quarta-feira, 31 de julho de 2013

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (33)


O PAPA FALOU...
Foi quase uma semana de Francisco, o papa católico pelo Brasil. Nada escrevi do assunto e como alguns poderiam reclamar, escrevo meu texto de hoje em cima de uma frase dita por ele quase na despedida de terras silvícolas:

“Se alguém é gay, quem sou eu para julgá-lo?”, foram suas palavras.

Retruco ao meu modo e jeito, dando continuidade a sua linha de pensamento:
Se alguém é ATEU, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é COMUNISTA, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é GUERRILHEIRO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é CONTESTADOR, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é LIBERTÁRIO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é PANFLETÁRIO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é SEM TERRA, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é VADIO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é MACONHEIRO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é MANIFESTANTE, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é OMISSO, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é ANORMAL, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é BISSEXUAL, quem sou eu para julgá-lo?
Se alguém é PANFLETÁRIO, quem sou eu para julgá-lo?
E daí por diante... Complete você o próximo:
SE ALGUÉM É _________________, QUEM SOU EU PARA JULGÁ-LO?

ALGO MAIS – O MELHOR DO ANIVERSÁRIO DE BAURU É NA RUA: 
Hoje é 31/07, véspera do aniversário de Bauru e na programação da festa, a que todo ano ocorre no parque Vitória Régia, um show no final da tarde com o filho do grande sambista João Nogueira, DIOGO NOGUEIRA. Antecedendo a tudo isso, logo depois do almoço numa tenda armada num dos lugares mais nobres, rola todo 1º de Agosto uma roda de samba das mais originais, toda conduzida com palmas na mão. Seus protagonistas são do grupo QUINTAL DO BRÁS. Um bocadinho da história deles pode ser conferida aqui: http://mafuadohpa.blogspot.com.ar/search?q=quintal+do+br%C3%A1s. Outro bocadinho de dois personagens do Quintal abaixo, reproduzidas de textos do meu facebook:

O BRÁS não é o tesoureiro, mas seu nome está inserido com muito orgulho no do grupo QUINTAL DO BRÁS. Tudo começou lá pelas beiradas dos trilhos da Vila Falcão, num quintal de terra na casa de sua mãe, hoje das irmãs. Marcão, o que marca o som todo com as batidas dos tambores, é seu filho e os amigos foram chegando. Tomaram gosto e não pararam mais. Todos foram levados também para outro espaço, sua casa lá no Geisel e a partir daí caíram nas graças de quem gosta de um bom samba, ao estilo do praticado pelo grupo Fundo de Quintal e no Cacique de Ramos, ambos eternas fontes inspiradoras de todos. A trajetória deles já virou lenda viva em Bauru. O grupo ficou com o nome do BRÁS e esse sujeito é marcante em tudo que faz na vida. Ferroviário de quatro costados, sindicalista de ponta na defesa de sua categoria e envolvido com as questões nacionais, o samba é só mais uma das atividades desse sujeito mais do que boa praça. Um touro aguerrido e amanhã, dia do aniversário de Bauru, muitos se reunirão em volta de uma imensa mesa lá pelos lados do Vitória Régia, só para reverenciar um algo supremo, o SAMBA. Brás estará sendo lembrado e com o devido respeito e consideração. EM TEMPO: A foto do Brás é de 2006, no fundo do quintal que dá nome ao grupo, Vila Falcão.

IVO DE PAULA FERNANDES não é o criador do grupo Quintal do Brás, mas comanda as rodas de samba de raiz, com sua batida sincopada de palma na mão, uma das marcas do agrupamento, que durante anos sacudiu Bauru. Baixo, jeitão malemolente, grilo falante, gente boa, instigou o grupo e ficou marcado como uma de suas caras. Ganha a vida trabalhando na TIM, mas quando vai chegando o aniversário da cidade, a roda que acontece ao ar livre é organizada por ele, É o que corre atrás para que tudo role a contento. “O Quintal infelizmente está meio parado, mas faço questão de juntar o grupo só para a gente poder se reencontrar. Tanta roda que a gente fez, que essa baita rodona é para não deixar o grupo morrer. Nós tivemos muito a ver com a aproximação do samba de raiz com o poder público”, diz. E é a mais pura verdade. Quem não conhece o Quintal tem que baixar por lá e quem conhece sabe do que escrevo. Vai ser no feriado, dia 1, depois do almoço, debaixo de uma imensa lona e tudo na palma da mão, sob a batuta do Ivo e de gente da melhor qualidade. Depois deles cansarem é que o Diogo Nogueira começa sua apresentação no palco gigante.

terça-feira, 30 de julho de 2013

CENA BAURUENSE (110)


TRANSPARÊNCIA, BICO, ESTÁTUA E MENTIRINHA
São tantas coisas e eu com pouco tempo. Tenho que ser rápido, pois viagem é viagem e nela o tempo urge, as novidades são tantas e não vai ser a internet que vai me manter preso dentro do quarto de um hotel.

01 – Assisti pelo facebook o tal do programa do CQC feito em Bauru e não achei nada agressivo. Achei justa a cobrança e necessário o fim do banquete com os altos e injustificados salários, principalmente explicitando para a população os espúrios acordos que o Secretário de Saúde, Fernando Monti bancou somente para os de sua classe profissional. Uma vergonha e um acinte a todos nós. Essa foi a forma que os vereadores (eles aprovaram isso, não nos esqueçamos) deram para fazer os médicos de Bauru trabalharem, ou seja, elevaram suas horas extras e plantões. Rever isso é mais do que necessário e o prefeito se comprometeu com o programa de TV a explicitar as planilhas todas até dia 12/08. Assistam o programa: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=33AlAKWN8Ss#at=383. Isso aqui ainda vai feder e muito. Sou um dos que vai cobrar uma solução para isso, inclusive pressionando os vereadores, que bancaram essa farra com dinheiro público.
02 – A Atividade Delegada, que regulamente o bico dos policiais militares foi aprovada pelos vereadores (sempre eles). A discussão é antiga e no frigir dos ovos ela abre um sério precedente. Uma categoria profissional, os policiais vão poder, mesmo sendo funcionários públicos e ganhando para tanto, fazer um bico quando nos seus dias de folga e ganharem um excedente salarial. Cria também uma casta dentro da estrutura da PM para administrar a dinheirama que será repassada para eles dividirem entre si. Os policiais ganharão para continuarem fazendo o serviço que o governo do estado já lhes paga para executar. Uma coisa inconcebível. Qualquer outra categoria pode a partir de agora fazer o mesmo e já penso em entrar com um pedido para várias. Aguardem, pois a porteira foi aberta.
03 – A Havan levantou seu bastião, ou seja, seu totem, a réplica da Estátua da Liberdade. O fato gera discussão e pequena polêmica. Dizem que circula um Abaixo Assinado contra, que não assino e outro a favor, que também não assino. O problema para mim são dois, o mal gosto, do qual nada posso fazer, pois gosto não  se discute e se gostam e a área é deles, que lá fique. Pior que isso é o lugar onde foi levantado, o trevo principal de entrada na cidade e permanecerá como se representasse um marco da cidade. Por isso, vejo que para contrabalançar isso o melhor seria incentivarmos uma estátua com a dona ENY CESARINO, nossa eterna cafetina, levantada (sic) no meio do trevo que sempre lhe pertenceu, pois todos o chamam pelo nome dela. Bauru merece uma estátua da liberta Eny, um ícone da cidade. Encabeço essa campanha.
04 – Uma greve rolando na cidade, a dos servidores da FAMESP, que deveriam ser servidores públicos, mas não o são. Todos lotados no Hospital Estadual de Bauru. Dia desses no aeroporto de Bauru, o deputado Pedro Tobias falou ao pé do ouvido dos jovens do Bauru Acordou!, que existem recursos para resolver essa questão e a da greve da Unesp, outra em andamento. Com a fala, duas situações, ou tentou se livrar de situação incômoda e se livrar dos manifestantes ou isso que disse realmente existe e alguém escondendo o jogo e protelando soluções. O melhor mesmo é passarmos todos ali no apartamento do deputado, na Praça da Paz, buscá-lo e levá-lo até a direção de ambas as instituições para que explicite direitinho que havia dito diante das câmeras. A solução está com ele.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

OS QUE SOBRARAM e OS QUE FAZEM FALTA (49)


DEPOIS DA ESTÁTUA DA LIBERDADE, UMA PARA DONA ENI E OUTRA PARA O DRIVE-IN AEROPORTO
A semana começa em Bauru com a dissipação do frio e com um novo portal em sua entrada principal, a no cruzamento na Nações com a rodovia Rondon. Uma imensa estátua, um símbolo liberto, kitsch e cheio de controversia. Já discuti o tema aqui e o pau comeu solto (http://mafuadohpa.blogspot.com.ar/search?q=O+TOTEM+DA+HAVAN+E+A+LIBERDADE+ADVINDA+DO+SÍMBOLO+A+SER+ERGUIDO). Para começar a semana proponho algo mais jocoso, uma brincadeira com a cidade. Eles brincam conosco, nos impõem tudo de cima para baixo e dessa forma deveríamos dar o troco, com luva de pelica.

Estátua da Liberdade levantada num trevo, sou pelo levantamento imediato de uma estátua imensa, maior do que essa, no trevo anterior, o que liga Bauru/Ipaussu/Agudos/Jaú. Se alguém perguntar o nome desse trevo, sei que tem um, mas acredito que poucos o conheçam. Mas se alguém na cidade mencionar Trevo da Eni, até as pedras do reino mineral saberão onde fica. É ali. Pois que se levante no lugar um monumento à dona Eni Cesarino, figura controversa, que até os dias atuais remete a lembranças festivas de uma época bauruense onde tínhamos talvez o mais famoso bordel da América Latina. Eni merece dar nome ao trevo e poderíamos fazer uma campanha para levantar ali uma imensa estátua reverenciando tão generosa pessoa. Se no caso da Havan, o levantamento ocorreu sem problemas, o da Torre Eiffel idem, o do totem com a bandeira bauruense defronte o Confiança Flex idem, acredito que a cidade ganharia muito com uma Eni gigantesca, do tamanho de sua envergadura e carisma. Vou junto à Havan solicitar que nos informem o nome do fornecedor da estátua deles, para providenciar um orçamento dessa outra e depois inicio uma campanha arrecadatória visando sua fixação bem no meio do trevo, que também deveria ter seu nome mudado para o mais adequado, ENI CESARINO.
Aproveitando o ensejo e verificando as transformações que a cidade passa, mudança estruturais, prédios sendo erguidos aqui e ali. Até nosso Aeroclube de Bauru corre perigo, diante de medida do governo estadual de passar nos cobres áreas de sua propriedade, atendendo sempre aos clamores da especulação imobiliária, do qual é um dos braços. Pois ali, naquele lugar, bem defronte o aeroporto boa parte dos bauruenses de minha idade devem se lembrar de algo que por décadas ali funcionou e nos foi de grande utilidade: o DRIVE IN AEROPORTO. Quem na faixa dos 50 para cima não passou por debaixo daquelas arvores e fez balançar o carro quando da estada que levante o braço? Pois os últimos vestígios do drive-in estão sendo derrubados. As arvores ali existentes, que tanto presenciaram, guardam tanta história sobre nossos atos libidinosos podem estar sendo destruídas e com elas parte de nossa vivência sexual no passado bauruense. Aquele drive-in fez história na cidade, seus antigos proprietários merecem receber a distinção da titulação de Cidadão Honorários Bauruenses, por comprovados serviços prestados a todos nós. Vou ver isso junto aos nossos edis e fazer um levantamento junto aos nossos memorialistas, pois mesmo que tudo por lá desapareça, uma imensa placa ou até mesmo um imenso carro no alto de um pedestal e chacoalhando como ocorria dentro daquele estabelecimento, com os nomes lembrados. Homenagem mais do que justa, merecida e com maior valor simbólico do que a tal da estátua reverenciando a liberdade. Liberdade por liberdade, sou mais a do Drive-In, que me traz lembranças inenarráveis, tempos idos que não voltam mais, quando eu e meu velho opalão verde por lá batíamos cartão.
 
Essa é mais uma campanha que me comprometo a levar adiante, primeiro a da Eni Cesarino (que um dia ainda terá sua história contada em mini-série global) e depois a do Drive In Aeroporto, que merece estátua e até livros com ocorrências variadas e múltiplas que muitos dos engravatados de Bauru por ali tiveram. São meras sugestões, que podem ser aquecidas ao calor de movimentos populares, passeatas e convocação via facebook. Vamos preencher essa cidade com estátuas, totens, placas e homenagens a quem de direito. Essas as minhas, depois sugiro outras.
OBS.: Todas as fotos são do local onde décadas atrás funcionou o inesquecível drive-in Aeroporto)

domingo, 28 de julho de 2013

ALFINETADA (113)


MAIS TRÊS TEXTOS RETRATANDO ESCRITOS MEUS DE 2001
Na série "Apontamentos da Periferia de Pirajuí", publico mais três textos d'O Alfinete (semanário de Pirajuí SP), ainda da época do "pica mas não fere", todos do início de 2001, na sequência do anunciando de ir publicando mês a mês, de três em três, meus antigos textos. Hoje saem "Comadre, olha a melancia... baratinha", o de nº 101, de 03/02/2001, o "O fechamento do Recanto Shinohara", de nº 102, de 10/02/201 e o "Divagando sobre a vida e a forma como a levamos", nº 103, de 17/02/2013. Muito do que escrevi naquela época continua bem atual, outras coisas nem tanto e em poucos momentos, reescreveria tudo de outra forma, mas como vale o que está escrito, eis como encarava alguns temas exatos 12 anos e cinco meses atrás.

sábado, 27 de julho de 2013

BEIRA DE ESTRADA (24)


AS REFREGAS COM RODRIGO, ALCKMIN E PEDRO TOBIAS E SUAS DIFERENÇAS
Li num post curto dentro do Grupo Acorda Bauru, uma cobrança feita a todos e todas: “Por que a cobrança leve com os tucanos? Com os do PSDB?”. Escrevo querendo entender mais disso.

Na sequência assisto dois vídeos produzidos pelo movimento e em ambos meus comentários. No primeiro uma ótima abordagem feita junto ao vereador Fábio Manfrinato, quando esse pressionado deixa claro como são feitas as votações dentro da Câmara de vereadores. Inventou para se justificar que não votou ainda favorável à CEI do Transporte Coletivo em Bauru por causa de ter sido encostado na parede. Falácia, pois tempo para decidir já tiveram todos e pelo visto, pelo demonstrado na entrevista não o farão. A entrevista é para ser guardada e usada em muitas outras

oportunidades onde votações de grandes interesses ocorrerem. Por ali, ficou nítido que sem pressão nada ocorrerá de transformação nesse quesito ou em outros. Muitos interesses em questão, interesses não nossos, mas dos vereadores, tamanha a demora e a desfaçatez para com seus eleitores. Um discurso antes de lá chegar à vereança e outro oposto após a chegada. Parabéns aos entrevistadores, pela forma como conduziram a entrevista, que pode também ser assistida clicando no link a seguir:


Depois, logo na sequência assisti outro vídeo, um ainda no aeroporto, quando o governador Alckmin chegada à Bauru e foi-lhe entregue documento sobre situação da greve dentro dos campus da Unesp, especificamente no de Bauru. Um diálogo mais ameno, a entrega do papel e umas palavrinhas do governador, quando diz que grana existe e que falta diálogo com direção local. No caso da Saúde joga toda a culpa na Famesp e tenta escapar ileso, sem arranhões. Ele passa e entra em cena o deputado Pedro Tobias, que fala ao ouvido dos manifestantes e segue na mesma tecla, a culpa não é do governador e sim, local, tanto no caso Unesp como Saúde. Por fim, o esdrúxulo, quando convida a todos para irem até seu Escritório Político e lá tomarem ciência de detalhes do que disse. Conseguiram escapar e se foram para seus compromissos. O  vídeo também pode ser visto clicando no link a seguir: https://www.facebook.com/photo.php?v=601842349849699&set=vb.100000718172061&type=2&theater

Daí comentário de minha lavra e responsabilidade. Quero primeiro comparar o que havia visto de cobrança de membros do grupo quando ocuparam a Prefeitura Municipal de Bauru. Ali houve um claro enfrentamento, até com agressões verbais e destemperos. Vi depois que se chegou a dizer de pedido de cassação de mandato. Várias cenas estão gravadas e explicitam isso. Rodrigo, tem seus males e em muitos merece a devida cobrança. Se ocorreu exagero ou não, não me atenho a ele. Volto para o caso do governador e do deputado, ambos tucanos. A abordagem foi feita num tom respeitoso e as cobranças só no documento entregue. Sem destemperos e de ambas as partes. Alckmin, o governador está na capa da semanal Isto É sobre uma verídica denúncia grave de desvios de três governos seguidos e

ninguém gritou nada contra isso. Pedro Tobias, o deputado tem seu nome vinculado ao maior escândalo de mensalão em Bauru, o da AHB – Associação Hospitalar de Bauru, que muito contribuiu para escandalizar a problemática da saúde pública municipal. Ninguém se destemperou com ele.

Continuo. Podem me dizer que os foros são diferentes e as cobranças idem. Entendo, mas não justifica. Perderam-se ótimas oportunidades, ambas filmadas para questionamentos mais contundentes. Vi que Pedro Tobias convidou a todos para estarem em seu escritório. Pois que isso ocorra, cobre-se dele um detalhamento do que ele e o governador disseram, da existência de mais verbas para a finalidade de resolver pendências na Unesp Bauru e da Famesp, que
lhe cobrem um posicionamento definitivo acerca de tudo o que envolve seu nome junto ao escândalo da AHB e também em outro item, que ele nos forneça de forma amigável e pacífica a listagem de todos os seus assessores, algo meio que secreto até então.

Aguardo ansioso a ida dos manifestantes até esse escritório político, quando os que o forem terão a rica oportunidade de constatar se o que ouviram no pé do ouvido era verdade, ou foi algo feito ali no calor dos acontecimentos para conseguirem se verem livres deles. Para mim, opinião pessoal, eles queriam escapar do aperto no aeroporto e não haverá segunda
oportunidade. Se houver, por favor, não deixem passar mais essa e o cobrem de tudo e mais um pouco. O deputado, que tanto diz fazer por Bauru, está escapando ileso de cobranças e até de admoestações, algo que o prefeito não. E por que? Essa pergunta, feita lá no alto do texto continuará sem resposta até então. Por que se cobra um de um jeito e outro doutro? Abracitos a todos (as) e parabéns pelas conquistas e resistência de luta e na luta.

OBS.: Todas as fotos desse texto foram tiradas das paredes do Le Bohemia, resto bar portenho, localizado na República de la Boca, duas quadras do Caminito, distante do furdunço comercial, reduto de muita resistência do povo menos favorecido de Buenos Aires, Argentina.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (71)


TAPA DE BATMAN EM ROBIN SERVE PARA TUDO NA INTERNET

O quadrinho com o tapa que o Batman desfere no rosto do Robin deve ser um dos que mais circulam pela internet. Os seus dois balões servem para que as pessoas extravasem broncas das mais variadas e múltiplas. O desenho original foi publicado na revista “World’s Finest”, de 1965, segundo leio também pela internet. Já sobrou até para temais locais, como um com o prefeito Rodrigo Agostinho e a problemática com os ônibus coletivos. Como ela é usada para tudo, escolhi as menos preconceituosas e algumas com conotação política. Abaixo alguns dos exemplos do que encontrei de textos e piadas envolvendo a dupla morcego.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

UM LUGAR POR AÍ (41)


UMA CONVERSA NO AEROPORTO E CAÍMOS DE BOCA NA ARGENTINA
Vim rever Buenos Aires e adjacências junto da Ana, companheira de todas as horas. Ela num Congresso, eu nas ruas. Ontem algumas histórias já na chegada. A primeira no aeroporto de Guarulhos. Nosso voo Gol atrasou e ficamos assuntando sobre um atraso muito maior e um grupo grande de bolivianos reclamando sobre estarem confinados ali no saguão de embarque internacional desde a noite anterior. Não puderam sair para nada, não tinham dinheiro para gastos ali, tudo muito caro e  pasmem, contaram que do voo cancelado pela Gol, um grupo de passageiros mais abastados, alguns médicos e um grupo de ricos comerciantes colombianos foram levados para um hotel. Eles não, foram abandonado ali e só embarcaram mais de doze horas depois. Uma senhora esbravejava no local, mas muito ciente de que o fazia para o nada. “De que adianta gritar aqui, onde só os que estão do meu lado ouvem. Não sabemos impor nossos direitos e isso que aqui ocorreu me prova a existência de uns muito mais iguais que outros”. Embarcaram para Cochabamba entre protestos. Tiveram seus direitos tolhidos diante de uma parte dos passageiros, com privilégios especiais.
 
No tumulto, eu e Ana conhecemos um casal de argentinos, também interessados no furdunço. Daí o motivo de meu texto. Ela uma médica ginecologista aposentada e ele um comerciante aposentado. Vinham de alguns dias no Brasil e reclamavam muito dos aeroportos. Não só do atraso, mas da frieza das relações com os atendentes.  Conversamos pra dedéu, pois nosso voo marcado para 11h20 saiu só uma hora depois. Um assunto puxado por ele foi o condutor da conversa, a Lei de Médios. “Veja o caso do meu país, onde um grupo empresarial midiático, o Clarín quer dominar tudo, monopoliza com mais de 300 empresas o setor de mídia, comandando desde jornais, TV, internet, quer tudo e se acha correto, mesmo com uma legislação que diz ser o limite de concessões para um mesmo grupo de 4 empresas. O absurdo maior é a Justiça agindo em favor deles. Não existe oxigenação desse jeito, pensam só neles e em mais nada. E a informação que passam é distorcida, segundo a sua concepção de mercado”, foi seu comentário. Penso da mesma forma e a conversa fluiu. Sobre Cristina, a presidente disse algo interessante: “Cristina não é santa, mas é melhor do que o que tínhamos antes. A diferença dela para com a Dilma hoje é uma só. Ela não perde um só momento para estar ao lado de certos movimentos populares argentinos. Isso reduz a ação da direita que não consegue promover um movimento como no Brasil, ficam acuados e se forem para as ruas o confronto ocorrerá e feio. Na Argentina, você vai perceber, os movimentos sociais e populares estão nas ruas e a maioria ao lado de Cristina”, foram suas palavras.
 
Na despedida, quando pegávamos juntos as bagagens, fez questão de abraçar a nós dois, desejando boa estada em seu país e me presenteou com uma edição da revista Caras Y Caretas (www.carasycaretas.org), que já conhecia de outras incursões pelo país. Disse-lhe que leio no Brasil, via edição virtual, o Página 12 (www.pagina12.com.ar) e sorrindo ouvi: “Vocês já estão muito bem encaminhados e saberão com ele muito bem o que se passa no meu país”. Dessa forma pisamos os pés em solo argentino. Histórias virão e o tempo diante de um computador, cada vez menor, daí uma antecipada desculpa )ou justificativa, sei lá) de que até dia 05/08, a maioria dos textos deverão ser mais curtos e publicados na medida do possível. Na saída de ontem à noite, a primeira constatação, estava muito mais frio em Bauru e São Paulo do que aqui. Um show a reverenciar Elis Regina e fomos ter com o Brasil logo na primeira noite.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (91)


A QUASE CONFUSÃO COM O JORNALISTA MATHEUS ORLANDO
Para mim não me é nada difícil relatar as confusões nas quais me meto. Entro fácil em algumas. Procuro sair do mesmo modo, mas nem sempre é fácil. Nesse relato, uma história ocorrida comigo durantes os atos de protestos nas ruas de Bauru, o 1º e o 2º, ocorridos em junho.

O caso eu conto como o caso foi. No 1º Ato, concentração inicial na praça Rui Barbosa, local lotado e me vejo dentro de um mar de gente, poucos conhecidos. Procuro permanecer ao lado de alguns velhos conhecidos. Na véspera tinha visto pela TV cenas de horror com a Polícia Militar atacando manifestantes. Aquilo muito me impressionou, sem causar estranheza. Com aquelas cenas rumindando dentro de mim fui ao ato e logo na chegada após cumprimentar velhos conhecidos, permaneci ao lado de alguns que fizeram uso do auto-falante. Nisso passa por mim uma pessoa, faz um leve cumprimento de cabeça e me fotografa. Tento fazer o mesmo com ele, mas só consigo fazê-lo de lado. Quem seria ele, sempre só e fotografando tudo à sua volta? Passo a notá-lo e o acho suspeito. A primeira ideia é de que poderia ser alguém de um serviço especial da PM, tentando identificar os manifestantes. O vejo no restante da manifetação, sua fisionomia não me é estranha e aquilo fica gravado na minha mente.

No 2º Ato, também na praça, lá estava ele novamente e novamente me cumprimenta com a cabeça. Quem seria ele? Pergunto aos próximos e ninguém o conhece. Já um tanto desiludido com os descaminhos do movimento, nem vim para as ruas trazendo minha máscara do Anonymous, pois a vejo sendo usada com conotações conservadoras. Naquele dia o movimento estava dividido entre ir até a sede da Prefeitura ou subir a Nações e desaguar na Getúlio, um desfile. Foram pela Nações e depois ficamos sabendo que a Prefeitura, que estava desocupada, rodeada de policiais, mas com o prefeito ali permanecendo, com o intuito de dialogar com os manifestantes. Caminhei algumas quadras e no começo da Nações voltei a pé, peguei meu carro e fui reencontrar o grupo nas ruas lá nos altos da rua Araújo. Abordei os que estavam em cima de um carro de som dos motivos de não irem à Prefeitura e para minha surpresa, um deles fez ali naquele momento uma espécie de plenária, só com os que estavam ao seu lado: "Vamos para a Prefeitura ou Nações?". Quase unanimidade em desfilar na Getúlio. Parei e fiquei vendo o cortejo passar, pois não via sentido no passeio pela avenida point de Bauru.

Daí me acontece o inusitado. Uma pessoa bate a mão no meu ombro. Ao virar o rosto é o cara das fotos. Com uma mochila nas costas, caderninho nas mãos e máquina fotográfica em outra, se dizendo repórter do jornal jauense O Comércio de Jahu me solicita uma entrevista. Topei e quando ele pergunta meu nome, respondo só o primeiro e ao me pedir o sobrenome, bate um click e digo que não quero dar a entrevista. Ele me agradece e some na multidão, deixando-me ali pensativo. Quem seria ele? Achei que a abordagem tivesse a nítida relação com o que fiz junto aos do carro de som. A neura funcionava a pleno vapor. Na manhã seguinte ligo para o jornal e explico o problema. Quem me atende não me elucida nada e dizem que a editora irá me ligar. Isso ocorre umas duas horas depois, conto a história e ela confirma que o rapaz da suspeita é mesmo jornalista do jornal, morador de Bauru e fazendo trabalhos free lancer para eles. Seu nome, MATHEUS ORLANDO. Ufa, tudo esclarecido. Aliviado o procuro pelo facebook e nos tornamos "amigos". Daí me conta algo mais, que me conhece, trabalhou como estagiário na 94FM e me acompanha nos escritos que produzo. Fico desconcertado e me desculpo. Ele entende e até rimos da situação.

Foi exatamente isso. Me vi perseguido por alguém fotografando manifestantes. Não foi nada disso e o relato aqui postado serve para ressaltar como vivemos dias estranhos, onde algo imaginado por mim, pode ter muito ter estar acontecendo, mas acredito não o tenha ocorrido comigo. Fica o registro.

terça-feira, 23 de julho de 2013

MÚSICA (104)


MOSTRA AFRO E OS 125 ANOS DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS – ESTRANHOU O QUE?
Eu não me canso de repetir, um dos Conselhos Municipais mais atuantes em Bauru é o CONSELHO DA COMUNIDADE NEGRA. Faz um revezamento na presidência, algo consensual, não existente em nenhum outro vigente. Suas premiações anuais com os próceres do Movimento negro são das mais concorridas e a Mostra Anual, sempre ocorrendo em locais variados e com temas idem, são sempre instigantes e das mais interessantes. Tenho orgulho de fazer parte dos que se integram a tudo o que fazem e produzem. Acompanho e aplaudo as iniciativas vindas desse valoroso Conselho, um dos poucos e dos mais oxigenados na atualidade.

Atualmente é dirigido pela professora Mazé e para comemorar os 125 anos da libertação dos escravos, o Conselho abriu na última sexta à noite, 18/07, às 19h, uma mostra resgatando e valorizando a cultura afro-brasileira e aspectos interessantes relacionados à religião, dança e costumes africanos, entre outras manifestações afro-culturais. A visitação estará disponível para visitação pelos próximos 30 dias e merece ser vista por todos, para se ter um belo entendimento do que foi a trajetória das conquistas dos negros em nossa história, não só a brasileira, como a mundial. Está lá no Museu Ferroviário, numasala montada com afinco por alguns abnegados, como a própria Mazé e o incansável Gibi, que suaram a camisa para que tudo estivesse impecável na abertura. Fui lá, revi pessoas queridas, bati bons papos, comi e bebi, além de ouvir um inesperado som, o do grupo musical Balaio de Sinhá, que não conhecia e me impressionou pela interpretação de Clara Nunes, dentre outros clássicos da música com temática negra.
Meu amigo, agora tesoureiro do Conselho, Agnaldo Anastácio da Silva, o popular Lulinha, falou sobre a conotação da mostra relacionada esse ano também com à religião afro-brasileira, como candomblé e umbanda, e expondo documentos, notícias e fotos de cultos realizados na região e sobre a escravidão. A iniciativa tem patrocínio e apoio das secretarias de Cultura dos municípios de Bauru e Getulina, da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo e do Centro de Umbanda Cavaleiros de Ogum. Exponho aqui as fotos que tirei no local, para sentirem a grandiosidade do evento e abaixo reproduzo uma música que toca muito hoje em minha vitrolinha aqui no mafuá, ressaltando essa igualdade de direitos, ações, ainda ultrajada, mas tão necessária. Trata-se do samba “ESTRANHOU O QUE?”, do Moacyr Luz, que tenho aqui no CD, “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador” (Lua Discos 2013). Primeiro cliquem no link para ouvir a música pelo Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=TK9hZVbeBFk ) e podem ir curtindo a saborosa letra, abaixo reproduzida:

Preto pega surf, pega praia, preto pega jacaré
preto vê vitrine, olha o magazine, compra se quiser
preto põe sapato, usa pé de pato, porque tem os pés
come sashimi, bebe champangne e também tem rolex.
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você
Preto joga charme, come carne, preto roda de chofer
anda de avião, craque de gamão, troca de talher
preto lê exame, férias em Miami, premio molière
pede uma suíte, roupa de boutique, preto da rolé
Estranhou o que? Preto pode ter o mesmo que você…"

segunda-feira, 22 de julho de 2013

RETRATOS DE BAURU (143)


ALEX É HISTORIADOR E MAQUINISTA DA MARIA FUMAÇA
Adoro os dias em que sou acordado com os apitos da Maria Fumaça, a imponente máquina a vapor, movida a lenha, peça principal a mover a composição férrea do Projeto Ferrovia para Todos, da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru. Ontem, domingo, o terceiro do mês foi dia dela e da Feira Estação Arte junto à antiga Estação da Cia Paulista e pertinho da Feira do Rolo. Escrever sobre as pessoas envolvidas no projeto a mover essa composição quero fazer com todos e hoje começo por um deles.

ALEX GIMENEZ SANCHES é de descendência espanhola, daí seu espírito turrão, severo, mas também de muita generosidade. Esse meninão é historiador formado nas hostes da USC – Universidade do Sagrado Coração, mas acredito que nunca tenha dado aulas. Não porque não queira, mas por ser funcionário público, lotado na Cultura municipal e sempre envolvido com o projeto da composição férrea da Maria Fumaça. Ali desde o começo, possui uma das caras do projeto e hoje, bate nas onze posições, tem lá suas atividades no Museu Ferroviário, é o maquinista e entendido da caldeira de lenha (com curso e tudo), além de ser um dos melhores monitores nas paradas, com explicações divinais para os visitantes. Faz e acontece dignificando a função. Além disso tudo, limpa caldeira, engraxa as parte baixas da máquina, repara seus problemas e vive enfronhado com ela. Só não dorme com a máquina, mas está perto disso, pois em dias dela sair nos trilhos, acorda no meio da noite e antes das 4h da manhã já está no batente, fazendo-a funcionar. O gajo é um batalhador, como tantos outros envolvidos na labuta de manter aquilo em pleno funcionamento. Um valoroso servidor. desses que voce bate os olhos e vê que o cara é sincero em tudo o que faz.