOS DE MILTON DOTTA - DIA PARA RELEMBRAR ALGUÉM DE GRANDE PORTE E ENVERGADURA
80 anos não é pra brincadeira, ainda mais quando se é oposição na maior parte do tempo de vida, combatendo não só as mazelas destas plagas, mas as nacionais, federais e institucionais. Pois este senhor, MILTON DOTTA está hoje completando data redonda e cheio de gás, com a cabeça em pleno funcionamento, não tendo mudado um milímetro de como sempre a colocou em funcionamento. O gajo não muda, inflexível e arrebatador, pois sabe muito bem se posicionar e dali não arreda pé. Foi assim a vida inteira e relembrando seus feitos, onde já se meteu, algo para louvar, render baita homenagem por serviços prestados em prol da coletividade. Dotão é gente de fibra, desses que, desde muito moço se colocou ao lado da defesa intransigente das grandes questões nacionais e por ela fez a trajetória de toda uma vida. Incansável em tudo o que faz, possui dentro de si a sensibilidade de enxergar no próximo não algo a ser vilipendiado, ultrajado e oprimido, mas ajudá-lo a ser mais e mais, crescer e vicejar. Essa luta pelas igualdades sociais tem seu preço, Dotta pagou todos os seus ao longo do tempo e isso contarei em breve num bate papo com ele, em mais um Ao Vivo Lado B, pois ouvi-lo é também saber algo mais da história de Bauru, uma ainda não revelada, muito menos contada pelos nossos livros. Dotta sabe muito dos acontecimentos nestas plagas e memória viva, hoje merece o fraterno abraço deste escriba e também amigo, grato por tudo o que ele sempre nos proporcionou de resistência e luta. Bravo guerreiro...

ALGO DESTE TIPO SEMPRE PODE, MESMO EM TEMPOS DE PANDEMIA
Decidem que o Carnaval não mais ocorrerá, tudo restrito, confinado e sem aglomerações. Acertadamente, não opino pela realização, pois sei dos riscos, mas nem tudo ocorre desta forma e jeito. Hoje mesmo, na capa do Jornal da Cidade uma foto de algo que sei, deve ocorrer mas só nas hostes mais abastadas da cidade, pois a periferia, desconfio nem sabe direito o que venha a ser isso de Halloween. No texto do jornal insistem, talvez para já amenizar as críticas que, "estarão sendo seguidas todas as medidas protocolares de segurança e garantia de vida". Balela, conversa pra boi dormir. Neste Brasil dominado pela insensatez, intolerância e radicalismos algo desta natureza não assusta mais ninguém. Por aqui sempre vigorou uma lei, que deve ser seguida à risca pelos súditos, os "marias vai com as outras". Fazem de tudo e mais um pouco pela reabertura das escolas, até com buzinaço diante da Prefeitura, algo meio mandraque, com gente dono de escola a comandar a manifestação, assim como em eventos de cunho comercial, ou nem isso, de simples reprodução de algo que nada tem a ver com a nossa cultura, mas reproduz o que alguns adoram fazer, copiar em tudo tudo o que vem dos Estados Unidos, como fosse coisa das mais alvissareiras. Eu me espanto com a forma meio contorcionista que alguns se utilizam para deixar transpirar ser normal a realização de alguns eventos, mesmo ainda em plena pandemia, mas outras, nem pensar. Reproduzo a capa do jornal e me mantenho longe de algo desta natureza, até porque gosto mais mesmo é de sacis e festas bem brasileiras e devo estar mesmo cada vez mais fora da frequência, pois nunca onde frequentei durante meus tempos de arruaças pelos quatro cantos desta cidade e alhures, vi algo sendo feito sobre essa festa, para merecer tamanho destaque. Eu e o pessoal do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto estamos matutando aqui onde nos encontramos, na reclusão quarentenal, sobre como vai ser a arruaça do ano que vem e pelo que já sabemos de antemão, tem candidato que se eleito, já apregoa da boca pra fora que o Carnaval acabou. O do bloco para acabar vão ter que descer a ripa nos nossos costados, pois descendo ou não a Batista em 2021 algo irá acontecer e a denunciar as obscenidades destes tempos e seus protagonistas personagens. Agora, deste tal de Halloween, onde mesmo rola algo dele neste momento? Me digam pra saber quem vai nessa onda...

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

COMENTÁRIO QUALQUER (207)


SE OS RAZETTAS SÃO IDÊNTICOS, QUEM ENTÃO SERIA A OPÇÃO PARA FUGA DO LUGAR COMUM?
Os dois candidatos "ainda" liderando as pesquisas para prefeitos em Bauru já ganharam uma alcunha os acompanhando por onde circulem. "Lá vai o Razzetta", dizem para Raul de Paula, este adorando ser também chamado pela titulação de sua profissão a anteceder seu nome, doutor. "Lá vem Razzetta", dizem para o atual prefeito, Clodoaldo Gazzetta, concorrendo á reeleição. 

Sendo assim já alcunhados umbilicalmente, o que teria de fato gerado o apelido? Enfim, eram tão amiguinhos, militaram na mesma agremiação partidária por tanto tempo, dividiam ideias e ações em tudo, confidentes para tudo, o que os separou e os fazem hoje se ter a noção de estarem se digladiando?

Alguns dizem que a briguinha é para inglês ver, pois motivos não existem para desavenças, uma vez representarem a mesmíssima coisa. Ou seja, para os tais donos do poder local, os que manipulam os interesses dos afortunados destas plagas tanto faz um ou outro, pois para felicidade destes tudo continuará como dantes, sem alterações, percalços e desvios de rota.
O problema é se algo fugir deste script e um outro candidato, com proposta bem diferente conseguir chegar perto do gosto popular. Claro que não vai ser ninguém como Sandro Bussola, Edu Avallone, Valle ou a Suellen. Todos disputam algo muito parecido. Existe uma proposta com viés popular, propondo de fato algo diferente do proposto pela maioria e quem a propaga é o PT, com o candidato Jorge Antonio Soriano Moura

Quer entender de fato o que venha a ser isso? Explico em poucas palavras. Hoje a tarde recebo ligação de conhecido, candidato a vereador por um partido X na cidade. Pede os contatos da direção petista, pois chegaram na conclusão que, o único a poder fazer frente a tudo o que já está se sacramentando na cidade e após ver todos pelo horário eleitoral é o do PT, Jorge Moura. Debandadas como essa são demonstrações de que, algo é possível. Comparando de verdade, percebe-se onde está a real proposta não vindo para repetir o que já vem sendo feito. A coisa pode, deve e precisa mudar, enfim, não se trata de reforma e sim transformação. Vamos juntos?

EDUCAÇÃO E A CABEÇA DE MANDATÁRIOS
Uma verdadeira aberração o que leio no JC, "Jaú quer escolas cívico-militares - Projeto de Lei enviado à Câmara e tramitará pelas Comissões Permanentes antes de seguir para votação em plenário" (Eis o link: https://www.jcnet.com.br/noticias/regional/2020/10/739570-jau-quer-escolas-civico-militares.html)
. A proposta são unidades coordenadas pela Secretaria de Educação em parceria com militares da reserva, passando a ter como base o padrão militar de ensino nas unidades educacionais da cidade. Perceberam a profundidade do que está em curso no país? Me espanta alguém como o atual prefeito, Rafael Agostini, oriundo do PT, portanto, com um minimo de bom senso social entrar nessa de mão beijada. Este o pais de hoje, onde a Educação está sendo entregue aos auspícios da ordem militar, prescrevendo aos jovens oriundos das classes mais pobres a resignação como norma de conduta, enquanto aos filhos das classes mais abastadas, estes terão ensino dentro dos preceitos mínimos exigidos para se ter bom discernimento na vida, conhecimentos elementares para não aceitar tudo e contestando, inquerindo, consigam ao menos não ser ludibriados. Nas justificativas da implantação alegam que assim evitarão evasão escolar, baixo desempenho e redução de níveis de violência. Na cabeça destes, a solução é implantar o estilo militar pra tudo, inclusive nas salas de aula. Em breve também com Toque de Recolher. Pior não poderia ser. Belíssima despedida do sr Rafael lá em Jaú. Sem palavras para melhor designá-lo.

O POETA, O CADEIRANTE E ESTE JOGADO DE CIMA DO VIADUTO
A sensibilidade do poeta para a morte violenta de um dos tantos invisíveis do lugar onde moramos. Antes de ler a poesia abaixo, leiam a matéria do JC sobre o tema: https://www.jcnet.com.br/noticias/policia/2020/10/739769-cadeirante-morre-apos-ser-jogado-de-viaduto-no-centro-de-bauru.html?fbclid=IwAR0ni_rsCS3YG4nTdzuovt-7lvLtOwjegTrYCWRR4SrIgDJlU6fQjgQoLMg 
O POETA E OS CADÁVERES
Escrevo poesia como quem conta cadáveres,
como quem recolhe cadáveres espalhados no chão do bosque
ou da cidade deserta ao entardecer
quando as cores são indecisas como a dor do caramujo em sua casa.
Um cadeirante foi jogado do alto do viaduto por um assaltante
porque não tinha dinheiro
e entrou no poema muito desgraçadamente
sujando as suas flores na janela com um baque surdo,
com um baque que não para de repercutir.
Um homem circunspecto disse que eu tenho o sofrimento na cara,
mas errou: o sofrimento está sempre nas palavras.
As palavras sangram antes de nascerem.
Eu queria ter um cachorro para me lamber as feridas,
isto é, para me lamber as palavras", José Brandão.

CHEIRO DE COISA MANDADA
Eis matéria do Jc, edição de hoje, "Por colta as aulas mães fazem buzinaço na Prefeitura";
https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2020/10/739775-por-volta-as-aulas--maes-fazem-buzinaco-na-prefeitura.html?fbclid=IwAR3RQBNTT0VG14OTtzzGBAE1uHBJ6kgrY5L3Z98slpa9sMDM51yCLOtZeMo
Impossível crer que tudo ocorreu naturalmente, diante do fechamento da Europa diante do aumento dos casos, a não descoberta de nenhuma vacina confiável e muita insensibilidade em quem quer de fato deixar as crianças voltarem pras aulas com tudo ainda em pleno andamento. O que estará por detrás disto? A verdade ainda virá a tona...

PERDAS - EXPLICAÇÕES
Perdi o HD do meu computador, onde exerço meu oficio diário de escrevinhar chinfrinidades e vender quinquilharias, ambas pagando minhas contas. Desolado e, por enquanto, tudo sendo feito meia boca via celular, comunico me encontrar em meio recesso, pé na vida, pé na cova. Como se já não me encontrasse beirando isto há muito tempo. A gente vai se vendo, aos drops.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

CARTAS (221)

DEBATE PREFEITÁVEIS DE BAURU EM PRESIDENTE PRUDENTE, 450 KM DE BAURU, PELA TV BAND E AQUI ALGO DE QUEM ASSISTIU E TEM ALGO A DIZER:

1 - "Muito legal o debate da band com candidatos a prefeito de Bauru. Maioria deles foi uma comédia, candidatos sem base, sem falar concretamente, dizendo platitudes e obviedades. Um total desrespeito pra quem ficou acordado até agora. Esperava mais do Raul, pela experiência e rodagem. Achei ele vacilante. Suelen um mar de senso comum. Renata perdeu enormes chances de pautar o debate com radicalidade e bater em picaretas e candidatos sem preparo, e ficou tentando atacar o PT. Jorge mandou bem, se colocou com convicção, e articulando bem, mas achei que se perdeu muito falando de Bolsonaro e Doria. Rosana desenrola bem. Por mais que tenha faltado conteúdo em algumas partes, ela tem sensibilidade pra tocar em pontos importantes pra população. Gazzetta foi oq mais se destacou. Falou com propriedade, com dados, com segurança. Por mais que a gente saiba a lástima que está a cidade, vendo o debate, pra mim, ele foi o melhor, disparado. Um
parabéns à Band que fez esse debate. Lamentável a TV Tem que está bem ruim a cobertura política e ainda nem vão fazer debate", jornalista Lucas Mendes.

2 - "Mesmo com a Lei de Acesso à Informação em vigor desde 2012, os candidatos à Prefeitura de Bauru não se valeram de dados para qualificar o #DebateNaBand e contrapor o que a máquina governamental propaga (muitos pontos, facilmente questionáveis, aliás). Quem tentou, ainda errou. Nesse aspecto, o prefeito de plantão sai fortalecido - se isso se reflete em votos, não sei. O debate serviu, no máximo, para que alguns eleitores conhecessem quem são os postulantes ao Palácio das Cerejeiras, parando no sofá e prestando atenção na TV. O formato também não ajudou: quem consegue responder sobre Saúde Pública em menos de um minuto?", jornalista Vinicius Santos Louzada.

3 - "e aí, TV TEM? a Band cumpriu hoje a obrigação como emissora de tevê em concessão pública e deu espaço pro debate nas eleições municipais. isso ainda em Presidente Prudente, porque na nossa própria cidade de Bauru não há espaço pra discussão política na afiliada! A população bauruense merece saber mais de todas e todos prefeitáveis em um canal de televisão público e aberto. não adianta esperar o 2° turno pra fazer isso!
são mais de 10 candidatos e candidatas em disputa! cadê os milhões da isenção que receberam pro horário eleitoral?", jornalista Bibiana.

4 - "A esquerda bauruense está muito bem representada pelo Jorge Moura 13, hoje, no debate. O resto é vergonha alheia. Desapontada, mas não surpresa com a postura do PSOL Bauru que, mais uma vez, mostrou precisar do PT pra ter o mínimo espaço. Praxe.
Será que vocês não aprenderam nada depois de terem apoiado o golpe, em 2014?
Essa candidata, mesmo sendo mulher, não me representa", educadora Rosangela Diegoli.

5 - "Boulos, em São Paulo, deixou claro que seu oponente está do outro lado da trincheira, longe de Lula e do PT. Já aqui, em Bauru, a candidata do PSOL Bauru gastou seu tempo do debate atacando o partido dos trabalhadores, como na origem da legenda, à moda Heloísa Helena, atacando quem está do mesmo lado da luta. Um trunfo para os pescadores de indecisos", professor Adham Marim.

6 - "Análise pessoal e imparcial: Debate morno com batidas pontuais legais. Apesar da gestão até então desgastada, Gazzeta foi bem nas respostas aos ataques e conseguiu colocar suas ações a frente do executivo, aliás tem o melhor programa de TV. Raul, que visualizei votar até pelo seu vice, com quem tenho amizade de longa data, não consegue transmitir suas ideias, apesar de muitas serem boas e seus programas de rádio e TV deixam a desejar. A candidata do Psol, que tem a disposição todos candidatos de centro e direita para debater, ataca o PT, cuja ideologia é a mesma. A candidata Suelem, apesar da boa forma de comunicação, diz os problemas mas nunca as soluções. Na verdade, não teremos mesmo a 3° via e continuaremos em dúvida na escolha. Possivelmente ficarão Gazzetta e Raul no 2° turno. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos...", jornalista Celso Chermont.

7 - "'CANELADAS' - Alguns candidatos aproveitaram para dar 'caneladas' nos postulantes. No primeiro bloco, Jorge Moura e Renata Ribeiro tiveram um desencontro. Moura comentou que ambos são os únicos que representam um projeto progressista em Bauru, mas Renata afirmou que o PSOL se diferencia do PT por não ter apoiado as mudanças na Previdência ocorridas no começo do governo petista em âmbito federal. Moura frisou que os demais candidatos estão alinhados ao governador Doria ou ao presidente Jair Bolsonaro. Outro embate foi entre Gazzetta e Suéllen Rosim. Ele citou que a concorrente do Patriota foi embora de Bauru. Ela retrucou e disse que continuou morando no município, mesmo depois de ter saído da TV onde trabalhava até dois anos atrás", jornalista Thiago Navarro para o JC.

8 - "Na hora de dar porrada no Raul com uma pergunta simples, gagueja. Levanta a bola e "seo Raul" que não chegou ontem, tascou sua campanha em cima da candidata do PSOL. Que tipo de esquerda é está. Ah. É aquela q a direita gosta e até financia", Ricardo Santana, jornalista.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DIÁRIO DE CUBA (205)


QUESTÕES DE PATRIMÔNIO CULTURAL E SUA UTILIZAÇÃO ELEITORAL
Que a questão do patrimônio cultural de Bauru é algo mais do que latente não tenho a menor dúvida. Discutir isso algo básico, necessário e não somente nas vésperas de eleições municipais. Pipocam pela rede social manifestações de candidatos a vereadores posando para fotos diante de locais tombados como patrimônio histórico na cidade e na voz destes, a solução para tudo o que existe de problema ou até pior, a velha ladainha: "Eu avisei anos atrás e nada foi feito". Vir de vez em quando deixar um recadinho no facebook, demonstrando alguma preocupação e nada fazer por aquilo, só se lembrando agora, quando por obra do acaso, coincidência, também é candidato, escancara a sordidez de como tudo é tratado. De pouca valia o sujeito ir agora lá diante da casa em ruínas e se dizer revoltado de como deixaram tudo chegar na situação atual, mas até então não participou de nada para reverter e esclarecer a questão, procedimentos a envolver o tema.

Cá do meu canto canso da baboseira de alguns que, sem saber como fazer sua campanha, querem agora se mostrar o mais interessado deste mundo, cheio de proposituras e soluções. Pavio curto, tolerância zero. Ontem recebo ligação de um destes pedindo informações sobre a Casa dos Pioneiros, o último resquício dos primórdios desta cidade, ali quase junto da Baixada do Silvino - onde a cidade nasceu -, rua Araújo Leite, quadra de cima do rio Bauru. O sujeito foi lá viu as ruínas e quer agora, neste momento saber a quantas anda a situação.

Quando assim tratadas, como mera questão para tentar passar imagem de bom mocinho, faço pouco caso. Até que não fui grosseiro, dizendo para ele procurar lá no Museu Ferroviário, onde estão os arquivos do CODEPAC - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Bauru, pois tendo acesso ao processo poderá ser inteirar melhor.

Eu e tantos outros que nos enfronhamos por algum tempo com essas questões aceitamos e estamos sempre à disposição, mas tudo tem um limite. Véspera de eleição é terreno fértil para algo desta natureza, onde muitos vazem varredura cidade afora em busca de fotos reluzentes, onde mostrem uma Bauru foram dos padrões e com eles lá na Câmara, tudo diferente, atenção mais que especial. Sei que muitos como eu filtram isso tudo e quando diante dessa publicidade barata e pueril, daí é que nem como última alternativa iremos votar em alguém assim, mas sabemos, existem muitos comprando gato por lebre. Ando querendo distância de tanta coisa por estes tempos, cada vez mais encrenqueiro.
EM TEMPO: Ainda mais quando vejo que o questionador é mais um bolsonarista enrustido - ou mesmo declarado, explícito, fazendo de tudo e mais um pouco para adentrar o mundo da política remunerada, sem nada por detrás, só ele mesmo e seus interesses.

CUBA E NOVA ZELÂNDIA COM A BOLA CHEIA / BRASIL E EUA COM A BOLA MURCHA
Essas ilhas são mesmo do balacobaco. Cito dois auspiciosos exemplos só para aguçar a curiosidade e ampliar o debate: como é possível lugares tão mequetrefes diante da ostentação deste mundo dominado pelo capitalismo mais predatório e pelas leis dilacerantes do mercado ter conseguido dominar o touro a unha da pandemia e os importantões e se dizendo valentões e cheios de pompa e ostentação estão praticamente de joelhos?

Cuba e Nova Zelândia são dois exemplos de como devia ser de fato o trato de um país para com a pandemia. Souberam fechar suas portas para tudo o mais no momento certo, sem dar voz e aceitar pressões baratas e pueris. Não sei se existe muita relação pelo fato de serem países pequenos, ambos ilhas, com controle mais facilitado, mas diante de tanta barbaridade, um fecha e abre inconstante, ambos se mostraram firmes e convictos do que faziam. a pequena ilha caribenha, tão ultrajada pelos boçais enfurnados dentro do capitalismo, os que não aceitam um país comunista conseguir sobreviver rodeado de tanta coisa oferecida pelo capitalismo. Cuba resiste, persiste e insiste, numa demonstração de força, mais do que alvissareira, verdadeira ação de amor de seus governantes para com os governados. O mesmo acontece na Nova Zelândia, um país quase no "fim do mundo", exemplo em tantas coisas, com uma primeira ministra, Jacinta Ardern, sendo agora reeleita e recompensada nas urnas.

Ressalto algo que acabei de ler sobre a situação deste país: "Vivemos em mundo cada vez mais polarizado, um lugar onde muitos perderam a capacidade de ver o ponto de vista dos outros. Espero que neste momento a Nova Zelândia tenha mostrado que não somos assim. Que, como nação, podemos escutar e debater. Somos pequenos demais para perder de vista a perspectiva dos outros. As eleições nem sempre são boas para unir, mas também não precisam separar". Sabe o que extraio disso, algo bem simples. O novo governo será significativamente mais progressista e inclinado á esquerda do que sua versão anterior. A Nova Zelândia, país capitalista, resolve seus problemas e se mostra com a solução querer ser mais socialista. Ou seja, a sensibilidade está, quer queiram ou não nos e com os países com tendência mais socializadas e socializantes.

Lindo isso. Algo pouco compreensível é um país como o Brasil, diante de todo o avanço que tivemos até bem pouco tempo, ter retrocedido tanto, recuado e hoje ser considerado um pária mundial. Um país como Cuba, imensamente mais pobre, porém há tempos com atuação voltada para atender expectativas de seus habitantes, não as tais ditadas pelas leis do mercado, mas as para estar ao lado daquelas onde o ser humano é lavado em consideração. Países como Cuba e Nova Zelândia não menosprezam a ciência, não insistem em planos pessoais de governança, onde um amalucado sobe ao poder e impõe remédio sem nenhum comprovação científica. O Brasil de Bolsonaro além do desastre já demonstrado, segue num caminho diferente, caminhando aceleradamente para o caos. Ah, como Cuba e Nova Zelândia enchem os olhos deste modesto escrevinhador de lágrimas, algo pelo qual o Brasil se distancia e a tendência atual, se nada ocorrer é voltarmos a eras parecidas com a da pedra lascada.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

MÚSICA (191)


COMO TOCO AS COISAS, TEXTOS INTERCALADOS COM BOAS MÚSICAS*
* Escrevo e ligo a vitrolinha, ouço algo, busco inspiração, transpiração e transposição.

1.) "A MINHA ALUCINAÇÃO É SUPORTAR O DIA A DIA"
Assisti agora à noite aula online de Ana Bia, convidando o fotógrafo carioca Januário Garcia, 77 anos, anos fazendo capas dos mais famosos LPs deste país. Aprendi muito e dele ouvi como se deu a criação da capa para BELCHIOR no álbum ALUCINAÇÃO, 1976. Escolho para ouvir a canção que dá nome ao trabalho, autoria do próprio Belchior e assim encerro essa noite de terça com chave de ouro.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=Lr7ywDnQjvY

Eu não estou interessado/ Em nenhuma teoria/ Em nenhuma fantasia/ Nem no algo mais/ Nem em tinta pro meu rosto/ Ou oba oba, ou melodia/ Para acompanhar bocejos/ Sonhos matinais
Eu não estou interessado/ Em nenhuma teoria/ Nem nessas coisas do oriente/ Romances astrais/ A minha alucinação/ É suportar o dia-a-dia/ E meu delírio/ É a experiência/ Com coisas reais/ Um preto, um pobre/ Uma estudante/ Uma mulher sozinha/ Blue jeans e motocicletas/ Pessoas cinzas normais/ Garotas dentro da noite/ Revólver: cheira cachorro/ Os humilhados do parque/ Com os seus jornais/ Carneiros, mesa, trabalho/ Meu corpo que cai do oitavo andar/ E a solidão das pessoas/ Dessas capitais/ A violência da noite/ O movimento do tráfego/ Um rapaz delicado e alegre/ Que canta e requebra/ É demais!/ Cravos, espinhas no rosto/ Rock, Hot Dog/ Play it cool, baby/ Doze Jovens Coloridos/ Dois Policiais/ Cumprindo o seu duro dever/ E defendendo o seu amor/ E nossa vida/ Cumprindo o seu duro dever/ E defendendo o seu amor/ E nossa vida...

2.) O DOUTOR CLOROQUINA PERSISTE ENTRE NÓS, MUITOS DELES, FAZENDO E ACONTECENDO
Eu já escrevi sobre minha visita para médico aqui de Bauru, ele me recebendo sem máscara, me estendendo a mão e dizendo que já deve ter tido a doença, daí não correria risco. O fato é que eu, pertencendo ao grupo de risco ainda não tive. O risco, pelo visto, era meu. Disse mais, que receita os tais comprimidos, pois "se não matar engorda". Quis me dizer algo dessa laia: se bem não faz, mal também não. Ele mesmo me afirmou ter ingerido o tal coquetel com vários medicamentos, a maioria indicados na lista do Governo Federal e sem comprovação de eficácia. Eu olhei para aquele personagem das entranhas bauruenses e me perguntei: onde será que esse danado estudou? Será que aprendeu a agir assim lá nos bancos escolares? Depois de tudo, novas leituras e acrescento ao que escrevi lá atrás, mais algumas anotações.

O Brasil vive seu pior momento, onde mesmo com todo avanço tecnológico conseguido, a regressão é latente. Alguém a cem anos atrás, como na Revolta da Vacina desdizer de tomar algo sem nenhum informação é uma coisa, mas agora é bem outra. As informações todas estão a apendas um click das pessoas. É inconcebível ver um parente de paciente falecendo por causa do Covid chegando pro médico e o culpando pela morte, com alegação das mais esdrúxulas: "Se tivesse dado cloroquina, ela estaria viva". Esse medicamento, útil para outras enfermidades, já se mostrou inócuo para o Covid, mas assim mesmo a insistência do Sr Jair, politizando a droga e anunciando curas, ao melhor estilo charlatão. A revolta se dá, passado o pior da pressão, foi exatamente na pressão que a classe médica sofreu para prescrever o tratamento sem comprovação científica. Muita gente foi afastada do serviço por se negar. Prontuários eram examinados dentro do serviço público, principalmente o federal, para explicar porque não estavam prescrevendo a cloroquina.

Por outro, como vi pessoalmente neste atendimento, a defesa do tratamento sem eficácia. Aquilo induzia as pessoas abandonar as medidas de proteção e na minha avaliação deixará mais um legado sombrio para a medicina brasileira. Não só a autonomia do médico está sendo restringida, como ultrajada, porém, muitos também se apequenaram, principalmente os médicos e entidades que escolheram manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário. Uma postura que nada tem a ver com ciência ou saúde pública., mas sim com interesses políticos estreitos e equivocados.

Querer no Brasil afirmar que a atividade médica deve ser pautada à luz da ciência, do conhecimento, da evidência científica é algo surreal diante de um Ministério da Saúde dirigido por alguém sem nenhum conhecimento da área e só dizendo amém para o patrão, sem nenhum poder de contestação. O ministro mesmo acaba de dizer: "Quem tem patrão, cumpre ordens". Pessoas sórdidas, ligadas às conveniências do momento. Já vimos esse filme, quando as mesmas entidades médicas fizeram de tudo e mais um pouco para impedir a vinda dos médicos cubanos, quando nos confins deste país os pobres teriam pela primeira vez na vida atendimento decente. 

Médico não é deus, nem um sabe tudo, ele sabe disto, mas passa para as massas exatamente o contrário. A medicina, como a ciência num todo não é gerador de certezas. A experiência individual do médico vale muito ou mesmo a de colegas mais experientes, mas isso não quer dizer quer possa sair distribuindo algo sem nenhuma eficácia e com devida empáfia como modus operandi. O médico brasileiro está entre a cruz e a espada, pois se aderir sem contestação ao que diz suas entidades de classe, todas conservadoras e apoiando Bolsonaro, talvez estejam cravando uma estaca no próprio peito. Sei viverem situação extremamente difícil, momento conturbado, mentes confusas, mas fazer o que alguns estão a fazer com a saúde público e mais do que lamentável e merece a rejeição dos ainda atuando dentro do bom senso. Pedir bom senso para bolsonaristas é impossível, mas não custa ir dando uns toques, mesmo para estes que se dizem os sabichões. Enfim, você que me lê conhece algum doutor cloroquina?

3.) "É UM GRITO QUE SE ESPALHA, É UMA DOR CANALHA"
Eu gosto dos malditos. dentre estes WALTER FRANCO foi mestre, falecido anos atrás aos 74 anos. De suas variadas e múltiplas letras escolhi a CANALHA, tudo dele, letra e música. Está no álbum "Vela Aberta", 1979 e ao colocar pra rodar, lembranças deste vanguardista de mão cheia.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=ClqaR1RKdNI

É uma dor canalha/ Que te dilacera/ É um grito que se espalha/ Também pudera/ Não tarda nem falha/ Apenas te espera/ Num campo de batalha/ É um grito que se espalha/ É uma dor/ Canalha

4.) REENCONTROS NO SINAL FECHADO
Saio cedo de casa, 7h40 para ir fazer exames de sangue, solicitações médicas. Na descida da Araújo, paro com o carro no cruzamento com a Duque e já vejo de longe a presença de um trabalhador do local, o amigo poeta Cláudio Domingues, aqui pelo facebook conhecido pelo sugestivo nome de Floyd Knup. Ele, como sempre, estava com a mão abarrotada de produtos para serem vendidos aos que por ali possuírem a sorte de tê-lo ali com ele e levarem pra casa por módicos preços uma poesia feita com esmero e com uso de muita massa encefálica.

Ele me vê e vem em minha direção. Sei teremos pouco tempo, entro em desespero e no console do carro o que encontro são parcas moedas, pouco menos de 1 real, mísero valor para algo tão grandioso em suas mãos. Ele me reconhece e me estende uma poesia, mas vasculha o monte e diz que devo também levar uma outra. Recebo ambas e já me desculpo, pois o valor pela troca, sei ser insuficiente. Ele agradece e me diz: "Se você quiser fazer alguma coisa comigo, eu tenho muito pra te contar". Digo de bate pronto que quero sim fazer muita coisa com ele, escrever pra dedéu. 

O sinal abre, nos despedimos rapidamente e ao acelerar o deixo no meio da pista, permanecendo olhando pelo retrosivor o que escolheu para fazer e o vejo alegre, disposto e sempre renovado. Cláudio inventou seu modo e meio de ir se safando, fazendo o que sabe e gosta, poesia. Pelo que sei, se safa e toca a vida em frente. A cada dia carrega um monte de poesias, ou seja, sempre tem grande expectativa de conseguir espalhar todas e ao fazê-lo, trazer algo consigo a lhe garantir o sustento e continuar fazendo tudo o que tanto gosta. O vejo aqui pelo facebook sempre indicando filmes, citando suas leituras e descrevendo suas preferências, influenciando pessoas e espalhando pelo mundo papeis cheio de alvissareiras mensagens. 

Sigo meu caminho e já duas esquinas abaixo estou em outra, chego no laboratório e a enfermeira que me atende, pede para escolher o braço onde quer que tire meu sangue. Escolho o esquerdo e digo a ela que tem mãos de fada, pois nada senti. Ela ri, me agradece e diz que, após quatro anos, era o mínimo. Rimos os dois e na sequência me oferece bolachas e um café. Ela, mesmo sem o saber, faz o mesmo que o Cláudio lá na esquina, faz com seu trabalho espécie de poesia, atendendo quem lhe aparece pela frente com esmero e cuidado. Saio de lá, sento no carro, leio as poesias e volto para casa plugado numa rádio argentina me dizendo hoje completar 10 anos da morte de Nestor Kirchner, outro poeta, este político, um dos últimos que deu baita esperança pro povo daquele país.

5.) "UM VENTO QUENTE SOPRA ATRÁS DE MIM"
Hoje bateu saudade de uma trilha sonora que ouvi muito décadas atrás. O LP do filme "Bagdad Café", 1990, está lá no mafuá desde então e hoje rodo aqui na vitrolinha essa CALLING YOU (Eu estou chamando você) com JEVETTA STEELE. Acho que foi um monte de saudade, tudo junto e misturado na cabeça, me fazendo recordar desde road movie pelos cafundós mais sórdidos do oeste norte-americano, estradinhas perdidas num fim de mundo, saudades de bater perna, daí a voz suave da Jevetta invade meu final de domingo e viajo sem tirar os pés do chão. Alcei vôo.

Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=Y8pvv5A8dgA

Eu Estou Chamando Você/ A estrada no deserto de Las Vegas para lugar nenhum/ Qualquer lugar é melhor onde você está/ Uma máquina de café está precisando de conserto/ Tem um pequeno café próximo da curva/ Eu estou chamando você/ Você não pode me ouvir/ Eu estou chamando você/ Um vento quente sopra através de mim/ O bebê está chorando e eu não consigo dormir/ Mas nós dois sabemos que uma mudança está chegando/ Venha logo, doce sonho/ Eu estou chamando você/ Você não consegue me ouvir?/ Eu estou chamando você/ Eu estou chamando você/ Você não consegue me ouvir?/ Eu estou chamando você/ A estrada no deserto de Las Vegas para lugar algum/ Qualquer lugar é melhor onde você está/ Uma máquina de café está precisando de conserto/ Tem um pequeno café próximo da curva/ Um vento quente sopra através de mim/ O bebê está chorando e eu não consigo dormir/ Mas nós dois sabemos que uma mudança está chegando/ Venha logo, doce sonho/ Eu estou chamando você/ Você não consegue me ouvir/ Eu estou chamando você

Assim passo meu dia, escrevinhando e ouvindo algo, me recarregando a cada instante...

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (138)


ISSO TUDO ME FAZ LEMBRAR DO PERSONAGEM DO BATMAM, O DUAS CARAS
Guardião, o super-herói bauruense é além de fruto das HQs, bom de memória e num momento como este, pouco menos que três semanas do pleito eleitoral municipal, vai lá atrás buscar no fundo de sua memória uma explicação para algo em voga nas campanhas eleitorais vigentes na terra "sem limites". Vejam onde quis chegar: "Minha gente, tudo certo como dois e dois são cinco. Sem tirar nem por, basta ligar o aparelhinho de TV e ver que os diferentes são iguais. Já estiveram juntinhos, como bom xifópagos, mas pelas conveniências do mundo político onde habitamos, foram separados numa operação a sangue frio e hoje, cada um em siglas diferentes, tentam se mostrar diferentes, mas quando comparados no frigir dos ovos, uma só certeza, não podiam ser mais parecidos, irmãos quase gêmeos. Sãos os tais a encabeçar a campanha para prefeito em Bauru, sem ao menos ter a coragem de se mostrarem iguais nas propostas, tudo igualzinho, só se diferenciando no desejo irrefreado de se tornar o alcaide destas plagas".

O personagem da HQ, cria de Gotham City, que em alguns momentos pode também ser comparada com Bauru, é usado como uma luva pelo intrépido capa e espada bauruense: "Se alguém souber, me digam, qual a diferença entre os líderes das pesquisas, os compondo a já se tornando famosa sigla RAZZETTA? Representam o mesmo segmento político, ambos aliados a partidos conservadores e com práticas já comprovadas neste sentido, ou seja, não existe meios de um tentar se desplugar do outro, pois não existe ainda neste mundo cirurgia eficiente o bastante para diferenciar o joio do joio, algo bem distante do trigo".

E continua: "Se acham que me excedo, basta pegar os programas de Governo propostos. Creio até que foram pensados por cabeças atuando em ambos os lados, trabalhando para o mesmo patrão, pois a semelhança é brutal. Quando me proponho a escarafunchar esse jogo de mocinho e bandido, de diferenças mesmo sendo idênticos, por detrás de tudo, o desejo de chegar lá, nada mais. Isso não ocorre somente com os dois, pois a maioria dos pleiteando a vaga agem da mesma forma e jeito, possuindo programas, propostas e falas muito idênticas, voltadas para solução paliativa dos problemas desta cidade, com algo sendo escamoteado, embutido e tentando ao máximo ser ocultado, o compromisso já assumido, selado e carimbado de atuar na defesa dos interesses de uma minoria, a excludente que sempre esteve na maioria dos governos. Finge não ser, não ter nada com isso, mas representam aquilo que combatem. No final, existindo seriedade teriam que se aniquilarem a si mesmos, espécie de haraquiri. Portanto, se querem comer gatos por lebres, caros eleitores, escolham um destes e vejam no que vai dar, depois conversamos lá na frente. Se bem que, 80% dos candidatos(as) para o mesmo cargo são cópias uns dos outros, tornando-se assim não Duas Caras, mas Múltiplas Facetas da mesma moeda".

OBS.: Guardião é obra do traço genial do artista Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA. 

PRA CHORAR
1.) NO BRASIL QUE CONHECEMOS DE QUE ADIANTA FAZER SE AMANHÃ O OUTRO É ELEITO E FECHA AS PORTAS...
Ontem foi data redonda do Brizola, um que fez muito em prol de um país menos desigual. Fez e deixou muita coisa concreta, funcionando e a demonstrar que um outro mundo é possível, mas hoje, quando tudo poderia ter tido continuidade, o maior exemplo são os Brizolões, os CIEPS, escola de período integral para a periferia e a maioria nem mais funciona e quando ainda funcionando, todos já descaracterizados. Por que isso ocorre neste país? Uma obra tão grandiosa ser tão menosprezada, vilipendiada e postergada, tudo por que quem a iniciou foi um adversário político? Exemplos como este ocorrem aos borbotões país afora e aqui mesmo em Bauru. Na mentalidade do usual político brasileiro, o que vale é o que ele faz e dar continuidade a algo feito pelo outro, vai contribuir para este e não o mandatário atual. Persiste isso por todos os lugares e na comparação das duas fotos aqui publicadas, um bom exercício, voltando no tempo e imaginando tanta coisa boa iniciada lá atrás, mas logo a seguir jogada na lata do lixo, pois quem a faz não está mais aqui e não sendo obra do atual mandatário, foda-se o dinheiro gasto, o investimento feito e tudo o mais.
Esse um dos motivos pelos quais esse país que tinha tudo para dar certo, não vai dar certo nunca. Ainda mais agora, com um decrépito como esse Seu Jair, um que deixa de comprar uma vacina, mesmo ela sendo eficiente, pois isso vai dar ibope pro adversário. Quem ainda pensa e age em prol verdadeiramente dos interesses do povo brasileiro? Dá pra se contar nos dedos, talvez de uma só mão. Eu já começo a semana explodindo por aqui. Imaginem como vou estar lá pela sexta-feira com o que vejo sendo proposto de iniquidade no horário eleitoral e no boca pra fora de muitos candidatos.
Eis o link da matéria sobre Brizola e o fim dos Brizolões:  https://www.facebook.com/dgdgd/posts/10157390316732816 

2.) AH, SE O CRONISTA JOÃO DO RIO, 100 ANOS DEPOIS RESOLVESSE PASSEAR PELO CENTRO DO RIO NOS DIAS HOJE
O jornal carioca O Dia faz uma triste comparação em matéria recente e expõe a atual situação de uma das regiões mais nostálgicas e atraentes do Rio de Janeiro, o seu velho centro, cheio de velhas lojas, principalmente os sebos que mais deram fama aquele trecho da Cidade Maravilhosa.
Eu sempre preferi andar por lá do que circular e frequentar praias. Não teve vez que em todas minhas idas ao Rio, que por lá estive e circulei, além de bater perna, sempre energizado por tudo o que sempre aconteceu nessa região carioca. Lugares e pessoas mágicas, encantadoras. Eu vim a descobrir isso muito tempo depois de João do Rio, o cronista que há exatos 100 anos produziu centenas de crônicas sobre algo bem peculiar da região e hoje, cada vez mais em falta. Não foi somente a pandemia o motivador da destruição do Rio. É uma sucessão de fatores, tendo também muita culpa os desgovernos, como este de Crivella, alguém a olhar com desprezo para essa região e não dando a mínima importância para tudo o que ali acontece. Essa parte do Rio, sua maior riqueza foi sendo dilapidada e hoje o que se vê por lá, com suas portas ainda fechadas é o caos estabelecido. A tranquilidade de antanho se transformou num lugar perigoso, verdadeira terra de ninguém. Não imaginam a imensa dor interna de observar a distância o que acontece com o Rio num todo, mas em especial com seu velho centro, para mim nada se compara com estar, andar e poder circular por ali. A dor que sinto não tem cura, preço, nem remédio. Pior que tudo, vejo algo parecido se espalhando com o vento com tudo o que esse desGoverno atual promove com o que tínhamos de melhor país afora. Por si só, esse é mais do que motivo para me rebelar, revoltar e ir à luta, mas existem outros. Estão destruindo com o que resta do meu país e se preciso for estou pronto para lutar pela posse do que ainda nos resta de algo salutar. Não consigo ver isso tudo se perder e eu aqui sem poder fazer nada. Minha vida inteira está um pouco nessas ruas, becos, vielas e corredores de antigas livrarias. Quantas reencontrarei se um dia ainda voltar ao Rio, pois nem isso tenho mais certeza de voltar a fazer um dia. 

3.) CEGUETAS
Na charge de NETTO algo da insensibilidade e cegueira coletiva, quando muitos, inclusive dentre os que achavam podiam ter uma visão bem mais clara do momento, ainda se mostram favoráveis à bestialidade em curso. O que leva, depois de tudo o que já foi visto nesse período de desGovernança, uma pessoa a continuar dando seu apoio para algo a destruir tudo à sua volta, praticando algo até então pouco visto quando de alguém instituído de poder absoluto? Mudaram as pessoas ou mudei eu? Muito da insanidade presente e latente hoje está também na cabeça das pessoas, exatamente essas contribuindo prestando apoio, velado ou aberto para a continuidade de algo tão fora da casinha.

domingo, 25 de outubro de 2020

REGISTROS DO LADO B (17) e FRASES (201)


CHEGAMOS AO 17º AO VIVO LADO B, AGORA COM A PSICÓLOGA ROSE MARIA BARRENHA
A coisa avança a cada semana e em cada novo bate papo, algo das entranhas de uma Bauru pouco registrada, a história dos que resistem, insistem e persistem, os verdadeiros desbravadores desta cidade, os que a conduzem de fato. A casa semana me certifico de ter iniciado algo de grande vulto e estar trançando perfis substanciosos, enfim este o propósito principal disto tudo. Quando convidei a entrevistada desta semana, pensei em várias coisas ao mesmo tempo e aqui junto tudo, a de poder traçar um perfil de como se dá de fato as relações humanas enquanto funcionárias públicas deste munícipio, também conhecido como “Cidade Sem Limites”, depois alguém dentro de uma das secretárias mais emblemáticas da cidade, a de Saúde e por fim, um dos setores onde os problemas abundam e afloram, o da Psiquiatria. Levei também em consideração o fato de Bauru ter se tornado referência quando se fala em Luta Antimanicomial, pois tudo começou aqui na Unesp de Bauru e depois ganhou projeção nacional. Ou seja, a conversa promete e deverá render assunto para dedeu. 

Falar de ROSANGELA MARIA BARRENHA é discorrer sobre tudo isso e muito mais, pois Rose, como carinhosamente a chamamos, pouco tempo antes de se aposentar foi transferida, a seu pedido para a Cultura municipal e foi atuar em outra área das mais importantes, a das bibliotecas. Numa delas, a do Geisel, produziu junto de outra servidora, Neli Viotto, algo dos mais auspiciosos no quesito participação da comunidade num prédio público. Muitas histórias de pessoas abnegadas e prestando relevantes serviços, deixando uma marca mais do que pessoal no que fizeram. Rose tem mais, quando na Saúde ajudou a criar o grupo Loucos por Alegria, onde fantasiava os pacientes e desta forma, com muita responsabilidade e irreverência os ajudava a ir superando as adversidades e problemas. Todas as fantasias foram criadas por ela mesma, fora do seu expediente, em sua casa e graciosamente distribuídas entre os participantes. Tempos depois, quando já estava na cultura, ajudou desde o princípio noutro bloco carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto, não só costurando à mão o estandarte utilizado até hoje como carro chefe e vários outros adereços, algo saída de sua verve criadora e criativa. 

Enfim, Rose tem uma história intensa e pouco conhecida e ao entrevista-la, o antigo desejo de deixar algo registrado, mostrar para quem não a conhece, bocadinho dessa trajetória também feita de muita luta, resistência e confrontos. Na sequência algo do que já escrevi dela blog Mafuá do HPA:

- Em 15/02/2010 escrevi: “GENTE "LOUCA POR ALEGRIA" E UM DESFILE DE ONZE, JUNTANDO-SE AO TAMBÉM DOIDO "MOITARÁ" - Gente que me lê, peço perdão por antecipação, mas hoje, segunda de Carnaval, curtindo uma belíssima ressaca da noite magistral de ontem, quero divagar, escrevinhar sem compromissos ou obrigações outras. Quero relatar de minha felicidade interior e de tantos outros que ontem estiveram comigo lá no Sambódromo de Bauru, quando descemos o percurso de forma pomposa e cheia de brilho e contentamento. Não esperava tudo acontecer da forma maravilhosa como foi se sucedendo. Tudo foi se encaixando de uma tal forma, desembocando em reencontros pelos caminhos da vida, culminando com o desfile. Quem tiver paciência e disposição para ler um relato mais do que pessoal, algo emocionado, que prossiga e curta tudo, como fizemos ontem à noite. Nada programado com muita antecipação. De certo só alguns contatos e uma vontade de descer o Sambódromo num grupo de amigos e considerados. Muitos desistiram pelo caminhos (uns chatos), outros fizeram falta (de arrependimento também se morre) e alguns vão nos incriminar por não terem sido convidados (fica para a próxima). O fato é que havia um acordo prévio de passarmos na casa da amiga Rosa Barrenha (psicóloga da Prefeitura e integrante de um grupo de apoio denominado "Loucos por Alegria", ligado à luta antimanicomial) por volta das 19h, com alguns amigos dispostos a sambar na avenida. Tentei gente aqui e acolá, mas o único a acolher a idéia desde o início foi o Duílio Duka. Marcamos e nos encontramos no começo da noite, eu, ele, sua esposa, a Rosana, meu filho, também Henrique e outros que foram se juntando. Ana Bia, professora da Unesp liga e perdida numa cidade nova para ela, adere ao grupo. Na casa da Rose, ela nos aguardava com uma colaboradora (qual é mesmo seu nome?) do seu grupo. De uma hora para outra, dentro do inesperado da vida, surgem de um guarda-roupa, roupas e mais roupas, fantasias prontas e camisetas com estampas desse grupo, que juntando-se à vontade expressa na fisionomia de todos, tinha tudo para dar certo. Roupas escolhidas, um batom foi sendo usado como pincel no rosto de alguns, uma pintura era feita com um fino pincel em outras e até um spray com uma tinta verde era esparramada nos cabelos e barbas dos mais tresloucados”.

- Em 15/11/2010 escrevi: LEMBRANÇAS DO ALTERNATIVA BAR E UM PAPO COM DÉCIO BASSAN - Durante 12 anos fez o maior sucesso aqui em Bauru o ALTERNATIVA BAR, no cruzamento das ruas Virgilio Malta com Cussy Junior, primeiro sob o comando de um agitado trio composto por Décio, Fernando e Paulo Correia e depois só com DÉCIO BASSAN e ROSE BARRENHA. O bar/restaurante fechou no começo de 1997 e hoje revivi um amontoado de histórias, quando convidado para um inusitado almoço na casa da Rose, reuniu Décio, filhos de ambos (Bianca e Bruno), netos, sogra e alguns amigos, como eu, Ana Bia, Roque Ferreira e Tatiana Calmon. Primeiro algo que há quase uma década não acontecia, com Décio indo para a cozinha (com assistência de Tatiana) e revivendo um dos pratos do antigo cardápio do Alternativa, um "Joelho de Porco com chucrute", bem ao estilo alemão, com repolho e mostarda. O imbróglio começou cedo, bem antes do almoço e só terminou por volta das 20h de hoje. "Você não tem noção do que seja esse homem na cozinha", adiantava Tatiana. E tudo foi comprovado nos mínimos detalhes, com algo que nem imaginava, quando descobri, por exemplo, que no prato principal havia dois cravos, um para cada joelho, em detalhes que iam escapando aos poucos da cozinha”.

- Em 15/01/2012 escrevi: “ROSE BARRENHA, UMA SERVIDORA PÚBLICA NA ACEPÇÃO DA PALAVRA - Quando o assunto é funcionalismo público muitos torcem o nariz, pois os bons pagam pela atuação dos maus. Sempre foi assim na maioria das atividades profissionais. No funcionalismo, algo mais estignatizado. Muitos, mas muitos mesmo fazem das tripas coração para manter a aura da função pública com dignidade. Conheço muitos assim e aqui destaco ROSE BARRENHA, servidora pública municipal da Saúde, atuando no Posto de Saúde do Bela Vista, na função de Psicológa e desde o primeiro governo Tuga, uma pessoa das mas respeitadas e ouvidas no funcionalismo. Virou sinônimo de profissionalismo. Formada pela Unesp Bauru, foi durante muitos anos casada com Décio, onde juntos atuaram no Alternativa Bar. Na função pública é uma ativista social e política, sempre ligada às questões de sua profissão e às grandes nacionais. Vê-la em atuação nas envolvendo a Saúde é um alento e a certificação de que muitos dos que estão dentro do atual sistema, atuando no seu dia-a-dia continuam atentos e antenados, não deixando o bonde ser arrastado para caminhos tortuosos. Num momento crucial, cujos desdobramentos darão a cara do setor para as próximas décadas, Rose atua de forma consciente e necessária no Conselho Gestor da Saúde de sua unidade e acaba de ser eleita numa eleição direta, sem fazer campanha, para ser uma das representantes da CIPA junto à Prefeitura (eis um bom sinal do reconhecimento). Aroeira pura, resiste bravamente aos impulsos atuais privatistas na Saúde. Gente como ela são merecedores de todos os elogios, não só pela postura digna de trabalho, mas pela preocupação constante em não deixar o serviço público cair no degredo. Seguram o touro a unha. Com gente assim não existe como esmorecer, como permanecer estático e apático. Rose é do tipo inquieta e desse jeito toca sua vida, influenciando muitos a não esmorecerem pelo caminho”.

- Em 05/09/2012 escrevi: “COMO FOI O LANÇAMENTO DO LIVRO DO DÉCIO E COMO PROCEDER PARA CONTINUAR AJUDANDO NA SUA DISTRIBUIÇÃO - Relembro hoje como foi o lançamento do livro póstumo de DÉCIO BASSAN, o “Energia – Alternativas”, edição do autor (reunião de amigos), 300 exemplares impressos e sendo revendidos cada um a R$ 25,00. Uma verdadeira ação coletiva, onde cada um se doou um pouco, até a concretização final do sonho do autor, que era ver o livro impresso. Todos os que compraram a ideia fizeram algo e desse ajuntamento de ações, o parto foi possível. A obra em si já esmiucei aqui mesmo em textos anteriores no blog. Algo pensado inicialmente como um papo entre pai e filho, depois colocado no papel, numa linguagem acessível aos leigos, como eu e tantos outros. O tema foi um dos epicentros da vida de Décio, um entendido nas questões energéticas e seus desdobramentos. De uma observação do que venha a ser essa questão, os meandros dela no contexto nacional e depois, sua parte mais significativa, algumas propostas concretas de ação. Enfim, um saboroso e degustativo livro, com mais do que certa utilidade. Isso uma coisa. Depois, a morte do autor, tão logo conclui a revisão da obra. Na sequência, a reunião de amigos para viabilizar a concretização do sonho. E por fim, o grande dia do lançamento. Alguns detalhes anteriores são desnecessários, pois todos, indistintamente tiveram participação decisiva. Quero aqui tecer algumas considerações sobre o evento, a festa, o reencontro de todos com a obra pronta. O local escolhido foi a Casa Ponce Paz, cedido pela Secretaria Municipal de Cultura e numa noite de agosto. A Rose Barrenha, a esposa, desdobra-se para que tudo dê certo e pensa em cada detalhe. Enfim, uma festa de lançamento com tudo em cima. Até música tivemos com o saxofone de Leandro Silver Sax e a voz da inigualável Audren Victorio, ele num solo que durou o evento praticamente todo e ela, numa canja mais do que especial. Foi uma intensa reunião de pessoas próximas ao Décio, amigos, colegas, parentes e gente interessada na discussão do tema energético. Rolou de tudo um pouco, até uma teatralização com algo sobre o autor e seus escritos, como uma bela ideia de um livro, montado com uma foto do autor e a solicitação de que ali fosse registrado algo sua pessoa. Na mesa ao lado, o filho Bruno, dava os autógrafos em nome do pai, afinal, o livro fora escrito pensando num diálogo com ele. Tudo muito singelo, puro e simples, como devem ser as coisas naturais, com sentimento e feitas com algo mais, vindo de uma força interior só alcançada nesses momentos”.

- Em 27/04/2014 escrevi: “AMIGO 3 – Tem gente que trabalha adoidado e ainda encontra tempo para ser Louco por Alegria, esse o caso de uma abnegada pessoa como a Rose Barrenha, servidora pública municipal, hoje lotada na Secretaria de Cultura, fazendo acontecer por onde passe. Ontem junto de amigos e da neta foram até uma Casa de Idosos e deram um show, verdadeiro espetáculo brincante, onde ambas pintadas e rebuscadas, verdadeiros clows, levaram alegria para que mais precise de atenção, os nossos velhinhos clamando pela nossa (encontramos para tanta coisa, por que não para eles?). Gente como Rose não é fácil de ser encontrada em cada esquina, gente que para tudo o que está fazendo e parte para fazer algo pelo próximo, não esperando nada em troca, a não ser um abraço apertado de gente do lado de lá. Tem quem não entenda isso que ela faz, não seus verdadeiros amigos, esses que a apoiam em tudo e nunca vão querer se confrontar com nada que ela faça. Nunca”.

- Em 14/08/2014 escrevi: “Hoje, aqui e agora, escrevo dessa que está fazendo e acontecendo na Secretaria Municipal de Cultura, a servidora ROSÂNGELA MARIA BARRENHA, a ROSE, que até bem pouco tempos atuava nas hostes da Saúde Municipal, área de Saúde Mental. Hoje na Cultura, trouxe consigo a inquietação e isso já é demonstrado no que vem fazendo, primeiro lá na Biblioteca Municipal e agora com esse projeto. Sou suspeito para falar de Rose, pois ela é minha dileta amiga. Porém, impossível não enxergar nela essa irrefreada disposição de ser, fazer e acontecer. Nada feito para se mostrar, aparecer, longe disso, seu negócio é botar o bloco na rua. Se o que faz ainda passa desapercebido para alguns, peço que daqui por diante comecem a reparar nos envolvimentos e na sua atuação. Quando cito algo valoroso dentro do serviço público, gostoso mesmo é poder citar alguém com o quilate de envolvimento e desprendimento como o dessa tal de Rose. Não bajulo ninguém a toa, ela é merecedora disso tudo. Linda pessoa. E é claro que quando enalteço a Rose, existe junto dela muitas outras pessoas, pois ninguém é e deve ser uma ilha. Ela faz tudo em equipe, como tudo deve mesmo ocorrer. Pois bem, ele torna-se ainda mais grandiosa exatamente por causa disso, não se fecha em copas e está sempre ladeada de muita gente. Mais uma lindeza de sua pessoa”.

- Em 25/02/2020 escrevi: “ROSE BARRENHA E SEU PATINETE: Rose foi funcionária pública municipal, primeiro da área da Saúde (é psicóloga desde os tempos do bloco Loucos por Alegria) e depois, até quando se aposentou na Cultura. Acumulou irrerevência, picardia e o jeito de fazer tudo o que muitos outros achavam custoso demais. Encerrou suas atividades dentro de uma biblioteca de bairro, num dos tantos altos pontos dentro de sua nada conformada vida. Foi tentar algo novo pelos lados de Piraju, onde dá prosseguimento ao seu modo de tratar o semelhante dentro de uma igualdade não mais tolerada hoje. Por causa disto, seguidos murros em ponta de faca. O tempo passou, Rose sendo para-raios foi juntando energias diferenciadas em seus costados e chega neste momento de sua vida sem muitas condições físicas de descer o Calçadão da Batista junto do bloco Bauru Sem Tomate é MiXto. O pessoal do bloco, todos da mesma laia e lida onde ela navega e toca sua vida, não a deixou desistir. Ela disse daria seu jeito e desfilaria, mesmo cheia de dores, apregoando sem condições de bailar nas sete quadras do Calçadão. Dias antes do Carnaval visita parente e por lá vê dentre as coisas do filho do casal um largo patinete motorizado e o estalo surge assim de bate pronto. "É com isso que irei desfilar", pensa. E assim o faz, para deleite e alegria dos tantos amigos tomateiros. Ver Rose flanando, navegando, sobrevoando, pairando no ar junto aos demais foliões foi mesmo para ter a mais absoluta certeza: esse bloco é mesmo, não só desconsertante, como consertante. Rose, hoje passados três dias do desfile, reclama das dores, mas não se arrepende do feito e feliz da vida, dessa forma e jeito dá vai contornando os problemas, driblando as depressões e dores, tocando o barco, mesmo quando o vento sopra ao contrário. É de gente como Rose no e com o Tomate, o seu motor gerador, o grande motivo dele resistir, persistir e insistir por oito anos nas ruas de Bauru, sendo, fazendo e acontecendo. Sem gente como Rose não seríamos merda nenhuma”.

- Em 06/04/2020 publiquei frase dita por ela: “Saco cheio de colt convidando pra maratonas de namastê gratidão que aumentam em até 20 por cento a sua felicidade ( quem mediu?), encontros de luz ao módico preço de 300,00 pela internet... ó gente sem vergonha, viu! O mundo caindo, milhões morrendo, e esses oportunistas não perdem a chance de vender paz de espírito e alívio da culpa pra classe média metida a rica. Saco cheiooo”, Rosângela Barrenha”.


POEMA DA ROSE BARRENHA DENTRO DO ESPÍRITO DA COISA:
"Jovens, lindos, apaixonados,
carregando angústias e bandeiras
éramos soldados do amanhã
e da revolução...
Queríamos um novo mundo!
Sectários ou solidários,
nem sonhávamos que éramos nós
o mundo em construção..."

sábado, 24 de outubro de 2020

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (158)


NÓS PERDEMOS E MUITO A CAPACIDADE DE ORGANIZAÇÃO - O LOBBY EVANGÉLICO NADA DE BRAÇADA DIANTE DO QUE FAZÍAMOS ANTES E DO QUE FAZEMOS HOJE
Peguei o sábado para colocar uma leituras em dia. Na última Piauí, a de outubro um ótimo artigo sobre o papel dos juristas evangélicos no mundo político atual, o "No reino do poder - O lobby discreto - e cada vez mais eficaz - dos juristas evangélicos", autoria de Luigi Mazza. Na Carta Capital, edição que me chega às mãos hoje, o tema está na capa com "A fé em um clique - Os novos pregadores evangélicos trocam a tevê pela internet e expandem sua influência, inclusive na política", em texto de Thais Reis Oliveira. Peguei dois outros livros que tinha aqui na algibeira e intermediei as leituras, num aprofundamento estarrecedor: perdemos terreno para estes e a cada dia perdemos mais e mais, algo pelo qual avalio da seguinte forma, enquanto gente como eu segue trancafiada em quarentena, isolado e sem muitos contatos externos, os lobby evangélico cresce desmedidamente e vai ocupando cada vez mais espaços.

A conclusão é bem simples e diante dos meus candidatos nessa eleição se aproximando me espanto com os números: nas eleições municipais deste ano, quase cinco mil candidatos se apresentam como "pastor" ou "pastora", fora os que, sem fazer uso da denominação representam igrejas evangélicas, a maioria neopentecostal, onde está a grande concentração dos tais pastores midiáticos, os que tratam os fiéis como uma plateia. Eles todos se mostram agressivos ao seu modo e jeito, ou seja, defendem o seu ponto de vista de forma explícita e sem medo de ser feliz, sem arrependimentos e tudo sob uma certa coordenação lhes dando respaldo. Para qualquer leigo como eu, mesmo avaliando tudo a grosso modo, dá para se perceber mais do que nitidamente que a influência evangélica sobre o atual desGoverno do seu Jair chegou a tal ponto que já causa embaraço entre tudo o mais. Eles não estão mais chegando, já chegaram e atuam cada vez mais com desenvoltura e penetração (ui!).

Só agora fui tomar conhecimento de algo já em atividade há muito tempo, a entidade religiosa ANAJURE - Associação Nacional de Juristas Evangélicos, fundada a princípio para dar respaldo técnico às propostas evangélicas no Congresso e oferecer subsídios ao trabalho da bancada. São espertos, ladinos e de algo inicial, o da simples avaliação que os parlamentares evangélicos produziam mais barulho, com seus discursos espetaculosos do que resultados práticos, foram se achegando e hoje representam muito mais que isto. Passaram a demonstrar força, representando articulação de um grupo relevante em termos de capital social, político e econômico. Só para se ter uma pequena ideia do que já fazem, conseguiram dentro do STF - Supremo Tribunal Federal atuar como amicus curiae - amigos da corte em latim, ou seja nessa atuação podem opinar sobre o assunto em pauta. Não fizeram isso uma ou duas vezes, mas dezenas e já são chamados em muitos casos ali julgados, algo que a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, representando a religião católica só foram aceitas em nove vezes no seu meio século de vida. 

Entenderam a profundidade do que estão a fazer? Esse pessoal não dorme de touca e vai galgando pouco a pouco, degrau por degrau musculatura e hoje, já não se contentam em obter vitórias no Supremo, mas já impedem que certos temas e assuntos cheguem à corte. Eles, pela força e influência alcançada, barram tudo o que encontram pela frente pelo caminho. A máquina de pressão desse povo é ilimitada e enquanto isso, estamos aqui a discutir algo no varejo. Eles muito mais espertos atacam no atacado e nadam de braçada sobre qualquer tipo de organização feita pelos considerados progressistas. Enquanto somos lerdos, pensamos dez vezes e assim mesmo pouco conseguimos, eles (não preciso explicitar a cada vez que cito "eles" de quem falo, né!) se articulam nacionalmente de um jeito muito rápido. Possuem hoje uma tropa de choque e exercem um poder paralelo a legislação existente. Quando algo contrarie qualquer coisa contra os interesses evangélicos, esse exército entra em ação e faz e acontece. Não ganham todas, mas avançam imensamente mais do que os ditos progressistas. O momento parece ser deles com Bolsonaro no poder e não perdem tempo. Nós, ao contrário, nos encontramos empacados, estáticos e quase sem ação. Não fomos sempre assim, mas assim nos tornamos, daí creio eu, já perdemos feio esse jogo.

RICO DANDO CONSELHO PRA POBRE
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Esse treco hoje tentando ser enfiado goela abaixo deste povo mais do que danado, o de um tal de empreendedorismo como sua tábua de salvação é de uma crueldade sem comparações. Primeiro os garbosos do sistema sentam lá em suas salas refrigeradas e ficam a bolar planos para enfiar goela abaixo jeitos e maneiras de egambelar o povão, ou seja, fazê-lo com que continue conformado com sua situação e que a saída é trabalhar pro sistema, fortalecer a coisa que os danará para todo sempre. Abrir os olhos do povão, conscientizar estes de que a exploração piorou, que as portas se fecharam porque cada vez mais um ganham os tubos e a maioria terá que ralar pro resto da vida pra garantir alguma coisa para sua sobrevivência, isso não fazem. O que fazem é continuar enganando a todos. Na crueldade do mundo atual, sistema predatório ligado em 220 volts não existe a menor possibilidade dessa conta fechar, pois para uns continuarem tendo o lucro hoje auferido se faz necessário a maioria ralar de olhos fechados, se imaginando que um dia poderá chegar lá e ser igual ao que hoje lhe explora. A luta coletiva minha gente não se dá desta forma individualista e sim, sempre e sempre, num pensamento coletivo, onde todos poderão almejar algo e ninguém fique para trás. Não caia nessa ladainha. Conscientização popular é algo difícil quando as forças todas jogam contrário. Perceber o jogo sórdido faz parte dessa construção. Eu fico cada vez mais puto quando vejo algo destes lá dos andares de cima cagando regra pros debaixo, como se fosse tudo fácil, bastando seguir as instruções. Pulhas...

ONDE GOSTO DE ESTAR ENFURNADO
MINHA POESIA NÃO PRECISA IR PARA O AURÉLIO PARA SER ENTENDIDA
“A minha poesia não precisa ir para o Aurélio para ser entendida. Eu sou a poesia do povo, os sentimentos do homem, do ser humano”, diz João Flávio Cordeiro da Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca. Vivendo da poesia há 35 anos, o pernambucano tem 15 livros publicados, alguns com mais de 3 mil exemplares vendidos. No Largo da Santa Cruz, o artista encontrou a equipe da revista Trip e compartilhou suas angústias e inspirações. Eis o link com uma pitadinha de sua rica história popular de vida: https://www.facebook.com/revistatrip/posts/10156998886096238