A QUASE CONFUSÃO COM O JORNALISTA MATHEUS ORLANDO
Para mim não me é nada difícil relatar as confusões nas quais me meto. Entro fácil em algumas. Procuro sair do mesmo modo, mas nem sempre é fácil. Nesse relato, uma história ocorrida comigo durantes os atos de protestos nas ruas de Bauru, o 1º e o 2º, ocorridos em junho.
O caso eu conto como o caso foi. No 1º Ato, concentração inicial na praça Rui Barbosa, local lotado e me vejo dentro de um mar de gente, poucos conhecidos. Procuro permanecer ao lado de alguns velhos conhecidos. Na véspera tinha visto pela TV cenas de horror com a Polícia Militar atacando manifestantes. Aquilo muito me impressionou, sem causar estranheza. Com aquelas cenas rumindando dentro de mim fui ao ato e logo na chegada após cumprimentar velhos conhecidos, permaneci ao lado de alguns que fizeram uso do auto-falante. Nisso passa por mim uma pessoa, faz um leve cumprimento de cabeça e me fotografa. Tento fazer o mesmo com ele, mas só consigo fazê-lo de lado. Quem seria ele, sempre só e fotografando tudo à sua volta? Passo a notá-lo e o acho suspeito. A primeira ideia é de que poderia ser alguém de um serviço especial da PM, tentando identificar os manifestantes. O vejo no restante da manifetação, sua fisionomia não me é estranha e aquilo fica gravado na minha mente.
No 2º Ato, também na praça, lá estava ele novamente e novamente me cumprimenta com a cabeça. Quem seria ele? Pergunto aos próximos e ninguém o conhece. Já um tanto desiludido com os descaminhos do movimento, nem vim para as ruas trazendo minha máscara do Anonymous, pois a vejo sendo usada com conotações conservadoras. Naquele dia o movimento estava dividido entre ir até a sede da Prefeitura ou subir a Nações e desaguar na Getúlio, um desfile. Foram pela Nações e depois ficamos sabendo que a Prefeitura, que estava desocupada, rodeada de policiais, mas com o prefeito ali permanecendo, com o intuito de dialogar com os manifestantes. Caminhei algumas quadras e no começo da Nações voltei a pé, peguei meu carro e fui reencontrar o grupo nas ruas lá nos altos da rua Araújo. Abordei os que estavam em cima de um carro de som dos motivos de não irem à Prefeitura e para minha surpresa, um deles fez ali naquele momento uma espécie de plenária, só com os que estavam ao seu lado: "Vamos para a Prefeitura ou Nações?". Quase unanimidade em desfilar na Getúlio. Parei e fiquei vendo o cortejo passar, pois não via sentido no passeio pela avenida point de Bauru.
Daí me acontece o inusitado. Uma pessoa bate a mão no meu ombro. Ao virar o rosto é o cara das fotos. Com uma mochila nas costas, caderninho nas mãos e máquina fotográfica em outra, se dizendo repórter do jornal jauense O Comércio de Jahu me solicita uma entrevista. Topei e quando ele pergunta meu nome, respondo só o primeiro e ao me pedir o sobrenome, bate um click e digo que não quero dar a entrevista. Ele me agradece e some na multidão, deixando-me ali pensativo. Quem seria ele? Achei que a abordagem tivesse a nítida relação com o que fiz junto aos do carro de som. A neura funcionava a pleno vapor. Na manhã seguinte ligo para o jornal e explico o problema. Quem me atende não me elucida nada e dizem que a editora irá me ligar. Isso ocorre umas duas horas depois, conto a história e ela confirma que o rapaz da suspeita é mesmo jornalista do jornal, morador de Bauru e fazendo trabalhos free lancer para eles. Seu nome, MATHEUS ORLANDO. Ufa, tudo esclarecido. Aliviado o procuro pelo facebook e nos tornamos "amigos". Daí me conta algo mais, que me conhece, trabalhou como estagiário na 94FM e me acompanha nos escritos que produzo. Fico desconcertado e me desculpo. Ele entende e até rimos da situação.
Foi exatamente isso. Me vi perseguido por alguém fotografando manifestantes. Não foi nada disso e o relato aqui postado serve para ressaltar como vivemos dias estranhos, onde algo imaginado por mim, pode ter muito ter estar acontecendo, mas acredito não o tenha ocorrido comigo. Fica o registro.
O caso eu conto como o caso foi. No 1º Ato, concentração inicial na praça Rui Barbosa, local lotado e me vejo dentro de um mar de gente, poucos conhecidos. Procuro permanecer ao lado de alguns velhos conhecidos. Na véspera tinha visto pela TV cenas de horror com a Polícia Militar atacando manifestantes. Aquilo muito me impressionou, sem causar estranheza. Com aquelas cenas rumindando dentro de mim fui ao ato e logo na chegada após cumprimentar velhos conhecidos, permaneci ao lado de alguns que fizeram uso do auto-falante. Nisso passa por mim uma pessoa, faz um leve cumprimento de cabeça e me fotografa. Tento fazer o mesmo com ele, mas só consigo fazê-lo de lado. Quem seria ele, sempre só e fotografando tudo à sua volta? Passo a notá-lo e o acho suspeito. A primeira ideia é de que poderia ser alguém de um serviço especial da PM, tentando identificar os manifestantes. O vejo no restante da manifetação, sua fisionomia não me é estranha e aquilo fica gravado na minha mente.
No 2º Ato, também na praça, lá estava ele novamente e novamente me cumprimenta com a cabeça. Quem seria ele? Pergunto aos próximos e ninguém o conhece. Já um tanto desiludido com os descaminhos do movimento, nem vim para as ruas trazendo minha máscara do Anonymous, pois a vejo sendo usada com conotações conservadoras. Naquele dia o movimento estava dividido entre ir até a sede da Prefeitura ou subir a Nações e desaguar na Getúlio, um desfile. Foram pela Nações e depois ficamos sabendo que a Prefeitura, que estava desocupada, rodeada de policiais, mas com o prefeito ali permanecendo, com o intuito de dialogar com os manifestantes. Caminhei algumas quadras e no começo da Nações voltei a pé, peguei meu carro e fui reencontrar o grupo nas ruas lá nos altos da rua Araújo. Abordei os que estavam em cima de um carro de som dos motivos de não irem à Prefeitura e para minha surpresa, um deles fez ali naquele momento uma espécie de plenária, só com os que estavam ao seu lado: "Vamos para a Prefeitura ou Nações?". Quase unanimidade em desfilar na Getúlio. Parei e fiquei vendo o cortejo passar, pois não via sentido no passeio pela avenida point de Bauru.
Daí me acontece o inusitado. Uma pessoa bate a mão no meu ombro. Ao virar o rosto é o cara das fotos. Com uma mochila nas costas, caderninho nas mãos e máquina fotográfica em outra, se dizendo repórter do jornal jauense O Comércio de Jahu me solicita uma entrevista. Topei e quando ele pergunta meu nome, respondo só o primeiro e ao me pedir o sobrenome, bate um click e digo que não quero dar a entrevista. Ele me agradece e some na multidão, deixando-me ali pensativo. Quem seria ele? Achei que a abordagem tivesse a nítida relação com o que fiz junto aos do carro de som. A neura funcionava a pleno vapor. Na manhã seguinte ligo para o jornal e explico o problema. Quem me atende não me elucida nada e dizem que a editora irá me ligar. Isso ocorre umas duas horas depois, conto a história e ela confirma que o rapaz da suspeita é mesmo jornalista do jornal, morador de Bauru e fazendo trabalhos free lancer para eles. Seu nome, MATHEUS ORLANDO. Ufa, tudo esclarecido. Aliviado o procuro pelo facebook e nos tornamos "amigos". Daí me conta algo mais, que me conhece, trabalhou como estagiário na 94FM e me acompanha nos escritos que produzo. Fico desconcertado e me desculpo. Ele entende e até rimos da situação.
Foi exatamente isso. Me vi perseguido por alguém fotografando manifestantes. Não foi nada disso e o relato aqui postado serve para ressaltar como vivemos dias estranhos, onde algo imaginado por mim, pode ter muito ter estar acontecendo, mas acredito não o tenha ocorrido comigo. Fica o registro.
Um comentário:
Ainda bem que deu tudo certo, hahahaha
Matheus Orlando
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