terça-feira, 30 de abril de 2019

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (122)


UM SUPER-HERÓI PARA CHAMAR DE SEU E AO LADO DOS INTERESSES POPULARES
Vivemos um momento no Brasil recheado de traidores, principalmente dos interesses populares. Hoje, por incrível que pareça, até mesmo parcela significativa dos que são os mais prejudicados pela ação nefasta dos atuais governantes encastelados no Palácio do Planalto, ainda apoiam a esses, muito por causa de ação traidora, despejada diariamente via mídia massiva, sob a forma de falsa e mentirosa informação. Desta forma, uma mentira acaba sendo passada como se verdade fosse. Nesse terreno recheado de traidores, o super-herói bauruense, o intrépido GUARDIÃO, vem a público, exatamente neste dia 30/04, dia de uma das mais importantes categorias dos trabalhadores, a dos ferroviários e em alto e bom som declara ter um lado, o do povo e dos seus interesses.

"A mentira não pode e não terá vida longa, pois quando o povo detiver a verdade dos fatos, vai saber tomar partido do lado de quem realmente os defende e faz algo em prol dos seus interesses. Os tempos são deturbados, pois nos mentem descaradamente através da mídia. Dizem que o bom para o povo é o que lhe crava a estaca nos costados. Muito claro isso na tal da reforma da Previdência, uma feita só para destruir sua aposentadoria, sem mexer de fato na estrutura corroída que continuará privilegiando uma casta e beneficiando uns poucos. Quem paga a conta mais alta são os contribuintes, os trabalhadores, esses penalizados até não mais poder. Uma vergonha e o povão sendo cada vez mais encurralado, quase sem ação diante de uma enxurrada de notícias, falsas por sinal, dando conta de que tudo o que está sendo é mais do que necessário. Quem não detém muita informação sobre o assunto acaba acreditando ser verdade o que estão a fazer e mesmo sem saber, apoiam a destruição de tudo o que tiveram até então como uma Previdência saudável e lhe garantido uma aposentadoria em vida", disse.

Foi ótimo escutar isso das bocas de nosso super-herói, o paladino que está sobrevoando a cidade de Bauru contra os que malversam seu dia-a-dia. Guardão disse mais: "Eu não poderia estar em outro lado. Cá estou denunciando os que enganam o povo, os que trapaceiam com seus interesses, os que tentam engambelar a verdade, trapaceiam com a clara intenção de obter vantagens e benefícios, enquanto a classe trabalhadora padecerá mais e mais. Uma vergonha o que está em curso e a maioria de nossa classe política apoiando tudo cegamente. Aqui mesmo em Bauru poderíamos dar nomes aos bois e identificar quantos dos atuais políticos, que dizem estar a defender nossos interesses apoiam essa tal de Reforma como proposta. O povo precisa tomar conhecimento da verdade, de quem trai em seu nome, quem contribui para que sua vida daqui por diante tenha mais dificuldades e padecimento. Não poderia me furtar em deixar bem claro o meu lado neste momento. Contem comigo pro que der e vier".

OUVIA ISSO DIARIAMENTE DE MINHA SOGRA
Minha sogra, Darcy Soliva da Costa, carioca de boa cepa, educadora, primeiro em Bangu, depois em seu reduto tijucano, Procuradora Fiscal do município do Rio de janeiro, de crença Batista Progressista, profunda conhecedora da Bíblia, fazia questão de repetir isso que o papa Francisco agora propaga e a todo instante, mas percebo que, a maioria dos atuais cristãos não comungam da mesma linha de pensamento. Tive o prazer inenarrável de desfrutar de sua proximidade, quando lhe fiz companhia por mais de 30 dias, ao seu lado no leito do Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo, quando conversamos demais da conta sobre esse e outros assuntos. Esse um dos seus preferidos, quando em nenhum momento tentou me convencer para se bandeira para sua religião, pelo contrário, sua reiterada prática de vida era bem outra, a de seguir algo pelo acreditava, botava fé e o fazia na sua plenitude. Sempre muito observadora, via minhas lutas, meus embates onde sempre estive envolvido e me repetia com a devida sapiência: "Cristo era um revolucionário e se vivo fosse hoje estaria lutando pelas mesmas coisas, contra as injustiças, os desmandos dos poderosos, pelo fim da desigualdade social". Já dos cristãos que vejo hoje com a Bíblia debaixo do braço, todos devidamente trajados com seu terninho, creio desconheçam ou passem ao largo desse lado combativo deste homem que aqui esteve tempos idos, guardadas as devidas proporções, pelos mesmos ideais dos comunistas. Estavam ambos no mesmo balaio. Eis o link com a matéria, “O Papa diz que comunistas pensam como cristãos”: https://exame.abril.com.br/mundo/papa-diz-que-comunistas-pensam-como-os-cristaos/?fbclid=IwAR3wf20cfwKJA329b3DhlWhj4HXZ78gzcKrJUxybdSfKFcdbNprNQNNy5C4

AMIGOS DO PEITO (158)


A HISTÓRIA DE LUTA DO TRABALHADOR REVIVIDA EM 30 CARTAZES - SILVIO DURANTE PREPAROU UM ALGO MAIS PARA O EVENTO NAS RUAS NO DIA DO TRABALHADOR
O 1º de Maio nunca passa em branco em Bauru, pois os trabalhadores, suas entidades e todos os interessados na luta desses sempre se manifestaram neste dia, numa forma clara de resistência. Neste ano, mais do nunca se faz necessário a ida para as ruas e lutas, dizer em alto e bom som do descontentamento contra os desmandos todos perpetrados pelos golpistas de 2016, hoje encarnados no bolsonarismo, algo a destruir o país, principalmente a legislação trabalhista. Esse o maior motivo para todos estarmos nas ruas neste dia e aqui em Bauru a concentração se dará através de atio marcado pelo Comitê Regional de Luta em defesa da Aposentadoria e Previdência, envolvendo várias entidades, partidos políticos, agremiações, sindicatos, etc. A concentração inicial será na praça do Líbano a partir das 13h, com caminhada em direção do Parque Vitória Régia e às 15h o início das atividades culturais e artísticas, culminando com um grande Ato em defesa da Aposentadoria, sem a necessidade dessa dita reforma draconiana, pondo fim ao direito do trabalhador brasileiro se aposentar em vida. Muitos shows, com apresentações variadas e tendas politícoculturais aglutinando o mesmo desejo comum de todos os presentes.

Dentre todas as apresentações, destaco uma, algo pensado, criado, produzido e levado para o parque pelo seus idealizador, Silvio Durante, professor e ativista político, tendo por tema e denominado como MUSEU ICONOGRÁFICO 1º DE MAIO. O que seria isso? A reunião de cartazes, imagens no entorno da luta dos trabalhadores no transcorrer do tempo mundo afora. A ideia do Silvio é brilhante, pois além da reunião no local, com sua exposição a possibilidade dele compartilhar coletivamente parte de sua pesquisa em cima do tema. Ele foi atrás, pesquisou, estudou a fundo tudo o que ia encontrando e está mais do que apto a não só mostrar o resultado, como discutir quadro a quadro, num levantamento histórico a valorizar ainda mais a importância deste dia.

Todos os gastos ficaram por sua própria conta, desde a reprodução das fotos e cartazes, feitas em seu próprio computador nos tamanhos A3 e A4, coloridos, o revestimento em película transparente, como a colocação e montagem em cartolinas, no formato passe partout. O resultado são 30 cartazes e todos estarão expostos amanhã no Vitória Régia em lugar ainda sendo definido, assim como se estarão num varal ou dentro de uma das tendas, dependendo do tempo. Silvio foi meticuloso e mais do que a pesquisa feita, muito importante valorizar o empenho e sua iniciativa em produzir um algo a mais para o evento. Pensa também que, uma exposição dessa magnitude não pode permanecer restrita somente a esse dia, tanto que já agendou levá-la inicialmente para o Bar do Genaro, ali na vila Falcão, esquina da Wenceslau Bras com Altino Arantes, a partir do dia 3 de maio e na abertura um show de rock e blues com Julio Wolverine. "Não quero que tudo o que demorei tanto para pesquisar vá depois para o guarda-roupa", diz, já imaginando levar tudo para escolas, outros eventos e outros locais.

Silvio conta como foi conseguindo os arquivos. "Eu sempre me interessei pelo tema, estive envolvido na luta dos trabalhadores em muitas de minhas atividades, como a assessoria parlamentar junto ao gabinete do vereador Roque Ferreira. Pesquisei via google acadêmico e sites oficiais das entidades nacionais e estrangeiras. Até mesmo o site do Instituto Lula, pois lá encontrei vários cartazes. Juntei tudo e hoje percebo, cada um deles se tornou para mim uma aula, pois além de tudo o que aprendi, quero agora, se puder, retribuir e propiciar a reprodução para quem se interessar em conhecer detalhes de cada foto e cartaz. Todos são muito representativos da luta dos trabalhadores". Assim sendo, além de tudo o que estará acontecendo na quarta nas ruas de Bauru, teremos esse algo mais, preparado cuidadosamente pelo historiador e pesquisador Silvio Durante. Iniciativas dessa natureza engrandecem a luta de todos, pois além de representar o interesse que todos deveriam ter em rever o que já foi feito para aqui estarmos, as conquistas, os embates passados e a legislação sempre conseguida após o envolvimento dos trabalhadores, seguindo sempre o lema, "a união faz a força".


E POR FALAR NA FORÇA DO TRABALHADOR:
NUNCA É TARDE PARA SE CONHECER O URUGUAIO RAUL SENDIC - 30 ANOS DE SUA MORTE, UM VIGOROSO COMBATENTE GUERRILHEIRO DESTA AMÉRICA LATINA

Eis o link: https://www.pagina12.com.ar/190722-el-interpelador-imprescindible?fbclid=IwAR3AXSOKJfwCmUao3v_6LC0qfmwKAkeKBkj0SoN88yDI_l-G6YKvV2AJBD0

segunda-feira, 29 de abril de 2019

BEIRA DE ESTRADA (107)


MANHÃ TRISTE NA FEIRA AO REENCONTRAR O ARTISTA GREIFO – O QUE FAZER?
Ontem foi uma das manhãs mais tristes que já passei na Feira do Rolo, um dos locais onde bato cartão todo domingo. Ao passar pela Banca do Carioca, só alegrias, pois ele havia me separado uns dez livros (muitos do Aldir Blanc) e outro tanto de CDs e quando me vê chegando diz: “São a sua cara, são teus”. A maioria de presente na forma que encontra de me dar força na reconstrução do Mafuá e outros pagos a perder de vista. Com pesada sacola ia saindo todo pimpão e eis que, dou de cara com o amigo GREIFO, ele com sua banca montada em pleno sol, torrencial na manhã de ontem, implacável sob nossas cabeças, constituída somente de seu banquinho, um para o provável cliente sentar e na frente seus artefatos, com mostruário de caricaturas já feitas e papéis de todos os tamanhos, além dos pincéis e lápis. Sua fisionomia não era das melhores e ao meu ver, sou puxado pelo braço e iniciamos um diálogo desses para te vergar daí por diante. Impossível não se interessar pela situação dos amigos e dela tentar transportar para sua, vendo o que ainda pode ser feito para coletivamente a gente ir se safando das agruras desses tempos mais que nebulosos.

GREIFO padece nas ruas. Vive hoje somente dessa sua arte, o que sabe fazer (e o faz com sapiência), me diz e assim prossegue sua sina e saga, tentando ao seu modo e jeito ir buscando formas de sobreviver. O motivo que me fez ouvi-lo foi para dizer necessitar urgentemente de trabalho, pois está no seu limite nas ruas. A gente percebe isso na sua fisionomia. Ontem ele criou coragem e desabafou com mais intensidade. Ele não queria alimento, ajuda financeira momentânea, afagos e palavras de conforto, nada disso e sim, alguém ainda acreditando nele e apostando algumas fichas num profissional competente. Ele possui problemas (quem não os possui?), agravados pela sua situação, muitos já o ajudaram e outros tantos o ajudam até hoje. Indiferença é o que não precisa. Não me canso de tentar dar o meu quinhão ainda possível com gente com ele, pois sei de todas suas qualidades e também defeitos, mas o vejo como um puro, alguém cheio de boa vontade, com muito conhecimento no que faz e ali num canto de feira, esquecido, sofrendo o pão que o diabo amassou. Foi algo mais do que doído, foi um soco no estomago, saindo dali nocauteado e sem saber o que fazer. Escrevendo dele, o exponho mais e se nada fizer, na omissão, também sofreria. Resolvi escrever. Se acerto ou erro, o tempo dirá. O GREIFO tenta de uma forma avassaladora, desbragada, se jogando de corpo e alma nas saídas diárias, mas sempre retorna para o ponto de partida. Seu sentimento é de estar dentro de um moto contínuo, sem solução e isso é por demais ruim, desesperançoso demais. Ele, porém, é um forte, muito mais que eu, mas resistência tem limites, todos sabemos disto.

Nós não podemos abandonar o GREIFO nas ruas como ele se encontra nesse momento, talvez o mais aflitivo, dentre todos os que já presenciei. Não tenho como lhe oferecer emprego, nada além de tentar lhe arrumar algo momentâneo, que no caso, é paliativo. Olho para ele e vejo milhares na mesma situação, algo agravado e tomando rumos mais do que alarmantes, diria, inaceitáveis. Mas o que fazer? GREIFO e ninguém merece ver as portas todas se fechando diante de si como ocorre hoje. Se o cerco e o cinto aperta para mim, com algo estável, ainda com os pés ficados no chão, imagino para quem se encontra numa posição de vulnerabilidade escancarada como a dele e da imensa maioria do povo brasileiro. Quero muito ajuda-lo, tentar lhe arrumar algo e sozinho sei que nada poderei fazer. Ele é desenhista de mão cheia, arte-finalista como poucos, conhece tudo do traço gráfico e de artes pelo computador, mas hoje está sem acesso a tudo isso, vivendo sem eira e nem beira, com a ajuda de familiares e amigos próximos. Ele deixou seu telefone e pede para que o divulgue, pois pelo demonstrado ontem, perdeu a esperança de conseguir algo sozinho e busca algo coletivo, uma luz no fim do túnel. Seu fone é (14) 99723.2385. Entendam isso como quiserem, mas não vi outra forma de sensibilizar mais e mais pessoas, para juntos fazermos algo por ele, mas sempre pensando em todos os outros na mesma situação, pois o quadro hoje vislumbrado com sua situação é o que mais cresce pelas ruas deste país.

A PESQUISA SOBRE A ENTREVISTA DO LULA NO INFORMASOM DA FM94 BAURU
Eu não me seguro nas calças e tenho que escrever sobre o que acabo de ouvir no InformaSom, programa matinal da rádio 94 FM Bauru, nas vozes de todos os seus locutores. Como o fazem nos cinco dias úteis da semana, iniciam o dia, 6h com uma nova pesquisa, onde os ouvintes são chamados a opinar sobre alguma questão levantada pela direção do programa e a pesquisa se encerra la pelas 8h30 no encerramento do programa jornalístico. No questionamento de hoje: "Como você recebeu a entrevista do Lula: com decepção, com frustração ou com indiferença".

Somente essas três opções, ou seja, um direcionamento para que o ouvinte, que já é despejado diariamente, diuturnamente, ininterruptamente para ser caolho e privilegiar somente a um dos lados da questão, acabe tendo sua resposta direcionada intencionalmente para o pensamento da linha editorial da emissora. Ouvi a emissora das 6h até por volta das 8h, quando não aguentei mais e desliguei, desolado com o que ouvi. A cada repetição da pergunta, principalmente pelo Netão e depois por Paulo Sergio Simonetti, ambos diretores proprietários da rádio, seguidos pelos funcionários e articulistas de plantão, algo fazendo questão da ironia como forma de interpretar o que ia sendo reproduzido aos ouvintes.

Quando um ouvinte liga e questiona, "Que entrevista?", o evidente sinal de que esse continua buscando informação somente por algumas vias, nem sempre as onde encontra ela de forma confiável ou merecedora da verdade factual dos fatos. Se nem ao menos sabe do que se trata, de que vale tanta informação pelas vias atuais? Interessante ir percebendo como se processa isso de conduzir o ouvinte, direcioná-lo para o ponto de vista predominante, o dos donos da emissora, a linha de pensamento único. Isso merece um arrazoado, um ampliado estudo dos desvios e desvãos da mídia massiva nos tempos atuais. Eis um bom mote para escrevinhações e pesquisas para o futuro.

O resultado só podia ser o que esperavam ouvir e assim foi feito, a entrevista teve como resposta uma grande reunião dos três itens indicados pelos "isentos" idealizadores, porém, sem que em nenhum momento pudesse adentrar em campo um ousado propondo apregoar em alto em bom som: "Pera aí, ninguém aí notou que a fala do ex-presidente é um alento para que o país saia deste cruel e insano momento bolsotariano e voltemos a ter esperança de algo coletivo, onde as massas possam voltar a sonhar em dias melhores? A fala dele não incitou em ninguém nada disso?". Como nada ouvi nesse sentido, desliguei e fui vomitar no banheiro mais próximo. Argh!!!

ESPERANDO
Ontem no ponto de ônibus da avenida Castelo Branco, ele ali sentado, algo parecido com um celular à mão, choveu, parou, fez sol, mais de duas horas e como num quadro, tudo ali diante dos olhos de quem, do outro lado da rua desfrutava de uma feijoada (foi-lhe oferecido um prato da iguaria).

domingo, 28 de abril de 2019

UM LUGAR POR AÍ (121)


VOTARAM NO DECLARADO MILICIANO, EIS O RESULTADO – CASO DE UM ATÉ ENTÃO PARAÍSO NOS ARREDORES DO RIO DE JANEIRO

Casal amigo carioca, ambos moradores da região do Largo do Machado, ele atuando nas hostes de um empresa de criação de marcas, ela administrando os bens herdados da família, resolveram investir o acumulado ao longo dos anos em algo numa região, até então considerada por eles como paradisíaca, a de Saquarema. Escolheram bucólico lugar, uma espécie de distrito junto ao local e ali levantaram uma empresa com a cara de ambos, uma padaria gourmet, refinada e seguindo padrões de cafés com grife, pães artesanais, atendimento diferenciado para quem se predispõe a dar uma parada, sentar e curtir um lugar aprazível.

Alugaram um imóvel no local, tendo ao lado uma farmácia e outros pontos comerciais. Promoveram toda a reforma e abriram as portas, até então sem nenhum tipo de problema. Passadas poucas semanas, com o movimento em ascensão receberam a primeira visita de um elemento se apresentando como representante de um grupo de pessoas interessadas em manter a segurança no lugar e impondo condições para continuar com suas portas abertas. As imposições não se restringiam a simplesmente cobrar um valor mensal, como uma espécie de segurança, mas já o fizeram mostrando as garras. Para ter seu comércio aberto se fazia necessário seguir todas as regras vigentes, pois do contrário teriam que sair imediatamente do lugar, deixando tudo para trás, porteira fechada e saída com uma mão na frente e outra atrás.


A partir de então fica sabendo o que acontece com o proprietário da farmácia ao seu lado, que em pouco tempo deixou de ser dono do seu negócio. Esse aceitou todas as imposições, inclusive a de compor o quadro de funcionários somente com gente escolhida por esses ditos “donos do pedaço”. Como se isso não bastasse, pois quando esses verificaram que o negócio florescia, cansaram de dividir uma parceria e impuseram a saída do mesmo, pois esse não era “confiável” para os negócios do lugar. Foi obrigado a sair com a roupa do corpo. Essas histórias são relatadas sempre no sigilo, nunca abertamente, pois a lei vigente está acima da prescrita pelos meios legais e sim, a imposta pelos atuais ocupantes dos postos de mando, todos empunhando armamento pesado.

Esse casal amigo meu começou a partir de então a padecer no paraíso, pois pensavam ter encontrado algo buscado ao longo de suas vidas, um lugar tranquilo, em paz com a natureza, onde pudessem usufruir de um pequeno negócio e tocando a vida de forma mais leve, saudável. Estavam agora diante do oposto. Como demoravam para dar a resposta que os “mandantes” queriam ouvir, passaram a ser perseguidos e num dia, enquanto as mulheres seguiam de carro para a padaria e esse amigo, logo atrás, de bicicleta, foram seguidos por elementos fortemente armados, rindo, expondo as armas e mostrando as garras. O negócio feneceu de um dia para o outro, pois as portas já não abriam regularmente e para fechar definitivamente foi um pulo. Arcaram com todas as despesas com os funcionários e encerraram o negócio. Ao não aceitar as regras impostas, bateram de frente com o que estava ali imposto como regra de convivência e sujeitos as intempéries destes. Já sabiam que todo o investimento feito havia desaguado por água abaixo e agora, tentam, ao menos, numa última tentativa de não perder tudo, ao menos conseguir retirar do local o maquinário ali instalado.

Perceberam que de nada adianta ir procurar o dono do imóvel, pois este também está de mãos atadas e mesmo a polícia, pois mesmo que ocorra algum tipo de solidariedade, ela não ocorrerá nas 24h do dia e como as mensagens recebidas são bem diretas, preferiram não arriscar a pele. Estão de volta para o apartamento no Largo do Machado e repensando a vida inteira ainda pela frente, perdas e ganhos, além da tentativa de rescaldo, porém agora com a mais nítida certeza de que, a até então Cidade Maravilhosa, com sua natureza privilegiada, ela e seu entorno, estão cada vez mais dominadas por algo que a destrói, corrói suas instituições e deixa a cada dia a população mais e mais em pleno estado de pânico.

Ficar ou não no Rio?, essa a pergunta que se fazem no momento. Querem denunciar o fato, mas nem isso conseguem fazer, pois na identificação de seus nomes, riscos evidentes e com isto, nem mais a possibilidade de continuarem vivendo numa região ainda não totalmente dominada, a dos bairros tradicionais cariocas. Esse o Rio de hoje e o país, outrora um Brasil livre e soberano, hoje reino dominado por esse novo aparato tomando conta de tudo e todos, a mílicia, infelizmente, apoiada e incentivada pelos atuais mandatário do Governo Federal. Eis o beco sem saída onde estamos todos metidos.

CARTAS (199)


CARTA NÃO PUBLICADA NA TRIBUNA DO LEITOR DO JORNAL DA CIDADE, BAURU SP*

* Missiva enviada para direção do jornal, com solicitação de publicação em 22/04 e como até hoje não foi publicada e não mais o será, sai por essa via e meio. Na certeza de que não devo insistir pela publicação no único jornal impresso da aldeia bauruense, prefiro sem muito alarde, compartilhar o texto da mesma aos diletos "comparsas" (sic) facebookianos:

ÓDIO DITANDO REGRAS
Os exemplos são gritantes. A filha de Lula vende ovos de páscoa e a grita é que está fingindo, fazendo jogo de cena. O ex-presidente do Peru Alan Garcia se suicida e por aqui alguns clamam aos brados para que Lula faça o mesmo. A ex-presidenta argentina Cristina Kirchner perde a mãe e viaja para Cuba, visitar filha num tratamento de câncer e no voo é admoestada de forma acintosa. O neto de Lula é enterrado e o choro dele para alguns é puro fingimento. Tudo parte de uma instalada insanidade tomando conta de tudo e (quase) todos. E por que agem assim? O que teria levado parte considerável dos brasileiros e latinos a agir dessa forma tão insensata e despropositada?

O brasileiro não agia desta forma, muito menos recebia incentivo institucional e governamental para tratar assim suas discordâncias de linha de pensamento e ação. Hoje, o próprio presidente incentiva que os seus tratem o vice com tijoladas e provocações. Os despirocados de bom senso colocaram as manguinhas de fora e estão demonstrando a que vieram, promovendo aberrações como essas e depois seguindo para a missa, contritos e resignados, como se nada tivesse ocorrido. Insuflados por desvairado incentivo, mentiras repetidas como verdade, repassada pelos meios de comunicação, confirmada pelas capengas instituições nativas, degradadas e corroídas por dentro e por fora, tratam o oponente com latente ódio.

Mesmo quem de fato deixou algo de concreto, tem tudo devidamente esquecido e o tratamento é da cintura pra baixo, golpes onde a razão passa ao largo. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, profetizou o alemão Joseph Goebbels. A renovação do dito com a prática atual provoca essa absurda inversão de valores, tão perversa e tornando o país esse quintal desvairado de ocorrências, o levando para o mais completo e absurdo abismo.

Escarnio é pouco para com esses, também intrépidos defensores da absurda venda do país na bacia das almas, como ocorre hoje. Muitos desses perderam até a noção de defesa dos próprios e reais interesses nacionais e hoje promovem o fim de tudo o que tínhamos como salutar. Abdicaram da defesa do país, preferindo seguir cegos de ódio, teleguiados por interesses destruindo o outrora soberano país. O fundo do poço se aproxima e com ele a instalação do caos, inexorável nesses casos. Por sorte, minha caminhada se encurta, mas a de meu filho e tantos jovens, pouca esperança pela frente. Temo por esses, tentando algo salutar no meio de tanta iniquidade mental. O país regrediu e vive um dos seus piores momentos. Todos perdemos, inclusive "eles", os distribuidores, espalhadores e detentores do ódio como motor gerador de suas vidas.


CARTA PUBLICADA DA SEÇÃO "CARTAS CAPITAIS" DE CARTA CAPITAL, EDIÇÃO 1052*
* Ela foi resumida pelo espaço na revista, sendo publicada as partes destacadas em vermelho.


Compro nas bancas a última edição, sábado passado e a levo para um Encontro Regional do PT em Bauru SP, com a presença do deputado federal Arlindo Chinaglia e outros. Foram quatro discursos, nenhum a defender ou ao menos citar Lula. Ao final, peço a palavra e pergunto: "Vocês esqueceram de Lula? Só pensam agora na própria sobrevivência e nada mais?". Tentaram explicar, mas parte do próprio PT, constatado por mim neste dia, já não o defende mais, daí dou razão para tudo o que Mino Carta escreve repetidas vezes sobre dos motivos desse abandono, corroborado na matéria do Fred e do René. Quando dirigentes do próprio partido já jogaram a toalha, estão em outra, vejo como líquida e certa a escrita proclamada em alto e bom pela revista: desalento. A pauta da liberdade de Lula, insanamente preso nas masmorras de Curitiba não pode deixar de ser o ponto nevrálgico e a mover todos os a clamar pelo fim das injustiças. Dela não arredo pé.

sábado, 27 de abril de 2019

PALANQUE - USE O SEU MEGAFONE (125)


ACERTANDO OS PONTEIROS

1.) "Três meses e meio da posse, o cenário econômico continua desolador e agrava-se com uma quantidade crescente de obras paralisadas, lojas e fábricas fechadas, indústria e setor de serviços em crise, setor exportador ameaçado, ausência de projetos novos e recordes de queda de investimentos, desemprego, achatamento salarial, empobrecimento, desalento, aumento generalizado da violência e redução do Brasil a um papel entre o ridículo e o nefasto no cenário internacional".

2.)
"A persistência da ruína econômica não encontra explicação aceitável, é importante frisar, na incipiência do governo nem em qualquer tipo de suposta herança maldita, pois a cada dia o presidente toma decisões e emite opiniões com poder desestabilizador igual ou maior que as precedentes, mostram suas declarações feitas dias antes de barrar a elevação do diesel, a propósito do nazismo ter sido de esquerda e da possibilidade de perdoá-lo pelo holocausto, de grande impacto negativo em especial no comércio externo, abalado com provocações à China que levaram este país a reduzir as importações da soja brasileira e aumentar as compras da mesma commodity nos EUA. Como de hábito, diante da péssima repercussão interna e externa da sua fala sobre o Holocausto, no dia seguinte o capitão voltou atrás".

3.) Nas eleições de 2018, o impensável Jair Bolsonaro foi guidado ao poder por um composto de golpistas variados, ricaços gananciosos, pobres desalentados, antipetistas patológicos e debiloides em geral. A regurgitar a ladainha da "nova política", esse briscrok de tempos em tempos oferecidos a vira-latas e cães de pedrigree, veio a reboque uma legião de estranhos, em ambos os sentidos constantes do dicionário. Estranhos porque vindos de fora, supostos outsiders da política. Mas também, em parte, uma gente esquisita, egressa, dá-se a impressão, de um hospício que tivesse aderido à luta antimanicomial, franqueando a saída aos internos. Desprovidos do Gardenal, confrontam-se há mais de cem dias com a realidade, na qual os moinhos da luta quixotesca dão lugar a vida como ela é. No descascar de seus abacaxis, conforme definiu Bolsonaro a tarefa de presidir o bananal, periga o cometimento de um involuntário e coletivo haraquiri".

Obs.: E depois dizem que a Carta Capital não é ótima. Ela é perfeita no que faz, a melhor publicação dentro do atual mercado editorial brasileiro. Tudo extraído da edição 1051.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

DIÁRIO DE CUBA (107)


OS DIÁLOGOS ESTÃO CADA VEZ MAIS LOUCOS – PÓS ENTREVISTA DO LULA E, COMO SEMPRE, RESVALANDO EM CUBA


                                               “Haverá algum método nessa loucura” (Hamlet)


Cada vez mais este país mostra sua verdadeira face, a mais horrenda possível.

"Entrevista ou discurso de defesa?”, com essa peça da mais sórdida ironia, torpe provocação, um conhecido senhor, até bem pouco tempo, atuante nas hostes culturais deste país, com cargo público até sua aposentadoria, revela o que pensa quando vê divulgado a entrevista que o ex-presidente Lula concede de dentro das masmorras onde se encontra injustamente encarcerado para a Folha de SP e o El País.

Para gente como este senhor, claro, Lula é pérfido e o país que tínhamos, mero sonho de uma noite de verão, pois onde já se viu pobre ousar em ter algo além do exercício do trabalho pelas 24h do dia e da noite. O lado da bonança ou do gozo das benesses é exclusividade de uns poucos e quando Lula e seu Governo ousaram quebrar isso, introduzindo a malta de trabalhadores no clube, de início o descontentamento, depois o que se vê hoje, o claro escárnio público. Acho lindo ir lendo como pensam de fato alguns dos que se dizem o lado pensante deste país. Respondi ao meu modo e jeito e sei, receberei deste e dos seus amigos, além da abrupta resposta, gozações e ironia, muita ironia. Na verdade, pouco interessa a esses o que Lula disse ou deixou de dizer, pois antes de tudo já tem o veredicto, a avaliação de que o sapo barbudo é mesmo culpado.

“Chego a sacar de que lado está o sr se encontra ao ler o questionamento feito acima. Te achava mais democrático, mas como a própria democracia já comprovou não existir, a falta de sensatez de pessoas como tu, também hoje mais do que expostas, revelam um país cada vez mais nojento. Suas convicções, certamente não são as minhas e nem seus interesses o da maioria da população brasileira”. Essa minha resposta e com ela compro brigas a todo instante com muitos dos ditos inteligentes, os que estiveram por muito tempo por detrás das movimentações que sustentaram este país. Hoje os entendo e os vejo como sempre o foram, mas em tempos idos, fiz questão de relevar e até paparicar. Tem uma turba que nunca deixou de se mostrar como os acima de tudo, os mais preparados e sempre deram uma sonora banana pra patuleia.

Ele me respondeu: “Minhas convicções jamais serão as tuas, e nem por isso eu deixo de ser democrata. Quem sempre apoiou o regime cubano e seus atores se acha um democrata companheiro?”.

O debate continuou: “Sim, exatamente isso. Quer dizer que nunca ao menos respeitou Cuba? Então era tudo fingimento?”.

- “ Não sei de onde vc tirou essa conclusão. Até onde me lembro jamais expressei pra vc algum respeito ao regime castrista”.

- “Então foi sempre esse empedernido conservador, tentando passar uma carinha de moderno?”.

- “ Você esta saindo do foco das boas argumentações. Está partindo para o campo pessoal. Nunca lhe dei essa abertura por nunca ter agido da mesma forma no pouco que nos conhecemos. Suas convicções estão comprometendo suas razões. Alguns já morreram, mas ainda tenho amigos de esquerda que respeito muito, mas infelizmente vc não tem as mesmas coerências que eles. O que vc tem é um radicalismo bobo que não tem mais espaço numa retórica moderna. Tivemos tão pouco contato qdo eu trabalhava no espaço que vc visitava, que sequer conseguiu me avaliar. É ridiculo o que vc disse nessa ultima postagem. Pra ser moderno tem que ser de esquerda? Não da pra acreditar!!!! Fique no seu mundinho de discursos ultrapassados. No seu universo só existe a sua verdade”.

- “Cuba. Sempre Cuba, todos com fixação por Cuba e com latente ódio a quem muito fez pelo

- “Diga pra mim onde vc esta trabalhando que vou lhe fazer uma visita. Ninguém falou em

- “Releia o que escreveu. Sempre Cuba, essa pequena e pobre ilha, tão altaneira e soberana, algo que este país ousou um dia ser com esse que gente como tu ousa destratar. Deve estar deveras contente com o atual momento e o que fazem, principalmente com a Cultura, lugar onde atuou um dia. Éramos felizes e sabíamos. Os descontentes adoravam mesmo viver com privilégios”.

- “Não desvie o foco, pois nao estou defendendo o atual governo. Quem colocou Cuba no assunto foi vc, com nada a ver da minha postagem- acho que é vicio de pensamento. Vamos nos encontrar no seu local de trabalho?”.

- “Sim, só marcar te passo o meu endereço. Só não entendo o indisfarçado interesse. Quer atuar em vendas ou me perseguir por algo? Não conhecia esse teu lado, aliás, mais um. Estou à disposição e para seu interesse segunda estarei em Jaú, viajo 7h, semana curta. Ainda acorda cedo? Na falta de argumentos, nada como cutucar o oponente com algo abaixo da linha da

- “Isso é neurose sua kkkk. Esquece!”.

- “Te espezinhei por saber da posição conservadora e bem dentro dos atuais padrões de comportamento dos tempos atuais. Sabia onde iria chegar, chegou e estou contemplado. LULA LIVRE!”.

- “Deixa de dizer asneira cara. Só fala pra mim em que vc trabalha hoje”.

- “Nem perca seu tempo com pessoas desse tipo, muito desequilibrada, igual a Maria do Rosário”, Maria.

- “Não te devo satisfações. Quem me conhece sabe muito bem onde trabalho, o que faço, como faço e onde faço. Não será a ti, um borrabotas do fascismo em curso que darei justificativas. Se quiser me acompanhar na segunda, acorde cedo e ficarás sabendo. Quanto ao teu posicionamento, achava só algo beirando o conservadorismo, mas vejo que é pior. Prefiro continuar mantendo muita distância e sempre ao lado de gente altaneira como a nobre deputada Maria do Rosário, por quem nutro orgulho pela postura política”.

- “Faça como fiz, veja a entrevista do Lula inteira e tome um banho de sapiência. Teu comentário inicial, o que me fez te dirigir a palavra é muito mais do um comentário sem pé nem cabeça. Tenha a grandeza de ao menos ouvir, pois ganhará muito com isso e talvez, se tiver sensatez, irá reconhecer o que me fez tentar debater contigo. Boa noite”.

- "Prefiro tomar banho" de outros conteúdos”.

- “Não se "limpará" com esses conteúdos, sabes disso, porém insistir no erro é perder o mínimo de credibilidade restante. Vou dormir, já ganhei o dia nesse convescote”.

- “Convescote. Kkkkkkkkkkk”.

E fui dormir.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

MÚSICA (172)


RECEITAS, INCLUSIVE MUSICAIS

1.) BOTEQUIM TAMBÉM É CULTURA - SUCO DE CAQUI
Ontem à noite, etilicando (existe isso?) a existência num botequim (digo qual, o Bar do Genaro, do Fabricio Genaro), enquanto deputados eram devidamente comprados e empacotados para votar a favor da previdência e o Curíntia sapecava mais um, eu me encontrava sentado num roda com a finalidade de reverenciar a santa cevada e comer mais uma rodada de ardida (pero no mutcho) linguiça, comprada no açougue três quadras acima, eis que o Antonio Pedroso Junior profere uma de suas histórias (muitas sem pé nem cabeça, outras com tudo a ver) e a coloco em prova na manhã desta quinta. Diz estar relendo os dois livros da biografia do grande revolucionário nordestino Gregório Bezerra (não se fazem mais comunistas como antigamente, cepa inquebrantável), aquele que os bestiais malucos, golpistas de 64 ao o prenderam, amarraram sua boca ao cano do escapamento de um jipe militar. Triste lembrança. Pois o gajo do Pedroso lembra e nem sei por quais motivos o fez, que Gregório diz na biografia, uma das maiores saudades que teve durante o período de sua longa e bestial prisão, foi a estar impedido de tomar diariamente um suco de caqui. E deu a receita: pegue o danado inteiro, divida em pedaços, coloque no liquidificador com um copo de água bem gelada e tome sem açúcar ou nada mais. Diz ter seguido a receita, ele que não gosta de frutas, mas por ter sido dica do grande Gregório, fez, experimentou, provou e gostou, agora passa adiante. Acordei, ao abrir a geladeira para tomar meu leite esquentado em microondas com café solúvel, dou de cara com um pacotinho de caqui (quando comprei o cara da barraca apregoava 3 pacotes por R$ 10 mangos) e reproduzo a receita, finalmente também comprovada logo a seguir sua praticidade, operacionalidade e funcionalidade, enfim, até o presente momento sem intercorrências de grande vulto. Gostei muito.
Gregório, como sempre soube, sabe o que faz e Pedroso, mesmo com todo o ajuntamento acumulativo político mental do seu cérebro, tira lá do fundo muita coisa de ótimo proveito. O suco de caqui à la Gregório Bezerra é da hora! Tão simples, não precisa nem mastigar a fruta, desce macio, sem turbulências. Toda vez, de agora em diante, ao repetir a dose, irei me lembrar dos ensinamentos do Pedroso e da receita de alguém pelo qual nutro algo muito mais que respeito e admiração, Gregório Bezerra.

2.) "VIVO NUM MUNDO AGITADO CHEIO DE GENTE VAZIA'
Não ando com a memória lá muito boa, avariada pelo acúmulo de volumes no cérebro. Esse CD que hoje coloco pra rodar, por mais que tente, não consigo me lembrar onde o comprei, se ganhei ou como chegou até mim. O fato é que chegou e dele gosto muito. É o "SANTA IGNORÂNCIA", música título e que dá nome ao CD deste belo músico, o JOSÉ DOMINGOS. São doze faixas de um sabor indescritível e hoje pela manhã, antes de ir na feira, ao ir pro Mafuá dar comida e carinho pro meu cão, o Charles, ouvimos o CD inteiro juntos antes de ruar. Eu sentado numa velha cadeira e ele de barriga pra cima, olhinhos revirados (deve ter gostado). A "Santa Ignorância" é letra do Seu José e música do Adauto Santos e esse seu CD só foi possível graças ao apoio de um tal de ETAD - Ernesto Tzirulnik Advocacia. É desses CDs, pelos quais não quero mais me separar enquanto estiver por aqui entre tudo isso que ainda nos resta de paz, ou seja, meu mundo.
Dele, li no site Vermelho isso e gostei muito: "Santa ignorância (2011) é o nome do disco do cantor e compositor José Domingos. Nascido em Guaxupé (MG), aos cincos anos veio, com a família, para o interior de São Paulo e, em 1956, para a capital paulista, de onde nunca mais saiu. Virou cantor da noite com grande destaque, embora permaneça obscurecido pela chamada “indústria cultural”, que não valoriza talentos populares sem viés comercial. Mesmo com anos de estrada, Zé Domingos permanece encarcerado numa espécie de nicho neste mundo que cada vez mais transforma a arte em mercadoria fugaz, momentânea, circunstancial". É isso que gosto demais da conta de ficar escutando enquanto tento reconstruir o Mafuá. Se alguém souber algo mais dele, conte, pois sei quase nada e gostei demais da conta do seu jeitão de cantar. Me encantou. Essas minhas preciosidades. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=tXpWmnjkCLA
Cliquem em cima para ampliar o texto do Ruy Castro sobre o Faustão.

A LETRA: "Vim de longe, estou cansado/ Com o peso dos desenganos/ Cada dia mais pesado/ Somado ao peso dos anos./ Vivo num mundo agitado/ Cheio de gente vazia/ Vendo um sonho sepultado/ Na manhã de cada dia./ Ah! Meu tempo de menino/ Se eu pudesse, voltaria/ Ao riacho cristalino/ E às coisas que eu mais queria./ Meu rancho de pau a pique/ A minha cama de varas/ Meu travesseiro de penas/ Minha esteira de taquara/ O terreiro onde eu jogava/ A minha bola de meia/ Toadas que o pai cantava/ Nas noites de lua cheia./ Minha peteca de palha/ Minha sopa na gamela/ Minha santa ignorância/ Saudade que eu tenho dela".

3.) Fausto Wolff, um dos que lia diariamente no JB, pelo site do jornal, hoje retratado na crônica diária de Rui Castro, na Folha de São Paulo. Passei pelo sindicato dos Ferroviários, enquanto aguardava, li, gostei, fotografei e compartilho. Faustão era tudo isso e muito mais, nunca me canso de falar dele, um dos que mais gostei na imprensa brasileira, tendo, creio eu, quase todos seus livros.

4.) 'CANTO PRO POVO DAQUI, CANTO PRO POVO DE LÁ'
Confesso, conhecia pouco do trabalho da CEUMAR, até o momento em que alguns anos atrás, duas ocorrências quase simultâneas me reviraram a coisa. Na primeira, o convite para um show dela dentro de um espaço muito mal utilizado em Bauru, o vão central do nosso Museu Ferroviário, convidado pela sua amiga, a Manu Saggioro e depois, logo na sequência, o Carioca da Banca, lá na Feira do Rolo me diz ter comprado um lote de CDs de uma rádio que havia fechado de universidade paulistana. Fui lá e arrematei o lote, dentro dele vários da CEUMAR. Foram maravilhosamente curtidos, ouvidos e devassados, com prosseguimento até hoje. Num dos CDs, o CEUMAR & TRIO LIVE IN AMSTERDAM (2010), lindo de doer, ela canta ao lado de um trio jazzista holandês. Escolhi para ouvir juntos uma das que mais gostei, a GIRA DOS MENINOS (Ceumar e Sérgio Pererê). Linda de doer, como tudo que ela canta, toca e espalha mundo afora. Quase perco essa preciosidade na enchente aqui no mafuá, mas o lavei, retirei o barro na capa e hoje continuo o ouvindo com a todo vapor. Eis o link:
https://www.youtube.com/watch…

A letra: "Deixa a madeira cheirosa queimar/ Deixa a fumaça subir/ Hoje eu quero cantar e cantar/ Para os meninos daqui/ E se os meninos de lá/ Podem ouvir minha voz/ Que lancem o seu olhar sobre todos nós/ Canto pro povo daqui/ Canto pro povo de lá/ Giro entre as linhas da terra e do ar/ Conto as estórias daqui/ Pros meus amigos de lá/ Pois vejo estrelas no céu e no mar". 

5.) O QUE ME PREENCHE O TEMPO, OS "PISANTES" TODOS EM DIA, NO VARAL, QUARANDO...

quarta-feira, 24 de abril de 2019

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (140)


AÇÃO E REAÇÃO DIANTE DE ALUGUÉIS EM TEMPO DE CRISE - DUAS SITUAÇÕES
Dois momentos.

No primeiro minha mana Helena conta de uma amiga pagando aluguel num apartamento aqui perto do Bauru Shopping e no vencimento do contrato foi até o proprietário, disse estar deixando o mesmo, pois havia encontrado outro com preço mais em conta. Para sua surpresa, o mesmo disse que não aceitava, reduziu de imediato R$ 100 reais no valor e pediu para ela ali permanecer. Ela pensou, voltou a ele, agradeceu, mas disse ainda estar alto e por ter encontrado um num preço melhor, mesmo gostando de onde mora o deixaria. Novamente o proprietário a fez recuar e fecharam o novo contrato de aluguel com mais um desconto, favorável para os dois lados. Ele, continuará com seu imóvel alugado com um cliente que até então lhe pagou o combinado, sem sobressaltos e ela, conseguiu dele algo mais adequado às suas atuais condições financeiras. Bom para os dois, tudo seguindo sua vida normal.

No segundo, passo pela Duque de Caxias e lá vejo que uma porta comercial continua fechada, isso há mais de um ano. Cerrada, sem nenhum movimento desde que a Banca do Cláudio não conseguiu negociar o valor do aluguel, ter ele abaixado, de lá saiu e o lugar não foi mais alugado por ninguém. O que ele queria para poder continuar era que o proprietário fosse ao menos sensível e pediu, diante das dificuldades do seu negócio, um pequeno desconto, que não ocorresse nenhum reajuste de valor, talvez até ter o preço abaixado, pouca coisa. Nada conseguiu, saiu de lá, está hoje centrando forças na banca junto ao antigo Paulistão da Nações e aguardando com muita expectativa que, com a inauguração do novo Confiança no lugar, a melhora na movimentação. Lá na Duque, quase esquina com Gustavo Maciel, o ponto continua fechado, mas poderia ter permanecido aberto, faltando a boa vontade no momento da negociação. Igual a esse, vejo outros tantos, muitos espalhados cidade afora, região central da cidade, seu Calçadão, com proprietários que ainda não entenderam a tal da crise na sua concepção mais cruel e insana: quando a grana some e diante do “salve-se quem puder”, o melhor é compor do que bater o pé. Quem tem muitos imóveis parece pensar e agir diferente, não pensam mais com a razão.

ACREDITANDO EM HISTÓRIA DA CAROCHINHA – NÃO VÃO SOLTAR LULA DE JEITO NENHUM
O ex-presidente Lula continuará preso, ad eternum, como assim querem os algozes de plantão. Mesmo diante de todas as gritantes evidências comprovando a latente injustiça da Justiça (sic) tupiniquim. Que Lula é um preso político, disto não existe mais a menor dúvida. O que fizeram e continuam a fazer com ele e com tudo o que representa sua magnânima figura é para endoidecer gente sã. Malvadeza em cima de malvadeza, repetidas vezes, sem nenhuma dó e piedade. Já passou das raias do absurdo a sua insólita situação, porém, nada de novo, além da repetição da mesma ladainha: esperança, suposição e postergação. O que é mais do que certo é que alguns segmentos ligados à Lula ainda não se deram conta: esse pessoal encastelado no poder, os mesmos que deram o golpe em Dilma e a destituíram em 2016, morrem de medo que se pelam de vê-lo solto e tudo farão para mantê-lo encarcerado. Bobos e bocós de mola imaginam que possa ocorrer alguma possibilidade dele ser solto no futuro. Isso é história de carochinha. Ontem mais um capítulo nesse sentido, quando o Judiciário joga pra frente uma suposta soltura e incautos festejam como favas contadas a sua soltura pela porta da frente da masmorra curitibana em setembro. Hoje, na comprovação do que escrevo, está sendo ajuizado mais um julgamento pra Lula, desta feita algo do sítio de Atibaia, um que que seu verdadeiro dono pede licença para vendê-lo, mas nada disso importa, pois o que vale mesmo é ir criando subterfúgios para manter Lula na jaula. Quem ainda não se deu conta disto precisa tomar um chacoalhão daqueles bem dados, até para conseguir voltar a colocar os pés no chão e cair na real. Lula preso é a joia da coroa dos malversadores hoje nos governando. Eles bem sabem que com Lula solto esse país pega fogo e o projeto deles de vender o país na bacia das almas pros estranjas entraria em sério perigo. Portanto, esqueçam, Lula não sairá da prisão via Judiciário, pelo menos até ser totalmente consumado o projeto de venda do país. Quando não restar mais nada, tudo estiver concluído, daí sim, pensarão em soltar o sapo barbudo. Devemos procurar outras vias para fazê-lo e a mais conveniente é irmos todos pras ruas. Do contrário, ele mofará na jaula, sob nossos combalidos olhares.

terça-feira, 23 de abril de 2019

FRASES (182)


GENTE DA MINHA ALDEIA, A BAURUENSE
1.) O CHURRASQUINHO DO TURCO NA BEIRA DA CALÇADA
Eu e Hamilton Suaiden, mais conhecido nas quebradas do mundaréu como TURCO, temos uma história juntos pra contar. Trabalhamos na extinta Bradescor, uma corretora do Bradesco, viajávamos muito juntos. Ele acabou deixando sua pequena Pompéia e veio aqui se instalar, fez Direito, nunca exerceu essa profissão e foi seu gauche na vida quando sua hora por lá chegou. Casou, três filhos, descasou e caiu no mundo. Durante bem uma década rodou o país vendendo algo insólito, mas só possível aos com alguma lábia, assinaturas de revistas. Foi campeão disso, almejou postos de supervisão nesse negócio e assim conheceu o outro lado do mundo, o país de norte a sul. Um vendedor nato, desses que te convence a comprar ar engarrafado. Comprei muito dele esse e outros produtos e rindo, me sentindo realizado. Uma vez tentou ser vereador por essas plagas e até que foi bem votado. É desses que "o tempo passa, o tempo voa, mas a roubança Bamerindus continua numa boa", ou seja, vida que segue, muita água já passou por debaixo dessa ponte e ele ali, na lida, continua tendo que aprontar das suas pra tocar seu barco. E o faz hoje com algo que lhe caiu nas mãos, tentando bravamente sobreviver, tirar algum proveito, algum para ir tocando a vida, somando dias na existência por essas plagas.

Abriu seu negócio ali na Primeiro de Agosto, quase esquina com Treze de Maio e deu o nome da filha para o empreendimento, "Ana Banana Pastelaria". Já escrevi dele, mas não me canso de fazê-lo. Estivemos juntos nesses dias, cada um se lamentando dos seus problemas e ontem voltei por lá, ele com um algo a mais no lugar. O comércio central próximo ao Calçadão da Batista fecha por volta das 18h e ele, com a sapiência libanesa para o comércio, deixa sua porta aberta até por volta das 22h, agora com um novíssimo carrinho de assados. Turco está churrasqueando na calçada e no pouco que ali permaneci vi ele aglutinando gente inimaginável dentro da minha cabeça a juntar estórias e boas histórias. O cheiro é bom, provei da cafta, tempero dele mesmo e ao meu lado, no entra e sai, pega e leva, tinha gente desse quilate: um boliviano, um chinês, um italiano, muitos moto taxistas, comerciários de várias matizes e afins. Tudo tem promoção, até a boa conversa. Ele vende muita laranjada com seus pastéis, salgados feitos ali mesmo e quitutes inventados por ele e por gente do ramo que passa pela sua cozinha. A casa tem bom movimento, anda com as próprias pernas, mas ele labuta e muito, chegando ali por volta das 6h da manhã, quando começa a preparar o que vai ser servido e abaixa somente quando o corpo pede descanso. Ele sua devidamente a camisa e assim buscar um lugar ao sol. Dorme num hotel em frente, de onde sai para a labuta e volta para o descanso.

Como das vezes anteriores, quando revi por lá o Neto, irmão gêmeo de outro grande, o Paulo Keller, hoje já em outro estabelecimento, desta feita conheci alguém com uma longa história de cozinha, o Maurício, de Piratininga para o mundo. Turco me apresenta, pois sabe que junto boas histórias e esse senhor rodou o mundo quando aos 20 e poucos anos, se perdeu pela aí nas cozinhas do mundo, desde a de navios, como lugares inacessíveis aos pobres mortais acomodados, espalhados desde França, Espanha, Alemanha e alguns outros. No Brasil uma lista dos ditos lugares notáveis, reduto de granfinos, mas também sempre com um pé na patuléia. O ouço na calçada, com o cheiro do churrasquinho subindo pelas narinas e adentrando o cerebelo, fico de voltar, sentar e ouvir esse algo mais, de como alguém com tanta sapiência paneleira, volta para sua aldeia, vem cuidar dos pais e acaba ficando mais do que devia. Bateu na porta do Turco e uniram o útil ao que era necessário acontecer, um seguir em frente escorado e alicerçado no outro. O Turco tem muito disso e gosto demais da conta desse seu lado, o de ir agregando pessoas. Quem faz isso, além do bom coração é imensa figura humana.

O fato é que o negócio do Turco, o Ana Banana está aí pro que der e vier, necessita frutificar, ser visto e frequentado. Seu churrasquinho ali na beirada da calçada é um algo a mais para a despedida dos trabalhadores do centro, no momento em que deixam seus afazeres diários e na ida para o repouso, suas casas, a passagem pelo exposto cheiro e quase impossível não dar aquela parada e se alimentar da boa prosa e também de algo para o interior, uns comes feitos ali ao ar livre. Indico com louvor, exatamente por causa da junção disso tudo que tentei mostrar nas palavras aqui ajambradas. Esse contato com o algo mais da rua, algo que a gente passa de longe, observa da janela do carro, mas quando inserido no contexto, a percepção de ali rolar muito mais coisas, indescritíveis para quem ali não se encontra. E mais que tudo, ao observar a resistência deste velho amigo, de longuíssima data, dá uma baita vontade de pegar no avental e dar sua contribuição, como fiz, virando os churrasquinhos na grelha, atendendo uma cliente, enquanto ele se enfurnava lá para dentro resolver outros assuntos. Fui, gostei, provei e voltarei sempre que puder. A rua tem algo de tão bom, que entro de cabeça e o faço também como fuga para tanta agrura, como a proporcionada por esses sombrios tempos.

2.) MIGUEL, DO MAR MARISCO E A DENGUE HEMORRÁGICA
Mais uma vítima. Miguel Fernando Hernandes, espanhol da rinha de briga, boêmio de bater cartão no Bar Aeroporto quase todos os dias, esse velho macanudo se foi na manhã de hoje. Suas lembranças me trazem de volta tempos do Banco Itaú, pessoas muito próximas de mim e dele ali atuaram, depois o Mar Marisco, onde hoje é a igreja do padre Beto, a Humanidade Livre. Marcou território por ali, muito mais que aquela mijada que os cães fazem, pois até hoje ao passar ali, olho e vejo o Mar Marisco funcionando. Ele foi fervoroso defensor do prefeito Sbeghen e quem quisesse comprar briga era falar mal deste, compraria discussão pro resto da noite, quiçá, da vida. Ideologicamente sempre estivemos em campos opostos, ele lá eu cá, esquerda e direita, antagonismo irreconciliável, mas nos bares onde nos encontramos, sempre veio pro meu lado me cumprimentar e mesmo quando no auge dessa barafunda de ódio latente dos últimos tempos, mesmo ciente de pensamentos opostos e candentes, mantivemos a galhardia de nos cumprimentarmos. Vez ou outra uma altercação, mas sempre com o copo cheio às mãos e nunca com o pensamento de atirar seu conteúdo na direção do outro. Discutir com o Miguelão era pura besteira, pois espanhol quando não vence na lábia, na conversa, no argumento, vence no grito. Ela falava alto, pra todo mundo ouvir. Parecia briga, mas não era. Seu jeito, nada mais. O Bar Aeroporto perde um cliente desses de bater cartão, a família e amigos um cozinheiro como poucos. Eu escrevo isso, para comprovar que não vivo com o ódio embutido dentro do peito, pois Miguel era um provocador nato, mas não jogava sujo, sabia as regras do jogo e mesmo contrariado, as respeitava. Dessa forma, o respeito e posto esse curto texto em forma de prosseguimento da contenda, uma que não se esvai quando um dos esgrimistas depõe as armas. Da dengue, essa levando tanta gente, caso que nem sei mais como tratar, se chamando a polícia ou me escondendo debaixo da cama, para dela também não ser vítima.

3.) SEU MÁRIO JÁ FOI ENCONTRADO?
Eu gosto de meter a colher onde não sou chamado. Quero escrevinhar algumas poucas linhas sobre o seu Mario da Paz Pereira. Li algo, para mim mais uma surpresa diante de tantas inolvidáveis desses últimos tempos, ele estaria com Alzheimer e teria sido visto pegando um ônibus circular no sentido centro da cidade no final de semana. Como não achei mais a notícia, dela não tive resposta, mas creio, ele deve ter sido encontrado e tudo continua como dantes lá pelos lados de sua casa e junto aos seus. O conheci muito tempo atrás, creio que ainda nem tinha sido eleito para presidir a Associação dos Aposentados de Bauru. Ouvi suas histórias, vindo da Grande São Paulo, junto ao pessoal do Lula, petista e esquerdista. Foi eleito presidente da Associação e dali não mais saiu, se eternizando por longo tempo, na sede ali pelos lados da Feira do Rolo. Tive desavenças com ele, pois sempre fui arconsista, ou seja, defensor do sócio nº 1 daquela associação, seu Arconsio, mas nunca deixei de dialogar com seu Mario, mesmo não existindo concordância em muita coisa. A vida é feita disso mesmo, concordância, discordância e uma tentativa de ir de lá pra cá, conversas, diálogo e discussão. Frequento pouco a Associação, lá estive algumas vezes e nesse período todo, pouca conversa, o trivial cumprimento de praxe. A do seu Mário, a que ficou encruada em mim foi a dele, dos seus tempos paulistanos. Hoje me entristece saber de sua atual condição. Essa doença é mesmo cruel, insana e nos leva o que de mais importante temos, a memória. Uns poucos, os mais próximos continuam desfrutando do reconhecimento por parte da pessoa afetada. Não é o momento para desavenças e tudo o mais. Hoje, o que mais vale é ele estar junto aos seus e desfrutar de momentos aprazíveis, preenchendo com amor e carinho seu tempo de vida. Guardo comigo recordações dos embates desta vida, muitos levo comigo, só comigo, outros desfruto por aqui e com mais pessoas e dele, que tudo se resolva a contento. Vida que segue, mas contem pra nós como ele está, se tudo segue seu percurso natural.

4.) LIVROS, SEMPRE ELES, NOS SALVAM DE TANTA COISA RUIM...
Hoje, no dia dedicado a eles, na tira diária publicada no melhor jornal impresso do nosso mundo, o argentino Página 12, Miguel Rep (sempre ele), dá a pitada a tocar a minha vida e a de tanta boa gente: "Nas crises o melhor é remar com livros. Lugar seguro". Sigo à risca.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

RETRATOS DE BAURU (225)


DOIS DOLOROSOS ENSAIOS FOTOGRÁFICOS
01) FALECE O MAIOR PERCURSIONISTA BAURUENSE, MAN: Fotos deste HPA, tiradas em ensaio da Escola de Samba Coroa Imperial, do bairro Geisel, ano de 2014, quando apareceu assim do nada, vindo a pé, atravessando a cidade inteira para bater forte no que melhor soube fazer uma vida inteira.
02) REGISTROS DE RUI ZILNET NAS OFICINAS DA NOB, MAIS DE DEZ ANOS ATRÁS E SUA FALA HOJE: "Me entristece ter acompanhado a degradação do maior patrimônio arquitetônico e de integração social de Bauru, pela ganância de uma empresa qual seu único objetivo é lucro financeiro, aumentando a cada dia o passivo com a sociedade local". Pouca coisa ou quase nada mudou de lá para cá. Rui é carioca e morou em bauru tempos atrás, quando atuava na Veja Interior, uma publicação não mais existente. De sua passagem pela cidade, registros de imenso valor histórico.